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Sociologia da Educação

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FAERP
FACULDADE ENTRE RIOS DO PIAUI
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Izabel Cristina Maciel Rodrigues Silveira
Cachoeirinha
2017
Sociologia da educação 
INTRODUÇÃO
A sociologia da educação é uma disciplina que estuda os processos sociais do ensino e da aprendizagem. Tanto os processos institucionais e organizacionais nos quais a sociedade se baseia para prover educação a seus integrantes, como as relações sociais que marcam o desenvolvimento dos indivíduos neste processo são analisados por esta disciplina.
O estudo de sociedades culturalmente diferentes oferece ferramentas importantes nesta análise. O conhecimento de como diferentes culturas se reproduzem e educam seus indivíduos permite uma aproximação dos processos mais estruturais que compõem a educação de uma forma mais ampla. A sociologia da educação é a extensão da sociologia que estuda a realidade sócio educacional. Oportuniza aos pesquisadores compreender que a educação se dá no contexto da sociedade, e não apenas na sala de aula, caracterizando a relação que há entre ser humano, sociedade e educação através de diferentes teorias sociológicas. Segundo Durkheim, a sociologia da educação serviria para os professores formarem cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social. Para Pierre Bourdieu, nem o indivíduo nem a estrutura social se tomados isoladamente são suficientes para explicar a sociedade e os fenômenos que nela ocorrem.
Neste contexto poderemos conhecer melhor alguns dos principais pensadores da sociologia da educação e alguns dos processos sociais relacionados ao ensino e à aprendizagem dos indivíduos. 
O presente trabalho visa repensar o histórico da Sociologia enquanto disciplina escolar, não apenas reconstituindo o seu percurso, marcado por ausências e presenças no currículo da escola, como também refletindo sobre as razões de sua intermitência, apontando para outros argumentos ainda não desenvolvidos por pesquisadores deste campo de investigação. Em The State and education policy (1989) argumentava que os sistemas de educação as políticas educacionais, enquanto partes do Estado, eram moldados pela sua contribuição à solução de três condições de existência “centrais” do capitalismo (o apoio infra estrutural ao processo de acumulação, a construção da ordem social e a legitimação do sistema) e as “soluções” para esses problemas tendiam a ser mutuamente contraditórias, sendo essas contradições os principais motivadores das políticas de educação. Desde então, as formas desses problemas centrais e do “estado” têm mudado fundamentalmente em razão da “constitucionalização do neoliberal”, da fusão da regulação e da emancipação, da mudança de governo para governança e da reconstrução e recontextualização do “nacional”. Isto exige que repensemos os modos como a sociologia da educação aborda conceitos como “nacional”, “educação” e “sistemas”.
DO QUE TRATA A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
 Pode-se afirmar que olhar a Educação do ponto de vista da Sociologia é compreender que se a Pedagogia é o fundamento das práticas educacionais, as crenças, os valores e as normas sociais são os fundamentos da Sociologia. Você pode constatar que nossa disciplina se preocupa em reconstruir sistematicamente as relações, que existem na prática cotidiana, entre as ações que objetivam educar e as estruturas da vida social, quer dizer: a economia, a cultura, o arcabouço jurídico, as concepções de mundo, os conflitos políticos (RODRIGUES, 2002). Mas, quais seriam os temas predominantes? Podemos classificar as análises sociológicas da educação a partir de quatro matrizes temáticas. Primeiramente, a relação do sistema educacional com outros aspectos da sociedade.
 Nesta relação algumas questões desafiam os pesquisadores:
 1) a função da Educação na cultura; 
2) a relação do sistema educacional com o processo de controle social e com o sistema de poder; 
3) a função do sistema educacional do processo de mudança social e cultural ou manutenção do status quo; 
4) a relação entre educação e classe social ou sistema de status;
 5) o funcionamento do sistema de Educação formal em suas vinculações com os grupos raciais, culturais e outros.
