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Apostila Psicologia e Comportamento Organizacional

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Regina Mara Malpighi Santos
Psicologia e
Comportamento
Organizacional
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Adaptada/Revisada por Regina M. Malpighi Santos (setembro/2012).
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APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno (a), esta apostila de Psicologia e Comportamento Organizacional, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos (às) alunos (as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidisciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo (a) no seu estudo são o suplemento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	5
1 PSICOLOGIA: CONCEITO E HISTÓRIA	7
1.1 Histórico	7
1.2 Primeiras Escolas em Psicologia Científica	9
1.3 Principais Escolas na Psicologia do Século XX	10
1.4 Psicologia Científica x Senso Comum	13
1.5 Resumo do Capítulo	15
1.6 Atividades Propostas	15
2 ATRIBUIÇÕES E ÁREAS DE ATUAÇÃO DOS PSICÓLOGOS	17
2.1 Resumo do Capítulo	19
2.2 Atividades Propostas	20
3 TEORIAS DA PERSONALIDADE	21
3.1 Teoria Psicanalítica	21
3.2 Teoria Analítica	23
3.3 Teoria Humanista da Personalidade de Carl Rogers	25
3.4 Teoria da Personalidade	25
3.5 Resumo do Capítulo	26
3.6 Atividades Propostas	27
4 INTELIGÊNCIA	29
4.1 Resumo do Capítulo	31
4.2 Atividades Propostas	31
5 LINGUAGEM	33
5.1 Resumo do Capítulo	34
5.2 Atividades Propostas	34
6 EMOÇÕES	35
6.1 Resumo do Capítulo	36
6.2 Atividades Propostas	37
7 COMUNICAÇÃO	39
7.1 Comunicação Intercultural	40
7.2 Comunicação Eficaz	41
7.3 Resumo do Capítulo	41
7.4 Atividades Propostas	42
8 O INDIVÍDUO E A ORGANIZAÇÃO	43
8.1 Fundamentos do Comportamento Individual	43
8.2 Atitudes, Valores, Percepção e Aprendizagem	44
8.3 Resumo do Capítulo	46
8.4 Atividades Propostas	46
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9 TEORIA DA MOTIVAÇÃO	47
9.1 Teoria das Hierarquias das Necessidades de Maslow	47
9.2 Teoria dos Dois Fatores (Herzberg)	48
9.3 Teoria ERG (Clayton Alderfer)	49
9.4 Teoria da Equidade	49
9.5 Resumo do Capítulo	50
9.6 Atividade Proposta	50
10 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL	53
10.1 Diferenças entre Grupos e Equipes	53
10.2 O Grupo e sua Estrutura	54
10.3 Resumo do Capítulo	56
10.4 Atividades Propostas	56
11 MUDANÇA ORGANIZACIONAL	57
11.1 Resumo do Capítulo	58
11.2 Atividades Propostas	59
12 LIDERANÇA	61
12.1 Características e Estilo do Líder	61
12.2 Líderes no Século XX	62
12.3 Confiança	63
12.4 Resumo do Capítulo	65
12.5 Atividades Propostas	65
13 CULTURA ORGANIZACIONAL	67
13.1 Resumo do Capítulo	68
13.2 Atividades Propostas	68
14 CONSIDERAÇÕES FINAIS	69
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS	71
REFERÊNCIAS	77
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INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
O objetivo geral do curso é oferecer subsídios para o aluno(a) desenvolver a interpretação da psi-cologia nas relações pessoais, ajudando a relacionar a teoria e a prática de conceitos psicológicos aplica-dos ao trabalho e, assim, capacitar o(a) aluno(a) para o domínio dos processos básicos do comportamento social.
Esta apostila e a disciplina, como um todo, busca levar o(a) aluno(a) a refletir sobre habilidades e atitudes para compreender a importância do fator humano nas organizações. Conhecer conceitos, como personalidade, inteligência, linguagem, processos de influências, estados emocionais, diferenças individuais, relacionamentos e comunicação interpessoal. Conhecer as abordagens psicológicas e como essas podem atuar nas organizações.
Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado a apresentar o histórico da Psicologia, suas principais influências e as escolas que contribuíram para que essa se tornasse uma ciência.
Apresentaremos as atribuições e áreas de atuação dos psicólogos. Assim como as teorias da personalidade sobre diferentes visões: a psicanalítica, a analítica e a humanista.
Abordaremos, também, conceitos e desenvolvimentos da inteligência, da linguagem e das emoções. Veremos como a comunicação pode ser maximizada tanto na forma intercultural quanto torná-la eficaz, minimizando os conflitos.
Analisaremos o indivíduo e a organização através dos fundamentos de comportamento individual, atitudes, valores, percepção e aprendizagem. Veremos as teorias motivacionais de Maslow, Herzberg, Alderfer e da equidade.
No comportamento organizacional estudaremos as diferenças entre grupos, equipes e suas estruturas. Apresentaremos, também, como as mudanças organizacionais devem ser planejadas e organizada, de modo a minimizar os impactos sobre os indivíduos.
Por fim, apresentaremos as características e estilos de líder, liderança no século XX, como desenvolver a confiança, uso do poder e quais são os tipos utilizados nas organizações e nas diferentes culturas organizacionais.
Assim, procuramos trazer uma melhor compreensão da Psicologia, dos seus conceitos, das teorias e das diferentes visões de como o ser humano pode contribuir na sociedade, no trabalho, quando procura entender a si mesmo e ao outro e tentamos desmistificar conceitos errôneos dessa ciência.
Hoje, o ser humano é visto como o grande potencial das organizações, com qualidades intelectuais e como a ferramenta indispensável para o crescimento como um todo, porém isso só poderá ser alcançado quando o próprio indivíduo reconhecer, respeitar e ouvir como um ser que contribui com as suas habilidades, competências de forma a atender às suas necessidades e satisfações quando procura se adequar aos valores pessoais e organizacionais.
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Regina Mara Malpighi Santos
Será um prazer estarmos juntos neste módulo, espero contribuir com o desenvolvimento dos seus conhecimentos, colocando-me à sua disposição para eventuais dúvidas.
Grande abraço,
Profa. Regina
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1 PSICOLOGIA: CONCEITO E HISTÓRIA
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Querido(a) aluno(a),
Você sabe o que é Psicologia? Etimologicamente falando, é formada por duas palavras gregas: Psiché, que significa alma, espírito; e Logos, que é estudo, discurso. Assim, pode-se dizer que Psicologia é o “estudo da alma”.
Atualmente, a Psicologia é conhecida como a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais. Pode-se entender por comportamento tudo aquilo que um organismo faz e que pode ser observado, e processos mentais são as experiências, as sensações, percepções, pensamentos, sentimentos que vivenciamos e expressamos através do comportamento.
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Várias ciências estudam o homem, como a Antropologia, Economia, Sociologia, dando diferentes visões. Para Bock (2005), o objeto de estudo da Psicologia vai depender da área de cada um, se perguntarmos a um psicólogo comportamental qual o seu objeto de estudo, ele dirá que é o estudos do comportamento. Seperguntarmos a um psicólogo psicanalista, ele dirá que é o estudo do inconsciente.
Portanto a diversidade de objetos de estudo é devido ao pouco tempo de existência da Psicologia como ciência e porque os fenômenos psicológicos são diversos acarretando a construção de várias teorias para explicá-los.
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1.1 Histórico
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Você já deve ter ouvido falar que a história da Psicologia tem por volta de dois milênios e se inicia com os filósofos gregos.
Filósofos, como Platão e Aristóteles, começa-ram a estudar o homem e sua interioridade. A alma ou espírito era concebido como parte imaterial do ser humano e envolvia: pensamento, sentimentos de amor e ódio, irracionalidade, desejo, sensação e percepção. Os filósofos pré-socráticos definiam a relação do homem com o mundo através da percepção.
Desde essa época já existia uma oposição entre os idealistas: o mundo existe porque o homem o vê. A ideia forma o mundo. Já os materialistas consideram que o homem vê um mundo que já existe. A matéria que forma o mundo depende da percepção de cada um.
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Veja os principais pontos da Filosofia que contribuíram com a Psicologia:
Sócrates (469-399 a.C.) preocupava-se com os limites que separam o homem dos animais. A principal característica humana era a razão, que era definida como peculiaridade do homem ou como essência do ser humano. A razão permite ao homem sobrepor-se aos instintos, que são à base da irracionalidade.
Platão (427-347 a.C.), discípulo de Sócrates procurou definir um lugar para a razão no corpo. Definiu esse lugar como sendo a cabeça, onde se encontrava a alma do homem. A medula seria a ligação da alma e do corpo. Ele entendia a alma como separada do corpo, com a morte, o corpo – a matéria – desaparecia e a alma ficava livre para ocupar outro corpo.
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Regina Mara Malpighi Santos
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Aristóteles (384-322 a.C.), importante pensador da história da filosofia inovou quando postulou que o corpo e a alma não poderiam ser dissociados. A psyché seria o princípio ativo da vida. Tudo que cresce, reproduz e se alimenta possui a sua psyché.
Segundo ele, a divisão dos vegetais, animais e homens quanto à alma seria:
Vegetais: teriam uma alma vegetativa e a função de alimentação e reprodução;
ƒƒAnimais: possuem uma alma vegetativa e sensitiva e teriam a função de percepção e movimento;
ƒƒHomem: teria a alma vegetativa, sensitiva e a racional e diferente dos demais, teria a função pensante.
Você se lembra de que a Idade Média e o Império Romano foram importantes, pois uma das principais características desse período foi o aparecimento e desenvolvimento do cristianismo que possuía uma força religiosa que passava a ser a força política dominante.
Neste sentido, dois grandes filósofos representaram esse período: Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1225-1274).
Santo Agostinho, inspirado em Platão, também fazia a separação entre alma e corpo. A alma era a sede da razão e comprovava uma manifestação divina no homem. A alma era imortal porque ligava o homem a Deus e também era a sede do pensamento.
São Tomás de Aquino viveu na época em que nascia o protestantismo, transição para o capitalismo, da revolução francesa e revolução industrial na Inglaterra. A crise econômica leva a sociedade ao questionamento dos conhecimentos produzidos pela igreja.
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Assim como Aristóteles, ele também fez a distinção entre essência e existência. O homem na sua essência busca a perfeição através de sua existência. Só Deus seria capaz de reunir a essência e a existência igualmente.
Portanto, a busca da perfeição pelo homem seria a busca de Deus e, através de argumentos racionais, procurava justificar os dogmas da igreja, garantindo o monopólio dela no estudo do psiquismo.
Como você deve estar lembrado, foi na época do Renascimento que vários eventos importantes ocorreram, tais como: descoberta de novas terras (América), do caminho para as Índias, rota do Pacífico, acúmulo de riqueza de nações em formação (França, Itália, Espanha, Inglaterra); com isso, começa uma nova organização econômica e social, trazendo a valorização do homem.
