Buscar

apostila

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 1 
 
 
 
Apresentação ................................................................................................................................ 4 
Aula 1: Da Sucessão Legitima. Aspectos gerais ............................................................................. 6 
Introdução ........................................................................................................................6 
Conteúdo ................................................................................................................................ 7 
Do direito sucessório ....................................................................................................7 
A abertura da sucessão .................................................................................................7 
Princípio da saisina ............................................................................................................. 7 
Aceitação da herança......................................................................................................... 9 
Renúncia à herança .......................................................................................................... 10 
Da sucessão legítima ...................................................................................................12 
A capacidade sucessória e a inseminação artificial post mortem .......................12 
Capacidade sucessória legítima ..................................................................................... 13 
Exclusão do herdeiro indigno ....................................................................................14 
Ordem de vocação hereditária ....................................................................................... 16 
Modos de suceder ........................................................................................................17 
Modos de partilhar ......................................................................................................17 
Atividade proposta ........................................................................................................... 18 
Referências .......................................................................................................................... 19 
Exercícios de fixação ........................................................................................................ 20 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 23 
Aula 1 ..................................................................................................................................... 23 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 23 
Aula 2: Ordem de Vocação Hereditária. Filiação Híbrida. ........................................................... 25 
Introdução ......................................................................................................................25 
Conteúdo .............................................................................................................................. 26 
Vocação hereditária ......................................................................................................... 26 
Da sucessão dos descendentes ..................................................................................27 
Sucessão dos descendentes e concorrência do cônjuge supérstite ....................32 
Requisitos para o cônjuge ser herdeiro ...................................................................32 
Direito real de habitação do cônjuge supérstite ......................................................... 32 
O casado sob o regime de comunhão universal de bens em concorrência com 
descendentes ...............................................................................................................33 
O casado sob o regime de separação obrigatória de bens em concorrência com 
descendentes ...............................................................................................................33 
 
 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 2 
O casado sob o regime da comunhão parcial de bens em concorrência com 
descendentes ...............................................................................................................34 
O casado sob o regime da separação convencional de bens em concorrência 
com descendentes ......................................................................................................34 
O casado sob o regime da participação final nos aquestos em concorrência 
com descendentes ......................................................................................................34 
Quinhão do cônjuge ao concorrer com descendentes ..........................................35 
Atividade proposta ........................................................................................................... 36 
Referências .......................................................................................................................... 36 
Exercícios de fixação ........................................................................................................ 37 
Notas ........................................................................................................................................... 41 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 42 
Aula 2 ..................................................................................................................................... 42 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 42 
Aula 3: A Sucessão na União Estável ........................................................................................... 44 
Introdução ......................................................................................................................44 
Conteúdo .............................................................................................................................. 45 
Sucessão dos ascendentes .........................................................................................45 
A sucessão do ascendente em concorrência com o cônjuge ................................45 
Sucessão dos colaterais ..............................................................................................47 
Sucessão e união estável ............................................................................................50 
Sucessão do companheiro concorrendo com filhos comuns .................................51 
Sucessão do companheiro concorrendo com filhos do morto ..............................52 
Sucessão do companheiro concorrendo com filiação híbrida ..............................53 
Sucessão do companheiro concorrendo com outros parentes .............................53 
Conflito entre o direito sucessório do cônjuge separado de fato e o 
companheiro ................................................................................................................54 
Atividade proposta ........................................................................................................... 55 
Referências .......................................................................................................................... 56 
Exercícios de fixação ........................................................................................................ 57 
Notas ...........................................................................................................................................60 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 61 
Aula 3 ..................................................................................................................................... 61 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 61 
Aula 4: Da Sucessão Testamentária ............................................................................................ 63 
Introdução ......................................................................................................................63 
Conteúdo .............................................................................................................................. 64 
 
 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 3 
Introdução à sucessão testamentária ............................................................................ 64 
Disposições testamentárias ............................................................................................. 64 
Capacidade testamentária ativa .................................................................................... 65 
Capacidade testamentária passiva ................................................................................ 65 
Incapacidade sucessória passiva ...............................................................................67 
Formas ordinárias de testamento .................................................................................. 67 
Atividade proposta ........................................................................................................... 71 
Referências .......................................................................................................................... 72 
Exercícios de fixação ........................................................................................................ 73 
Notas ........................................................................................................................................... 76 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 78 
Aula 4 ..................................................................................................................................... 78 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 78 
Conteudista ................................................................................................................................. 81 
 
 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
A disciplina Tópicos Avançados de Direito Civil estuda os temais mais polêmicos 
e controvertidos do direito sucessório. Examinando os posicionamentos 
doutrinários e jurisprudenciais. 
 
O Direito das Sucessões é o ramo do direito que estuda as substituições mortis 
causa. Reconhecendo o direito a herança, constitucionalmente garantido no 
artigo 5º. Assim, faz parte dos institutos do processo de constitucionalização do 
direito civil. 
 
Serão estudadas a comoriência e os efeitos sucessórios, a concorrência 
sucessória entre cônjuge e descendentes e ascendentes, a consequência da 
filiação hibrida, a concorrência entre companheiro e descendentes e os 
parentes sucessíveis e a possível concorrência entre cônjuge e companheiro. 
 
O direito real de habitação do cônjuge e do companheiro, e sua consequência 
no âmbito do Direito das Coisas. 
 
O testamento vital, o qual garante que a pessoa não seja submetida a 
tratamentos indesejáveis. Sua afinidade com o princípio da dignidade da pessoa 
humana, garantido na Constituição de 1988. 
 
A inseminação artificial post mortem autorizada pelo Código Civil e legitimidade 
sucessória do não concebido ao tempo da abertura da sucessão eo princípio da 
igualdade entre os filhos. 
 
 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 5 
 
Objetivos: 
 
• Discutir os efeitos sucessórios da comoriência; a concorrência sucessória 
entre cônjuge, descendentes, ascendentes e companheiro e a chamada filiação 
hibrida no modo de partilhar os bens; 
 
• Estudar o direito real de habitação do cônjuge e do companheiro à luz do 
código Civil de 2002; 
 
 
• O testamento vital, conceito e controvérsias sobre sua validade e 
aplicabilidade; 
 
• A inseminação artificial post mortem, e suas consequências no Direito 
Sucessório. 
 
 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 6 
 
 
 
Introdução 
Neste encontro serão discutidos vários aspectos do direito sucessório causa 
mortis e seus aspectos gerais. A abertura da sucessão, o princípio da Saisine 
(passagem), a aceitação da herança e suas formas legais e a renuncia à 
herança e suas consequências jurídicas. Serão abordados ainda a sucessão 
legítima, a capacidade sucessória, inclusive a do herdeiro concebido por 
inseminação artificial post mortem, bem como os casos e efeitos da exclusão do 
herdeiro indigno. Por fim, serão examinados a ordem de vocação hereditária, os 
modos de suceder e os modos de partilhar. 
 
Objetivo: 
1. Entender os aspectos gerais do direito sucessório causa mortis, seus 
princípios regentes e os mecanismos jurídicos pertinentes à sucessão; 
 
2. Discutir as questões controvertidas no direito sucessório com o envolvimento 
dos personagens interessados na sucessão, abordando as soluções legais, 
jurisprudenciais e doutrinárias. 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 7 
 
Conteúdo 
 
Do direito sucessório 
O direito sucessório é o ramo do direito que estuda as relações jurídicas 
existentes no momento da morte. Os direitos titularizados pelo extinto serão 
transmitidos aos seus sucessores, o qual deve obedecer a ordem de vocação 
hereditária que será posteriormente abordada. A sucessão, nesse caso, é a 
substituição da titularidade dos direitos, em consequência da morte, que põe fim 
a personalidade jurídica. 
 
O conceito de sucessão, nas palavras de Claudia de Almeida Nogueira: 
 
 
“O vocábulo suceder ou sucessão, tem vários significados. Em sentido 
lato significa vir depois, ocupar o lugar de alguém, tanto para a 
sucessão intervivos como para a causa mortis. Em sentido restrito, 
consiste em ocupar a posição do finado nas relações jurídicas 
transmissíveis como a consequente devolução dos bens que a este 
pertenciam aos seus sucessores” (NOGUEIRA, 2007, p. 1). 
 
 
A abertura da sucessão 
A abertura da sucessão ocorre no momento da morte, mesmo que os herdeiros 
não tenham ciência de sua ocorrência. É nesse momento que a propriedade e a 
posse dos bens do de cujus se transmite para os herdeiros (Princípio de 
Saisine). 
 
