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Direito do Consumidor 21/02/16 Ementa Conceitos fundamentais Consumidor Fornecedor Produtor Serviço - Políticas das relações de consumo - Os direitos do consumidor - Responsabilidades no direito do consumidor - Publicidade enganosa - Práticas abusivas - Proteção contratual Direito do Consumidor Objetivos da disciplina - Dispositivo jurídico criado para a proteção do consumidor na relação de consumo – consumidor -> núcleo - Lei 8078/90 Código de Defesa do Consumidor - Regular as relações de consumo - Proteger o consumidor (parte + vulnerável da relação de consumo) - “Hipossuficiência” – direito do trabalho – trabalhador; direito do consumidor – consumidor Evolução histórica - Evolução da sociedade - Desenvolvimento dos meios de produção - “Boom” da revolução industrial - Produção em série - Consumo em massa - Distanciamento do consumidor do fornecedor (relação de consumo) - Impessoalidade na relação de consumo - Produtos larga escala (produção em massa) - Redução de custos (problemas de fabricação, vícios e defeitos) - Práticas comerciais abusivas, agressivas, vendas casadas, publicidade ilícita - Necessidade do estado atuar em defesa do consumidor - Gerando livre concorrência e proteção à relação de consumo Cronograma histórico Séc XIX - Início da industrialização surgem as primeiras organizações de defesa - 1891 – NY Consumers League (EUA) visa proteger boas normas na relação de trabalho, higiene, segurança - 1899 – National Consumers League (início da atuação de defesa do consumidor) Séc XX - Comerciantes visam prestígio social - Inicia o movimento de proteção consumerista na Europa - 1960 – ganha força normativa no EUA (estudo de mortalidade nas estradas) - 1970 – organização internacional da união dos consumidores (ONU) Brasil - 1970 começam as primeiras associações de defesa do consumidor (Porto Alegre) - 1987 – união das organizações de todo país - 1990 – CDC Contemplação mundial Res. 39, Assembleia Geral das Nações Unidas, estipula dos direitos fundamentais do consumidor - Direito à segurança - Direito à escolha - Direito à informação (dados indispensáveis) - Direito de ser ouvido - Direito à indenização - Direito ao meio ambiente -> Atuação do MP 07/03/17 Relação Jurídica de Consumo - Relação jurídica de consumo – CDC (não impede aplicação de demais leis especiais) - Relação de consumo: polo 1 consumidor/ polo 2 fornecedor transacionando comercialmente entre si - Relação jurídica – toda relação disciplinada pelo direito 1) Elementos da relação jurídica de consumo Subjetivo: envolve as partes envolvidas na relação de consumo – consumidor – fornecedor Objetivo: é o objeto pelo qual recai a relação jurídica – produto ou serviço Finalístico: traduz a ideia de que o consumidor deve adquirir ou utiliza o produto como destinatário final 2) Efetivação da relação de consumo Efetiva: simples transação entre consumidor e fornecedor Presumida: simples oferta ou publicidade inserida no mercado de consumo – Cavalieri afere que o legislador preferiu definir os elementos da relação de consumo para melhor compreensão da lei e seu campo de incidência. Entretanto, doutrina e jurisprudência tentam se harmonizar sobre a questão. Principalmente no que tange sobre o conceito de consumidor, que ora é alargado e ora é restringido a sua configuração no CDC. 3) Conceito Consumidor: artigo 2, CDC - Definir o consumidor não é tarefa tão singela - PF e PJ, pública ou privada, coletividade de pessoas - Consumidor por equiparação - Pessoa física ou jurídica - Adquire ou utiliza – adquire a título oneroso ou gratuito, produto ou serviço - Destinatário final - intermediário não é destinatário final (concessionária) – intermediadora - toda vez que o produto ou serviço puderem ser utilizados como bem de consumo - ex: boing 737, adquirido por milionário para uso particular Posição do STJ sobre consumidor - Antigamente se considerava teoria maximalista - Atualmente prevalece a corrente finalista mitigada ou temperada ou mista - Não há relação de consumo quando a aquisição de bens ou utilização de serviços tem como escopo incrementar a sua atividade comercial - Deve ficar evidenciada a vulnerabilidade na relação - Bens adquiridos devem ser bens de consumo - Tal bem deve esgotar toda a cadeira de destinação econômica - Não se confere a PJ a condição de consumidora, quando esta adquire produtos ou contrata serviços como intermediaria no ciclo de produção 4) Características marcantes do consumidor - Posição de destinatário prático e econômico A doutrina elenca quatro espécies de vulnerabilidade do consumidor: 1 – Técnica: o consumidor não possui conhecimentos específicos sobre o objeto que está adquirindo, tanto no que se refere às características do produto, quanto no que diz respeito a utilidade do mesmo, podendo assim ser facilmente enganado. 