A história nos conta que vários avanços ocorrem, fortalecendo a construção de conhecimentos científicos. O filósofo René Descartes (1596-1659) contribui postulando a separação entre mente e corpo, observando que o homem possui uma substância material e uma substância pensante.
Gostaria que você pensasse em uma máquina, como ela funciona? O corpo sem espírito é máquina sem motor, é morto. Esse dualismo permitiu o estudo do homem, possibilitando o avanço da anatomia e da fisiologia, que contribuíram em muito com a Psicologia.
No século XIX, o capitalismo trouxe o processo de industrialização, no qual a ciência deveria dar respostas e soluções práticas.
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Psicologia e Comportamento Organizacional
1.2 Primeiras Escolas em Psicologia Científica
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Em meados do século XIX, a ciência passa a ter um papel fundamental, pois leva o homem ver a construção de novos conhecimentos que antes eram regidos por dogmas religiosos.
Temas que antes eram estudados pelos filósofos, passam a ser estudados também pela Fisiologia e Neurofisiologia, descobrindo, por exemplo, que a doença mental poderia ter ação de diversos fatores sobre as células cerebrais. Na Neuroanato-mia, a atividade motora nem sempre estaria ligada à consciência. Na Psicofísica, o estudo da fisiologia do olho e a percepção das cores acabam contribuindo com a Psicologia Científica.
Vários outros estudiosos e pesquisadores começam a definir o objeto de estudo da Psicologia: comportamento, vida psíquica e consciência, passando a formular métodos de estudos e teorias, estabelecer critérios básicos importantes, como conhecimento científico, dados que possam ser comprovados e servir de experimento para novas pesquisas.
Você já deve ter ouvido falar que foi na Alemanha, fim do século XIX, início do século XX, que Wundt, Weber e Fechner juntos, na Universidade de Leipzig, ajudaram a Psicologia a ganhar status de ciência e se libertar da Filosofia, surgindo novas abordagens ou influências que vão dar origem a teorias que permanecem até hoje.
Funcionalismo - William James (1842-1910): é considerada a primeira escola a se preocupar com “o que fazem os homens?” e “por que fazem?” (BOCK, 2005). Segundo o autor, a consciência é o centro de suas preocupações e busca a compreensão de seu funcionamento na medida em que a usa para adaptar-se ao meio. James buscou entender os processos mentais como atividades necessárias para os seres vivos, dotados de emoção, ação, conhecimento e razão, procurando explicar que a mente funciona de forma contínua, seletiva, e capacita o homem a fazer escolhas.
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Estruturalismo - Edward Titchner (1867-1927) preocupou-se em conhecer a consciência nos aspectos estruturais – sistema nervoso central –, para determinar a estrutura da mente, na tentativa de compreender os fenômenos mentais produzidos pelos estímulos ambientais. O conhecimento era desenvolvido em laboratório, ficando conhecido como Pai da Psicologia Experimental.
Defendeu como método de estudo a introspecção (“olhar para dentro”), onde sujeitos procuravam descrever as suas sensações através das características dos estímulos a que eram submetidos, sem contar o que já conheciam anteriormente.
A escola tomou como característica os termos que formam a estrutura da consciência ou mente: imagem, pensamento e sentimento, através de uma experimentação ou observação.
O objeto de estudo era a experiência em si que acontece antes da reflexão, a experiência imediata, livre de qualquer interpretação que possa incluir as sensações, sentimentos e emoções.
Segundo Titchner, a mente é a junção de todos os fenômenos mentais, que podem ser divididos em sensação, imagens e sentimentos,podendo ter qualidade, intensidade, duração e vivacidade.
Portanto, nomear a sensação, identificar a intensidade com que ela se apresenta e registrar sua duração são trabalhos do sujeito experimental na Psicologia.
Associacionismo - Edward L. Thorndike (1874-1949) formulou a primeira teoria da aprendizagem na Psicologia. Para qualquer indivíduo, aprender precisa passar pelo processo de associar as ideias ao conteúdo, isto é, todo comportamento tende a ser repetido se não for castigado, o que denominou Lei do Efeito, que seria o organismo associar situações a outras semelhantes.
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1.3 Principais Escolas na Psicologia do Século XX
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Behaviorismo - John B. Watson (1913): ‘behavior’, palavra de origem inglesa que, em português, significa ‘comportamento’. Afirma que o objeto de estudo é o comportamento observável, seja nos homens como nos animais, pensamentos ou linguagem, não passam de respostas fisiológicas complexas a estímulos externos.
Nesse sentido, procurou determinar as leis que regiam a relação entre a ocorrência de certos eventos ambientais (estímulos) e o comportamento observável (respostas).
Todo o comportamento é aprendido, o homem é um produto das experiências.
Para Watson, o objeto de estudo da psicologia era todo tipo de comportamento (o agir, o ser e suas explicações) e não só como sentimos ou expressamos os pensamentos, até então os únicos objetos da psicologia.
Precisava também encontrar um novo objeto de estudo da psicologia que explicassem o comportamento, mas que não fossem conceitos mentais, como sentimento, percepção, cognição.
Caro(a) aluno(a), na Rússia, um fisiologista chamado Ivan P. Pavlov realizava experimentos com cães, o que ajudou a descrever o condicionamento. Ele percebeu que o cão salivava na presença de cheiros, visualização da carne. Concluiu que o reflexo da saliva estava ligado a outros estímulos, como o visual, olfativo e auditivo, e que poderiam estar ligados ou não à comida.
Chamou de reflexo condicionado ou resposta condicionada – o estímulo apresentado para determinado comportamento (cão salivar).
Então, Watson passou a utilizar os conceitos estudados sobre o reflexo, para explicar tudo àquilo que ele chamava de comportamento, interessante isso, não?
B. F. Skinner, behaviorista metodológico, considerava que a base do comportamento visível tem ligação com o desempenho resultante da ação e, para estudar esse processo de aprendizagem, 
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desenvolveu uma caixa em formato de cubo, que ficou conhecida como “Caixa de Skinner”.
A caixa, geralmente, é construída com dimensões específicas, com fundo removível, porta transparente, jogo de luzes no teto, barra na parede lateral e um aparelho que quantifica a frequência com que à barra é acionada.
Com a caixa, Skinner fez experimento com uma ”cobaia” (rato privado de alimento e água por um determinado período; ao pressionar a barra, o mecanismo era acionado, liberando uma gota de água).
Pode-se dizer que o pressionar ou não a barra foi aleatório, ao acaso, uma exploração do ambiente onde estava. Então, a análise experimental do comportamento é a relação de dependência estabelecida entre a ‘resposta’ do sujeito (pressionar a barra) e a consequência vinda de seu ambiente.
Saiba mais
“Reforço, seja qualquer um, pode ser definido como um evento que ocorre após a ‘resposta’ do organismo”. Toda consequência de uma ação, que aumenta a frequência de uma resposta (comportamento).
A aprendizagem dos comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o
efeito resultante é a satisfação de algu-
Saiba mais
ma necessidade.”
Fonte: Bock (2005, p. 49).
O processo de aprendizado de um novo comportamento é feito por reforços diferenciais, chamado modelagem, onde algumas respostas são reforçadas e outras não, possibilitando que o organismo se aproxime cada vez mais da resposta final.
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Psicologia e Comportamento Organizacional
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Veja que as respostas intermediárias não constituem erros e sim variações próprias aos organismos vivos e complementares ao processo de seleção.
Querido(a) aluno(a), os reforços podem ocorrer de duas formas: positiva ou negativa. A positiva é quando todo ou qualquer evento aumenta a possibilidade de uma resposta, por exemplo, tudo aquilo que fortalece um comportamento (elogio, dinheiro, reconhecimento); e o negativo, todo o evento que aumenta a probabilidade da resposta que o remove, isto é, quando você coloca o seu despertador ou celular para tocar pela manhã, ao escutar seu som você o desliga, porque aquele som representa que você terá que levantar, portanto a ação do organismo tem como consequência da remoção de algo já presente.
Para Skinner, existem os reforçadores primários, secundários e generalizados. Os primários podem ser o alimento e o afeto. Ambos podem ser usados para aumentar a frequência de uma resposta.
Vamos exemplificar através da rotina diária: o filho precisa ir para a escola e não terminou a lição, a mãe só deixa o filho almoçar quando ele terminar o dever de casa.
Já os demais reforçadores dependem dos primários para se tornarem efetivos, isto é, eles precisam acompanhar os primários por certo tempo para que possam agir por si.
No dia a dia, a atenção que recebemos de outra pessoa é um grande exemplo de reforçador secundário. Esses reforçadores podem ser apresentados de forma contínua ou intermitente.
Extinção – é o conjunto de relação de um indivíduo com o ambiente para eliminar uma resposta e o reforço é interrompido abruptamente.
ƒƒPunição – retirar um estímulo reforçador positivo a uma dada resposta, acertando a diminuição temporária da frequência dessa mesma resposta. Pode--se exemplificar com o trânsito, todas as multas aplicadas não motivam os motoristas a mudarem o comportamento no trânsito.
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Gestalt – Ernest Mach (1838-1916), Max Wertheimer (1880-1943) e Kurt Kofka (1886-1941).
A palavra ‘Gestalt’, de origem alemã, não possui uma tradução para o português, mas pode significar ‘forma’, ‘configuração’, ‘padrão’ ou ‘estrutura’.
A teoria da Gestalt considera a percepção como um todo e parte desse todo para explicar as partes; enquanto que os associacionistas partiam das partes para explicar o todo.
O todo é percebido antes das partes que o constituem. A forma corresponde à maneira como as partes estão dispostas no todo. O todo não é a soma das partes, na realidade, elas organizam-se segundo determinadas leis.
Observe que, para a Gestalt, a experiência depende dos modelos, das estruturas que os estímulos despertam, na organização da experiência. O nosso comportamento – aqui e agora – é considerado como a figura, o foco da alteração e os outros eventos são o fundo – fome, música, ruídos etc.
Segundo a Gestalt, tudo o que vemos ou percebemos está relacionado com a totalidade do campo de observação. A percepção que você tem depende da configuração do processo mental de cada um.
O comportamento de um indivíduo poderia ser analisado em função do campo psicológico onde ele está atuando em determinado momento, em função das relações com o meio e com outras pessoas.
O processo de percepção ocorre como uma ilusão e é o resultado de uma ação e reação.
Todos os fatos mentais, estado emocional, forte desejo ou atitude, pode ser visto como influência em uma resposta perceptiva.
