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ANATOMIA DO FÍGADO

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Ana Laura Mota Resende
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ANATOMIA DO FÍGADO
Maior glândula do corpo
Situa-se na parte cranial e direita da cavidade abdominal (ocupa quase a totalidade do hipocôndrio direito, a maior parte do epigástrio e estende-se ao hipocôndrio esquerdo até a linha mamária)
É relativamente muito maior no feto (1/18 da massa corporal) do que no individuo adulto (1/36 da massa corporal)
Sólido macio, friável
Facilmente dilacerável
Ricamente vascularizado 
Cor castanho-avermelhado 
Peso: 1,05kg 
Face diafragmática convexa, extensa e relativamente lisa
Ventral – separada pelo diafragma da 6ª-10ª costela e suas respectivas cartilagens costais (lado direito) e 7ª-8ª cartilagens (lado esquerdo). Região mediana: dorsalmente ao processo xifoide e à parte muscular da parede anterior do abdômen. Completamente recoberta por peritônio (exceto ao longo da linha de inserção do ligamento falciforme)
Superior – separada pela cúpula do diafragma da pleura e dos pulmões à direita e do pericárdio e do coração à esquerda. Área próxima do coração: impressão cardíaca. Em sua maior parte, é recoberta por peritônio (exceto em sua porção dorsal, presa ao diafragma pelo folheto superior do ligamento coronário – que separa parte revestido por peritônio da área nua)
Dorsal (posterior) – larga e arredondada à direita e estreita à esquerda. Parte central apresenta profunda concavidade, moldada para adaptar-se à coluna vertebral e aos pilares do diafragma. À direita dessa concavidade: veia cava inferior (quase escondida em seu sulco). À esquerda da veia cava: fissura do ligamento venoso. Lobo caudado localiza-se entre essas duas depressões. 
-Impressão suprarrenal 
-Sulco esofágico 
Direita – funde-se com as outras partes da face diafragmática e continua-se para baixo, para a margem direita que separa da face visceral.
Face visceral côncava e mais irregular, contém diversas fossas e impressões para as vísceras vizinhas. Depressão na parte central: porta hepática: abertura para passagem de vasos sanguíneos e dos ductos biliares. É revestida por peritônio (exceto no hilo e na inserção da vesícula biliar). Relações: extremidade pilórica do estômago, porção superior do duodeno e cólon transverso.
-Lobo direito, situado à direita da vesícula biliar, possui 3 impressões: impressão cólica (flexura cólica direita), impressão renal (rim direito) e impressão duodenal. 
-Lobo quadrado: entre vesícula biliar e fissura do ligamento redondo. 
-Lobo esquerdo: à esquerda da fissura do ligamento redondo, possui duas marcas bem evidentes: impressão gástrica (face ventral do estômago) e túber omental (situado acima do omento menor)
-Processo caudado: adiante da veia cava inferior, une ângulo inferior direito do lobo caudado ao lobo direito. Seu revestimento peritoneal forma o limite ventral do forame epiplóico, 
Borda inferior – fina e aguda, marcada em direção oposta à inserção do ligamento falciforme por uma profunda incisura: incisura do ligamento menor e por uma segunda incisura: fundo da vesícula biliar. 
Extremidade esquerda = fina e achatada de cima para baixo
Fissuras e fossas:
Fossa sagital esquerda: profundo sulco da face visceral que se estende da incisura da margem inferior do fígado à face cranial do órgão. Separa os lobos direito e esquerdo. Veia porta une-se a ela em ângulo reto e a divide em:
Fissura do ligamento redondo (parte ventral): aloja a veia umbilical no feto e persiste (ligamento redondo) no adulto. Entre os lobos quadrado e esquerdo, sendo recoberta por tecido hepático (ponte do fígado). 
Parte dorsal: fissura do ligamento venoso, entre os lobos esquerdo e caudado aloja no feto o ducto venoso e, no adulto, o ligamento venoso. 
Porta ou fissura transversa: fissura curta mas profunda, estende-se transversalmente através da face visceral da porção esquerda do lobo direito (mais próximo de sua face dorsal do que sua borda ventral) une-se com fissura sagital esquerda e separa lobo quadrado (ventralmente) do lobo e processo caudado (dorsalmente). Dá passagem à: veia porta (por trás, entre ducto e artéria), artéria hepática (à esquerda), nervos, ducto hepático (à frente e à direita) e linfáticos.
Fossa da vesícula biliar: fossa oblonga, rasa, situada na face visceral do lobo direito, paralela a fissura sagital esquerda. 
Sulco da veia cava inferior: depressão curta e profunda que, ás vezes, forma canal devido ao envolvimento da veia com tecido hepático. Situado na face posterior: entre lobo caudado e a área nua do fígado (separado da porta pelo processo caudado). 
Lobos:
Lobo direito: 6x maior que o esquerdo, ocupa hipocôndrio direito e está separado do lobo esquerdo pelo ligamento falciforme (face diafragmática) e fissura sagital esquerda (face visceral). Forma +/- quadrilátera, suas faces (visceral e posterior) apresentam 3 fossas: porta, fossa da vesícula biliar e o sulco da veia cava inferior (que separam a sua parte esquerda em: lobo quadrado e lobo caldado).
Lobo quadrado: face visceral do lobo direito, limitado pela borda inferior do fígado (ventralmente), pela porta (dorsalmente), pela fossa da vesícula biliar (à direita) e pela fissura do ligamento redondo (à esquerda)
Lobo caudado: face dorsal do lobo direito, entre 10ª e 11ª vertebras torácicas. Limitado inferiormente pela porta, à direita, pelo sulco da veia cava inferior e à esquerda, pela fissura do ligamento venoso. 