 
A segunda área trata das relações humanas na escola a partir da compreensão da estrutura interna. Neste sentido as análises sociológicas abordam a natureza da cultura da escola, particularmente como cultura diversa da cultura externa à escola, dos padrões de interação social ou da estrutura do grupo social escolar. A terceira área se constitui na pesquisa sobre a influência da escola no comportamento e na personalidade dos seus membros. 
O QUE É SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
A Sociologia é uma das Ciências Humanas que tem como objetos de estudo a sociedade, a sua organização social e os processos que interligam os indivíduos em grupos, instituições e associações. Enquanto a Psicologia estuda o indivíduo na sua singularidade, a Sociologia estuda os fenômenos sociais, compreendendo as diferentes formas de constituição das sociedades e suas culturas.
O termo Sociologia foi criado por Auguste Comte em 1838 (séc. XVIII), que pretendia unificar todos os estudos relativos ao homem — como a História, a Psicologia e a Economia. Mas foi com Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber que a Sociologia tomou corpo e seus fundamentos como ciência foram institucionalizados.
Como toda forma de conhecimento intitulada ciência, a Sociologia pretende explicar a totalidade do seu universo de pesquisa. Os sociólogos estudam e pesquisam as estruturas da sociedade, como grupos étnicos (indígenas, aborígenes, ribeirinhos etc.), classes sociais (de trabalhadores, esportistas, empresários, políticos etc.), gênero (homem, mulher, criança), violência (crimes violentos ou não, trânsito, corrupção etc.), além de instituições como família, Estado, escola, religião etc.
Além de suas aplicações no planejamento social, na condução de programas de intervenção social e no planejamento de programas sociais e governamentais, o conhecimento sociológico é também um meio possível de aperfeiçoamento do conhecimento social, na medida em que auxilia os interessados a compreenderem mais claramente o comportamento dos grupos sociais, assim como a sociedade com um todo. Sendo uma disciplina humanística, a Sociologia é uma forma significativa de consciência social e de formação de espírito crítico. A sociologia trata-se de uma ciência que estuda a condução e a forma de convívio entre distintos grupos, assim como as inferências dessas relações.
Tem como principal objetivo a compreensão e o estudo da sociedade, com cerne na educação como uma importante ferramenta de relacionamento entre os indivíduos.
Uma ciência que promove a consciência social que agregará na formação do senso crítico. 
ÉMILE DURKHEIM – O CRIADOR DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Em cada aluno há dois seres inseparáveis, porém distintos. Um deles seria o que o sociólogo francês Émile Durkheim chamou de individual, e tal porção do sujeito é formada pelos estados mentais de cada pessoa. O desenvolvimento dessa metade do homem foi a principal função da educação até o século XIX. Principalmente por meio da psicologia, os professores tentavam construir nos estudantes os valores e a moral. A caracterização do segundo ser foi o que deu projeção a Durkheim. Ele acreditava que a sociedade seria mais beneficiada pelo processo educativo: "a educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta". E quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola esteja inserida. Nessa concepção durkheimiana, também chamada de funcionalista — as consciências individuais são formadas pela sociedade. Ela é oposta ao idealismo, de acordo com o qual a sociedade é moldada pelo "espírito" ou pela consciência humana: "A construção do ser social,feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios — sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento — que balizam a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela". Essa teoria, além de caracterizar a educação como um bem social, a relacionou pela 1ª vez às normas sociais e à cultura local, diminuindo o valor que as capacidades individuais têm na constituição de um desenvolvimento coletivo.
Emile Durkheim é um dos principais nomes que creditava que a educação está contígua com a vida social, uma vez que os homens foram responsáveis pela criação da escola. Durkheim foi um dos primeiros sociólogos a atestar que a escola se refere a uma instituição imprescindível para a formação, visto que a sociedade e a escola se completam e devem interagir.
De acordo com a sociologia da educação o processo educacional não ser desvinculado do espaço de aprendizagem, ou seja, do espaço em que ocorrem as atitudes e implicações cotidianas. O desenvolvimento do discente estará acontecendo atrelado ao estudo da sociologia, que irá aperfeiçoar o conhecimento social e promoverá o entendimento frente aos diferentes comportamentos dos grupos sociais.
