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EBC resumo

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Resumo de Economia Brasileira Contemporânea 
Aula 1 - Milagre econômico: afinal, do que se trata?
- Causas do crescimento da economia no pós-guerra: a substituição de trabalho por tecnologia. Não houve desemprego, pois o crescimento da produção era intenso e utilizava mais força de trabalho. Houve também a reestruturação e a reforma do capitalismo, sendo possível alcançar o crescimento econômico.
- Houve um consenso político envolvendo o Estado, os patrões e os trabalhadores: cada parte assumia responsabilidades e recebia a sua contrapartida- os patrões pagavam salários e recebiam seus lucros; empregados contribuíam para o processo produtivo e tinham salários e benefícios; Estado assumia compromisso com o pleno emprego e redução da pobreza, e com o bem-estar social, desde que pudesse receber governos estáveis politicamente.
- Esse consenso político previa aumentos de salários com aumentos dos lucros, e para isso tinha de ter produtividade. Somente com produtividade seria possível aumentar os salários e lucros, sem ter de aumentar os preços. A tecnologia foi importante para alcançar essa produtividade sem ter que aumentar os preços. 
- Milagre econômico: caracterizado por taxas de crescimento do PIB elevadas por vários anos consecutivos. 
Aula 2 - O milagre econômico brasileiro
- Características do milagre econômico brasileiro que provocaram o crescimento econômico acelerado: (1) participação do Estado; (2) crescimento da produção do setor de bens de consumo duráveis; (3) reformulação do sistema financeiro que fez aumentar a capacidade interna de financiamento; (4) presença dos capitais externos; (5) crescimento das exportaçõe; (6) aumento da taxa de lucro via achatamento salarial; e (7) aumento da renda familiar devido ao aumento de trabalho.
- Participação do Estado: atuou na área da mineração, siderurgia, petroquímica e hidroelétrica, pois não havia maior interesse do capital privado por essas áreas (porque o investimento era muito alto ou porque os riscos eram elevados), e a oferta não era suficiente para atender à demanda.
- Contribuição do Estado para o aumento do lucro do setor privado: o Estado vendia para o setor privado a preços baixos a sua produção, contribuindo para o processo de acumulação ampliada do capital no Brasil.
- Essa participação do Estado: eliminava os pontos de estrangulamento da oferta , ao ocupar os espaços deixados pelo setor privado; e repassava esses produtos a preços baixos para o setor produtivo privado, permitindo ao setor privado obter lucros e contribuir para o acumulo de capital. 
- Presença dos capitais externos: o governo facilitou a presença do capital externo no país. O valor das exportações brasileiras cresceu muito durante os anos do milagre.
- Razões do crescimento das exportações brasileiras: razões internas (governo incentivou, dando isenção de impostos sobre produtos exportados e financiamento para exportadores brasileiros com taxas de juros baixas; alem da política cambial que incentivava a compra de produtos do Brasil.
- Política cambial do governo: desvalorizações da moeda nacional frente ao dólar. Contribuiu para aumentar as exportações, já que essas desvalorizações tornavam o produto nacional mais barato para o importador, estimulando a comprar mais produtos do Brasil. 
- Capitalistas aumentavam seus lucros: pois conseguiram reduzir o custo de produção e porque os trabalhadores tiveram um achatamento (redução) dos seus salários. Mesmo assim, a renda familiar aumentou, pois o volume de trabalho aumentou e não deixava os trabalhadores perceberem essa perda (os que já estavam trabalhando passaram a trabalhar mais, fazendo horas extras, e os desempregados passaram a trabalhar). Isso incentivava o consumo, pois o financiamento era fácil e as pessoas podiam comprar o que desejavam. Essa melhoria nas condições de vida impedia as pessoas de ver que o poder de compra dos seus salários estava caindo, e que tinham de trabalhar cada vez mais horas para adquirir um bem de mesmo valor.
Aula 3 - A crise do milagre econômico brasileiro
- Queda do milagre econômico: elevação do preço do petróleo (principal matéria-prima do mundo industrializado e principal fonte de energia para a produção de bens e serviços) desencadeou um processo inflacionário no mundo, provocando desequilíbrio na balança comercial e no balanço de pagamentos, que fez o país recorrer ao mercado internacional para obter empréstimos para cobrir esses déficits, aumentando suas dívidas externas. O aumento das taxas de juros aumentou os preços e a inflação.
- Fatores da crise externa da década de 1970, que afetaram o milagre brasileiro: • esgotamento da reserva da força de trabalho (desequilíbrio do mercado de trabalho e aumento dos salários; • queda do crescimento da produtividade, impedindo o crescimento dos salários e lucros; • crise do petróleo, aumentando os custos de produção e a inflação mundial.
- Plano de Metas (JK): os ganhos obtidos pelos capitalistas não foram repassados nem para os salários dos trabalhadores nem para os preços. Foram incorporados ao lucro, proporcionando o acúmulo de capital. No final do governo de JK, o Brasil entrou em crise. As empresas produziam, mas não conseguiam vender. 
