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O Estruturalismo.doc e funcionalismo un1

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O Estruturalismo (1879 na Alemanha) 
O Estruturalismo tinha como base de estudo os elementos propriamente ditos, ou seja, a consciência, e trabalhava com indivíduos ditos normais. Wilhelm Wundt criou o primeiro laboratório de Psicologia na Universidade de Leipzig, na Alemanha. Outros autores e estudiosos da escola estruturalista foram Titchener e Boring. Essa escola estudava apenas o homem adulto, desconsiderando os animais e as crianças. 
Os estudiosos tentaram compreender os elementos básicos de consciência através de um método conhecido como introspecção. A introspecção é a auto-observação, é o ser humano consciente descrevendo seu próprio consciente, de acordo com as regras da ciência, de forma objetiva em ambiente controlado. Wundt trabalhou com este método, segundo Schultz e Schultz (2000), e utilizava o controle experimental preciso em suas análises da introspecção. 
No laboratório de Wundt:
[...] (1) o observador deve ser capaz de determinar quando o processo pode ser introduzido; (2) ele deve estar num estado de prontidão ou de atenção concentrada; (3) deve ser possível repetir a observação várias vezes; (4) as condições experimentais devem ser passíveis de variação em termos da manipulação controlada dos estímulos (SCHULTZ; SCHULTZ, 2000, p.82).
O método da introspecção veio da contribuição da Física e da Fisiologia. Na Física, os estudos eram feitos para analisar o som e a luz; na Fisiologia, o objetivo era pesquisar os órgãos dos sentidos, de acordo com Schultz e Schultz (2000). Para Wundt, o método foi inovador porque ele o usara em experiências no laboratório em ambiente controlado. O sujeito descrevia sua consciência e era analisado com apoio de aparelhos de medida, em vez de apenas fazer a descrição puramente.
Em suas análises em laboratório, Wundt define que os objetivos da Psicologia, como citado em Schultz e Schultz (2000), eram três: estudar os processos conscientes até atingir seus elementos básicos; revelar comos esses elementos são organizados; e definir as leis de conexão que controlam sua organização.
Uma fonte de informação fundamental que apoia suas pesquisas em laboratório era a medição e observação das sensações, como visão e audição do sujeito, durante sua investigação introspectiva. 
Mantendo sua orientação fisiológica, Wundt supôs a existência de uma correspondência direta entre a excitação do córtex cerebral e a experiência sensorial correspondente. Ele considerava a mente e o corpo sistemas paralelos mas não interatuantes. Como a mente não depende do corpo, é possível estudá-la eficazmente em si mesma (SCHULTZ; SCHULTZ, 2000, p. 83).
No decorrer de suas pesquisas, Wundt acrescentou uma teoria conhecida como a tridimensional do sentimento. Durante seus estudos em laboratório, utilizando uma ferramenta chamada metrônomo (que produz cliques), ele percebeu que, de acordo com os padrões em que os cliques eram feitos, podia ser observado um sentimento, como: prazer, desprazer, alívio, tensão, no decorrer desses movimentos com a utilização dos cliques, segundo Schultz e Schultz (2000). Diante desse procedimento, Wundt descobriu as seguintes dimensões que acontecem independente da outra: prazer e desprazer; tensão e relaxamento; excitação e depressão, que são a base para sua teoria tridimensional do sentimento.
Através dessa descobertas, muitas pesquisas mais nesse sentido foram realizadas em laboratórios até surgirem novas descobertas. 
Com o avanço das pesquisas experimentais, surgem novos pesquisadores e estudiosos, como Titchener, que foi o fundador do pensamento Estruturalista.
Para Wundt, a análise do método da introspecção era o todo, a totalidade. Já para Titchener, a análise eram as partes, ou seja, o objetivo de Titchener era descobrir os detalhes da mente.
Para Titchener, segundo Schultz e Schultz (2000), o objeto de estudo da psicologia é a experiência consciente. 
Titchener entende consciência como 
[...] a soma das nossas experiências num dado momento de tempo, e a mente como a soma das nossas experiências acumuladas ao longo da vida.
Mente e consciência são realidades semelhantes, mas enquanto a consciência envolve processos mentais que ocorrem no momento, a mente envolve o acúmulo total desses processos (SCHULTZ; SCHULTZ, 2000, p.108).