Nas relações sociais, a educação serve para refrear e equilibrar os interesses pessoais e sociais, contribuindo para alteração social, porém está aliada a outros fatores que assegurarão essa transformação.
O pensamento de Durkheim sobre o tema
O sociólogo Durkheim acreditava que o processo educativo poderia beneficiar imensamente a sociedade, quanto maior fosse sua eficiência. Para ele “a educação é uma socialização da jovem  geração pela geração adulta”, e quanto maior a eficiência desse processo, mais potencialidade de desenvolvimento teria a comunidade em que ela estivesse inserida. Assim podemos perceber inicialmente a maneira como o sociólogo compreende a principal relação do ambiente escolar ( a relação professor/aluno) como sendo uma relação onde a geração adulta, amadurecida, ou seja, a dos professores, socializa a geração jovem, a dos estudantes, socializando também o conhecimento. Assim percebemos a concepção da educação como bem social. Durkheim visava ainda que os conhecimentos desenvolvidos pelos estudos em Sociologia da Educação fossem capazes de servir para posteriormente orientar os professores de modo a construí ruma nova moral educacional, laica  e racionalista, caminhando para o desvencilhamento quanto a moral religiosa.
 SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO E O CONTEXTO SOCIAL
Não só para este sociólogo, mas para todos os pesquisadores dessa área, permite-se a oportunidade de pensar e compreender que a educação  se dá num contexto social, e que essa sociedade por sua vez também se forma a partir da educação e dos processos educativos. Este pensamento é reflexo da crença de que os homens são produtos da sociedade e de maneira semelhante a sociedade também é um produto dos homens. A própria Sociologia surgiu no intento de se compreender a forma como as relações sociais se configuravam. Isso eclodiu especialmente com a instauração do sistema capitalista e seu desenvolvimento a partir das revoluções industriais, que modificaram drasticamente as estruturas dessas relações. Isso nos faz acreditar que a importância da sociologia para a profissão docente se da justamente na possibilidade de oferecer recursos para que esses educadores possam instrumentalizar-se desse repertorio para desenvolver análises da sociedade  e desse modo ajudá-los a compreender o próprio lugar da educação na sociedade  e também compreender as relações das instituições educacionais com as demais instituições que constituem a sociedade, bem como família,  igreja, trabalho, etc
A educação, observada pelos sociólogos, não deixa de ser também um agente da manutenção da ordem social. Assim, compreende-se recorrentemente que a escola e o processo educacional é essencial para a sobrevivência a perpetuação as própria sociedade. Transmissão de conhecimentos sim, mas não somente disso são feitas essas relações. Mais do que os conteúdos básicos, de alguma maneira a escola perpetua as relações sociais e de trabalho presentes na sociedade, acabando por ensinar a viver em sociedade. No entanto, não cabe aqui juízo de valor quanto à forma como isso se apresenta na sociedade atual. Mas a Sociologia da Educação visa realizar análises muito mais abrangentes. Ela não trata somente das relações sociais e de poder perpetuadas no ambiente escolar, e nem somente da necessidade da educação para a manutenção da sociedade. Essa disciplina e campo do conhecimento dedica-se também à analise de outros pormenores do ambiente escolar, como por exemplo os fatores que podem interferir nos resultados escolares. Boas ou más notas, comportamentos ditos adequados ou não, disciplina ou indisciplina, etc. Estes e muitos outros conceitos e temáticas são estudados a partir da Sociologia da Educação.  Compreende-se que estes resultados não dizem respeito somente à capacidade individual ou inteligência do individuo estudante (recorrentemente ressalta-se a importância de compreender-se a individualidade desses sujeitos), mas uma série de outros fatores influem  nestes resultados. É então que se percebe mais uma vez a interação do ambiente escolar com outros segmentos da sociedade, isso por que estes diferentes fatores tem sim influência nestes chamados resultados, que por sua vez também são formas falhas de buscar classificar indivíduos tão diversos, com capacidades tão múltiplas, impossíveis de serem enquadrados em notas ou conceitos tão fechados. Tudo isso é também matéria de análise dos sociólogos, especialmente os sociólogos da educação!