Não se pode confundir o momento da abertura da sucessão com o momento da 
abertura do inventário. A finalidade do inventário é separar os bens do falecido 
e partilhá-los entre os herdeiros, enquanto a abertura da sucessão representa o 
momento do falecimento, marcado pela transmissão do patrimônio, direitos e 
deveres do de cujus, aos herdeiros. 
 
 
Princípio da Saisine 
Os herdeiros, conforme o Princípio de Saisine, tornam-se titulares dos direitos 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 8 
do falecido no momento da morte, ou seja, propriedade e posse dos bens do de 
cujus se transferem para os herdeiros no momento exato do falecimento, 
conforme o artigo 1.784 do Código Civil: 
 
 “Artigo 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos 
herdeiros legítimos e testamentários”. 
 
O princípio de Saisine encontra fundamento no fato de que os bense relações 
do de cujus não podem ficar vagando sem titularidade até o fim do inventário. 
Por este motivo a sucessão é regulada pela lei em vigor no tempo da morte, 
conforme o art.1.787 do C.C. 
 
 
 
Atenção 
 
Carlos Roberto Gonçalves afirma, em sua obra Direito Civil Brasileiro, o 
seguinte: 
“Com efeito, aberta a sucessão, a herança se transmite imediatamente aos 
herdeiros, como preceitua o artigo 1.784 do código civil, tornando-se estes 
titulares de direitos adquiridos. Tal situação ‘definitivamente constituída, 
não pode ser afetada ou comprometida por um fato novo, ou por lei nova, 
ex vi do estatuído no Artigo 5º, n. XXVI, da Constituição federal de 1988 e 
no Artigo 2041 do Código civil de 2002. Em matéria de vocação hereditária 
não se legisla para alcançar o passado, mas apenas para rever o futuro. A 
lei do dia da morte rege todo o direito sucessório, quer se trate de fixar a 
vocação hereditária, quer de determinar a extensão da quota hereditária. 
Não pode a lei nova disciplinar sucessão aberta na vigência da lei anterior’. 
(...) 
Outra consequência do Princípio da Saisine consiste em que o herdeiro que 
sobrevive ao de cujus, ainda que por um instante, herda os bens por este 
deixados e os transmite aos seus sucessores, se falecer em seguida. Por 
derradeiro, uma vez que a transmissão da herança se opera no momento 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 9 
da morte, é nessa ocasião que se devem verificar os valores do acervo 
hereditário, de forma a determinar o monte partível e o valor do imposto 
de transmissão causa mortis. Dispõe a Súmula 112 do supremo Tribunal 
federal: ‘O imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota 
vigente ao tempo da abertura da sucessão’ (GONÇALVES, 2012, p. 41). 
 
Aceitação da herança 
A aceitação da herança é um negócio jurídico unilateral, individual e 
incondicional por meio do qual o sucessor concorda com a transmissão dos bens 
do falecido ao seu patrimônio, que decorre de determinação legal. Assim, a lei 
permite que o herdeiro tenha liberdade de afirmar se aceita ou não a herança. 
A aceitação da herança apenas confirma a transmissão já ocorrida por força do 
Princípio de Saisine. 
 
“Artigo 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao 
herdeiro, desde a abertura da sucessão. Parágrafo único. A transmissão tem-se 
por não verificada quando o herdeiro renúncia à herança.” 
 
Aceitação expressa 
A aceitação pode ser expressa, feita por escrito, nos termos do Artigo 1.805 
do Código Civil. 
Assim, na aceitação expressa o herdeiro assume formalmente a sua qualidade 
de sucessor. Essa declaração por escrito, será feita por instrumento público ou 
particular – não é admitida forma oral, no nosso ordenamento jurídico. 
 
Aceitação tácita 
A aceitação tácita exige que o sucessor pratique atos que indiquem 
inequivocamente sua qualidade de herdeiro, ou seja, ele deve se comportar 
como quem quer a herança, como ocorre quando outorga procuração a um 
advogado para se habilitar no inventário ou abre a própria ação de inventario. 
Entretanto, a simples administração do patrimônio não faz com que se possa 
afirmar que ele aceitou a herança. 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 10 
Aceitação presumida 
A aceitação que chamamos de presumida está prevista no Artigo 1.807 do 
Código Civil. Nessa hipótese, qualquer interessado pode requerer ao juiz que 
estabeleça prazo para o herdeiro aceitar a herança; caso ele permaneça inerte, 
presume-se que ele aceitou. 
 
A aceitação pode se dar de forma direta ou indireta; a primeira, quando o 
próprio herdeiro tem a oportunidade de se manifestar no sentido de aceitar a 
herança, como estabelece o Artigo 1.809 do Código Civil. 
 
A segunda, a aceitação indireta, não se dá pelo herdeiro, mas através das 
formas seguintes: 
a) Aceitação pelos sucessores: morrendo o herdeiro o direito de aceitar a 
herança passa a seus sucessores (art.1809 C.C.). 
b) Aceitação por mandatário ou gestor de negócios: feita por procurador, desde 
que tenha poderes para tanto. 
c) Aceitação pelos credores: para que os credores dos herdeiros não saiam 
prejudicados, caso estes renunciem à herança, podem aqueles aceitá-la no lugar 
dos herdeiros, com o objetivo de satisfazer seus créditos (art.1813 C.C.). 
 
 
Na aceitação indireta, a aceitação pode ser feita por sucessores, por 
mandatário, por tutor ou curador ou ainda pelos credores do herdeiro, nos 
termos do Artigo 1.813 do Código Civil. 
 
Vale lembrar que a aceitação feita por credores do herdeiro se limita ao valor da 
dívida, ou seja, se o quinhão hereditário for maior que o valor do débito, esse 
será devolvido ao monte. 
 
A aceitação e a renúncia são irretratáveis (art.1812 C.C.) e, seus efeitos são 
imediatos e definitivos. De acordo com o Artigo 1.812 do Código Civil, ao 
aceitar ou renunciar a qualidade de herdeiro o sucessor não pode se arrepender 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 11 
posteriormente. 
 
Cumpre ressaltar que a aceitação ou a renúncia, em regra, recai sobre a 
totalidade da herança e conforme o Artigo 1.808 do Código Civil a herança 
não pode ser aceita ou renunciada em parte. A única possibilidade de aceitação 
ou renúncia parcial ocorre quando o herdeiro é chamado à sucessão por mais de 
um título sucessório e é facultado aceitar um e renunciar o outro. Por exemplo, 
um herdeiro legítimo que também é contemplado por testamento tem direito a 
duas quotas hereditárias por causas diferentes, e neste caso, pode aceitar a 
legítima e renunciar o quinhão testamentário ou ao contrário. 
A aceitação, como já verificamos, é negócio jurídico unilateral; portanto, se for 
verificado algum vício de vontade, como erro, dolo, coação, estado de perigo, 
lesão ou fraude contra credores, poderá ser anulada. 
 
No caso do erro de pessoa, hipótese em que a deixa testamentária contempla 
alguém em razão desta pessoa ter praticado determinada conduta ou possuir 
determinada qualidade, a anulação também poderá ocorrer se posteriormente 
for verificado que a pessoa contemplada, ainda que já tenha aceito a herança 
ou o legado, não praticou a conduta mencionada ou não possuía tal qualidade. 
 
Atividade proposta 
Junior é filho de José e foi criado por seus avós, pois foi abandonado por seus 
pais quando era um bebê. No dia 10 de janeiro de 2014, José morre deixando 
bens a Junior, seu único herdeiro. Junior aceitou a herança, mas, antes de 
finalizado o inventário, está arrependido, pois não quer ser possuidor de nada 
que tenha sido de seu pai que o abandonou. A aceitação poderá ser revogada? 
 
Chave de resposta: Não, a aceitação é irrevogável, nos termos do Artigo 
1.804 do Código Civil. 
 
 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 12 
Renúncia à herança 
A renúncia à herança nas palavras de Carlos Roberto Gonçalves: 
 
 
“A renúncia da herança é negócio jurídico unilateral, pelo qual o 
herdeiro manifesta a intenção de se demitir dessa qualidade. Segundo 
Itabaiana de Oliveira, é o ato pelo qual o herdeiro declara, 
expressamente, que não quer aceitar, preferindo conservar-se 
completamente estranho à sucessão” (GONÇALVES, 2012, p. 100). 
 
 
Assim, o herdeiro tem a faculdade de abrir mão da contemplação hereditária; 
mas, da mesma forma que a aceitação, a renúncia não admite retratação como 
o que preceitua os artigos 1806 e 1812, C.C.do Código Civil. 
 
A forma mais comum de renúncia é por termos nos autos – basta que seja 
registrado o comparecimento da parte e seja assinada uma declaração com 
propósito de abrir mão do seu quinhão sucessório. 
 