- Processo caudado pequena elevação de tecido hepático que se estende da extremidade inferior do lobo caudado à face visceral do lobo direito. Situado dorsalmente à veia porta e separa fossa da vesícula biliar do sulco da veia cava inferior. 
Lobo esquerdo: menor e mais achatado que direito, situado nas regiões epigástrica e hipocôndrica esquerdas. Face caudal apresenta impressão gástrica e a tuberosidade omental
Lobos internos e segmentos: são descritos tomando por base os ramos da veia porta (posições periféricas nos lóbulos) juntamente com os ductos bilíferos ou baseando-se na ramificação das veia hepáticas (posição central nos lóbulos).
1. Tríade Hepática:
Ducto biliar/bilífero
Veia porta
Artéria hepática 
Reunem-se no ligamento hepatoduodenal, ventralmente ao forame epiplóico (de Winslow), no hilo do fígado, com o ducto hepático situando-se ventralmente à direita, a artéria hepática à esquerda e a veia porta dorsalmente (entre artéria e o ducto). No hilo, sofrem as divisões primarias: direita e esquerda. Estão contidos dentro de capsula fibrosa perivascular (cápsula de Glisson).
Ramos primários da veia porta + artéria hepática (no hilo):
Lobo interno direito, subdivide-se em:
Segmento posterior
Segmento anterior
Obs.: ambos se subdividem em porções superior e inferior
Lobo interno esquerdo (inclui lobo esquerdo + quadrado + caldado)
Segmento medial 
Segmento lateral 
Obs.: ambos têm porções superior e inferior
Segmentos vasculares as 3 veias hepáticas (principais direita, média e esquerda) fornecem a base para a divisão dos segmentos internos em segmentos vasculares propriamente ditos: um direito, um esquerdo e dois médios. 
Segmento vascular direito dorsal ou dorsocaudal segmento dorsal do lobo interno direito e é drenado pela veia hepática direita
Segmento vascular lateral esquerdo segmento lateral do lobo interno esquerdo e é drenado pela veia hepática esquerda
Segmento vascular medioventral segmento anterior do lobo direito e o segmento medial do lobo interno esquerdo e é drenado pela veia hepática média
Segmento vascular mediodorsal lobo caudado + processo caudado + partes do lobo interno esquerdo, drenado por veia cranial hepática e a caudal do lobo caudado
Ligamentos: fixam o fígado à face inferior do diafragma e à parede ventral do abdome. Falciforme, coronário e os dois laterais pregas peritoneais e ligamento redondo cordão fibroso (veia umbilical obliterada). Fígado também se liga à curvatura menor do estomago (lig. Hepatogástrico) e ao duodeno (lig. Hepatoduodenal).
Ligamento falciforme – uma face está em contato com peritônio (atrás do musculo reto do abdômen)e o diafragma e outra em contato com lobo esquerdo do fígado. Estende-se da borda inferior do fígado até sua área nua. Constituído por dois folhetos de peritônio intimamente unidos. Suas bases livres contem, entre os folhetos: ligamento redondo e veias paraumbilicais. 
Obs.: não auxilia na fixação, apenas limita os deslocamentos laterais.
Ligamento coronário – um folheto anterior e um posterior. Anterior reflexão do peritônio da margem cranial da área nua do fígado para face inferior do diafragma e é continuo com o folheto direito do ligamento falciforme. Posterior reflete-se da margem caudal da área nua para o rim direito e glândula suprarrenal (ligamento hepatorrenal)
Ligamentos laterais (ligamentos triangulares):
Ligamento triangular direito – extremidade direita da área nua 
Ligamento triangular esquerdo – une parte posterior da face superior do lobo esquerdo ao diafragma, termina em forte faixa fibrosa apêndice fibroso do figado
Ligamento redondo – cordão fibroso resultante da obliteração da veia umbilical. Parte do umbigo, dirigindo-se para cima na margem livre do ligamento falciforme, para incisura do ligamento redondo, onde continua-se na face inferior do fígado até o hilo, seguindo como ligamento venoso. 
Vascularização e intervação:
- Tríade Hepática (já foi falado acima)
-Veias hepáticas solitárias, transportam o sangue do fígado
-Inervação: nervos derivam dos vagos direito e esquerdo e do plexo celíaco do simpático. 
Camadas:
Túnica serosa (deriva do peritônio e reveste maior parte da superfície do órgão)
Túnica fibrosa (abaixo do revestimento seroso). No hilo, é continua à cápsula de Glisson e, na superfície do órgão, ao tecido areolar que separa os lóbulos.
Espaço porta: nome dado aos espaços existentes em todo o parênquima, nos quais estão distribuídas as menores porções da veia porta, da artéria hepática e do ducto biliar (estruturas essas que são envoltas pela capsula de Glisson)
Artéria hepática ramos vaginais (capsula fibrosa de Glisson) 
 ramos capsulares (superfície do órgão) 
 ramos interlobulares (formam plexo na periferia de cada lobo) 
Veia porta plexos interlobulares (ramos que se dividem entre os espaços interlobulares) vênulas portais sinusoides hepáticos
Obs.: sinusoides hepáticos = espaços capilares ricamente anastomosados, situados entre os cordões de células hepáticas. Todo sangue que entra no fígado, passa pelos sinusoides para as veias centrais. São ricos em macrófagos. 
Veias hepáticas veia sublobular veia intralobular sinusoides hepáticos
Aparelho excretor do fígado:
Ducto hepático (formado por dois ductos principais que saem do fígado pela porta)
Vesícula biliar (reservatório para bile)
Ducto cístico (ducto da vesícula biliar)
Ducto colédoco (junção dos ductos hepático e cístico), muitas vezes tem porção embutida no tecido pancreático

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