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Gestão das Contribuições Previdênciárias e Trabalhistas

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM GESTÃO FISCAL E TRIBUTÁRIA
Michelle Maria Santos da Silva 		
Trabalho da disciplina:
 Gestão das Contribuições Previdenciárias e Trabalhistas,
 
Tutor: Prof. Ana Cláudia Petrini Spessotto
Inhapi- Alagoas
2018
A Lei 13.467/2017, trouxe uma nova modalidade de contrato de trabalho, ou seja, o contrato de trabalho intermitente. 
Com base nisso, discorra sobre: 
O que é o contrato de trabalho intermitente.
A definição de contrato de trabalho intermitente, foi criada pela lei 13.467/2017, que altera a CLT, em seu artigo 443, caput e insere o parágrafo 3º ao mesmo, dando a seguinte definição:
Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente: (grifo meu)
(...)
§ 3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria.
A referida lei menciona que haverá a relação de emprego com subordinação, porém o horário de trabalho não será contínuo, ou seja, ocorre em horários alternados. Ao que, difere do tradicional, por exemplo, como trabalhar de segunda a sexta, das 8:00 às 18h, o empregado irá trabalhar em determinado período do mês, ainda assim pode ser contratada apenas para certas atividades especificas ou por período, por fim, o trabalho pode ser por quantidades de dias no mês ou por tempo que determinadas funções possa levar para concluir. Tendo a possibilidade de liberdade do empregado executar outras tarefas em seu dia a dia. Interessante destacar que o trabalhador poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros tomadores de serviço, que exerçam ou não a mesma atividade econômica, utilizando contrato de trabalho intermitente ou outra modalidade de contrato de trabalho.
Como se opera a sua remuneração. 
Com relação às regras da remuneração, embora isso tenha sido regulamentado pela mencionada lei 13.467/2017, tal dispositivo foi revogado e regulamentado pela Medida Provisória 808/2017, e está especificado no artigo 452-A, II da CLT, conforme abaixo:
Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente será celebrado por escrito e registrado na CTPS, ainda que previsto acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva, e conterá: 
(...)
II - valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário ou diário do salário mínimo, assegurada a remuneração do trabalho noturno superior à do diurno e observado o disposto no § 12; 
III - o local e o prazo para o pagamento da remuneração.
(...)
§ 12. O valor previsto no inciso II do caput não será inferior àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função.
Sendo assim, a remuneração será convencionada por hora ou dia trabalhado, não podendo ser inferior ao salário dos empregados daquele estabelecimento que exerçam a mesma função, sendo, calculado proporcionalmente aos dias / horas trabalhados. Caso, não exista ninguém exercendo aquela função na empresa, o salário mínimo será o referencial como limite mínimo. No contrato de trabalho, deverá ser especificado o local e prazo para pagamento.
Na data acordada para o pagamento, o empregado deve receber a remuneração, férias proporcionais acrescidas de 1/3, décimo terceiro salário proporcional, repouso semanal remunerado e adicionais legais, nos termos do artigo 452-A, §6, da CLT.
Como permanecerá as contribuições previdenciárias quando o valor a ser pago não atinja o valor do salário mínimo ou quando não haver remuneração.
De acordo com o artigo 452-H, da CLT, no contrato de trabalho intermitente, o empregador efetuará o recolhimento das contribuições previdenciárias próprias e do empregado e o depósito do FGTS com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações.
Com base nessas informações, o empregado conseguirá avaliar se atingiu o salário mínimo ou não, dentro do período de um mês. 
De acordo com o previsto no artigo 911-A, da CLT, os segurados enquadrados como empregados que, no somatório de remunerações auferidas de um ou mais empregadores no período de um mês, independentemente do tipo de contrato de trabalho, receberem remuneração inferior ao salário mínimo mensal, poderão recolher ao Regime Geral de Previdência Social a diferença entre a remuneração recebida e o valor do salário mínimo mensal, em que incidirá a mesma alíquota aplicada à contribuição do trabalhador retida pelo empregador.
Na hipótese de não ser feito este recolhimento complementar, o mês em que a remuneração total recebida pelo segurado de um ou mais empregadores for menor que o salário mínimo mensal não será considerado para fins de aquisição e manutenção de qualidade de segurado do Regime Geral de Previdência Social nem para cumprimento dos períodos de carência para concessão dos benefícios previdenciários. 
Dessa forma, é recomendável que o empregado, nesse caso, faça o recolhimento complementar, para poder ter direito aos benefícios previdenciários.
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