Estudos realizados sobre a percepção vêm colaborando para entender melhor o comportamento humano e explicar os porquês e como percebemos os eventos, pessoas e objetos no meio ambiente.
A Gestalt estava preocupada em compreender quais eram os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito com uma forma diferente do que ele é na realidade.
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Regina Mara Malpighi Santos
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O caso clássico é o cinema, como citado por Bock (2005). A fita cinematográfica é composta de fotogramas com imagens estáticas. O movimento que vemos na tela é uma ilusão de ótica causada pelo fenômeno da pós-imagem da retina, porque qualquer imagem que vemos demora um pouco para se ‘apagar’ da nossa retina. As imagens vão se sobrepondo em nossa retina e o que percebemos é um movimento. Mas o que de fato é projetado na tela é uma fotografia estática, tal como uma sequência de slides.
A Gestalt estuda a organização da nossa percepção através de um conjunto de leis que foram denominadas de:
Lei da proximidade – perante elementos diversos, tendência a agrupar aqueles que se encontram mais próximos;
Lei da semelhança – perante elementos diversos, têm tendência a agrupar por semelhanças;
Lei da continuidade – perante algo inacabado, têm tendência a acabar;
Lei da forma e fundo – quando observarmos algo, separamos espontaneamente à “figura” do “fundo”.
Psicanálise – Sigmund Freud (1856-1939) nasceu em Freiberg, Moravia, hoje Eslováquia, filho mais velho de pais judeus. Estudou Medicina em Viena, onde teve maior interesse na neurologia.
Pacientes com distúrbios nervosos apresentavam ideias que poderiam estar reprimidas e eram expressas através dos sintomas como: dificuldades de expressão do pensamento, rigidez muscular.
Freud, através da prática médica, usou a hipnose para descobrir a origem dos sintomas. Desenvolveu um novo método, a associação livre, onde os pacientes repousavam sobre um divã e eram encorajados a dizer tudo que lhes vinha à mente, todos e quaisquer pensamentos, inclusive os seus sonhos.
Desenvolveu, em 1900, a primeira concepção sobre a estrutura e funcionamento da personalidade
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(como veremos nas teorias da personalidade – psicanalítica).
Humanista – Maslow e Rogers
Os humanistas surgem em meados do século XX com o argumento de que o ser humano implica mais satisfazer ou controlar seus desejos animais do que procurar prazer ou evitar a dor. Começam a trabalhar questões relacionadas a todos os seres humanos, como ajudarem uns aos outros, pertencer a uma família e à sociedade.
Uma das premissas fundamentais da teoria de Carl Rogers é o pressuposto de que as pessoas usam sua experiência para se definir. Assim, as pessoas plenamente funcionais ou psicologicamente saudáveis apresentam as seguintes características:
ƒƒmente aberta para aceitar qualquer tipo de experiência e de novidades;
tendência a viver plenamente cada momento;
ƒƒcapacidade para se orientar pelos próprios instintos e não pelas opiniões ou razões de outras pessoas;
ƒƒsenso de liberdade de pensamento e ação;
ƒƒalto grau de criatividade;
ƒƒa necessidade contínua de maximizar o seu potencial.
Rogers passa a ser o único a questionar a validade do conhecimento objetivo, na tentativa de compreender a experiência de outra pessoa. Usa o conhecimento como interpessoal, tornando a essência da terapia centrada no cliente. É a prática da compreensão empática. Penetrar no mundo subjetivo do outro para ver se a compreensão da opinião dele é correta ou se concorda com o próprio ponto de vista, no sentido de compreender a experiência do outro como correta ou não, fazendo um autoquestionamento.
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Psicologia e Comportamento Organizacional
1.4 Psicologia Científica x Senso Comum
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O tipo de conhecimento que vamos acumulando no nosso cotidiano é chamado de senso comum. É passado de geração para geração, como um hábito ou um costume tradicional. Quando a dona de casa usa a garrafa térmica para manter o café quente, sabe por quanto tempo ele permanecerá razoavelmente quente, sem fazer nenhum cálculo complicado e, muitas vezes, desconhecendo completamente as leis da termodinâmica.
O conhecimento do senso comum é intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros. É um conhecimento importante, porque sem ele a nossa vida no dia a dia seria muito complicada. O senso comum percorre um caminho que vai do hábito à tradição, que passa de geração para geração. Integra de um modo o conhecimento humano.
A utilização de termos como ‘rapaz complexado’, ‘mulher louca’, ‘menino hiperativo’ expressa a comunicação do senso comum acerca do comportamento humano, que muitas vezes não ocorre de maneira científica. Os termos podem até ser da psicologia científica, mas são usados sem a preocupação de definir as palavras.
Quando buscamos definir, descrever e prever comportamentos, estamos fazendo ciência. O cientista do comportamento (da psicologia) não fica satisfeito com conceitos generalizados e rotulados (complexado, louco, “nasceu assim”) sem compromisso e apenas baseados em “achismos” e observações superficiais. Ele quer observações sistematizadas, conhecimento metodológico, experimentado, testado, comprovado. Ex.: ‘mulher louca’, o que é loucura? Quais os sintomas? Que tipo de loucura?
Dicionário
Ciência é um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade obtidos por meio de metodologia científica.
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Quando fazemos ciência, baseamo-nos na realidade cotidiana e pensamos sobre ela. Quando bem utilizada, a ciência permite que o saber seja transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido.
Saiba mais
Psicologia é ciência
Porque tem um objeto específico de estudo: o homem - ser humano em seu sentido amplo.
Utiliza uma linguagem precisa e rigorosa: não utiliza termos do senso comum sem preocupação conceitual.
Utiliza métodos e técnicas específica: entrevistas estruturais, testes, técnicas de terapia, entre outras, obtidas de maneiras programadas, sistemáticas e controladas, para que se permita a Saiba verificação mais da validade da ciência, permitindo a reprodução da experiência.
Não se pode entender comportamento sem um contexto, sem a descrição de eventos antecedentes e consequentes do evento descrito. Por isso, os conceitos de comportamento e ambiente são interdependentes, um não pode ser definido sem referência ao outro.
O agir, o sentir e o pensar estão em função de variáveis ambientais (meio ambiente), que são os eventos antecedentes e consequentes. Note bem que não é o homem e sim o comportamento do homem que está interagindo constantemente com os estímulos que antecedem o seu comportamento, e o seu comportamento está constantemente tendo consequências no ambiente e sendo interagido por elas.
Meio ambiente (estímulos): as influências sobre o organismo que determinam o comporta-
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mento; tudo aquilo que afeta o comportamento. Um estímulo é um ‘pedaço’ do ambiente que pode ser interno ou externo ao organismo.
Os homens agem sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez, são modificados pelas consequências de sua ação (SKINNER, 1978). Assim, além conhecer o organismo e as suas interações, é necessário conhecer os diversos ambientes com os quais um organismo pode interagir.
O ambiente que o indivíduo interage pode ser analisado sob dois prismas:
ƒƒambiente externo: o físico e social, que é alterado pelo comportamento por meio das ações mecânicas sobre ele e pelas interações do indivíduo com o social;
ƒƒambiente interno: o biológico e histórico, formado pelos processos biológicos e as experiências passadas de cada indivíduo, pois o organismo transporta consigo os resultados de suas interações passadas.
O homem moderno deve ser entendido sob um O homem moderno deve ser entendido sob um aspecto biopsicossocial. Toda história de vida deve ser analisada sob influências biológicas, psicológicas e sociais, aspectos esses que são interligados. Ele recebe influências do seu organismo internamente (genética, vírus, bactérias, doenças congênitas, defeitos estruturais), da sua percepção própria, experiênciase vivências de mundo (ações, pensamentos e sentimentos) e da sua interação com os diversos grupos (família, amigos), a sociedade e sua cultura.
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Também, o homem biopsicossocial recebe diferentes influências do meio ao longo de sua vida. Muitas áreas são importantes para a análise do comportamento humano, tais como: afetiva, familiar, conjugal, sexual, interpessoal (amizades), lazer, social, escolar, religiosa, trabalho, biológica (doenças), ambiente, cultural, questões morais, regras sociais, costumes.
Você deve estar se perguntando: se o homem é o objeto de estudo, por que estudar animais na psicologia?
Porque, apesar de existir vários experimentos psicológicos que utilizam animais, o enfoque está nos processos psicológicos básicos que acontecem tanto em animais quanto nos humanos (ex.: medo), levando-se em conta que o animal passa a ser mais fácil de ser manuseado e de se impor limite quanto:
1° - ética: muitas pesquisas não podem ser realizadas com seres humanos;
2° - praticidade: os animais são bem cooperativos, por ser mais cômodo e podem ser estudados com facilidade durante longos períodos;
3° - facilidade: em detectar processos básicos comportamentais e mentais em animais e transpor os achados para seres humanos, tais como: movimentos, fome, sono ou sede.
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Psicologia e Comportamento Organizacional
1.5 Resumo do Capítulo
Querido(a) aluno(a),
Neste capítulo, estudamos o nascimento da Psicologia e o quanto a Filosofia contribuiu com os seus pensadores para o desenvolvimento e questionamento do ser humano.
Vimos como as evoluções ao longo do tempo e os avanços tecnológicos e científicos ajudaram o homem a refletir e questionar sobre qual papel deve exercer ou influenciar no meio onde está inserido.
Observamos os avanços e as influências no desenvolvimento para uma melhor compreensão do ser humano através das diferentes escolas em seu comportamento, notando que o homem precisa manter uma relação com esse meio onde ele é estimulado a dar diferentes respostas, a entender e diferenciar o todo em sua essência.
Para isso, a Psicologia foi se fortalecendo como ciência, pois saiu dos questionamentos e passou a ser experimentada em laboratórios, com técnicas e teorias diferenciadas, com uma linguagem rigorosa, comprovada e científica, através de dados recolhidos anteriormente.
1.6 Atividades Propostas
Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se você fixou bem o conteúdo. Assim, responda às perguntas abaixo:
Qual a importância de conhecer o desenvolvimento histórico da Psicologia?
A quais critérios a Psicologia deveria satisfazer para ser considerada uma “ciência”?
Quais são as principais teorias em Psicologia no século XX?
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2 ATRIBUIÇÕESPSICÓLOGOS E ÁREAS DE ATUAÇÃO DOS
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Prezado(a) aluno(a),
Neste capítulo, veremos que psicólogos e psiquiatras muitas vezes ocupam empregos semelhantes. Ambos os profissionais podem trabalhar em campos ligados à saúde mental, diagnosticando e tratando pessoas com problemas psicológicos leves e graves. A grande diferença entre esses especialistas está na sua formação.
