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MARTON, Scarlett. A Constituição cosmológica: Vontade de Potência, Vida e Forças. In: Nietzsche das Forças Cósmicas aos Valores Humanos. Editora Brasiliense, São Paulo: 1990. pp. 29 – 66.

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Fichamento: MARTON, Scarlett. A Constituição cosmológica: Vontade de Potência, Vida e Forças. In: Nietzsche das Forças Cósmicas aos Valores Humanos. Editora Brasiliense, São Paulo: 1990. pp. 29 – 66.
Vontade de Potência
Conceito desenvolvido em Assim falou Zaratustra
Possibilidade de um povo superar-se a si mesmo ou de um indivíduo redimir a própria existência. (p. 29)
O conceito de vontade de potência, servindo como elemento explicativo dos fenômenos biológicos, será também tomado como parâmetro para a análise dos fenômenos psicológicos e sociais, é ele que vai constituir o elo de ligação entre as reflexões pertinentes às ciências da natureza e as que concernem às ciências do espírito. (p.29 – 30)
Identificação entre vida e vontade de potência
 Caracteriza vontade de potência como vontade orgânica, sendo própria de todo o ser vivo.
Ocorre quando há resistência 
“É por encontrar resistências que a vontade de potência se exerce, é por exercer-se que toma a luta inevitável.” (p. 30)
Os obstáculos encontrados na resistência resultam em estímulos, que propiciam na formação de hierarquias, entre vencedores e vencidos.
Conflito interior do homem
Se dá em nível fisiológico envolvendo todas as partes do organismo humano
Homem como multiplicidade = vários organismos que vivem em conjunto, lutam/mudam e no final formam um todo que é completo.
A luta garante a permanência da mudança: nada é senão vir-a-ser, ela faz também com que se estabeleçam hierarquias.
Formação de hierarquias não tornam elas definitivas, além disso, mandar e obedecer é prosseguir a luta.
A vontade de potência está presente nos numerosos seres vivos microscópicos que formam o corpo, na medida em que cada um deles quer prevalecer na relação com os demais.
Organismos podem pensar por si só. Cérebro como aparelho de centralização, não de comando. 
 Vontade
Ao ser humano não é facultado exercer ou não a vontade; ela não apresenta caráter intencional algum. Só é pertinente falar em “liberdade da vontade”, quando se chega a encará-la enquanto afeto de mando. (p. 33)
A ‘liberdade da vontade’ é o ‘sentimento de superioridade de quem manda’ em relação a quem obedece. (p. 33)
A vontade é livre, não porque pode escolher, mas porque implica um sentimento de superioridade. (p. 33)
Vontade psicológica e Vontade metafísica
Vontade psicológica = consequência necessária da vontade, pois basta querer para agir. 
Sujeito por trás da ação: a ele caberia exercer ou não a vontade e por conseguinte, realizar ou não o ato.
O sujeito não é o executor da ação e sim o seu “efeito”
“não existe vontade, existem pontuação de vontade que constantemente aumentam ou perdem sua potência” (XIII, (331) 11 (73)). (p. 35)
 Nietzsche x Schopenhauer 
Gaia ciência
“Ao aproximar a leitura schopenhauriana da vontade e a concepção que dela teria o homem do senso comum, que crê na existência de forças atuando magicamente, Nietzsche classifica-a no estado metafísico. E, para criticá-la, adota como referencial teórico a própria crítica positivista à metafísica. Não se pode, pois, encarar a vontade, como fazia Schopenhauer, enquanto um “querer viver” que se manifesta em todos os seres, mas deve-se vê-la como um mecanismo passível de ser analisado cientificamente.” (p. 36)
“No terceiro período da obra, muda de opinião quanto às teses que opôs a Schopenhauer. Doravante, não nos sustenta que a vontade se produz apenas nos seres dotados de intelecto, mas, que se exerce em cada elemento do ser vivo; não mais declara que prazer e desprazer resultam de uma interpretação do intelecto, mas que o próprio pensar como o sentir se acham misturados à vontade; não mais afirma que prazer e desprazer constituem representações, mas que decorrem do exercício mesmo da vontade de potência.” (p. 36)
Nietzsche acusa Schopenhauer de separar intelecto e vontade
Prazer e Desprazer
“nada mais é do que uma excitação do sentimento de potência por meio de um entrave (excitação ainda mais forte por meio de entraves e resistências rítmicas), de forma a aumentá-lo. Portanto, cm todo prazer está incluída a dor”. Seria um equívoco supor que prazer e desprazer se opõem; eles aparecem interligados: de todo prazer, o desprazer é componente necessário. Estas questões ganham nova luz, quando se retoma a ideia de que, efetivando-se, a vontade de potência toma a luta inevitável. (p. 37)
Do ponto de vista do elemento que prevalece, o desprazer provém de a vontade de potência, que nele se exerce, encontrar resistências e o prazer, de vencê-las.
Prazer e desprazer são “efeitos – são resultados da vontade de potência.
Vontade de potência conserva o que já conquistou e continua em busca de mais potência.
Vida x instinto de preservação
“Os fisiólogos”, afirma, “deveriam refletir antes de colocar o instinto de conservação como ‘instinto cardeal’ de um ser orgânico. Algo vivo quer sobretudo extravasar sua força: a ‘conservação’ é apenas uma consequência disso” (p. 40)
“querer conservar-se a si mesmo é a expressão de uma situação de penúria, de uma restrição do próprio impulso fundamental da vida, que surge da ampliação de potência e, nessa vontade, frequentemente põe em questão e sacrifica a auto conservação.” (p.41)
Nietzsche x Darwin 
Darwin divulga a evolução das espécies através da luta pela sobrevivência, a qual Nietzsche não concorda, pois apresenta uma concepção de luta diferente. “Para que ocorra a luta, é preciso que existam antagonistas; e, como ela é inevitável e sem trégua ou termo, não pode implicar a destruição dos beligerantes.” (p. 42)
“A vida não pode caracterizar-se pela adaptação ao meio em que se acha e contra o qual se debate; a vontade de potência não busca acomodar-se ao que a rodeia mas quer exercer-se sempre mais sobre o que está à sua volta.” (p. 45)
“A adaptação está para a vida como a auto conservação para a vontade de potência; auto conservação e adaptação são decorrências do exercício da vontade de potência, que é orgânica”. (p. 46)
Conclusão
Conceito de Vontade de Potência
“A ideia de luta, enquanto traço fundamental da vida, é agora subsumida no conceito de vontade de potência. Enquanto vontade, a vida é mandar e obedecer; é, portanto, lutar” (p. 48
 “Ora acham-se claramente identificadas, ora a vida aparece como caso particular da vontade de potência. Se vida é vontade de potência, isso não significa necessariamente que a vontade de potência se restringe à vida.” (p. 50)
Conceito de força 
“Com a teoria das forças, é levado a ampliar o âmbito de atuação do conceito de vontade de potência: quando foi introduzido, ele operava apenas no domínio orgânico; a partir de agora, passa a atuar em relação a tudo o que existe. A vontade de potência diz respeito assim ao efetivar-se da força” (p. 54)

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