CONTRIBUIÇÃO DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE ATUAL
A Sociologia da Educação, faz com que nós, educadores, compreendamos melhor a função da educação em relação á sociedade e a cultura, ela nos dá uma melhor interpretação e conhecimento de tudo aquilo relacionado com o homem e sua vida.
É um método investigativo que busca explicar mais a fundo a regularidade da vida social, pois todas as pessoas tem um conceito de sociedade, e toda a sociedade possui seu próprio sistema familiar, seu sistema cultural, suas normas, hábitos costumes e tradições, e a sociologia educacional se preocupa com as relações e as dinâmicas da sociedade como um todo e não somente os fenômenos sociais e sim procura compreender os processos e estruturas que contribuem ou não para o bom funcionamento dos sistemas sociais, seja ele dentro da comunidade ou de um sistema educacional.
EDUCAÇÃO COMO PROCESSO SOCIAL
A sociologia como ciência social que é, tem um duplo papel: aumentar o conhecimento que o homem tem de si e da sociedade e contribuir para a solução dos problemas que enfrenta. Já a educação como processo social global que ocorre em toda sociedade, abre horizontes para a compreensão da vida social em si. Ambas trilham um caminho de extrema importância para o desenvolvimento de todo contexto cultural. As duas coexistem para fazer frente aos anseios do homem, que busca constantemente o resgate de sua dignidade enquanto ser humano. É utopia pensar que todos os problemas sociais se resolvem pela educação, mas é certo que ela representa uma condição indispensável para resolvê-los. À luz dos sistemas sociais, citando aqui como referência a sociologia da educação, com base em estudos da realidade social, permite que se compreenda o papel da educação na sociedade, e tendo isto como base que se façam reformas educacionais urgentes. Não podemos acreditar que vamos educar nossos filhos do jeito que queremos. Há costumes pelos quais somos obrigados a nos conformar. Ideias e costumes que determinam o tipo de educação que recebemos quando crianças, não fomos nós que criamos isto, isto é fruto da vida em comum. A essa herança cultural que recebemos acrescentamos coisas novas. Em toda sociedade o sistema educativo se apresenta sob um duplo aspecto, ao mesmo tempo uno e múltiplo, homogêneo e diferenciado. O que acabamosde citar foi um exemplo de educação enquanto função homogênea. Sabendo que não há uma única forma nem um único modelo de educação, dizemos que esta é diferenciadora.
Portanto qualquer que seja a importância de um desses sistemas educativos, eles não constituem toda a educação, não se bastam a si próprios.
A escola, enquanto agente especializado na transmissão de modos de pensar, agir e sentir, é o objeto de estudo central da sociologia da educação. Embora a sociologia da educação como campo distinto da sociologia seja relativamente recente, as suas raízes encontram-se logo nos primeiros pensadores, nomeadamente em Émile Durkheim. Para ele, a educação é um processo que deve ser entendido como um contributo para a manutenção da ordem social. A abordagem da corrente funcionalista entende a escola como um contributo vital à sobrevivência e perpetuação da sociedade, pois imprime nos indivíduos os valores dominantes nessa sociedade. Os fatores que intervêm nos resultados escolares também têm sido estudados por este ramo da sociologia. Ter boas ou más notas não depende unicamente da inteligência do indivíduo nem mesmo do seu esforço; as classificações são produto de um processo complexo no qual intervêm outros saberes exigidos pela escola que não os contidos nos currículos: valores, atitudes e princípios.
 EDUCAÇÃO E REPRODUÇÃO/TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
A reprodução social consiste na transmissão e aquisição de valores, normas e costumes sem proceder a alterações significativas, sem inovar, sem mudar o legado recebido. Diz-se que os seres humanos são produtos e produtores da cultura. O conceito de reprodução social significa que muitos indivíduos não são produtores, mas meros reprodutores da cultura que adquiriram no processo de socialização (e que os “produziu”, isto é, fez deles seres humanos).