Pode-se definir como Psicólogo aquela pessoa que passa cerca de cinco anos na faculdade, aprendendo sobre comportamento normal e anormal, sobre diagnóstico e tratamento para vários comportamentos humanos. Após se formarem devem, por questão ética, se especializar e aprofundar sua formação em uma ou mais áreas.
Psiquiatra é aquela pessoa que estuda medicina, se qualifica ou especializa em uma instituição de saúde mental, hospital ou clínica, para tratar de distúrbios emocionais, utilizando da farmacoterapia (remédios), cirurgia e eletroconvulsoterapia, dentre outros processos médicos.
Como a formação do psiquiatra é em medicina, seu foco é voltado para a cura de problemas do corpo, isto é, a causa de distúrbios comportamentais está nas alterações bioquímicas e neurológicas.
O Psicólogo trabalha em diferentes áreas como profissional, atua no âmbito da educação, saúde, lazer, trabalho, segurança, justiça, comunidades e comunicação com o objetivo de promover, em seu trabalho, o respeito à dignidade e integridade do ser humano.
Veja, a seguir, quais são as atribuições profissionais do psicólogo:
estuda e analisa os processos intrapessoais e relações interpessoais, possibilitando�
a compreensão do comportamento humano individual e de grupo, no âmbito das instituições de várias naturezas, onde quer que se deem estas relações;
aplica conhecimento teórico e técnico da psicologia, com o objetivo de identificar e intervir nos fatores determinantes das ações e dos sujeitos, em suas histórias pessoais, familiares e sociais, vinculando--as também a condições políticas, históricas e culturais;
analisa a influência de fatores hereditários, ambientais e psicossociais sobre os sujeitos na sua dinâmica intrapsíquica e nas suas relações sociais, para orientar-se no psicodiagnóstico e atendimento psicológico;
ƒƒpromove a saúde mental na prevenção e no tratamento dos distúrbios psíquicos, atuando para favorecer um amplo desenvolvimento psicossocial;
elabora e aplica técnicas de exame psicológico, utilizando seu conhecimento e práticas metodológicas específicas, para conhecimento das condições do desenvolvimento da personalidade, dos processos intrapsíquicos e das relações interpessoais, efetuando ou encaminhando para atendimento apropriado, conforme a necessidade;
formula hipóteses e a sua comprovação experimental, observando a realidade e efetivando experiências de laboratórios e de outra natureza, para obter elementos relevantes ao estudo dos processos de desenvolvimento, inteligência, aprendizagem, personalidade e outros aspectos do comportamento humano e animal.
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Observe que cada dia mais a atuação do profissional psicólogo tem se expandido para outras áreas, como organizações, hospitais, escolas, tribunais de justiça, marketing, esportes, aviação, engenharia, entre outros. Devido a essa ampliação e às formas diferentes de atuação exigidas, torna-se necessário cada vez mais uma atenção focalizada para os valores e princípios fundamentais ao exercício ético da profissão. Esse exercício ético tem como base filosófica conduzir o indivíduo ao bem--estar, evitando ao máximo o sofrimento psíquico.
Como você vem notando, o psicólogo desempenha suas funções ou tarefas profissionais tanto individualmente quanto em equipes multiprofissionais e, para tanto, pode exercer a atividade como:
1. Psicólogo do Trabalho e/ou Organizacional: em empresas públicas ou privadas fazendo a implantação da política de recursos humanos das organizações, descrição e análises de trabalho, recrutamento e seleção de pessoal, utilizando métodos e técnicas de avaliação, programas de treinamento e formação de mão de obra, avaliação pessoal, capacitação e desenvolvimento de recursos humanos, segurança, organização do trabalho e definição de papéis ocupacionais: produtividade, remuneração, incentivo, rotatividade, absenteísmo e evasão, identificação das necessidades humanas em face da construção de projetos e equipamentos de trabalho (ergonomia), programas educacionais, culturais, recreativos e de higiene mental, com vistas a assegurar a preservação da saúde e da qualidade de vida do trabalhador, processo de desligamento de funcionários, no que se refere à demissão e ao preparo para aposentadoria, visando à elaboração de novos projetos de vida;
Psicólogo da Saúde e Hospitalar: atua em Hospitais, Ambulatórios, Centros e postos de saúde a fim de identificar e compreender os fatores emocionais que intervém na saúde geral do indivíduo;Psicólogo Clínico: trabalha em consultórios ou clínicas especializadas realizando terapia individual, de grupo, casal, familiar, infantil, sexual e dependendo da demanda psicológica, faz 
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acompanhamento psicológico, intervenção psicoterápica individual ou em grupo, por meio de diferentes abordagens teóricas, entrevistas, observação, testes e dinâmica de grupo, com vistas à prevenção e tratamento de problemas psíquicos.
Psicólogo Educacional: atua em creches e escolas, desenvolvendo com os pais, alunos, diretores, professores, técnicos e pessoal administrativo diferentes atividades visando a prevenir, identificar e resolver problemas psicossociais que possam bloquear, na escola, o desenvolvimento de potencialidades, a autorrealização e o exercício da cidadania consciente, compreensão e mudança do comportamento de educadores e educandos, no processo de ensino e aprendizagem, intervenção psicopedagógica individual ou em grupo, programas de orientação profissional, programas de orientação profissional, elaboração de planos e políticas referentes ao Sistema Educacional, visando promover a qualidade, a valorização e a democratização do ensino;
Psicólogo Jurídico, Forense e Penitenciário: pode atuar em varas da criança e do adolescente, de família, cível, criminal, penitenciárias, nas instituições governamentais e não governamentais, planejando e executando políticas de cidadania, direitos humanos e prevenção da violência, dando orientação de dados psicológicos, repassado não só para os juristas como também aos sujeitos que carecem de tal intervenção, formulação, revisões e interpretação das leis; avaliam as condições intelectuais e emocionais de crianças, adolescentes e adultos em conexão com processos jurídicos, seja por deficiência mental e insanidade, testamentos contestados, aceitação em lares adotivos, posse e guarda de crianças ou determinação da responsabilidade legal por atos criminosos, perito judicial nas varas cíveis, criminais, justiça do trabalho, da família, da criança e do adolescente, elaborando laudos, pareceres e perícias a serem anexados aos processos; atendimento e orientação a detentos e seus familiares, programas socioeducativos destinados à criança de rua, abandonadas ou infratoras, tarefas educativas e profissionais que os internos possam exercer nos estabelecimentos penais;
Psicólogo do Trânsito: atua em clínicas de trânsito realizando exames psicológicos (psico
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Psicologia e Comportamento Organizacional
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técnicos). Pode elaborar e implantar questões referentes à transmissão, recepção e retenção de informações, campanhas de prevenção de acidentes, educação no trânsito, comportamento individual e coletivo na situação de trânsito, especialmente nos complexos urbanos, implicações psicológicas do alcoolismo e de outros distúrbios nas situações de trânsito;
7. Psicólogo do Esporte: atua em associações esportivas e clubes esportivos realizando exame das características psicológicas dos esportistas, visando ao diagnóstico individual ou do grupo, realização pessoal, melhoria do desempenho do esportista e do grupo, favorecendo a otimização das relações entre esportistas, pessoal técnico e dirigentes. Elabora estudos das variáveis psicológicas que interferem no desempenho de suas atividades específicas (treinos, torneios e competições), oportunizando a formação através da prática das atividades esportivas e seus aspectos psicológicos.
Segundo Bock (2005), alguns dos “desconhecimentos” da Psicologia têm levado os psicólogos a buscarem respostas em outros campos do saber humano. Com isso, algumas práticas não psicológicas têm sido associadas às práticas psicológicas, como por exemplo, o tarô, a astrologia, a quiromancia, a numerologia, entre outras práticas adivinhatórias/místicas.
Essas não são práticas psicológicas! São outras formas de saber que não podem ser confundidas com a Psicologia, pois não são construídas no campo da ciência, a partir de métodos e princípios
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científicos, e estão em oposição aos princípios da Psicologia, que vê o homem não como um ser com destino pronto, mas sim como um ser que constrói seu futuro ao agir sobre o mundo e receber as influências deste mundo.
É preciso ponderar que esse campo fronteiriço entre a psicologia científica e a especulação mística deve ser tratado com o devido cuidado. Portanto, não se deve misturar a psicologia com práticas adivinhatórias ou místicas que estão baseadas em pressupostos diversos e opostos aos da Psicologia.
Por outro lado, é preciso estar aberto para o novo, atento a novos conhecimentos que, tendo sido estudados no âmbito da ciência, podem trazer novos saberes, ou seja, novas respostas para perguntas ainda não respondidas.
Saiba mais
A Psicologia não consegue explicar muitas coisas sobre o homem, pois é uma ciência relativamente nova, com pouco mais de cem anos. Além disso, novas perguntas sempre surgirão, não esgotará o que há para ser conhecido, pois a
humanidade está em permanente muSaiba mais dança, quebrando paradigmas, criando
novas expectativas, novos alvos e procurando novas motivações.
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2.1 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, traçamos os diferentes segmentos da Psicologia e suas atuações como uma ciência multiprofissional, pois, ao estudar o comportamento do ser humano, vemos como este pode moldar e ser moldado no meio onde vive.
Por se tratar de uma ciência nova, temos que tomar cuidado com certos segmentos que se dizem da psicologia, mas são tratados com certa obscuridade ou misticismo.
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2.2 Atividades Propostas
Para finalizar o capítulo, vamos realizar alguns exercícios para verificar o seu aprendizado. Responda às questões abaixo:
Como se distingue o psicólogo do psiquiatra e do psicanalista?
O que faz o psicólogo nas organizações?
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3 TEORIAS DA PERSONALIDADE
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Caro(a) aluno(a),
A personalidade pode ser conceituada como um agrupamento de características internas e externa peculiares e permanentes do caráter de uma pessoa que influenciaram o comportamento em situações diferentes. Para Schultz (2002), a avaliação da personalidade pode se dar através de técnicas e testes apropriados.
Observe, a seguir, os fatores que influenciam
personalidade:
influências hereditárias: na determinação do temperamento, estão as variações individuais do organismo, concretamente a constituição física e o funcionamento dos sistemas nervoso e endócrino, que são, em grande parte, hereditários;
