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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias: Introdução Profª. Daniane F. Vicentini vicentini@ufpr.br (Fonte: veafotoaqui.com) 1. Introdução: Os meios de transportes sempre estiveram diretamente ligados às atividades econômicas de uma nação. Meios: - Rodovias - Ferrovias - Hidrovias - Aerovias - Tubos - Espaço Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias (Fonte: slides de C. Choudhury) 1. Introdução: OBJETIVO DOS MEIOS DE TRANSPORTE: Proporcionar segurança, rapidez, conforto, economia, atendendo às condições meio-ambientais vigentes e permitir o deslocamento de pessoas e bens. (Fonte: slides de C. Choudhury) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 1. Introdução: Conceitos: Ferrovia: estrada de ferro RODOVIAS vs. FERROVIAS?? (Fonte: railwaypro.com) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 1. Introdução: RODOVIAS vs. FERROVIAS?? Comparação entre modais: - Velocidade: trens modernos são mais velozes - Conforto e segurança: depende - Capacidade: BRT’s transportam de 3-4 x mais passageiros que uma linha de trem (railwaypro.com). Porém a preferência por automóveis provoca frequentes congestionamentos. Para cargas, trens podem transportar maior peso em distâncias muito mais longas (C. Choudhury). - Economia: ferroviário é aprox. 6 x mais caro que o rodoviário (/passageiro.Km, Fonte: iea.org.uk) e gera menos lucro para o estado. - Poluição: tranporte ferroviário é 10 x menos que o rodoviário (railwaypro.com) - Geometria e topografia: ferrovias têm o traçado com maiores restrições do que o rodoviário Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 1. Introdução: RODOVIAS vs. FERROVIAS?? Comparação entre modais: - Rodoviário: o suporte físico que lhe serve como apoio é um bem público ou privado, de utilização extensiva, à qual o usuário pode ter acesso individual ou coletivo, de forma irrestrita, desde que atenda a determinados regulamentos e leis gerais, atinentes ao trânsito de veículos; - Ferroviário: o suporte físico, apesar de poder ser também, um bem público ou privado, é de utilização intensiva, gerido por empresas especializadas, com direito exclusivo de exploração, obtido por concessão do poder público e cujo funcionamento assemelha-se ao de uma prestadora de serviços de transporte especializado, em escala industrial. (Fonte: Apostila Prof. Camilo) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 1. Introdução: (FERROVIAS) PRINCIPAIS VANTAGENS: • Alta capacidade • Baixo custo operacional • Alta velocidade • Rota fixa e de fácil operação Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 1. Introdução: Ferrovia é apenas uma das partes que compõe o patrimônio de uma empresa prestadora de serviços de transporte ferroviário de cargas e passageiros. Patrimônio: - Capital Social; - Patrimônio Imobiliário - (edificações administrativas, estações, faixa de domínio da via, oficinas, residências, etc.); - Patrimônio Mobiliário Físico - (móveis e equipamentos de escritório, equipamentos de controle de tráfego, etc.); - Patrimônio Mobiliário Financeiro – (direitos e patrimônio acionário aplicado em outras empresas de capital aberto, etc.); - Via Férrea – (infra-estrutura e superestrutura); - Material Rodante – (locomotivas, vagões, etc.); - Recursos Humanos – (pessoal de nível superior, médio e básico). (Fonte: Apostila Prof. Camilo) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: Primeira via de trilhos (600 a.C.): Diolkos (Grécia) • Extensão: de 6 - 8,5 Km • Via de granito, canaletas (sulcos) formando “trilhos” • Em serviço até aprox. 900 d.C. • Carros-prancha transportavam navios e cargas • Tração: animais ou mão de obra escrava (Fonte: slides de C. Choudhury) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: Diolkos (Grécia) (Fonte: slides de C. Choudhury) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: Ferrovias puxada manuamente ou por cavalos, transporte pricipalmente de minérios: – 1550: Hand propelled tubs known as "hunds“ in Germany – 1603/4: first recorded above ground early railway/wagonway – 1798: Lake Lock Railroad, the world's first public railway (carried only coal) – 1803: The first public passenger railway, the Surrey Iron Railway opens in south London (Fonte: slides de C. Choudhury) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: Surrey Iron Railway (1803) (Fonte: wikipedia) (Fonte: railalbum.co.uk) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: • Invenção da máquina a vapor (1770), James Watt • Máquina para girar eixo trator (1801) = locomotiva, Richard Trevithick “Puffing Devil”: (Fonte: wikipedia) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: – 1825: inugurada primeira ferrovia de locomotivas (32 Km), construída por George