Essa reprodução é assegurada por diversos “mecanismos através dos quais é mantida e assegurada a continuidade da experiência social ao longo do tempo. Os processos de escolaridade nas sociedades modernas estão entre os principais mecanismos da reprodução cultural, em virtude das aprendizagens formais, mas também das aprendizagens informais (currículo oculto).”
A reprodução social não consiste apenas na repetição da cultura atualmente existente, mas também na repetição, na manutenção, da própria estrutura social e do sistema de estatutos e papéis sociais existente num dado momento. Por isso, a reprodução social é um modo de manter as desigualdades sociais, econômicas, políticas, etc.
Os agentes de socialização, ao promoverem a aprendizagem da cultura de uma sociedade e a integração do indivíduo na sociedade e em grupos sociais específicos, promovem simultaneamente a reprodução da estrutura social existente num dado momento – promovem o “status quo”. Ou seja: levam o indivíduo a aceitar como “naturais” os estatutos atribuídos, a limitação do leque dos estatutos adquiridos e a definição dos direitos inerentes a cada estatuto social e dos deveres inerentes a cada papel social. Estudar o equilíbrio existente entre a reprodução social e a transformação social é uma tarefa da sociologia. A reprodução social diz respeito ao modo como as sociedades persistem no tempo. A transformação social refere-se às mudanças pelas quais passam. A reprodução social tem lugar na medida em que há uma continuidade entre o que as pessoas fazem de dia para dia e de ano para ano e as práticas sociais que seguem.
TABELA DE ALGUNS TEÒRICOS DA EDUCAÇÃO
KARL MARX (1818 – 1883)
Difere da teoria de Durkheim, pois Marx era um comunista vinculado aos trabalhadores e participava ativamente da luta proletária.
Para ele, o conhecimento era um instrumento na luta dos trabalhadores por mudanças na estrutura econômica capitalista, que era injusta e desigual do capitalismo. Implantou uma nova sociedade, inicialmente socialista e depois comunista.
Investigava e compreendia todos as nuances da sociedade capitalista e transmitia essas informações aos trabalhadores. 
Segundo Marx, no capitalismo o trabalhador perde a autonomia do processo produtivo, passa a ser submisso a administradores, se tornando um alienado.
Na teoria de Marx predomina o “de mais valia”, significando que o capitalista não paga ao trabalhador por tudo que ele produz, mas apenas o suficiente para mantê-lo vivo, deixando os donos de negócios mais ricos e os trabalhadores cada vez mais pobres.
A desigualdade era a tônica nas negociações entre capitalistas e proletários, e o que poderia acarretar uma mudança seria a ação política da classe trabalhadora, que poderia se opor ao capitalismo, implantando uma nova sociedade, o comunismo, e passam então a se organizarem em sindicatos com objetivo de defender os interesses dos trabalhadores. Para Marx, o trabalho é fundamental para o homem enquanto ser social.
ÉMILE DURKEIM (1858-1917)
Émile Durkeim, , um dos fundadores da sociologia moderna, realizou o estudo dos grupos sociais por intermédio da metodologia científica.
Ele colocava que todos os problemas de desigualdades sociais e econômicas não seriam de origem capitalista e sim de natureza moral, era preciso resgatar a moralidade das relações de trabalho.
Dürkeim tinha como finalidade, estudar a sociedade e sanar os seus problemas, ele era otimista quanto ao capitalismo, que trazia um processo de crescente especialização do trabalho, e as pessoas precisam se especializar numa área ou num assunto, que ele chamou de solidariedade orgânica, que garantiria a união social, em detrimento aos costumes, tradições e mesmo das relações sociais.
Dentro deste prisma, surge outro tipo de solidariedade: a mecânica, onde os indivíduos se identificavam por meio da sua comunidade, permanecendo autônomos em relação à divisão do trabalho social, existente até hoje.