ƒƒmeio social: família, grupos e cultura a que se pertence – desempenham um
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papel determinante na construção da personalidade. A personalidade forma--se num processo interativo com os sistemas de vida que a envolvem: a família, o grupo de pares etc. O tipo de ambiente e de clima vivenciado influencia a personalidade;
experiências pessoais: são todas as vivencias que ocorrem na nossa vida. A qualidade das relações precoces e o processo de vinculação na relação da díade mãe/ filho parecem ser fundamentais na estruturação e organização da personalidade. A complexidade das relações familiares vai influenciar as capacidades cognitivas, linguísticas e afetivas, processos de autonomia, de socialização, de construção de valores das crianças e jovens.
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3.1 Teoria Psicanalítica
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Freud nasceu em 6 de maio de 1856, na, hoje, República Checa, Pribor. Estudou Medicina e, em 1896, convenceu-se de que os conflitos sexuais eram a causa básica de todas as neuroses.
No sistema de Freud, representações mentais de estímulos internos, como fome, levam o indivíduo a tomar determinada atitude. O impulsode assegurar a sobrevivência do indivíduo e da espécie, satisfazendo a necessidade de água, comida e sexo, denominou como sendo o instinto de vida. Para ele, a forma de energia psíquica manifestada pelos instintos de vida que empurram a pessoa para comportamentos e pensamentos prazerosos foi 
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minada libido. O investimento de energia psíquica em um objeto ou pessoa denominou como catexia.
Há, ainda, o instinto de morte, que é o impulso inconsciente na direção de degeneração, destruição e agressão. O impulso agressivo é a compulsão de destruir, subjugar e matar.
O conceito original de Freud dividia a personalidade em três níveis: consciente, précons-ciente e inconsciente. O consciente seria o significado normal do cotidiano, incluindo as sensações e experiências das quais estamos cientes a todo o momento. O pré-consciente é o depósito de lembranças, percepções e ideias das quais não estamos
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cientes, mas que podemos trazer para o consciente. O inconsciente é o depósito de forças que não podemos controlar ou ver, é a morada dos instintos.
Mais tarde, revisou esse conceito e introduziu três estruturas básicas da personalidade. Denominou como ID o aspecto da personalidade aliado aos instintos, fonte de energia psíquica, que opera de acordo com o principio do prazer; portanto, o ID opera para evitar a dor e maximizar o prazer. A segunda estrutura básica denominou de EGO, o aspecto racional da personalidade, responsável pela orientação e controle dos instintos de acordo com o princípio da realidade. A terceira estrutura denominou como SUPEREGO, o aspecto da moral da personalidade, a introjeção de valores e padrões dos pais e da sociedade.
O Ego fica no meio, pressionado por essas forças e, como resultado, surge à ansiedade: temor do aparente, temor sem razão. A ansiedade é um sinal de que há um perigo, uma ameaça ao EGO que precisa ser neutralizada ou evitada.
Freud postulou mecanismos de defesa para ajudar a aliviar a ansiedade, observou que raramente utilizamos um e sim vários deles ao mesmo tempo.
Como mecanismos de defesa, temos:
repressão: negação inconsciente da existência de algo que causa a ansiedade;
ƒƒnegação: existência de uma ameaça externa a um evento traumático;
projeção: atribuição de um impulso perturbador a outra pessoa;
racionalização: a reinterpretação de um comportamento para torná-lo mais acei-
tável e menos ameaçador;
ƒƒdeslocamento: deslocamento do impul-so do ID de um objeto ameaçador e in-disponível para outro disponível;
sublimação: deslocamento do impulso do ID transformando a energia instintiva em comportamento socialmente aceitá-vel.
Duane (2002) diz que, para Freud, todas as crianças passam pelos estágios: oral, anal, fálico e genital, nos quais a gratificação dos instintos do ID depende da estimulação das áreas corresponden-tes ao corpo.
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Quando há uma fixação, uma permanência em uma das fases psicossexuais do desenvolvi-mento da criança, isso pode ser devido à frustração ou à satisfação excessiva.
Fases de Desenvolvimento
A fase oral vai de 0-1 ano de idade e tem como característica a boca como a principal zona erógena, o prazer é obtido pela sucção, morder e engolir. Quando as pessoas ficam fixadas nesta fase, tendem a ser pessimistas, hostis, agressivas e contestadoras.
A fase anal vai de 1-3 anos e tem como ca-racterística o treinamento dos hábitos de higiene
– treino ao toilette. A fixação nessa fase leva a pes-soa a ser um indivíduo teimoso, mesquinho, rígido e compulsivamente limpo.
A fase fálica vai de 4-5 anos e sua caracterís-tica é a fantasia incestuosa, desejo inconsciente do menino pela mãe acompanhado do anseio de substituir o pai, o chamado Complexo de Édipo. Complexo de Eletra é o desejo inconsciente da me-nina pelo pai acompanhado do desejo de substi-tuir a mãe. Fixação nessa fase é a importância da resolução com o sexo oposto na idade adulta.
A fase da latência vai dos 5 anos até a puber-dade, é o período da sublimação do instinto sexual, que é trocado pelas atividades escolares, hobbies, esportes e no desenvolvimento de amizades com pessoas do mesmo sexo.
A fase genital vai da adolescência até a ida-de adulta e sua característica é o desenvolvimento da identidade do papel sexual e de relações sociais adultas.
Saiba mais
Personalidade vem de ‘persona’, que se refere à máscara, como utilizadas em carnavais ou por atores de uma peça. Portanto, quando enfrentamosSaibamaisomun-do exterior, mostramos a personalidade através das máscaras, aquilo que pode ser visível aos outros.
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3.2 Teoria Analítica
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Fundada no início do século XX pelo psicólo-go e psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), um dos mais proeminentes discípulos de Freud. Exerceu a Psicanálise de 1909 a 1913, ano em que rompeu com Freud e fundou a Psicologia Analítica.
O eixo central da Psicologia Analítica é o Pro-cesso de Individuação: tendência instintiva e te-leológica do ser humano, através de processos de autorregulação, desenvolvimento de suas poten-cialidades inatas em direção à realização da totali-dade psíquica (autodesenvolvimento, autorrealiza-ção e autoconhecimento).
Para Jung, a libido compreende não só a energia sexual, mas, também, energias associadas ao instinto de sobrevivência, à motivação, às rela-ções afetivas, desejos de autorrealização, autoco-nhecimento e vivências espirituais.
A psique, segundo a teoria analítica, está es-truturada em três elementos: consciente, incons-ciente pessoal e inconsciente coletivo.
Consciente: sistema do aparelho psíqui-co que mantém contato com o mundo interior (processos psíquicos, internos) e exterior (meio ambiente e social) do sujeito. Na consciência, destacam-se os fenômenos de percepção intrínseca e extrínseca, senso de identidade, atenção, raciocínio e memória, entre outras fun-ções cognitivas e emocionais. As pessoas são conscientes apenas de uma pequena parte de sua vida psíquica. O consciente tem como centro organizador o Eu.
Inconsciente pessoal: é a camada mais superficial do inconsciente, cuja fronteira com o consciente é bastante imprecisa. Nele, permanecem os conteúdos incons-cientes derivados da vida do indivíduo
– sua formação é, portanto, a posteriori ao nascimento. Esses conteúdos são for-mados por percepções subliminares e
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combinações de ideias com energia psí-quica insuficiente para irromperem na consciência, experiências devida “esque-cidas” pela memória consciente, recor-dações dolorosas de serem relembradas, repressões sexuais, desejos reprimidos, qualidades da personalidade – positivas e negativas – desconhecidas pelo Eu e, principalmente, grupos de representa-ções carregados de forte carga emocio-nal e incompatíveis com a atitude cons-ciente (complexos, cujas bases são os arquétipos – localizados no Inconsciente coletivo).
Geralmente esses conteúdos não pos-suem energia psíquica suficiente para permanecerem no campo da consciên-cia, entretanto, podem adquirir a energia necessária para emergir na consciência na forma de lembranças, sonhos, fanta-sias, devaneios e comportamentos.
Quando irrompem na consciência po-dem possuir um significativo grau de au-tonomia, chegando até a tomar sua pos-se temporária.
Inconsciente coletivo: é a camada mais profunda do inconsciente, é a base da psique. É constituído por arquétipos (núcleos instintivos passados de forma psicobiológica de geração a geração, tra-zendo padrões de comportamento her-dados desde o surgimento da humanida-de e mesmo antes dela, no período em que o homem ainda era animal – a gêne-se do Inconsciente coletivo é, portanto, a priori ao nascimento).
Os arquétipos constituem a base dos com-plexos situados no inconsciente pessoal, são inú-meros,incontáveis; entretanto, Jung identificou alguns que estão em permanente contato com o
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Eu. São eles: a persona, a sombra, a anima, o animus e o self.
O self – também denominado si mesmo – é o centro organizador não só do inconsciente (pes-soal e coletivo), mas, também, de toda a psique. É do self que surge a consciência e o Eu.
O termo ‘persona’ origina-se do teatro grego antigo e significa máscara. Arquétipo associado ao comportamento de contato com o mundo exterior, necessário à adaptação do indivíduo às exigências do meio social onde vive. A persona corresponde a uma significativa parcela do comportamento do sujeito enquanto personagem coletiva.
A alma, em oposição à persona, corresponde ao comportamento do sujeito enquanto persona-gem individual, sua real personalidade. Uma pes-soa pode ter um determinado comportamento em sociedade (persona) e outro, completamente opos-to, em casa (alma).
Convém esclarecer que nem todo comporta-mento social é manifestação da persona, também pode ser uma expressão da alma. A persona possui dois aspectos: positivo e negativo.
O aspecto positivo está associado à adapta-ção do sujeito ao seu meio social. O aspecto nega-tivo surge quando o Eu se identifica com a persona, fazendo com que a pessoa se distancie e desconhe-ça sua real personalidade, a alma. Muitas vezes é di-fícil para um observador externo identificar numa pessoa o que é sua persona e o que é sua alma.
Ao se manifestar, geralmente de modo in-consciente – sem que o Eu não tenha consciência de sua existência –, a persona revela seu significati-vo grau de autonomia na psique. Quando tornada consciente – assimilada pelo Eu –, a persona traz benefícios ao autoconhecimento e à melhoria das relações interpessoais.
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A persona possui dois aspectos: positivo e ne-gativo. O aspecto positivo está associado às virtu-des que o indivíduo desconhece existir em si mes-mo. O aspecto negativo está associado aos defeitos de caráter que o indivíduo desconhece existir em si mesmo.