Neste caso o advogadopeticiona dizendo que seu cliente deseja renunciar à sua 
quota e o cartório o chama para assinar o termo. Entretanto, a renúncia 
também pode ser feita por escritura pública anexada aos autos, conforme o 
art.1806 do C.C. 
 
A renúncia pode ser: 
 
 Abdicativa - Se dá a favor do monte, sem mencionar nenhum 
favorecido. 
 Translativa - Indica-se um beneficiário especifico, ou seja, o 
renunciante renuncia a favor de alguém, o que significa que pratica duas 
ações: aceita a herança tacitamente e a doa a outro. 
 
A espécie de renúncia é relevante para questões tributárias, pois, na renúncia 
abdicativa, só será devido o imposto por transmissão mortis causa, enquanto na 
translativa será devido também o imposto por transmissão intervivos. 
 
A renúncia só poderá ser feita pelo absolutamente capaz, não se admitindo 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 13 
representação para renúncia da herança, pois o representante á apenas um 
administrador do patrimônio do incapaz e não possui poderes para alienar. A 
renúncia feita pelo representante só será admitida se previamente autorizada 
pelo juiz e o juiz só a autorizará se provada utilidade para o requerente. 
 
Vale lembrar que, como a herança é considerada bem imóvel, o renunciante 
casado precisa da anuência do cônjuge para que tal negócio jurídico produza o 
efeito desejado – assim estabelece o Artigo 1.647, inciso I, do Código Civil. 
 
Vale lembrar que, como a herança é considerada bem imóvel (art.80, II, C.C.), o 
renunciante casado precisa da anuência do cônjuge para que tal negócio jurídico 
produza o efeito desejado – assim estabelece o Artigo 1.647, inciso I, do Código 
Civil. 
 
O art.1647, I, do C.C. é claro no sentido de que nenhum cônjuge pode, sem a 
autorização do outro, alienar imóvel, sob pena de anulabilidade (art.1649 C.C.). 
Considerando o art.80, II, C.C., a sucessão aberta – herança ou quota 
hereditária – tem natureza de bem imóvel (ficção jurídica) e, em que pese 
algumas divergências, a jurisprudência majoritária equipara a renúncia a um ato 
de alienação, motivo pelo qual exige a autorização conjugal para a sua validade. 
 
Entretanto, o art.1647, I, C.C. dispensa essa autorização quando o regime de 
bens entre os cônjuges for o da separação absoluta, o que significa que se o 
renunciante for casado por este regime, poderá renunciar independentemente 
da outorga uxória. 
 
Importante esclarecer também que existem duas espécies de Separação: 
Separação Convencional, derivada de acordo, e Separação Legal/Obrigatória, 
imposta por lei nas hipóteses do art.1641 do C.C., cujo exemplo mais comum é 
da pessoa que se casa com 70 (setenta) anos ou mais. 
 
De acordo com a súmula 377 do STF, “no regime de separação obrigatória 
comunicam-se os bens adquiridos na constância do casamento.” A interpretação 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 14 
mais comum é no sentido de que neste regime, os bens adquiridos depois do 
casamento devem ser partilhados na proporção do quanto cada um contribuiu, 
ou seja, só serão partilhados os bens adquiridos posteriormente ao matrimônio, 
derivados do esforço patrimonial comum de ambas as partes, evitando-se o 
enriquecimento sem causa de qualquer uma delas. (STJ). 
 
Nessa linha de raciocínio a única hipótese de Separação Absoluta, que inadmite 
qualquer comunicação de patrimônio, é a Separação Convencional, posto que na 
Separação Obrigatória, de acordo com a súmula mencionada, pode haver 
comunicação de bens. 
 
Assim, se o renunciante é casado pela Separação Convencional não precisará da 
autorização conjugal para a validade do seu ato, mas se casado pela Separação 
Obrigatória, ou qualquer outro regime de bens, a outorga uxória será 
indispensável. 
 
Atenção! 
Importante esclarecer também que existem duas espécies de Separação: 
Separação Convencional, derivada de acordo, e Separação Legal/Obrigatória, 
imposta por lei nas hipóteses do art.1641 do C.C., cujo exemplo mais comum é 
da pessoa que se casa com 70 (setenta) anos ou mais. 
 
De acordo com a súmula 377 do STF, “no regime de separação obrigatória 
comunicam-se os bens adquiridos na constância do casamento.” A interpretação 
mais comum é no sentido de que neste regime, os bens adquiridos depois do 
casamento devem ser partilhados na proporção do quanto cada um contribuiu, 
ou seja, só serão partilhados os bens adquiridos posteriormente ao matrimônio, 
derivados do esforço patrimonial comum de ambas as partes, evitando-se o 
enriquecimento sem causa de qualquer uma delas. (STJ). 
 
Nessa linha de raciocínio a única hipótese de Separação Absoluta, que inadmite 
qualquer comunicação de patrimônio, é a Separação Convencional, posto que na 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 15 
Separação Obrigatória, de acordo com a súmula mencionada, pode haver 
comunicação de bens. 
 
Assim, se o renunciante é casado pela Separação Convencional não precisará da 
autorização conjugal para a validade do seu ato, mas se casado pela Separação 
Obrigatória, ou qualquer outro regime de bens, a outorga uxória será 
indispensável. 
 
A renúncia à herança terá as seguintes consequências: 
1. Exclusão do sucessor renunciante. 
2. Acréscimo da parte do renunciante ao quinhão dos demais herdeiros, 
conforme Artigo 1.810 do Código Civil. 
3. Impossibilidade da sucessão por representação, de acordo com o Artigo 
1.811 do Código Civil. 
Se um herdeiro renuncia à herança, sua parte não vai para seus descendentes, 
mas para aqueles que se encontram na mesma classe que ele. Ex: Você deixou 
quatro filhos: A, B, C e D, cada qual com dois filhos. Se A renúncia à herança 
sua quota não vai para os seus filhos, mas para seus três irmãos, o que significa 
que não cabe representação na renúncia. 
 
Entretanto, importante dizer que o filho do renunciante pode herdar em 
determinadas circunstâncias, embora nunca por representação. Ex: Se todos os 
herdeiros renunciam – A, B, C e D - seus filhos herdam como se eles nunca 
tivessem existido, ou seja, herdam por direito próprio e por cabeça (dividido 
igualmente pelo número de cabeças/pessoas). 
 
OBS: Herdar por representação significa herdar apenas o que outra pessoa 
receberia se não tivesse morrido. 
 
 
 
 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 16 
Da sucessão legítima 
A sucessão legítima, ou legal, decorre do que está determinado em lei, que 
determina quem substituirá o morto nos direitos que era titular. Essa forma de 
suceder é admissível, assim como a sucessão testamentária, conforme Artigo 
1.786 do Código Civil. 
 
“Artigo 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.” 
 
OBS: O herdeiro que recebe por determinação da lei é chamado de legítimo, e 
aquele que recebe por determinação do testamento é chamado de herdeiro 
testamentário. Entretanto, não se pode confundir herdeiro legítimo com legítima, 
nome que se dá à metade da herança reservada obrigatoriamente para os 
herdeiros necessários. 
 
 
Capacidade sucessória legítima 
Segundo Silvio de Salvo Venosa, em Direito Civil: 
 
 
“A capacidade para suceder é a aptidão para se tornar 
herdeiro ou legatário numa determinada herança. A 
vocação hereditária está na lei, norma abstrata que é. Daí 
porque a lei diz que são chamados os descendentes, em 
sua falta os ascendentes, cônjuge, colaterais até quarto 
grau e Estado. O cônjuge, no mais recente Código, 
ascende ao estado de herdeiro necessário e concorrerá a 
herança com os descendentes, em determinadas situações, 
bem como com os ascendentes (Artigo 1.829)” (VENOSA, 
p. 49). 
 
 
Assim, a capacidade sucessória é um direitodo herdeiro de assumir todos os 
direitos e obrigações do falecido. Seguindo o que preceitua o Artigo 1.798 do 
Código Civil: “Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no 
momento da abertura da sucessão”. 
 
Dessa forma, reconhecemos os direitos sucessórios de quem está vivo ao 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 17 
tempo da abertura da sucessão e ficam resguardados os direitos do nascituro, 
em conformidade com o já mencionado art.1798 do C.C., combinado com o art. 
2º do Código Civil. 
 
Assim, se o sujeito morre e deixa quatro filhos vivos e um na barriga de uma 
mulher, sua herança deve ser dividida em cinco partes, contudo, a entrega da 
parte do nascituro está condicionada ao seu nascimento com vida. 
 