- Trabalhadores passaram a mostrar insatisfação com o governo de JK, e passaram a fazer greves. 
- Semelhanças do período do governo de JK com o período do milagre econômico: tanto no milagre econômico como no governo de JK houve participação do Estado e do capital externo, e também o acúmulo de perdas no salário dos trabalhadores.
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- Com a crise, os capitais externos deixavam de vir para o Brasil. As empresas multinacionais instaladas no Brasil aumentavam a retirada de dinheiro do nosso país, sob a forma de remessa de lucros para a matriz. As taxas de juros praticadas no Brasil aumentaram ainda mais com a crise.
- Durante o milagre, as famílias pagavam juros altos e financiavam a longo prazo, porque a renda familiar crescia. Com a crise, os juros aumentaram e as famílias ficaram endividadas.
- O que contribuiu para a crise: • O estímulo ao consumo e ao financiamento diminuiu com o aumento da taxa de juros. A participação do Capital Externo diminuiu, o valor das importações brasileiras cresceu devido a crise do petróleo.
Aula 4 - A política econômica para a crise pós-milagre: II PND
- A elevação do valor das exportações brasileiras está diretamente relacionada com a crise do petróleo. 
- O presidente Geisel achava que a crise era passageira. Achava que o setor externo pudesse oferecer recursos financeiros, tecnologia e mão-de-obra necessária para II PND.
- Proposta II PND: completar o processo de industrialização brasileira, via substituição de importações, com a terceira fase dedicada à produção interna dos bens de produção que importava; oferecer oportunidade de emprego da mão-de-obra; conter a inflação; manter o equilíbrio do balanço de pagamentos; e melhorar a distribuição de renda.
- Proposta II PND: deixar de dar preferência ao setor de bens de consumo duráveis e dar prioridade ao setór de bens de produzir. Era produzir o que era importado (aumentou taxa de juros para inibir o consumo e controlou os gastos públicos – desestimulou investimentos).
- Medidas tomadas pelo presidente Geisel para conter o crescimento da demanda (que causava a inflação): aumentos da taxa de juros (visando inibir o consumo, principalmente de bens de maior valor e comprados a prazo. A queda da demanda refletiria no setor privado, desestimulando os seus investimentos) e o controle dos gastos públicos (controlar a demanda pública em geral e conter os investimentos públicos, repercutindo também no setor privado, desestimulando os seus investimentos).
- Efeitos dessas medidas, percebidos em 1977: inflação se estabilizou (como conseqüência da redução do consumo); saldos da balança comercial melhoraram (porque diminuíram as importações e houve melhoria dos preços de alguns produtos exportados, como o café, por exemplo.- O II PND fracassou? Por quê? As medidas não foram eficazes para equilibrar a balança comercial, controlar a inflação e diminuir a dívida externa. Crescimento anual do PIB foi bem menor nesse período do que no período do milagre econômico. Plano não cumpriu os objetivos propostos, pois o equilíbrio durou pouco tempo.
Aula 5 - A política econômica do governo Figueiredo (III PND) e a transição política
- Ernesto Geisel deixou como herança para o seu sucessor Figueiredo o poder e um quadro de crise.
- Lei da Anistia criada por Figueiredo: restituiu os direitos políticos aos brasileiros residentes no Brasil que tiveram os seus direitos políticos caçados ao longo dos anos da ditadura. 
- Proposta III PND: fazer o país crescer novamente, com distribuição de renda junta; garantir condições dignas de trabalho e remuneração adequada. Objetivo era o desenvolvimento agrícola; conter a inflação; equilibrar o balanço de pagamentos e controlar a dívida externa, expandindo as exportações brasileiras; desenvolver o setor energético; e reduzir as disparidades regionais (como exemplo, o Nordeste). 
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- Desenvolvimento agrícola: objetivo era aumentar a oferta interna de alimentos e de matérias-primas, contribuindo assim para o controle da inflação; e também aumentar as exportações e diminuir as importações, contribuindo para melhorar os saldos da balança comercial e para equilibrar o balanço de pagamentos. 
- O III PND, seus objetivos, diretrizes, critérios, medidas e instrumentos de ação, seriam válidos enquanto perdurassem os seguintes condicionantes: • permanência e desdobramento da crise energética; • persistência do balanço de pagamentos como restrição crítica; • crescentes pressões sobre o nível e custo da dívida externa; • substancial pressão inflacionária de origem interna e externa; • necessidade de crescer para criar o maior número possível de empregos.
- Resultados do III PND: na balança comercial teve sucesso. As exportações aumentaram e as importações diminuíram, melhorando significativamente os saldos da balança comercial. Em relação à inflação, dívida externa e salário mínimo, os resultados foram ruins. A inflação continuou sempre alta, o salário acumulou grandes perdas e a dívida externa cresceu.
- Aula 6 - A Nova República e o Plano Cruzado
- III PND fracassou. Brasil passou a ter governo civil.