A anima corresponde ao princípio feminino presente na psique do homem. Arquétipo asso-ciado à personificação da natureza feminina no inconsciente masculino. Manifesta-se no compor-tamento masculino através de expressões emocio-nais.
Projeta-se em figuras femininas: mãe, irmã, namorada, esposa, amante, mulher desejada, mu-lheres admiradas (nos sentidos eróticos, heroicos, intelectuais e espirituais).
A anima condensa todas as experiências que o homem vivenciou no seu encontro com a mulher durante milênios e é a partir desse imenso material inconsciente que é modelada a imagem de mulher que o homem procura.
O animus condensa todas as experiências que a mulher vivenciou no seu encontro com o homem durante milênios e é a partir desse imenso material inconsciente que é modelada a imagem de homem que a mulher procura.
Quando tornado consciente – assimilada pelo Eu –, o animus traz benefícios ao autoconheci-mento e à melhoria das relações interpessoais.
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3.3 Teoria Humanista da Personalidade de Carl Rogers
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Carl Rogers nasceu em 1902, subúrbio de Chicago. Estudou psicologia e lecionou durante alguns anos, especializando-se na terapia centrada no cliente na parte clínica.
Acreditava que as pessoas são motivadas por uma tendência inata de realizar-se, manter e apri-morar o self. À medida que os bebês desenvolvem uma parte de suas experiências tornam-se diferen-ciadas das demais. O eu, mim, me é o self. É a ima-gem do que somos, do que deveríamos ser e do gostaríamos de ser.
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Na terapia centrada na pessoa, o terapeu-ta oferece consideração incondicional ao cliente, que seria a aprovação concedida independente do comportamento da pessoa. As pessoas de ple-no funcionamento experimentam um senso de liberdade e possuem a capacidade de viver rica e criativamente a todo o momento. O cliente na te-rapia rogeriana é o responsável pela mudança de sua personalidade. O único modo de avaliar é em termos das experiências subjetivas, os eventos na vida da pessoa conforme ela os percebe e aceita como reais.
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3.4 Teoria da Personalidade
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Erik Erikson ampliou e aprimorou a teoria de Freud dando à personalidade uma visão continua, onde o EGO é parte independente da personali-dade não sendo dependente nem submissa ao ID. Segundo ele, as forças culturais e históricas têm um impacto muito grande, o desenvolvimento huma-no regido por sequência de etapas que dependem de fatores genéticos e/ou hereditários.
Na sua teoria os estágios psicossexuais do desenvolvimento estão divididos em oito sendo:
Confiança x Desconfiança (até um ano de idade): durante o primeiro ano de vida da criança, esta é dependente das pessoas, para cuidar dela quanto à ali-mentação, higiene, locomoção, apren-dizado de palavras e seus significados, bem como dar estímulos para perceber que existe um mundo ao seu redor. As-sim o amadurecimento ocorrerá de for-ma equilibrada transmitindo à criança segurança, afeto, confiança nas pessoas e no mundo que a cerca;
Autonomia x Vergonha e Dúvida (se-gundo e terceiro ano): nesse período, a criança passa a ter controle de suas ne-
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cessidades fisiológicas, responder por sua higiene pessoal, o que lhe dá auto-nomia, confiança e liberdade para tentar outras coisas sem medo de errar. Porém, se esta é criticada, ridicularizada pode desenvolver vergonha, dúvida quanto à sua capacidade de ser autônoma; o que pode provocar dependência, que seria voltar ao estágio anterior;
Iniciativa x Culpa (quarto e quinto ano): nesse período a criança passa a perce-ber as diferenças sexuais, os papéis que são desempenhados por mulheres e ho-mens na sua cultura – o que Freud cha-ma de conflito edipiano. Se a sua curio-sidade “sexual” e intelectual, natural, for reprimida e castigada poderá desenvol-ver sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de explorar novas situações ou de buscar novos conhecimentos;
Construtividade x Inferioridade (dos 6 aos 11 anos): é o período onde a criança é alfabetizada, aumentando o convívio com outras pessoas, que não são seus
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familiares, possibilitando uma maior sociabilização, trabalho em conjunto, cooperatividade e o desenvolvimento de outras habilidades. Se surgirem difi-culdades, o próprio grupo irá criticar, po-dendo vivenciar a inferioridade em vez da construtividade;
Identidade x Confusão de Papéis (dos 12 aos 18 anos): aqui, o indivíduo expe-rimenta diferentes desafios, com suas próprias atitudes, com seus amigos, com pessoas do sexo oposto e, até mesmo, a busca de uma carreira, da profissão. Quando encontra apoio nas pessoas à sua volta, pode desenvolver o sentimen-to de identidade pessoal, caso contrário, pode se tornar uma pessoa desorganiza-da, sem respostas para suas questões ou perdendo a referência.
Intimidade x Isolamento (jovem adulto): nessa fase, além de profissional, o indiví-duo também é algo em torno da constru-ção de relações profundas e duradouras,
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podendo vivenciar momentos de gran-de intimidade e entrega afetiva. Quando ocorre uma decepção, a tendência é o isolamento temporário ou duradouro;
Produtividade x Estagnação (meia-ida-de): as pessoas nessa fase podem se dedicar à sociedade e realizar valiosas contribuições, sem grande preocupação com o conforto físico e material;
Integridade x Desesperança (velhice): quando o indivíduo aceita o envelheci-mento, ocorre um sentimento de produ-tividade e valorização do que foi vivido, sem arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos haverá integridade e ganhos para passar por essa fase; mas, se isso não ocorre, pode desenvolver um senti-mento detempo perdido, impossibilida-de de começar de novo, trazendo triste-za e desesperança.
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3.5 Resumo do Capítulo
A personalidade é o atributo de uma pessoa, que engloba qualidades sociais e emocionais, influen-ciando o comportamento em diferentes situações.
Vimos aqui a visão de Freud e seus pressupostos básicos: id, ego, superego; e outro postulado, que fala do consciente, inconsciente e subconsciente. Demonstrou também que a personalidade se desen-volve através de fases do desenvolvimento da criança.
Jung, discípulo de Freud, difere em sua teoria no inconsciente coletivo como sendo depósito de experiências passadas – os arquétipos, persona, anima, animus. Os arquétipos representam a unidade, harmonia da personalidade total.
Para Erikson, a personalidade é dividida em oito fases e o desenvolvimento é regido por forças ge-néticas, mas o ambiente ajuda a determinar se serão ou não realizadas. As forças básicas são a esperança, o amor e a vontade.
Rogers defende a teoria de que a personalidade depende do ponto de vista do próprio indivíduo e as suas experiências, que promovem a realização, serão buscadas e, as que impedem, evitadas.
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Psicologia e Comportamento Organizacional
3.6 Atividades Propostas
Agora, vamos recapitular os pontos trabalhados fazendo alguns exercícios:
Compare a personalidade na visão de Freud, Jung e Erick Erickson, citando as principais dife-renças entre elas.
Quais as influências importantes na formação da personalidade?
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4 INTELIGÊNCIA
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Inteligência é a função psicológica responsá-vel pela capacidade que temos de compreender o significado das coisas, de conceituar. No processo de conhecimento, temos, de um lado, o objeto a ser conhecido, externo à inteligência, e, do outro, a inteligência, o instrumento mental que alcança o conceito desse mesmo objeto. Conceituar a in-teligência é fazê-la objeto e instrumento simulta-neamente, é ter consciência do instrumento men-tal que nos permite conhecer o mundo e que está integrado à própria consciência.
A inteligência tem por função o estabeleci-mento de relações entre meios e fins para a solu-ção de um problema ou de uma dificuldade. Essa definição concebe, portanto, a inteligência como uma atividade eminentemente prática e a distin-gue de duas outras que também possuem finalida-de adaptativa e relacionam meios e fins: o instinto e o hábito.
Caro(a) aluno(a), quando você contrai a pu-pila quando os olhos são expostos à luz e a dilata quando entra na escuridão, ou quando é levado a afastar rapidamente a mão de uma superfície mui-to quente que possa te queimar, o que é isso?
É o instinto, é inato. Ao contrário do hábito, que é adquirido. Observe quem adquire o hábito de dirigir um veículo, muda as marchas, pisa na embreagem, no acelerador ou no freio sem preci-sar pensar nessas operações, faz automaticamente, criou hábito.
Instinto e hábito são formas de comporta-mento onde a principal característica é ser especia-lizado ou específico. Tome como exemplo o apren-der a nadar, mas esse hábito não o faz saber andar de bicicleta.
A inteligência difere do instinto e do hábito por sua flexibilidade, pela capacidade de encontrar
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novos meios para um novo fim. Ela ajuda a adaptar os meios existentes para uma finalidade nova, dan-do a possibilidade de enfrentar situações novas, inventando outras soluções, outras escolhas com vários meios possíveis.
Inteligência seria a habilidade de aprender, a partir de uma experiência, conhecimento para se adaptar a novas situações.
Binet e Simon, em 1904, criaram os primeiros testes de inteligência, tendo como objetivo a ve-rificação do progresso de crianças deficientes do ponto de vista intelectual. Realizaram-se, assim, programas especiais para o progresso dessas crian-ças, tornando os testes necessários para a avaliação quanto à eficiência desses programas, avaliando, assim, o progresso obtido.
Pesquisaram o quociente de inteligência mediante uma escala que media a capacidade do conhecimento de crianças comparando as idades cronológicas. Assim sendo, consideram o QI sau-dável dentro dos parâmetros 90-120, sendo que variações para baixo ou para cima estariam relacio-nadas com defasagens/incapacidades e, por outro lado, genialidades/alta capacitação de expansão pessoal.
Assim, outros psicólogos começaram a de-senvolver testes para medir a inteligência dos indi-víduos, que são chamados de testes de inteligência.
Várias pesquisas têm sido elaboradas na ten-tativa de relacionar a inteligência com variáveis físicas, sexo, cultura e características da personali-dade. O que se tem verificado é que, em geral, as meninas são superiores nos testes que requerem aptidões linguísticas e memória verbal, isso explica a razão delas começarem a falar mais cedo em rela-ção aos meninos, sendo esses superiores nos testes que medem aritmética e matemática em geral.
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	Acredita-se que isso é uma influência cultu-
	explorar aquilo que a cerca, se descobrir que são
	ral, pela estimulação dada aos meninos para lida-
	desmontáveis, o que ela fará? Tentará fazer com os
	rem melhor com o dinheiro e medidas em geral.
	caixotes, uma mesa, uma escada, com os bambus e
	Crianças que veem de lares com estatutos socioe-
	os arames uma rede.
	