O artigo 1799 do C.C. abre uma exceção e permite que o testador deixe 
herança ou legado para prole eventual, ou seja, para o filho futuro de alguém. 
Ex: Você faz testamento deixando 10% do que tem para o filho futuro de sua 
melhor amiga (art.1799, I, C.C.). 
 
Neste caso sua amiga deve estar viva ao tempo de seu falecimento, em 
primeiro lugar porque o filho será dela e em segundo porque, a princípio, ela é 
quem irá administrar a quota que o beneficia até que venha a nascer (art.1800, 
caput e parágrafo primeiro, C.C.). 
 
Todavia, o filho futuro deve ser concebido no prazo máximo de dois anos da 
morte do de cujus sob pena de ineficácia da deixa testamentária (art.1.800, 
parágrafo quarto, C.C.). 
 
Os parágrafos segundo e terceiro do art.1799 C.C. permitem ainda que o 
testamento beneficie pessoa jurídica. 
 
A capacidade sucessória e a inseminação artificial post mortem 
 
Surge uma questão polêmica referente ao filho concebido por inseminação 
artificial post mortem: sua capacidade sucessória e o princípio da igualdade 
entre os filhos. 
 
O Artigo 1.597, inciso III, do Código Civil presume a filiação quando da 
fecundação artificial, desde que com a autorização do marido e da esposa, o 
que significa que o filho nascido desse método, ainda que após o falecimento 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 18 
do marido, presumidamente é seu, o que conflita com a capacidade sucessória 
vista no Artigo 1.798 do Código Civil. 
 
Em se tratando de herança legítima o art.1798 do C.C., como mencionado 
anteriormente, só atribui capacidade sucessória à pessoa viva ao tempo da 
abertura da sucessão, ou pelo menos concebida, não incluindo o inseminado 
post mortem. 
 
No entanto, se o marido deixar autorização por escrito autorizando a 
implantação do embrião congelado em sua esposa, após a sua morte, e ela 
assim o fizer, nascendo essa criança muito se discute a respeito de seu direito 
hereditário. 
 
“Artigo 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: 
(...) 
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido. 
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, 
decorrentes de concepção artificial homóloga;” 
 
A norma é clara no sentido de que o Código Civil atual presume a paternidade 
do inseminado post mortem, desde que o procedimento tenha sido autorizado 
previamente pelo homem e pela mulher (Resolução 1957/10 e enunciado 106 
da I JDC), mas o Código Civil nada dispõe acerca dos direitos sucessórias da 
criança futura. 
 
Sendo a doutrina divergente a respeito do tema, existem três correntes: 
 
1. A primeira corrente não admite nenhum direito ao filho inseminado após 
a morte do pai. Essa corrente entende que a morte revoga a autorização 
da reprodução assistida e, seguindo a linha do direito alemão, não 
concede a ela direitos, ou seja, a mãe não teria legitimidade para dar 
continuidade a um projeto familiar sem a presença do marido. 
 
2. A segunda corrente admite que o concebido post mortem tenha os 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 19 
diretos relativos à Família, porém não admite os referentes a Sucessões, 
admitindo, porém, que seja incluído através do testamento na condição 
de prole eventual, de acordo com o art.1799, I e 1800, parágrafo quarto, 
do C.C. 
 
3. A terceira e última corrente entende que o filho concebido após a morte 
do pai goza de plenos direitos, tanto no âmbito do Direito de Família 
quanto no âmbito do Direito das Sucessões, independentemente de 
testamento: podem ser registrados com o nome do falecido e terão 
direitos sucessórios em igualdade com os outros filhos. O Ilustre Caio 
Mario da Silva Pereira é adepto dessa corrente e a jurisprudência 
majoritária também (III Jornada de Direito Civil, enunciado 267). 
 
Com o advento do provimento 52 de 14 de março de 2016, a Corregedoria 
Nacional de Justiça no artigo 1º, § 1º, estabeleceu que os pais em união 
estável poderão se valer da presunção de paternidade nos mesmo moldes que 
no casamento, aplicando-se a esta, portanto, todas as considerações 
anteriores. 
 
Atenção! 
Publicado no DO em 15 mar 2016 
 
Dispõe sobre o registro de nascimento e emissão da respectiva certidão dos 
filhos havidos por reprodução assistida 
 
A Corregedora Nacional de Justiça, Ministra Nancy Andrighi, no uso de suas 
atribuições legais e constitucionais; 
Considerando o previsto no art. 227, § 6º, da Constituição Federal, e no art. 
1.609 do Código Civil; 
Considerando as disposições do Provimento nº 13/2010 da Corregedoria 
Nacional de Justiça, bem como da Resolução nº 175/2013 deste Conselho; 
Considerando o acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal, em 
05.05.2011, no julgamento conjunto da ADPF nº 132/RJ e da ADI nº 4277/DF, 
em que foi reconhecida a união contínua, pública e duradoura entre pessoas do 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 20 
mesmo sexo como família, com eficácia erga omnes e efeito vinculante para 
toda a Administração Pública e os demais órgãos do Poder Judiciário; 
 
Considerando o acórdão proferido pela Quarta Turma do Superior Tribunal de 
Justiça, em 25/10/2011, no julgamento do REsp 1.183.378/RS, que garantiu às 
pessoas do mesmo sexo o direito ao casamento civil; 
 
Considerando a Resolução nº 2.121/2015, do Conselho Federal de Medicina, 
que estabelece as normas éticas para o uso de técnicas de reprodução 
assistida, tornando-a o dispositivo deontológico a ser seguido por todos os 
médicos brasileiros; 
 
Considerando a necessidade de uniformização em todo território nacional do 
registro de nascimento e da emissão da respectiva certidão para os filhos 
havidos por técnica de reprodução assistida, de casais heteroafetivos e 
homoafetivos. 
 
Resolve: Art. 1º O assento de nascimento dos filhos havidos por técnicas de 
reprodução assistida, será inscrito no livro "A", independentemente de prévia 
autorização judicial e observada a legislação em vigor, no que for pertinente, 
mediante o comparecimento de ambos os pais, seja o casal heteroafetivo ou 
homoafetivo, munidos da documentação exigida por este provimento.§ 1º Se 
os pais forem casados ou conviverem em união estável, poderá somente um 
deles comparecer no ato de registro, desde que apresentado o termo referido 
no art. 2º, § 1º, inciso III deste Provimento. 
 
Exclusão do herdeiro indigno 
A natureza jurídica da exclusão por indignidade é matéria controvertida na 
doutrina, uns entendem tratar-se de situação equivalente a incapacidade 
sucessória, uma falta de aptidão para receber a herança. 
Outra corrente doutrinária entende ser uma penalidade imposta ao herdeiro 
indigno por ter praticado algum ato contra o autor da herança previsto no rol 
do Artigo 1.814 do Código Civil. 
21 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 
 
 
 
A sentença penal condenatóriaterá efeitos na decisão de exclusão, nas palavras 
de Claudia de Almeida Nogueira. 
 
A exclusão por indignidade se dá mediante ação própria, movida por 
interessado, herdeiro ou legatário, contra o indigno, a qual segue o rito comum, 
após a data do óbito, em até quatro anos, pois o Artigo 1.815 do Código Civil 
faz previsão desse prazo decadencial (provando as causas da exclusão e 
considerando os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa). 
 
Vale lembrar que o Ministério Público tem legitimidade ativa na ação de 
exclusão por indignidade, como foi decidido na I Jornada de Direito Civil do 
Conselho da Justiça Federal em enunciado nº 116: 
“116 – Art. 1.815: O Ministério Público, por força do art. 1.815 do novo Código 
Civil, desde que presente o interesse público, tem legitimidade para promover 
ação visando à declaração da indignidade de herdeiro ou legatário”. 
 
Os efeitos da sentença de exclusão retroagem à data da morte, o que significa 
que o indigno deve devolver tudo que recebeu, com frutos e rendimentos, 
desde que a partilha já tenha sido feita quando da imutabilidade da sentença 
(art.1817, parágrafo único, C.C.). Se, entretanto, o indigno já tiver alienado 
algum bem antes da decisão, a alienação será válida considerando a boa-fé do 
terceiro (art.1817, caput, C.C.). 
 
De acordo com o art.1816 do C.C. o excluído é considerado pré-morto para os 
efeitos da lei, o que significa que seus sucessores receberão a herança ou o 
legado no seu lugar, por representação. Importante esclarecer, contudo, que 
ainda que seus filhos sejam menores, o indigno não se aproveita dessa 
herança, nem como usufrutuário e nem mesmo como sucessor eventual do 
patrimônio. 
 
“Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os 
descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele 
22 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 
 
 
morto fosse antes da abertura da sucessão. 
 
