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Aula Burke 2

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	 Referência: BURKE, Peter. Uma história social do Conhecimento II: da Enciclopédia à Wikipedia. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
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Cap. 3: Disseminando Conhecimentos
Disseminando conhecimento: >>Constantemente tem-se salientado a importância da disseminação. É uma solução para o problema do “conhecimento disperso”, que fica fora do alcance de muitas pessoas que precisam dele, mesmo dentro de uma instituição.<< (112)
 3 grandes problemas: 
1- Comunicação para quem? 
2- Processo de difusão visto como mero processo de transmissão.
3- História dos meios de comunicação que apenas postule a substituição de um meio por outro é muito simplista.
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Falando: persistência das formas orais de transmissão do conhecimento acadêmico e surgimento de novas modalidades.
 Mudanças nos espaços que permitiam as conversas informais . Palestras-espetáculo, recursos tecnológicos
Expondo: papel das exposições e museus na disseminação do conhecimento pode ser considerado superior ao das palestras.
Escrevendo: funções e os métodos de escrita se modificaram em virtude de mudanças de tecnologia e de uma nova divisão do trabalho entre os meios de comunicação. As funções da escrita também mudaram de maneiras menos visíveis, mas igualmente importantes. 
Intelectuais e importância da correspondência entre pares.
 Importância dos registros escritos dentro da administração pública e privada.
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A imprensa periódica: inicio do século XIX traz inovações tecnológicas na impressão e confecção do papel (celulose) que barateiam os jornais, que passam a ser veículos fundamentais na transmissão de novas informações. 
 Dimensão e importância das ciências naturais na constituição dos periódicos especializados. Após 1850, a função de mediação ou tradução adquiriu importância maior do que nunca, conforme se desenvolviam disciplinas cada vez mais especializadas. 
Livros: Aumento das publicações e presença de cientistas e de divulgadores profissionais, responsáveis por alguns sucessos editoriais. Disputa hoje com outros gêneros (internet, documentários, etc.)
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Recursos visuais: 
>>Ao longo de todo o período, temos um crescimento constante nos recursos visuais utilizados tanto na apresentação ao vivo quanto na exposição na página impressa – seja para uma comunicação rápida aos especialistas ou para adoçar a pílula para um público mais amplo. No lado a oferta, esse aumento foi impulsionado por novas tecnologias; no lado da demanda, ela necessidade de apresentar novos tipos de materiais, principalmente a estatística.<< (134) 
Desenvolvimento de tabelas e gráficos, assim como diagramas, especialmente para representar dados estatísticos. Mapas /ilustrações (a partir do barateamento proporcionado pelas mudanças tecnológicas)
Importância do fotojornalismo; surgimento de novas disciplinas.
Recursos audiovisuais e ensino à distância.
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Cap. 4: Empregando Conhecimentos
Capítulo concentra-se na recepção e utilização dos conhecimentos, ou, nas palavras de Foucault, as relações entre saber e poder. Analisa também o re-emprego dos conhecimentos, sua apropriação, na perspectiva dos usos de Michel de Certeau.
Localização: memória humana/“artes da memória” (Idade Média/Modernidade). A partir de 1800, mecanismos mnemônicos passam a ser complementados por recursos de localização da informação: catálogos, glossários, índices remissivos, sumários. 
 Catálogos e sistemas classificatórios (Panizzi, Dewey). Escritórios e arquivos passam a produzir uma quantidade cada vez maior de documentos. 
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 Dispositivos: década de 30, Otlet e Bush sugerem a indexação por associação, retomada um geração depois. Origem das “bases de dados” 
 A idéia de conhecimento útil: busca das pessoas pelo conhecimento “útil” deve considerar que o conceito de utilidade varia de acordo com lugar, época ou grupo social. Oposição ciência “pura” X ciência “aplicada”. 
 Séculos XVII e XIX vêem surgir diversas sociedades dedicadas ao incentivo e à propagação do conhecimento útil e/ou “benéfico” à humanidade. O século XX, com uma maior demanda de conhecimento aplicável por parte de diversos tipos de associações, governos, empresas, etc. 
 Pesquisa aplicada: híbrido cultural. 
 
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O conhecimento nos negócios e na indústria: usos do conhecimento científico na indústria são reconhecidos há muito tempo, e o financiamento comercial da pesquisa científica não é novidade. O que vemos hoje em diversos domínios é uma aceleração de processos anteriores 
 Questões relacionadas à propriedade intelectual e registro de patentes – “feudalismo da informação” – remetem ao controle e ao acesso ao conhecimento por parte de poucos. 
Outras indústrias e empresas necessitavam de informações sobre o “mercado”: matérias-primas, clientes em potencial, posição dos concorrentes, etc. Uso de conhecimentos não só na produção, mas também na comercialização dos produtos 
 Mudanças na administração: Gestão do conhecimento. Valor econômico do conhecimento/ “capital intelectual”.
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O conhecimento na guerra: aplicação de conhecimentos na produção de armamentos e equipamentos, e também nos chamados serviços de “inteligência” – coleta e decodificação de informações sobre o inimigo, seu espaço físico, características sociais e culturais, etc., envolvendo a cooptação de diversos especialistas em graus distintos 
O conhecimento no governo: necessidade de informações por parte dos governos, a partir da segunda metade do séc. XVIII para planejar suas ações. Max Weber: >>a administração burocrática significa essencialmente a dominação através do conhecimento. Esta é a característica que a torna especificamente racional.<< (157) 
 
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 Padronização de denominações, pesos e medidas; ampliação da coleta e uso da informação estatística. Coleta de informações nacional via censos e também por redes de “espionagem”. Sec. XX: criação de departamentos especializados em coleta de informação no exterior (“serviços secretos”). Hoje: tendência de utilização de meios técnicos (ex: satélites, ciberespionagem).
 Agências internas de combate ao crime incorporam a tendência de “cientifização” dessas atividades, com a adoção das impressões digitais, testes de DNA, recursos fotográficos e visuais, etc. – “ciência forense” (exemplo espetacularizado: CSI). Controle do fluxo dos cidadãos/passaportes. 
 Conhecimento e política social/uso das pesquisas sociais no planejamento de políticas públicas. Também nesse aspecto “gerencial”, apropriação pelo Estado da ideia de “administração do conhecimento” para o setor público. 
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O conhecimento nos impérios: necessidade de coletar, analisar e disseminar o conhecimento antes de agir é mais visível e importante no caso dos grandes impérios coloniais. Conhecimento do território dominado, bem como dos hábitos e valores culturais da população local, e transmissão desse conhecimento para os funcionários da administração.
O conhecimento nas universidades: retomada da velha oposição ciência “pura” X ciência “aplicada” se traduz na formação profissional e seu espaço dentro da universidade.
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 Outras instituições: aumento dos cursos de administração nas universidades pode ser explicado pela concorrência com outras instituições
 Think tanks: >> Uma rede mais recente de instituições alternativas à universidade, concentrando-se mais na pesquisa do que na docência, e mais na política e na economia do que nas ciências naturais, é a dos chamados think tanks<< . Eles são os sucessores das sociedades oitocentistas que colhiam informação a serviço da ação
 Convergência: tendência de convergência entre as instituições descritas acima e a universidade: de um lado, a “academização” dessas organizações, e de outro a incorporação cada vez maior da lógica empresarial pelas universidades.

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