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CEDERJ - UNIRIO - HISTÓRIA e SOCIOLOGIA - AD2 2017.1 - Cenário negros décadas de 50 e 60 e atualidade

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O cenário dos negros no Brasil nas décadas de 1950 e 60 foi retratado pelos autores Costa Pinto, Florestan Fernandes e Guerreiros Ramos, que possuíam diferentes interpretações diante dessa questão.
Na visão de Costa Pinto, uma análise sociológica que demonstrasse a correlação entre raça e classe social deveria sobrepor a teoria da “democracia racial” que era o resultado de uma sociedade tradicional e patriarcal. Ou seja, as tensões sociais não eram fruto do legado da escravidão, mas da sociedade capitalista vigente.
Na interpretação de Florestan Fernandes, as relações raciais no Brasil eram reflexo do período escravocrata, o qual subjugava os negros, e que por conta disso a inserção social do negro foi dificultada. No entanto, Fernandes acreditava que a estrutura de classes sociais propiciaria a integração dos negros na sociedade e que o conflito racial seria secundário frente a consciência de classe.
Na perspectiva de Guerreiro Ramos, o preconceito na sociedade da brasileira era de caráter socioeconômico e de cor. Os negros não queriam apenas continuar sobrevivendo em meio as desigualdades, mas ascender social, cultural e economicamente. Do ponto de vista do autor, o desenvolvimento de uma classe média negra poderia significar o início de um processo pedagógico com relação ao fortalecimento da cidadania entre os negros-massa.
Trazendo para o debate atual das questões raciais, o Brasil pouco avançou em relação a diminuição do abismo socioeconômico entre negros e brancos. Conforme acompanhamos nos gráficos mostrados no enunciado da questão desta avaliação dados alarmantes em que quase 67% das vítimas de violência são negros. Na questão da educação, apesar da implantação do sistema de cotas, o número de negros que ingressam na faculdade é bem inferior ao de brancos, isso sem contar que o número diminui ainda mais quando comparado com aqueles que conseguem concluir o ensino superior dada a dificuldade de arcar com os custos que envolvem o dia-dia universitário (transporte, alimentação, livros, entre outros). Ainda segundo o IBGE, a população negra é também mais vulnerável à pobreza e os salários de negros em relação ao de brancos é 40% menor.
Apesar do aumento da classe média negra nos últimos anos, a ascensão econômica e intelectual não significou a diminuição do preconceito, no entanto, observamos o amadurecimento e o fortalecimento de movimentos sociais em prol da defesa das raízes culturais negras e de apoio a comunidade, e que se faz extremamente necessário neste momento de tensão social que vive o Brasil e o mundo, onde setores mais tendenciosos a extrema direita vem crescendo e destilando seu ódio contra as minorias, através, principalmente, das redes sociais.

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