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito 
ao usufruto ou à administração dos bens que a seus 
sucessores couberem na herança, nem à sucessão 
eventual desses bens.” 
 
 
Isso ocorre em razão do Princípio da Intranscendência ou Personalidade da 
Pena, por meio do qual a pena não pode ultrapassar a pessoa do culpado. Além 
disso, o art.1851 do C.C. admite a herança por representação na hipótese da 
pré-morte, e a lei trata os indignos e os deserdados como pré-mortos, 
exatamente para que seus descendentes possam herdar por representação. 
 
O indigno poderá ser reabilitado, se o autor da herança fizer uma declaração 
por escrito; se fizer apenas uma contemplação por testamento posterior, o 
indigno fará jus apenas ao bem que foi estipulado pelo falecido, conforme 
Artigo 1.818 do Código Civil. 
 
“Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem 
a exclusão da herança será admitido a suceder, se o 
ofendido o tiver expressamente reabilitado em 
testamento, ou em outro ato autêntico. Parágrafo único. 
Não havendo reabilitação expressa, o indigno, 
contemplado em testamento do ofendido, quando o 
testador, ao testar, já conhecia a causa da indignidade, 
pode suceder no limite da disposição testamentária.” 
 
 
Ordem de vocação hereditária 
A ordem de vocação hereditária é a ordem legal de chamamento das classes a 
suceder, conforme o que estabelece o Artigo 1.829 do Código Civil. 
 
A ordem de vocação hereditária será utilizada quando o falecido não deixar 
testamento; ou se o testamento for nulo ou caduco; ou, ainda, se o testamento 
23 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 
 
 
mencionou apenas parte do patrimônio; e, por último, se deixar herdeiros 
necessários. 
 
Herdeiros Necessários, também chamados de Reservatários, são aqueles para 
os quais a lei reserva a metade do que o morto tinha, de acordo com o art.1846 
do C.C. Essa metade, para eles reservada, é chamada de Legítima, e a 
princípio, não pode ser afastada, salvo por efeito da deserdação. 
 
Os Herdeiros necessários são o cônjuge, os descendentes e os ascendentes de 
acordo com a literalidade do art.1845 do C.C, mas a jurisprudência atualmente 
considera o companheiro também incluso nesse rol. 
 
Os herdeiros necessários, elencados no Artigo 1.845 do Código Civil, têm a 
metade dos bens do falecido, como estabelece o Artigo 1.846 do mesmo 
diploma legal, e não podem ser afastados por testamento, salvo nas hipóteses 
de deserdação. 
 
Eles não se confundem com os herdeiros legítimos elencados no Artigo 1.829. 
Os herdeiros necessários também são legítimos, mas nem todo herdeiro 
legitimo é necessário, como é o caso dos colaterais. 
 
Herdeiros legítimos são aqueles descritos no art.1829 do C.C., ou seja, aqueles 
que podem vir a suceder, obedecida a ordem lá descrita, e herdeiros 
necessários são os herdeiros legítimos para os quais a lei reserva a metade da 
herança. Os colaterais são legítimos mas não são necessários, motivo pelo qual 
podem ser afastados da herança livremente, sem qualquer motivo, bastando 
que o falecido tenha deixado testamento excluindo-os ou deferindo toda a 
herança a terceiros. 
 
“Artigo 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o 
cônjuge. 
 
Artigo 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade 
dos bens da herança, constituindo a legítima.” 
24 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 
 
 
 
Os herdeiros serão chamados a suceder de acordo com a ordem legal, seguindo 
a regra de que a classe mais próxima afasta a mais remota. 
 
 
Dessa forma, se existirem descendentes, herdeiros previstos no inciso I do 
referido Artigo 1.829, não serão chamados a suceder os ascendentes, 
considerados herdeiros da segunda classe. E, ainda, o descendente de grau 
mais próximo exclui a herança do herdeiro mais remoto, ou seja, se existir filho 
legitimado a suceder, os netos não herdarão por direito próprio. 
 
 
Modos de suceder 
São três os modos de suceder previstos no nosso ordenamento jurídico: 
 
 
 Sucessão por direito próprio 
Esse modo de suceder ocorre quando todos os sucessores são do mesmo 
grau como, por exemplo, na hipótese em que todos são filhos ou todos 
são netos do autor da herança. 
 Sucessão por direito de representação 
É uma exceção à regra de que o mais próximo exclui o mais remoto, 
caso haja diversidade de graus entre os herdeiros. Os mais próximos 
recebem por direito próprio e os demais por representação. Esse modo 
de suceder tem lugar se houver herdeiro pré-morto concorrendo com 
outros do mesmo grau, vivos; lembrando que o indigno e/ou o 
deserdado são tratados como pré-mortos. 
 Sucessão por direito de transmissão 
Esse modo se dá quando o herdeiro que estava vivo ao tempo da 
abertura da sucessão morre antes de aceitar a herança transmitindo esse 
direito (direito de aceitação) a seus sucessores (art.1809 C.C.). 
 
Modos de partilhar 
 
São três os modos de suceder previstos no nosso ordenamento jurídico: 
 
25 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 
 
 
 
 
 Divisão por cabeça 
Essa divisão é adequada quando os herdeiros estão no mesmo 
degrau da escada parental, ou seja, quando possuem o mesmo 
grau de parentesco para com o falecido, sucedendo por direito 
próprio e dividindo-se a herança igualmente pelo número de 
cabeças/pessoas. Ex: Você faleceu e deixou quatro filhos. Todos 
receberão em partes iguais. 
 
 Divisão por Estirpe 
Modo adequado para a sucessão por representação, hipótese em 
que os herdeiros não estão todos no mesmo degrau da escada 
parental, não possuindo o mesmo grau de parentesco para com o 
morto, havendo concorrência de estirpes. Nestecaso a herança não 
será dividida igualmente pelo número de cabeças/pessoas 
envolvidas na sucessão. Ex: Você faleceu e deixou quatro filhos, 
dos quais um é pré-morto. Tendo o pré-morto deixado dois filhos, 
cada um herda a oitava parte da herança, já que seu pai, assim 
como os irmãos dele, tem direito a quarta parte dessa herança. 
 
 Divisão por Linha 
Utilizada na sucessão dos ascendentes, quando a herança deve ser 
dividida entre a linha materna e paterna, seguindo ainda a regra 
que o grau mais próximo exclui o mais remoto. Assim sendo, se na 
linha materna existir parente vivo de grau mais próximo, esse 
recebe, e o da linha paterna de grau mais afastado não fará jus à 
herança. Ex: Você falece e deixa dois avós maternos, um avô 
paterno e uma bisavó paterna. Nesta hipótese a bisavó não herda 
já que existem ascendentes de grau mais próximo ao de cujus, 
sucedendo apenas os avós. Além disso, a divisão entre os avós não 
obedecerá o número de pessoas, mas o número de linhas, ou seja, 
os avós da linha materna receberão a metade da herança e o avô 
da linha paterna receberá a outra metade (art. 1836, parágrafos 
26 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 
 
 
primeiro e segundo, C.C.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 
 
 
Referências 
ALBUQUERQUE FILHO, Carlos Cavalcanti. Fecundação Artificial post 
mortem e o Direito Sucessório. Disponível em: 
<www.esmape.com.br/downloads/mat_profa_mariarita/prof_maria_rita_7.doc- 
>. Acesso em: 18 ago. de 2014. 
 
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Civil. Vol. 5. 3ª ed. São Paulo: 
Saraiva, 2010. 
 
DIAS, Maria Berenice. Manual das Sucessões. 2ª ed. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2011. 
 
GOMES, Orlando. Sucessões. 14ª ed., atualizada por Mário Roberto Carvalho 
de Faria. Rio de Janeiro: Forense, 2007. 
 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. VII. 6ª ed. São 
Paulo: Saraiva, 2012. 
 
NOGUEIRA, Cláudia de Almeida. Direito das Sucessões: Comentários à Parte 
Geral e à Sucessão Legítima. 3ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007. 
 
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito Civil. Vol. IV. 19ª ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2006. 
 
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Sucessões. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2006. 
 
TARTUCE, Flávio; SIMÃO, José Fernando. Direito civil: direito das sucessões. 
São Paulo: Método, 2007. 
 
VELOSO, Zeno. Comentários ao Código Civil. Vol. 21. São Paulo: Saraiva, 
2003. 
 