Frisa a importância da consciência coletiva, seja, a união, isso se dá por punições estabelecidas pela sociedade, que é um organismo vivo, e o indivíduo fora da sociedade seria como um órgão separado do corpo. O indivíduo só tem valor se estiver ligado à sociedade.
MAX WEBER ( 1864-1920)
Se preocupa com as atitudes dos indivíduos orientado pela ação de terceiros, defende uma sociologia compreensiva.
Alguns tipos de ação social:
Ação tradicional é determinada por tradições e costumes.
Ação afetiva, quando o individuo age de acordo com suas emoções imediatas. Por exemplo: vingança, desespero, entusiasmo;
Ação racional com relação a fins: quando é colocado um objetivo a ser atingido e para isso é necessário recorrer aos meios disponíveis;
Ação racional em relação a valores é determinada pela crença num valor considerado importante.
Weber concebe a sociedade composta por diferentes esferas: a econômica, a religião, política, jurídica, social, cultura – cada uma delas funcionando demaneira autônoma e desligada das demais. O conhecimento será sempre limitado.
Weber se destacou na política, ele identificou três tipos básicos de denominação legítima: - a denominação legal, a obediência se baseia na observação de estatuto, leis, normas; - a denominação tradicional, obediência em virtude da crença na santidade, exemplo, dominação dos pais em relação aos filhos; - a denominação carismática é que se baseia no carisma do líder.
Outra teoria de Weber é a interpretação que ele faz da consolidação do modo capitalista. Em sua investigação, ele identificou que a reforma protestante desenvolveu e favoreceu a acumulação capitalista.
Era preocupado com a crescente burocratização da sociedade capitalista moderna, onde era preciso aumentar regulamentos e normas para serem obedecidas devido o aumento da sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O homem, é um ser social, e como tal no desenvolvimento deste trabalho pudemos perceber o quanto a Sociologia, está presente em nosso cotidiano, pois no decorrer da vida temos vínculos com as mais variadas instituições, tais como; o Estado, a família, a comunidade, a escola, entre outros, que de uma forma ou de outra tem um papel importante dentro da formação do indivíduo, 
Este trabalho, contribuiupara a nossa capacitação pelo aprofundamento do conhecimento sociológico da educação em seus aspectos teórico e metodológicos.
A Sociologia voltada á educação é uma vertente da Sociologia que analisa o ser humano dentro dessas instituições, nos mostra que devemos nos focar na transformação da sociedade, através do questionamento dos problemas, da análise, do pensamento crítico e como futuros educadores não devemos nos prostrar diante do problemas e sim agir em prol de nossos educandos, para a transformação integral do indivíduo, sendo assim, entendemos que sociedade e educação estão intrínsecas, visto que uma sociedade é constituída através da socialização dos saberes adquiridos pelas gerações anteriores e socializados para as gerações contemporâneas e futuras. 
Podemos concluir então que a educação é um fenômeno social que visa socializar e ajudar o indivíduo a compreender e fazer parte da sociedade ao qual está inserido..
RESUMO 
Sociologia é uma atividade que compreende a sociedade de forma disciplinada, adotando regras científicas. Especificamente em relação à Educação, esta ciência social analisa seus processos a partir de perspectivas macro e micro sociais. A partir do exemplo exposto de uma pesquisa empírica nesta área do conhecimento constatamos que a Sociologia da Educação ambiciona descortinar os processos inerentes aos fenômenos educacionais. Possibilitará aos seus iniciados uma nova perspectiva educacional, que não se contenta com respostas prontas e superficiais. Ao olhar a Educação numa visão crítica, poderemos desmistificar inúmeras instituições sociais, tal como a da escola igualitária, democrática e que respeita as diferenças étnicas, por exemplo. Entretanto, esta viagem implica riscos. O sociólogo vive no mundo comum dos homens e mulheres, perto daquilo que a maioria das pessoas chamaria de real. As categorias que ele utiliza em suas análises constituem apenas refinamentos das categorias em que os outros se baseiam. Deste modo, ao olharmos a Educação numa perspectiva sociológica poderemos incomodar algumas pessoas, sobretudo aquelas que aceitam o mundo sem discussão. Mas, podemos afirmar categoricamente que este se constitui na ambição primordial da Sociologia: ir além do senso comum. 