	conômicos mais elevados conseguem melhores
	Observe que essa diferença nos comporta-
	resultados nos testes de inteligência.
	mentos do chimpanzé e da criança revela que a
	Assim, a inteligência é capaz de criar instru-
	última ultrapassa a situação imediata de fome e
	mentos, dar função nova, sentido novo a coisas já
	de uso direto dos objetos, que prevê uma situação
	existentes, para que sirvam de meios a novos fins.
	futura para a qual encontra uma solução, transfor-
	Várias experiências foram realizadas para es-
	mando os objetos em instrumentos.
	tudar a inteligência com alguns animais, especial-
	A criança antecipa uma situação, transforma
	mente os chimpanzés, demonstrando que esses
	os dados de uma situação presente, fabricando
	eram capazes de comportamentos inteligentes. A
	meios para certos fins que ainda estão ausentes.
	experiência realizada pelo psicólogo Kölher é con-
	Pode se lembrar da situação passada, organizar ou-
	siderada clássica, foi colocar um chimpanzé numa
	tra a partir dos dados lembrados, esperados e per-
	pequena sala, pondo a seu lado certo número de
	cebidos e com grande habilidade pode imaginar
	caixotes e prendeu-se uma banana no teto. Após
	uma situação nova e responde a ela, mesmo que
	saltos instintivos para agarrar a banana, o chim-
	ainda esteja ausente.
	