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direito das sucessões. Vol. VII. 10ª ed. 
São Paulo: Atlas, 2010. 
28 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 
 
 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
 
As atuais regras normativas do Direito Sucessório aplicam-se a todas às 
sucessões abertas a partir da entrada em vigor do atual Código Civil. Certo ou 
errado? 
a) Certa 
b) Errada 
 
 
Questão 2 
A propriedade e a posse dos bens são transmitidas aos herdeiros no momento 
da abertura da sucessão. Certo ou errado? 
a) Certa 
b) Errada 
 
 
Questão 3 
Os filhos do herdeiro renunciante herdam por representação. Certo ou errado: 
a) Certa 
b) Errada 
 
 
Questão 4 
Os atos de aceitação ou de renúncia da herança são irrevogáveis. Certo ou 
errado? 
a) Certa 
b) Errada 
 
 
Questão 5 
Para que a renúncia seja caracterizada, deve esta ocorrer sem condições nem 
termo, pois, se houver cláusulas em que o herdeiro pretender beneficiar 
outrem, não se pode falar em renúncia, pois ocorreu, na realidade, a aceitação 
da herança e posterior doação. Certo ou errado? 
a) Certa 
b) Errada 
29 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 
Questão 10 
 
 
Se um indivíduo falecer sem deixar descendentes, mas deixando bens e avós 
paternos e bisavó materna, os ascendentes herdarão por linha. Assim, a 
herança será dividida em partes iguais, ou seja, 50% para os avós paternos e 
50% para a bisavó materna. Certo ou errado? 
a) Certa 
b) Errada 
 
 
Questão 7 
A aceitação é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os 
negócios jurídicos, extinguindo-se em quatro anos o direito de anulá-la. Certo 
ou Errado? 
a) Certa 
b) Errada 
 
 
Questão 8 
Os atos de aceitação ou de renúncia da herança são revogáveis. Certo ou 
errado? 
a) Certa 
b) Errada 
 
 
Questão 9 
Sobre o direito de representação na sucessão é correto afirmar: 
a) Não se representa herdeiro excluído da sucessão por deserdação ou 
indignidade. 
b) O direito de representação limita-se aos parentes na linha reta. 
c) Na linha colateral a representação não ultrapassa o filho de irmão pré-
morto; 
d) Se uma pessoa falece e deixa dois filhos pré-mortos – A e B, sendo que 
A tinha um filho, chamado Carlos, e B tinha dois filhos, chamados, 
respectivamente, Jéssica e Alberto, Carlos receberá 50% da herança e o 
restante será dividido entre Jéssica e Alberto. 
30 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 
Questão 10 
 
 
 
(Gestão de Concursos - 2014 - TJ-MG) Quanto ao direito de representação na 
sucessão legítima, é INCORRETO afirmar que: 
 
a) Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o 
representado, se vivo fosse. 
b) Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor 
dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem. 
c) O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na 
ascendente. 
d) O renunciante à herança de uma pessoa não poderá representá-la na 
sucessão de outra. 
31 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 
 
 
 
 
Aula 1 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
Justificativa – A lei material aplicável a sucessão é aquela vigente ao tempo da 
morte do autor da herança 
 
Questão 2 - A 
Justificativa – Princípio da Saisine – art. 1.784 do Código Civil 
 
 
Questão 3 - B 
Justificativa - Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro 
renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os 
outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à 
sucessão, por direito próprio, e por cabeça. 
 
Questão 4 - A 
Justificativa - Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia 
da herança. 
 
Questão 5 - A 
Justificativa – A renúncia propriamente dita é a abdicativa a renúncia translativa 
implica em uma aceitação tácita e uma posterior doação, gerando imposto 
intervivos, além do mortis causa. 
 
Questão 6 - B 
Justificativa – Na sucessão do ascendente o grau mais próximo exclui o mais 
remoto. 
32 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 
 
 
 
Questão 7 - A 
Justificativa – A aceitação é negócio jurídico unilateral e pode ser anulado pelos 
defeitos na manifestação de vontade. 
 
Questão 8 - B 
Justificativa – Não se pode revogar os atos de aceitação e de renúncia a 
herança - art.1812 do C.C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 
 
 
 
 
Introdução 
 
Nesta aula, estudaremos a ordem de vocação hereditária, o que representa no 
direito brasileiro e como será partilhada a herança do extinto. Veremos a 
sucessão dos descendentes, seu modo de suceder e de partilhar a herança, 
frente ao princípio da igualdade entre os filhos. 
 
Apresentaremos também a sucessão dos descendentes em concorrência com o 
cônjuge e a influência do regime de bensnessa concorrência. 
 
Entenderemos a capacidade sucessória do cônjuge e as hipóteses em que este 
tem direito real de habitação, conforme o Código Civil de 2002. 
 
Objetivo: 
 
1. Estudar a ordem de vocação hereditária, a sucessão dos descendentes, o 
modo de suceder e de partilhar e o direito de representação; 
 
2. Apresentar os aspectos controversos sobre o tema e a influência do regime 
de bens e entender o direito real de habitação do cônjuge, conforme o Código 
Civil de 2002. 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 34 
 
Conteúdo 
 
Vocação hereditária 
A sucessão legítima, como vimos na aula passada, tem lugar quando o autor da 
herança falece sem deixar testamento; o testamento não abrangeu todos os bens 
ou se o testamento for invalidado, por nulidade ou caducidade. Assim, preceitua 
o Artigo 1.788 do Código Civil: 
 
“Artigo 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos 
herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem 
compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento 
caducar, ou for julgado nulo”. 
 
 
O morto que deixa os chamados herdeiros necessários, a saber, descendentes, 
ascendentes e cônjuge, nos termos do Artigo 1.845 do diploma civil, deve 
garantir que esses recebam ao menos cinquenta por cento do patrimônio, 
conforme o Artigo 1.846 do Código Civil. Vale lembrar que na vigência do Código 
Civil de 1916 o cônjuge não ocupava o status de herdeiro necessário e poderia 
ser então, afastado por testamento. 
 
Isso significa que os herdeiros necessários não podem ser afastados da 
integralidade dos bens, salvo por uma das causas da deserdação. 
 
“Artigo 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da 
metade da herança. 
 
Artigo 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o 
cônjuge. 
 
Artigo 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos 
bens da herança, constituindo a legítima". 
 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 35 
Importante esclarecer que ainda que a legítima, nome que se dá à metade dos 
bens reservada aos herdeiros necessários, pode se formar a partir de cinquenta 
por cento do patrimônio ou a partir de vinte e cinco por cento deste. Ex: José é 
casado em regime de comunhão total de bens com Yara. Neste caso José só 
detém cinquenta por cento do patrimônio, pertencendo a outra metade à sua 
esposa. Da sua meação, José só tem liberdade para dispor de vinte e cinco por 
cento para quem quiser (metade disponível), e a outra metade, ou seja, os 
outros 25 %, constitui a legítima. 
 
Legítima 
 
Cumpre esclarecer que o cálculo da legítima será feito nos termos determinados 
no Artigo 1.847 do Código Civil, mas antes de calcular o montante da herança 
deixada é fundamental que se separe a meação do cônjuge, se casado por algum 
regime de bens que comunica patrimônio. 
 
 
“Artigo 1.847. 
Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, 
abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando- se, em seguida, o 
valor dos bens sujeitos a colação". 
 
 
Da sucessão dos descendentes 
O Artigo 1.829 do Código Civil, que traz a ordem de vocação hereditária e 
estabelece no inciso I, que os descendentes serão os primeiros a serem 
chamados a suceder, são considerados os de primeira classe. Outros herdeiros 
só serão chamados à sucessão se esgotarem os descendentes. 
 
Além disso, o direito sucessório deve respeitar o princípio constitucional da 
igualdade entre os filhos, não importando a origem da filiação. Antes da 
Constituição de 1988 era admissível que filhos, de origens diferentes (natural e 
adotado), recebessem quinhões hereditários distintos, mas a partir de então 
todos os filhos devem ter o mesmo tratamento (art.1596 do C.C.). 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 36 
 
Entretanto, nada impede que o ascendente prestigie um dos descendentes em 
detrimento dos outros, através de testamento, com sua metade disponível. Ex: 
Um pai pode deixar toda a sua metade disponível para apenas um dos filhos, 
desde que o faça através de testamento, de forma clara. Contudo, isso não 
guarda e nem deve guardar relação com a origem da filiação, sob pena de 
nulidade da deixa testamentária por violação à norma de ordem pública (art. 
1596 do C.C., com fundamento no art.227, parágrafo sexto, da CRFB), a qual 
não admite qualquer discriminação entre filhos. 
 
Atenção 
“Artigo 227. 
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao 
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, 
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão. 
§ 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou 
por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer 
designações discriminatórias relativas à filiação". 
 