CONCLUSÃO
A Sociologia da Educação analisa cientificamente os processos e as regularidades sociais inerentes ao sistema educacional. Parte-se do princípio de que a educação consiste numa combinação de ações sociais e que a Sociologia consiste na análise da interação humana. Esta área da Sociologia investiga as crenças, os valores e as normas sociais inerentes à Educação. Na abordagem aqui analisada pode-se constatar quatro matrizes temáticas: 1) a que investiga a relação do sistema educacional com outros aspectos da sociedade; 2) a que trata das relações humanas na escola a partir da compreensão da estrutura interna; 3) aquela que pesquisa sobre a influência da escola no comportamento e na personalidade de seus membros; 4) a matriz que enfoca a escola na comunidade, sobretudo os padrões de interação entre a escola e os grupos sociais. As pesquisas nesta Sociologia não se diferenciam das outras áreas. O pesquisador define seu objeto, justifica sua pertinência, aponta as principais contribuições teóricas e práticas, elabora um plano de pesquisa. Interessar-se pela educação significa interessar-se pelos processos de inculcação e apropriação das habilidades, das sensibilidades e das disposições apropriadas para uma determinada participação na sociedade. Supõe focalizar os processos de transmissão inter- geracional, indagando sobre as condições que tornam possível a permanência, ao longo do tempo, das hierarquias que dão sentido às interações entre os grupos em sociedades específicas. As sociedades industrializadas contemporâneas têm de lidar com um elemento fundamental na equação da transmissão, a escola única e obrigatória, invenção coletiva que assumiu a forma que hoje conhecemos no século XIX, no bojo das transformações que acompanharam a criação dos Estados Nacionais e a construção da democracia moderna, forçando as famílias a dividirem com o Estado a responsabilidade e o trabalho de formação das novas gerações (Ariès, 1973; Ringer, 1979). Encarregada de formar os cidadãos necessários à nova ordem política, a escola torna-se progressivamente encarregada também de garantir que o destino social dos indivíduos deixe de ser definido pelo nascimento. Estabelecida como um espaço à parte, controlando a definição de quem pode ser aluno tanto quanto a definição de quem pode ser professor, a escola se quer autônoma das famílias. Atribui-se, então, à máquina escolar de classificação a distribuição de diplomas e certificados que, pensados como resultado de um processo em que as crianças e jovens são avaliados em igualdade de condições, tomam legitimamente o lugar dos sobrenomes, isto é, dos nomes de família, na definição do percurso social a que estão destinados seus possuidores. Desde a década de 1960, graças aos trabalhos de Pierre Bourdieu, Baudelot e Establet, Bowles e Gintis, Coleman, entre outros, sabemos que as coisas não se passam exatamente assim e que as operações escolares de separação e classificação dos alunos não estão imunes às lutas das famílias para garantir a transmissão dos seus patrimônios. A autonomia da escola para produzir seus veredictos é constantemente desafiada, carregando de sentido e consequências decisões que, apenas na aparência, podem ser pensadas exclusivamente por uma lógica pedagógica, como no caso da definição dos conteúdos curriculares legítimos, ou econômica, como no caso das decisões de se introduzir ou apoiar tal ou qual ramo do ensino, técnico ou generalista.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://www.sociologia.com.br/Sociologia/sociologia-da-educacao/.
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Disponível em :http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n23/n23a11.pdf. Acesso em:23.nov.2012.
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DURKLEIM,Émile. Sociologia da Educação. Disponível em: www.mundoeducacao.com.br/sociologia/emile-durkheim.htm. Acesso em:22.nov.2012.
FERREIRA,R.A .Sociologia da Educação: Uma Análise de suas Origens e
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Disponível em: www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rle/n7/n7a07.pdf. Acesso em: 15/nov.2012.
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http://www.montesiao.pro.br/estudos/crianca/escolaprincipios/contemporaneo.html. Acesso em: 23.nov.2012.

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