Stephenson (Fonte: Apostila Prof. Camilo) – 1829: George e Robert Stephenson, locomotiva “The Rocket”, vence recorde de 47 km/h, Liverpool (Fonte: slides de C. Choudhury) (Fonte: wikipedia) Necessidade de bitolas padronizadas nas ferrovias: BITOLA INTERNACIONAL (Canadá, EUA, Europa) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: (Fonte: wikipedia) “The Rocket”, museu das Ciências (Londres) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: (Fonte: wikipedia) Bitola internacional (UIC): Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: (Fonte: wikipedia) - 1863: primeira ferrovia subterrânea, metrô de Londres (“The Tube”) • Extensão: 6,2 Km • Empresa: Metropolitan Railway • Inicialmente a vapor (problemas com ventilação, “túneis da morte”) • 1961: Substituído por trens elétricos • Extensão atual: > 400 Km Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: (Fonte: wikipedia) - Séculos XIX e XX: túneis atravessando os Alpes e outros grandes feitos: • Túnel Simplon (1906) • Túnel São Gotardo (2010) • Eurotúnel (1994) • Túnel Canal Oresund (1999) (Fonte: femern.com) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: 2.1. Ferrovias no Brasil: • 1ª ferrovia brasileira (1852) , “Estrada de Ferro de Mauá”: Porto de Mauá – Raiz da Serra (RJ) Extensão: 14,5 Km (bitola de 1,63 m) Velocidade: 38 Km/h Locomotiva “A Baroneza” (esposa do Barão de Mauá) (Fonte: Apostila Prof. Camilo) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: 2.1. Ferrovias no Brasil: (Fonte: museuimperial.gov.br) Estrada de Ferro de Mauá – RJ (1852): Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: 2.1. Ferrovias no Brasil: (Fonte: Apostila Prof. Camilo) (Fonte: anpf.com.br livro de MF Figueira) Desafios para a engenharia brasileira: cortes e aterros com grande quantidade de volume, escavação de túneis “Túnel grande”: > 2 Km (RJ) (SP) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: 2.2. Evolução das ferrovias no Brasil: • 1ª FASE: anterior à 2ª Grande Guerra. Características: maioria das linhas construídas e exploradas por concessões estrangeiras, tração manual e animal (mulas) em serviços de terraplenagem; • 2ª FASE: durante a 2ª Grande Guerra. Características: primeiras máquinas de terraplenagem (melhor traçado geométrico das linhas); • 3ª FASE: após a 2ª Grande Guerra. Características: ampla difusão das máquinas de terraplenagem, Mecânica dos Solos, aerofotogrametria que contribuiram para melhorias no traçado, plataformascom melhor capacidade de suporte e redução dos custos (Fonte: Apostila Prof. Camilo) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 Extensão (Km) Período Crescimento acumulado de linhas ferroviárias 2. História: 2.2. Evolução das ferrovias no Brasil: - Expansão da malha ferroviária: (Fonte: dados da Apostila Prof. Camilo, gráfico a Autora) - Entre os anos 50 e 70 ocorre a desativação de algumas linhas consideradas anti- econômicas (déficit de 14% nas receitas da União), reduzida a aprox. 30.000 Km Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: 2.2. Evolução das ferrovias no Brasil: - Panorama (Km, ano ref. 1999) Brasil-Américas: (Fonte: dados da Apostila Prof. Camilo, gráfico a Autora) 0 50000 100000 150000 200000 250000 EUA Canadá Argentina Brasil México Chile 4º “Ranking” Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: 2.2. Evolução das ferrovias no Brasil: ESTATIZAÇÃO: Com o déficit econômico do sistema, o governo criou em 1957 a Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), como objetivo de: reduzir os déficits, padronizar os procedimentos, modernizar a operação, reduzir a despesa e aumentar a produção. (Fonte: wikipedia) FASE DO RODOVIARISMO: A partir do governo Washington Luis (“O estradeiro”, 1926-1930), prioridade foi e tem sido dado ao modal Rodoviário. Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: 2.2. Evolução das ferrovias no Brasil: • A RFFSA, até 1984 realizou vários investimentos, principalmente no material rodante; • A partir da década de 80 os recursos/investimentos foram reduzidos consideravalmente e a RFFSA passou a adquirir dívidas PRIVATIZAÇÃO: Na década de 90 (a partir do Governo Collor)o Estado passa a concessão do transporte ferroviário à iniciativa privada. Concessões por períodos de 30 em 30 anos. SITUAÇÃO ATUAL: Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) fiscaliza e controla a malha ferroviária nacional. Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: 2.2. Evolução das ferrovias no Brasil: PRIVATIZAÇÃO: (Fonte: Apostila Prof. Camilo) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: 2.2. Evolução das ferrovias no Brasil: SITUAÇÃO ATUAL: Sistema Ferroviário Nacional (2014) (Fonte: ANTT – Mapa do Sistema Ferroviário Nacional, 2014) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: 2.2. Evolução das ferrovias no Brasil: “Zoom” do trecho Curitiba- Morretes- Paranaguá (Fonte: ANTT – Mapa do Sistema Ferroviário Nacional, 2014) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: 2.2. Evolução das ferrovias no Brasil: Participação na matriz de transporte de cargas: (Fonte: dados da Apostila Prof. Camilo, gráfico a Autora) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2. História: 2.3. Tecnologia (via e material rodante): • Trilhos rudimentares • Trilhos utilizando ferro: FERROVIAS • Locomotivas a vapor: aprox. 40-50 Km/h a 80-100 Km/h • Locomotivas com motor diesel/electrico: distâncias mais longas e velocidades a partir de 200 Km/h • Trilhos e vagões de aço: durabilidade (em torno de 20 x superior) • Dispositivos de segurança (a partir do século XIX): freio a ar, engate de vagões automático, sinalização por zona e circuito de linha. • Conforto (passageiros): vagões dormitórios, vagões restaurante e salão (luxo) • TENDÊNCIAS: Menor peso, maior conforto (ruído, tempo de viagem) e segurança. Tração manual/animal Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2.6. Setores de atuação: Por muitos anos, as ferrovias dominaram o transporte terrestre. Com o surgimento dos motores de combustão interna, as ferrovias foram perdendo espaço para as rodovias. Principais setores de atuação do transporte ferroviário: • Passageiros • Cargas - Interior (ou entre cidades) - Urbano - Suburbano - Na superfície - Elevado - Subterrâneo (Fonte: slides de C. Choudhury) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2.6. Setores de atuação: • Passageiros a) Transp. Passageiros de interior: transporte de longa distância. Frequência varia de um trem a cada 20 ou 30 min a 1 trem/dia. Ex.: EFVM (Estrada de Ferro Vitória e Minas) e EFC (Estrada de Ferro Carajás) ainda ativas no Brasil. Em países mais desenvolvidos, compete com o transporte aeroviário. Milhões de passageiros/ano Ex.: Vídeo EFVM Transp. Passageiros internacional: Ex.: RailEurope (conheça a Europa com menos de 100 euros!) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2.6. Setores de atuação: • Passageiros b) Transp. Passageiros Urbanos: curtas distâncias. Frequência de poucos minutos entre um trem e o próximo. (Bonde Curitiba, séc. XX - Fonte: gazetadopovo.com.br) (Bonde Lisboa - Fonte: espacoturismo.com) (Noruega - Fonte: cowi.com) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2.6. Setores de atuação: • Passageiros c) Transp. Passageiros de subúrbio: transporte público, interliga regiões de difícil acesso à metrópole. Ex.: CBTU (Salvador), Trensurb (POA), Metro RJ, Metro SP. (Metrô SP - Fonte: internet)(Trem suburbano Salvador - Fonte: wikipedia) Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2.6. Setores de atuação: • Passageiros c) Transp. Passageiros Urbanos (e de subúrbio): (Fonte: Apostila Prof. Camilo Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2.6. Setores de atuação: • Cargas Principais viagens ferroviárias no Brasil. Preferência por transporte de mercadorias mais rentáveis economicamente. Cargas típicas: - Minérios (ferro, aço, carvão, escória) - Calcário, clínquer, cimento, madeira - Derivados de petróleo, álcool, produtos tóxicos - Grãos (soja, trigo, milho), adubos, forragens, açúcar - Veículos (automóveis e caminhões) Principais companhias: EFVM e EFC, com mais de 55% do transporte de cargas no país! Transporte principalmente de minérios de alto peso específico: ferro, produtos siderúrgicos entre outros produtos. Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2.6. Setores de atuação: Consumo de combustível (óleo diesel): Qto.: distância, economia proporcionada pela ferrovia. • Para transporte de passageiros, se torna vantajoso a partir de percursos > 500 Km! PARA GRANDES DISTÂNCIAS, TRANSPORTE FERROVIÁRIO É MAIS VANTAJOSO!!! Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2.6. Setores de atuação: Outros dados: • No Brasil, a falta de apoio ao modal ferroviário (distorção estratégica de mercado e política) gera aos consumidores de produtos um acréscimo estimado em 36% sobre o custo final dos produtos • A falta de planejamento e investimentos torna o Brasil menos competitivo (a China ganha cada vez mais mercado)!!! (Fonte: Apostila Prof. Camilo Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2.6. Setores de atuação: Outros dados: • Até mesmo em transporte rodoviário, o Brasil deixa muito a desejar: (Fonte: quemmandoufazerengenharia. wordpress.com) • Aumento do número de acidentes • Desgaste prematuro de pavimentos Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias 2.6. Setores de atuação: Resumindo: • TRANSPORTE DE CARGAS NO BRASIL CUSTA CARO… … para o povo! Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Ferrovias
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