 
Além do sistema de classes a lei civil estabelece a proximidade de graus que é 
determinante para garantir o direito a herança, como expressamente previsto 
no Artigo 1.833 do Código Civil. Assim, se o falecido deixou filhos e netos, os 
filhos herdam e os netos não, salvo por representação caso um dos filhos seja 
pré-morto. 
 
Como dito anteriormente, o modo de partilhar poderá ser por cabeça ou por 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 37 
estirpe, conforme o que estabelece o Artigo 1.835 do Código Civil. 
 
Assim, se todos os descendentes legitimados a suceder forem filhos do falecido, 
ou seja, se os sucessores estiverem todos “no mesmo degrau da escada 
sucessória”, tendo o mesmo grau de parentesco para com o morto, a herança 
será dividida igualmente entre eles, hipótese em que a sucessão é chamada de 
herança por cabeça, já que a divisão obedece o número de cabeças envolvidas. 
Se forem apenas netos, também será dividida igualmente. Contudo, se houver 
filhos concorrendo com netos, ou seja, os filhos herdando por direito próprio e 
os netos por representação de algum filho pré-morto, a partilha será por 
estirpe, pois neste caso existe concorrência de estirpes, de classes, “de degraus 
da escada sucessória”. 
 
 
(Figura ilustrativa da sucessão dos descendentes de primeira classe) 
 
 
 
Atenção! 
Vale lembrar que o direito de representação é admitido na classe de 
descendentes, nas hipóteses de pré-morte, indignidade ou deserdação do 
herdeiro de grau mais próximo e passam a receber o correspondente a esse 
quinhão seus sucessores, por direito de representação (art.1851 C.C.). 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 38 
A indignidade e a deserdação são tratadas como hipóteses de pré-morte 
(art.1816 C.C.). 
 
O cálculo do quinhão do herdeiro será na sucessão por direito próprio a divisão 
do montante entre o número de herdeiros, cada um recebe o valor igual. Partilha 
por cabeça. 
 
 
Nesse exemplo a herança seria dividida em 50% para cada filho. 
 
Nesse exemplo cada neto recebe 1/3 da herança por direito próprio. 
 
 
Vale lembrar que o direito de representação é admitido na classe de 
descendentes, nas hipóteses de pré-morte, indignidade ou deserdação do 
herdeiro de grau mais próximo e passam a receber o correspondente a esse 
quinhão seus sucessores, por direito de representação (art.1851 C.C.). 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 39 
 
 
Nesse quadroo filho vivo recebe a metade da herança e a outra metade será 
dividida entre os netos, filhos do filho pré-morto por direito de representação. 
 
Sucessor renunciante 
Relembrando; de acordo com os artigos 1810 e 1811, do C.C., o sucessor 
renunciante faz acrescer a sua parte ao monte hereditário e os descendentes de 
mesmo grau dividirão entre si a sua quota parte. Os descendentes do renunciante 
não terão direito de representação, só farão jus à herança se for direito próprio. 
Ex: Considerando o seu falecimento, se um de seus filhos renuncia à herança, os 
irmãos dele, seus outros filhos, recebem no seu lugar, dividindo-se a quota do 
renunciante em partes iguais, mas se todos os seus filhos renunciam à herança, 
seus netos herdam por direito próprio e por cabeça. 
 
Sucessor indigno 
O sucessor indigno transmite o direito que perde aos seus descendentes por 
direito de representação (art.1816 do C.C.), entretanto, caso todos os herdeiros 
do mesmo grau sejam indignos, os de grau mais remoto (grau seguinte) recebem 
por direito próprio e não por representação. Isso ocorre porque nesta última 
hipótese os sucessores estão todos no “mesmo degrau da escada sucessória”. 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 40 
 
 
Se F1 renuncia a herança sua parte vai para os herdeiros da mesma classe, que neste caso é seu irmão F2. Os 
filhos do renunciante não herdam por representação. 
 
 
 
 
Se todos os herdeiros renunciam (F1 e F2), a herança é deferida à classe seguinte, por direito próprio e por 
cabeça (arts.1810 e 1811, do C.C.). 
 
 
Sucessão dos descendentes e concorrência do cônjuge 
O Artigo 1.829, inciso I, do Código Civil, permite que cônjuge concorra na 
herança com os descendentes, dependendo do regime de bens pelo qual era 
casado com o morto. 
 
“Artigo 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se 
casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da 
separação obrigatória de bens (Artigo 1.640, parágrafo único); ou se, no regime 
da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares". 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 41 
 
A análise do artigo deixa claro que quando o cônjuge sobrevivente concorre com 
descendentes, tem direito de herdar apenas sobre os bens particulares do 
falecido, e isso porque o artigo 1829 do C.C. só permite essa concorrência em 
dois regimes: comunhão parcial, desde que o falecido tenha deixado bens 
particulares, e separação convencional, em que só existem bens particulares 
(enunciado 270, III JDC). 
 
A lei prefere os descendentes a qualquer outro parente, portanto restringe o 
direito de herança do consorte sobrevivente aos bens particulares. (Enunciado 
270 da III JDC). 
 
 
Requisitos para o cônjuge ser herdeiro 
O cônjuge, para ser herdeiro, tem que cumprir os requisitos estabelecidos no 
Artigo 1.830 do Código Civil, isto é, não pode estar separado judicialmente, nem 
divorciado ao tempo da morte do de cujus. 
O separado de fato pode suceder desde que a separação não tenha ultrapassado 
o prazo de dois anos do falecimento, caso contrário só terá direito à herança se 
não for culpado pela separação. 
“Artigo 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente 
se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem 
separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa 
convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente". 
Sobre a ausência de culpa, Paulo Nader aduz que “a necessidade de se provar a 
ausência de culpa é incompatível com a natureza do inventário... Esta deve ser 
examinada em feito à parte, cabendo aos demais herdeiros provar a culpa do 
cônjuge sobrevivo. A este compete apenas habilitar-se no inventário e defender-
se, caso os interessados ajuízem ação própria.” 
 
 
 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 42 
Direito real de habitação do cônjuge supérstite 
 
Na época da vigência do Código Civil de 1916, quando o de cujus deixava 
descendente ou ascendente, ao cônjuge sobrevivente era assegurado o usufruto 
vidual (usufruto legal) desde que não fosse meeiro, ou o direito real de 
habitação, se fosse meeiro, entretanto casado pelo regime de comunhão total e o 
falecido só deixasse um único imóvel de natureza residencial a ser inventariado. 
 
O Código Civil de 2002 não prevê o usufruto vidual, mas em compensação 
confere direito real de habitação em todas as hipóteses, ou seja, qualquer que 
seja o regime pelo qual o cônjuge sobrevivente tenha se casado com o falecido, 
desde que este tenha deixado um só imóvel de natureza residencial e lá residisse 
com o consorte sobrevivente ao tempo do falecimento. 
 
Além disso, o Artigo 1611, parágrafo 2º do Código Civil 1916, previa uma 
condição resolutiva para a extinção do direito real de habitação, qual seja, se o 
viúvo casasse novamente ou contraísse união estável perderia o direito. O atual 
diploma legal não traz a mesma cláusula, assim, se o cônjuge sobrevivente casar 
novamente ou passar a viver em união estável com alguém, continuará tendo 
direito real de habitação (jurisprudência majoritária). 
 
Atenção! 
Importante esclarecer também que o posicionamento jurisprudencial majoritário 
admite renúncia ao direito real de habitação, como consta do enunciado 271 da 
III JDC: “Art. 1.831: O cônjuge pode renunciar ao direito real de habitação nos 
autos do inventário ou por escritura pública, sem prejuízo de sua participação na 
herança”. 
Por fim, vale mencionar que o artigo que trata do direito real de habitação 
(art.1831 do C.C.) refere-se ao cônjuge, e não ao companheiro, mas a 
jurisprudência majoritária já estende a sua aplicação aos companheiros. 
 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 43 
 
O casado sob o regime de comunhão universal de bens em 
concorrência com descendentes 
 
Nesse caso não haverá concorrência do cônjuge sobrevivo com os 
descendentes porque o cônjuge sobrevivente já tem direito a metade de tudo 
deixado pelo de cujus, ou praticamente de tudo, a título de meação, motivo 
pelo qual o legislador não achou necessário lhe conceder parcela a mais do 
patrimônio a título de herança. 
 
Na concepção do legislador, a meação já lhe garante proteção suficiente. 
 
O casado sob o regime de separação obrigatória de bens 
em concorrência com descendentes 
 
Nesta hipótese também não há concorrência do cônjuge sobrevivo com os 
descendentes, pois entende-se que a separação de bens é permanente e a 
possibilidade de concorrência com os descendentes poderia deixar a lei sem 
sentido, já que este regime se dá por imposição da própria lei, ou seja, se a 
separação é imposta significa que o legislador não queria comunicação de 
bens entre os cônjuges, nem em vida, nem depois da morte. 
 