A preocupação da psicologia agora, na visão de Titchener, é a experiência consciente. A experiência consciente acontece quando depende das pessoas que passam por ela, como dito em Schultz e Schultz (2000). Suas pesquisas utilizando o método da introspecção eram rigorosas e deveriam seguir um alto padrão de isolamento em laboratório. 
Todos os apetrechos experimentais e todos os laboratórios e instrumentos são fornecidos e planejados com este objetivo em vista: permitir que o estudioso possa repetir, isolar e variar suas observações (TITCHENER, 1909, p.20 apud SCHULTZ; SCHULTZ, p. 109).
Para você ter uma dimensão das pesquisas de Titchener, veja esses números que Schultz e Schultz (2000) colocam: 44.000 qualidades de sensações, sendo 32.820 visuais e 11.600 auditivas. Assim, cada elemento consciente poderia fazer diversas combinações que resultariam em percepções e ideias diversas. 
A escola estruturalista teve sua contribuição na psicologia por seus métodos seguirem as normas científicas e subsidiarem o estudo da consciência através do método da auto-observação (que é a introspecção) em laboratório. 
O Funcionalismo (1879 - Estados Unidos)
O Funcionalismo considera a psicologia como uma ciência aplicada, e foi a primeira escola exclusivamente americana. Está interessada em processos psicológicos, ou seja, procura estudar “para que é a mente”. Sustenta que a mente deve ser estudada em função de sua utilidade para o organismo, tendo em conta a adaptação ao seu meio. 
Os estudiosos dessa escola foram James, Dewey, Angell e Carr. Em vez de focar nos elementos de consciência, os funcionalistas focam no objetivo da consciência e comportamento. O funcionalismo também enfatizou as diferenças individuais, que tiveram um profundo impacto na educação.
A escola funcionalista admite que os estudos realizados por Wundt e Titchener não apresentaram nada sobre as consequências ou os resultados da atividade mental, ou seja, ainda nada se sabia sobre qual era o papel da mente, como a mente trabalhava. 
O precursor da psicologia da escola funcionalista foi William James (1842-1910), segundo Schultz e Schultz (2000).
Para James, os processos conscientes eram vistos como atividades orgânicas que produziam alguma mudança na vida do organismo, e ele considerava os processos mentais importantes e influentes na vida do indivíduo. “[...] a adaptação de pessoas vivas ao seu ambiente, com a assistência de uma consciência ativa” (SCHULTZ; SCHULTZ, 2000, p.149).
Então retomamos a ideia principal do funcionalismo, que traz como princípio da psicologia o estudo das pessoas vivas em sua adaptação ao ambiente. 
Sua ideia, contrária ao Wundt, fica clara aqui:
Nunca houve alguém que tivesse tido uma sensação simples em si. A consciência, desde o dia em que nascemos, exibe uma prolífica multiplicidade de objetos e relações, e aquilo que denominamos sensações simples resulta da ação discriminativa, levada com frequência a um grau bem alto (JAMES, 1890, Vol.1, p.224 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2000, p. 153).
James trabalhava com o método comparativo e pesquisava em diferentes fontes, como em animais, crianças, povos primitivos e pessoas mentalmente perturbadas, de acordo com Schultz e Schultz (2000). Com isso, nasce uma nova terminologia, que é o conceito de pragmatismo, isto é, o valor de um estudo ou ideia deve ser analisado por suas consequências práticas. Se funcionou, é verdadeira.
Entendendo o Funcionalismo:
Aconteceu nos Estados Unidos, em 1850, tendo como objeto de estudo a Mente.
Seu objetivo foi estudar a mente como um conglomerado de funções ou processos que leva a consequências práticas do mundo real.
O método utilizado foi a introspecção através de observação controlada.
Mente\corpoeram vistos como monistas, mas sem uma base elaborada, ou seja, não tinham uma posição bem definida. Sendo monismo o reconhecimento de somente uma espécie, nesse caso, a consciência (mente).
Seus fundadores foram John Dewey e James Angel. James foi o precursor.
Definia a psicologia como o estudo do organismo em uso.
É dessas duas escolas de pensamento que surgiu o Behaviorismo. 
Podemos mencionar que, com os pensamentos filosóficos dessas duas correntes descritas, dois grandes pesquisadores da ciência da Psicologia influenciaram no futuro da escola comportamental e nos estudos de Watson e Skinner. Os dois influenciadores e suas experiências são Thondyke e Pavlov.

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