2 – Jurídica ou científica: aqui se reconhece que o consumidor não possui conhecimentos jurídicos, de contabilidade ou de economia, para eventuais esclarecimentos de contratos que assina, de juros que lhe são cobrados. 3 – Fática ou socioeconômica: nessa vulnerabilidade destaca-se a fragilidade do consumidor em relação ao fornecedor que encontra-se na posição de supremacia na relação de consumo, ou seja, detentor do maior poderio econômico. A regra é que o fornecedor exerce seu poder econômico sobre consumidor. 4 – Informacional: (criada pela doutrinadora professora Cláudia Lima Marques) nesta entende-se que os fornecedores são os únicos da relação de consumo que são verdadeiramente detentores da informação de produtos e serviços, tornando assim, os consumidores vulneráveis, diante da possibilidade do fornecedor descumprir seu dever de informar, fazendo da falta de informação uma nova vulnerabilidade ao consumidor. 21/03/17 Políticas nacionais de relações de consumo - Os 7 artigos iniciais tratam da proteção do consumidor e aferem sobre as políticas Objetivos da política nacional nas relações de consumo (artigo 4º, CDC) Atendimento das necessidades dos consumidores Respeito à dignidade, saúde e segurança dos consumidores Melhoria de qualidade de vida dos consumidores Proteção dos interesses econômicos dos consumidores Transparência e harmonia nas relações de consumo Proteção e necessidade - Intervenção do estado no domínio econômico (proteção do consumidor na aquisição de produtos) Dignidade - Dignidade da pessoa humana e garantia fundamental constitucional Proteção à vida e à saúde - Não só melhora a qualidade de vida (conforto material) - Aquisição de produtos e serviços essenciais (serviço público, transporte, água, luz, gás, medicamentos) e também ligados ao lazer Transparência (artigo 4º, caput) - Obrigação do fornecedor de propiciar ao consumidor oportunidade de conhecer produtos e serviços oferecidos e prévio conhecimento do conteúdo contratual (artigo 46) - Dever de informar (artigo 6º) – obrigação de informar Princípios norteadores política nacional relação de consumo Artigo 4º, I a VII, CDC a) Reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor Quatro espécies ditas anteriormente. b) Ação governamental de proteção ao consumidor - Artigo 4º, II, autoriza a intervenção direta do estado (secretaria de direito econômico – ministério da justiça) - Departamento de proteção e defesa do consumidor - Procons (procuradoria de proteção e defesa do consumidor) - Sedecons (serviço de defesa do consumidor) - Cedecons (central de defesa do consumidor) - MP e entidades civis de defesa do consumidor (Idec, Adecon, Brasilcon) Departamento nacional defesa do consumidor Artigo 106, CDC - Sinmetro - Inmetro - Conmetro - ADNT (Procon-SP – Lei 1903/78 – Lei estadual 9192/93 – Procon passa a ser fundação de direito púbico – hoje ele integra secretaria de justiça e cidadania – + 200 unidades em SP) Instrumentosde atuação do poder público Artigo 5, CDC - Assistência jurídica integral e gratuita - Defensorias públicas - Promotorias e associações de defesa (artigo 81 e 82 CDC) - Delegacias especializadas - Juizados especiais e vagas especiais em consumo Direitos básicos do consumidor - Resolução 39/248 (10/04/85) ONU trata das fontes dos direitos básicos do consumidor - Direitos universais e individuais - Direitos fundamentais dos consumidores * Doutrina de direitos humanos Obs: confrontar resolução da ONU com os direitos básicos do consumidor do artigo 6º. A ONU proclamou os seguintes direitos fundamentais do consumidor: Direito à segurança – garantia contra produtos e serviços que possam ser nocivos à vida ou à saúde Direito à escola – opção entre vários produtos e serviços com qualidade satisfatória e preço competitivo Direito à informação – conhecimento de dados indispensáveis de produtos e serviços para ocorrer a decisão de compra de forma consciente Direito a ser ouvido – os interesses dos consumidores devem ser levados em conta pelo governo e pelos fornecedores para futura prospecção de políticas públicas e econômicas Direito à indenização – reparação financeira por danos causados por produtos e serviços Direito à educação para consumo – meios para o cidadão exercitar conscientemente sua função de mercado Direito ao meio ambiente sustentável – visa defesa do equilíbrio ambiental para melhoria de qualidade de vida e um desenvolvimento sustentável Artigo 6º - direitos básicos do consumidor - Devem ser observados em qualquer relação de consumo Prova vulnerabilidade requisitos/elementos da relação de consumo síntese histórica positivação da legislação consumerista (resolução da ONU) teorias para configurar o polo consumerista
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