Observação: Não se pode esquecer que nesse regime de bens os aquestos se 
comunicam de acordo com a Súmula nº 377 do STF: “Súmula 377 - No regime 
de separação legal de bens, comunicam-se os bens adquiridos na constância 
do casamento". Contudo, a súmula se refere à meação e não à herança e esta 
meação, de acordo com a jurisprudência majoritária, recai apenas sobre os 
bens adquiridos, depois do casamento, pelo esforço patrimonial de ambos os 
cônjuges. 
 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 44 
 
 
O casado sob o regime da comunhão parcial de bens em 
concorrência com descendentes 
 
 O falecido não tem bens particulares 
Não há concorrência do cônjuge sobrevivo, com os descendentes se 
adotado o regime legalde bens. O sobrevivente será meeiro, mas não 
será herdeiro já que o autor da herança não deixou bens particulares. 
Isto ocorre porque o cônjuge sobrevivente, nesta hipótese, tem a metade 
de tudo, não necessitando de herança. 
 
 O falecido possui bens particulares 
Nesse caso o cônjuge será meeiro dos aquestos e herdeiro dos bens 
particulares juntamente com os descendentes. 
 
 
O casado sob o regime da separação convencional de bens em 
concorrência com descendentes 
 
Considerando que o cônjuge, quando concorre com descentes, só herda sobre 
bens particulares, e levando em conta que neste regime só existem bens 
particulares, o consorte sobrevivente não tem direito à meação, mas 
concorrerá, sobre toda a herança, com os descendentes, dividindo-a igualmente 
com os filhos. 
 
 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 45 
O casado sob o regime da participação final nos aquestos 
em concorrência com descendentes 
 
O Código Civil não menciona como será a sucessão do descendente em 
concorrência com o cônjuge casado sob esse tipo de regime de bens. Assim, o 
Conselho da Justiça Federal, na III Jornada de Direito Civil, decidiu no 
enunciado nº 270 que esse regime teria tratamento idêntico ao do casado sob 
o regime da comunhão parcial de bens. 
 
 O falecido não tem bens particulares 
 
 
 
 O falecido possui bens particulares 
 
 
 
 
 
Quinhão do cônjuge ao concorrer com descendentes 
 
Se concorrer com descendentes comuns terá direito a quinhão igual ao deles, 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 46 
conforme Artigo 1.832 do Código Civil, o cônjuge recebe quinhão igual ao dos 
descendentes, mas com a ressalva da quota mínima de um quarto da herança. 
 
 
 
Nessa hipótese ¼ fica reservado ao cônjuge e o restante será dividido 
igualmente entre os filhos. 
 
Se concorrer apenas com filhos do falecido, o cônjuge sobrevivente receberá 
quinhão idêntico ao deles, mas não tem direito à chamada “quota reservada”. 
 
 
 
 
O cônjuge que concorre com filiação híbrida, isto é, filhos do falecido em 
concorrência com filhos comuns, não se fala, também, em quota reservada, 
pois poderia ocasionar prejuízo aos filhos, o que contrariaria o que estabelece o 
princípio da igualdade entre os filhos, já estudado anteriormente. 
 
 
 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 47 
 
Atividade proposta 
 
Maria, falecida em 2012, era casada com José, sob regime da comunhão parcial 
de bens. Durante o casamento, os cônjuges não adquiriram bens. O casal teve 
2 filhos. O filho nº 1 teve 3 filhos e faleceu em 2005. O filho nº 2 teve 2 filhos e 
renunciou à herança de sua mãe. O patrimônio deixado por Maria foi 
totalmente adquirido antes do casamento. Como será sua sucessão? 
 
Chave de resposta: 
 
A princípio, os netos deveriam herdar por representação do primeiro filho, pré-
morto, mas considerando que o segundo filho renunciou à herança, e ele era, a 
época da renúncia, o único herdeiro da sua classe, aplica-se o art.1811 do C.C. 
e não o art.1810 do C.C. O art. 1811 do C.C. prevê que quando o renunciante 
for o único da sua classe, a herança é entregue à classe seguinte, incluindo 
seus filhos, que neste caso não herdarão por representação, mas por direito 
próprio e por cabeça. Entretanto, no caso concreto, o renunciante não deixou 
descendentes; a classe seguinte é ocupada apenas pelos filhos do pré-morto, 
que da mesma forma não vão herdar por representação e sim por direito 
próprio e por cabeça. Isso ocorre porque sempre que os herdeiros estiverem 
todos na mesma classe, ou seja, “no mesmo degrau da escada sucessória”, o 
grau de parentesco deles para com o morto é o mesmo e não justifica uma 
divisão desigual. Desta forma, os netos herdarão por direito próprio e a partilha 
será por cabeça. José também é herdeiro, pois a herança recai sobre bens 
particulares e terá direito à quota mínima de ¼ da herança, pois concorre 
apenas com descendentes comuns. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 48 
 
Referências 
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil. v. 5 - Família e sucessões. 3. 
ed. São Paulo: Saraiva, 2010. 
 
DIAS, Maria Berenice. Manual das sucessões. 2. ed. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2011. 
 
FILHO, Carlos Cavalcanti Albuquerque. Fecundação artificial post mortem e 
o direito sucessório. Disponível em: 
"http://www.esmape.com.br/downloads/mat_profa_mariarita/prof_maria_rita_7 
.doc". Acesso em: 18 ago. 2014. 
 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 6. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2012. v. VII. 
 
GOMES, Orlando. Sucessões. 14. ed. atualizada por Mário Roberto Carvalho de 
Faria. Rio de Janeiro: Forense, 2007. 
 
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil. 37. ed. atualizada 
por Ana Cristina de Barros Monteiro França Pinto. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
NOGUEIRA, Cláudia de Almeida. Direito das sucessões - Comentários à 
parte geral e à sucessão legítima. 3. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007. 
 
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de direito civil. v. IV - Sucessões, 
atualizado após o CC 2002. 19. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006. 
 
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das sucessões. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2006. 
 
TARTUCE, Flávio; SIMÃO, José Fernando. Direito civil: direito das 
sucessões. São Paulo: Método, 2007. 
 
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direito das sucessões. 10. ed. São 
Paulo: Atlas, 2010. v. VII. 
 
 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 49 
 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
 
O renunciante é considerado não existente em face da herança renunciada, de 
modo que seus descendentes herdam por direito de representação, nas 
hipóteses em que a lei prevê esse direito. Já o indigno é considerado herdeiro 
pré-morto, como se tivesse morrido antes do autor da herança, portanto, nos 
casos previstos em lei, os herdeiros do indigno herdam por direito próprio. 
Certo ou errado? 
a) Certo 
b) Errado 
 
 
 
Questão 2 
 
No direito brasileiro em vigor, incluem-se entre os herdeiros necessários 
somente os descendentes e os ascendentes. Certo ou errado? 
a) Certo 
b) Errado 
 
 
 
Questão 3 
 
Na linha descendente os filhos sucedem por estirpe, e os outros descendentes 
por cabeça, conforme se achem ou não no mesmo grau. Certo ou errado? 
a) Certo 
b) Errado 
Questão 4 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS DE DIREITO SUCESSÓRIO 50 
 
CESPE - 2008 - TJ-CE - Analista Judiciário - Considere a seguinte situação 
hipotética. Carlos morreu e deixou dois filhos vivos, João e Pedro, e dois netos, 
José e Moisés, descendentes de um terceiro filho Tiago, pré-morto. Nessa 
situação, a herança deverá ser dividida em partes iguais para João, Pedro, José 
e Moisés. Certo ou errado? 
a) Certo 
b) Errado 
 
 
 
Questão 5 
 
Se uma pessoa falecer, sem deixar testamento conhecido e em estado de 
viuvez, deixando quatro filhos, sendo um pré-morto, e três netos, estes 
descendentes do filho pré-morto, nessa hipótese, haverá sucessão por estirpe e 
a herança será dividida em quatro partes iguais, dividindo-se uma delas entre 
os três netos. Certo ou errado? 
a) Certo 
b) Errado 
 
 
 
Questão 6 
 
O cônjuge sobrevivente, embora permaneça na terceira classe da ordem de 
vocação hereditária, atrás dos descendentes e ascendentes, pode concorrer 
com os descendentes dependendo do regime de bens e concorrerá sempre com 
os ascendentes. Certo ou errado? 
a) Certo 
b) Errado 
Questão 7 
 
 
 
TÓPICOS AVANÇADOS

Outros materiais