	panzé consegue empilhar os caixotes, subir neles e
	Como você vem notando, a criança se rela-
	agarrar o alimento.
	
	
	ciona com o tempo, transforma seu espaço, repre-
	Colocado um chimpanzé numa pequena
	senta seu mundo e atua praticamente sobre ele.
	sala, nas mesmas circunstâncias anteriores, mas
	Não somos dotados apenas de inteligência prática
	oferecendo bambus em vez de caixotes, o chim-
	ou instrumental, mas também de inteligência teó-
	panzé termina por encaixar os bambus uns nos
	rica e abstrata.
	
	outros, formando um instrumento para apanhar a
	O exercício da inteligência como pensamen-
	banana.
	
	
	
	to é inseparável da linguagem, pois a linguagem
	O fato de que o chimpanzé percebe um cam-
	nos permite estabelecer relações, concebê-las e
	po perceptivo, e não objetos isolados, é demons-
	compreendê-las.
	
	trado quando, no lugar dos bambus, são colocados
	A linguagem articula percepçõese memó-
	arames, que o animal enganchará uns nos outros
	rias, percepções e imaginações, oferecendo ao
	para colher a fruta; ou quando, no lugar dos caixo-
	pensamento um fluxo temporal que conserva e in-
	tes, são colocadas mesinhas de tamanhos diferen-
	terliga as ideias.
	
	tes, que podem ser empilhadas pelo animal para
	O psicólogo Piaget mostrou como a aquisição
	agarrar a banana.
	
	
	
	
	
	
	da linguagem e do pensamento caminham juntas
	O que você acha que aconteceu? Depois de
	
	
	quando estuda a gênese da inteligência nas crian-
	comer a banana, o chimpanzé nada faz com os cai-
	ças. Imagine uma criança de quatro anos, ela ainda
	xotes, os bambus, os arames ou as mesas. Ficam à
	não é capaz de pensar relações reversíveis ou recí-
	sua volta como objetos sem sentido.
	procas porque não domina a linguagem desse tipo
	Pense em uma crian-
	
	
	de relações.
	ça nas mesmas circuns-
	Dicionário
	
	O conhecimento in-
	tâncias, ao contrário
	dos
	A inteligência humana pode ser definida como
	teligente apreende o senti-
	chimpanzés
	depois
	de
	
	do das palavras, interpreta-
	
	
	
	a capacidade para enfrentar ou colocar dian-
	
	conseguir o
	que deseja,
	
	-o, inventa novos sentidos
	
	
	te de si problemas práticos e teóricos, para os
	
	por exemplo, pegar os pi-
	quais encontra, elabora ou concebe soluções,
	para palavras antigas, cria
	rulitos pendurados,
	exa-
	seja pela criação de instrumentos práticos, seja
	novas palavras para novos
	
	
	pela criação de ideias e conceitos.
	
	minará os objetos. Deverá
	
	sentidos. O movimento de
	
	
	
	
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Psicologia e Comportamento Organizacional
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conhecer é, pois, um movimento cujo corpo é a lin-guagem. Graças a ela, compartilhamos com outros
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os nossos conhecimentos e recebemos de outros os conhecimentos.
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4.1 Resumo do Capítulo
Neste capítulo, vimos que a inteligência ajuda o indivíduo a alterar o seu comportamento em fun-ção das exigências de cada situação, na maneira de conhecer e enfrentar novos desafios. Pode ser a ca-pacidade de aprender coisas novas.
Que esta pode ser mensurada através de testes e, quando há estimulação, o indivíduo tende a de-senvolver mais a sua inteligência.
Observa-se uma relação entre hereditariedade e meio social, e que esses também influenciam na inteligência. Variáveis, como sexo, classe econômica e social, também podem contribuir com o desenvol-vimento.
4.2 Atividades Propostas
Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se você fixou bem o conteúdo. Responda às perguntas a seguir:
O que é inteligência e qual é a sua função?
Como podemos avaliar a inteligência?
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5 LINGUAGEM
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A linguagem é constituída por sons básicos, chamados de fonemas, unidades elementares, se-mântica (significado) e sintaxe (regras para ordenar as palavras), que formam a gramática.
Os primeiros estudos sobre a aquisição da linguagem estavam baseados em uma visão teóri-ca behaviorista (Skinner), que assumia que a apren-dizagem de uma língua se dava pela exposição ao meio e em decorrência da imitação e do reforço. O ponto de vista teórico behaviorista defendia que o ser humano aprende por condicionamento, assim como qualquer outro animal.
A partir do final da década de 1950, os estu-dos de Noam Chomsky impulsionam os trabalhos em aquisição da linguagem, com base na posição assumida de que a linguagem é inata.
Para o pesquisador Skinner, a linguagem é uma dotação genética do ser humano que se dá pelos princípios familiares da imitação e reforço.
Atenção
Os elementos constitutivos da lingua-gem são: gestos, sinais, sons, símbolos ou palavras, usados para representar concei-tos, ideias, significados e pensamentos. Embora os animais também se comuni-quem, a linguagem verbal pertence ape-nas ao homem.
Há um dispositivo inato de aquisição que permite que a criança, exposta ao meio, construa hipóteses sobre a língua, escolhendo os parâme-tros que deverão ser marcados ou fixados, gerando a gramática de sua língua nativa.
A criança nasce pré-programada para adqui-rir a linguagem e é capaz de, a partir da exposição
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à fala, construir suas hipóteses sobre a língua em que está imersa.
A visão cognitivista construtivista (Piaget) en-tende a aquisição da linguagem como dependen-te do desenvolvimento da inteligência da criança. Sob esse ponto de vista, a linguagem surge quan-do a criança desenvolve a função simbólica. É ne-cessária a mediação de outro elemento, pessoa, para que a criança faça a interação com o mundo.
A visão interacionista social (Vygotsky) con-sidera os fatores sociais, comunicativos e culturais para a aquisição da linguagem, estudando as carac-terísticas da fala dos adultos. Segundo esse ponto de vista teórico, a interação social e a troca comu-nicativa são pré-requisitos básicos para a aquisição da linguagem.
Nessa perspectiva, a linguagem é a atividade constitutiva do conhecimento de mundo e a crian-ça se constrói como sujeito.
A trajetória do desenvolvimento da lingua-gem parece ser universal e contínua, passando pe-los seguintes estágios:
balbucio – produção de sons: vogais (3 - 4 meses); consoantes e vogais (em torno dos 6 meses);
primeiras palavras – entre os 10 e 12 me-ses;
ƒƒenunciados de uma palavra – em torno dos 12 meses;
crescimento vocabular grande – entre os 16 e 20 meses;
fase telegráfica – primeiras combinações de palavras, entre os 18 e 20 meses;
explosão vocabular – entre os 24 e 30 meses;
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ƒƒdomínio das estruturas sintáticas e mor-fológicas – entre os 3 anos e 3 anos e meio.
Embora estudos (hipótese da relatividade linguística) sugiram que a linguagem determina o
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pensamento, é mais prudente dizer que a lingua-gem influencia o pensamento e que um depende do outro.
As palavras e o modo como são combinadas servem para facilitar e expressar os pensamentos do indivíduo.
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5.1 Resumo do Capítulo
A linguagem nada mais é do que as palavras escritas, gesticuladas e a maneira como é pensado e comunicado.
Essa é vista em duas visões, cognitivista construtivista e a visão interacionista social. A primeira entende a aquisição da linguagem como dependente do desenvolvimento da inteligência da criança e a segunda defende que a interação social e a troca comunicativa são pré-requisitos básicos para a aqui-sição da linguagem.
5.2 Atividades Propostas
Agora, finalizando este capítulo, responda às questões abaixo para verificar o seu aprendizado.
Como é formada a linguagem?
Fale sobre as diferentes visões sobre a linguagem.
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6 EMOÇÕES
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Pode ser conceituada como qualquer agita-ção e transtorno da mente, do sentimento, da pai-xão. Robbins conceitua emoção como sendo um sentimento intenso direcionado a alguém ou a al-guma coisa.
É difícil de conceituar emoção, sentimento e humor, pois eles se fundem entre si. Sentimento seria a grande variedade de sensações que as pes-soas experimentam; e humor são sentimentos que costumam ser intensos, mas não possuem um estí-mulo contextual.
Veja só, demonstramos nossas emoções quando estamos felizes com alguma coisa, com raiva de alguma situação ou de alguém, com medo de algo ou de alguém.
Por vezes, temos de demonstrar emoções as quais não sentimos, que chamamos esforço emo-cional, quando temos que ser corteses, gentis e atenciosos com os clientes, fingindo uma emoção que não estamos sentindo

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