- Antecedentes que levaram às “diretas já”: as baixas taxas de crescimento do PIB e as elevadas taxas de inflação, queda no salário real e aumento da concentração de renda, da pobreza e da miséria. 
- Diretas Já: movimento que reclamava o direito de escolher, pelo voto direto, seus representantes/governantes.
- Tancredo Neves: escolhido pelo voto indireto. Morreu. Assumiu José Sarney. Encontrou um processo inflacionário acelerado. 
- “Pacote de Março” de Jose Sarney: lançado para combater a inflação (proibiu novas contratações no setor público; reduziu as operações bancárias; congelou os preços; congelou as tarifas públicas; corte no orçamento fiscal; mudou a forma de calcular a correção monetária e cambial (como considerou os dados anteriores, que eram altos, passou a pressionar mais os preços).
- Empresários, pressionados pelos aumentos dos seus custos de produção, passaram a pressionar o aumento dos preços, já que os custos de seus produtos aumentaram. Inflação voltou a subir. Pacote de Março fracassou.
- Características do Plano Cruzado (José Sarney): ■ Reforma monetária (criação do Cruzado, com corte de três zeros); ■ Tabelamento/congelamento de preços por tempo indeterminado (menos energia elétrica); ■ Abono de 15% após corrigir salários e reajustes anuais ou quando a inflação acumulasse 20%; ■ Congelamento da taxa cambial; ■ Criação da OTN; ■ Criação do Seguro desemprego.
- Medidas do Plano Cruzado para combater a inflação: troca de moeda, tabelamento de preços, fixação do câmbio e fim da correção monetária. 
- Resultados do Plano Cruzado: inicialmente a inflação despencou, chegando à deflação. Isso fez aumentar a capacidade de consumo, estimulou a produção e a oferta de empregos. A pobreza diminuiu. Ocorreu falta de produtos e aparecimento deles no mercado paralelo à preços bem mais altos. Com a queda da inflação, desestimulou-se a aplicação em caderneta de poupança e os saques eram maiores que os depósitos, ocasionando um desequilíbrio no sistema financeiro.
- Plano Cruzado foi muito bem recebido pela maioria da população brasileira, mesmo Sarney não sendo escolhido pelo voto direto e seu plano não ter sido discutido com a sociedade: Sarney pediu, na imprensa, que a população apoiasse o plano. O Plano Cruzado ia ao encontro da melhoria das condições de vida da sociedade. Aumentou o poder aquisitivo da população e garantiu esse poder de compra, proporcionando melhores condições de vida da população, aumentando o consumo e diminuindo a pobreza. 
- Passados alguns meses, o plano Cruzado começou a apresentar problemas que levaram ao seu fim.
Aula 7 - O fracasso do Plano Cruzado e as tentativas do Plano Bresser e do Plano Verão
- Posse de José Sarney como presidente: início da Nova República.
- Motivos que fizeram o consumo aumentar: correção dos salários, aumentando o poder aquisitivo do trabalhador; queda brusca da inflação em função do tabelamento; (b) a queda da inflação caiu os rendimentos da poupança e as pessoas sacaram para realizar o consumo. 
- Em fevereiro de 1987 foi decretado o fim do tabelamento de preços, marcando também o fim do Plano Cruzado.
- Para tentar domar todos esses desequilíbrios, o governo tentou mais uma cartada: a segunda versão do Plano Cruzado.
- Plano Cruzado II, de Sarney: “pacote fiscal” que pretendia aumentar a arrecadação do governo.
- Medidas do Plano Cruzado II: descongelou os preços, desvalorização do cruzado em relação ao dólar, visando estimular exportações e cortar importações.
- Causas do fracasso do Plano Cruzado: congelamento de preços sem prévio alinhamento, deixando alguns produtos com os seus preços defasados, contribuindo para o desabastecimento e cobrança de ágio; taxas de juros baixas estimularam o consumo; câmbio fixo por muitos meses, indicando a estabilidade da moeda nacional.
- Intenções do novo ministro da Fazenda, Luiz Carlos Bresser Pereira: combater a inflação contendo a demanda; e aumentar as exportações para melhorar os resultados da balança comercial.
- Plano Bresser, do Ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira: não tinha objetivo de acabar com a inflação, mas de alcançar taxas mais baixas. Congelou todos os preços, por no máximo 90 dias; Taxa de câmbio não foi congelada; Cruzado foi desvalorizado com relação ao dólar, visando estimular as exportações e desestimular as importações. Taxa de juros continuou alta pra não estimular o consumo e a produção.
- Resultados do Plano Bresser: inicialmente foram satisfatórios, com redução do déficit público e queda na inflação. Antes dos 90 dias de congelamento, permitiu reajuste de até 10% nos preços. Plano não tinha apoio popular e nos meses seguintes, inflação acelerou e plano fracassou.
- Governo não conseguiu conter o crescimento da inflação, e se viu obrigado a adotar outro tipo de política para combater a inflação.
- Em 1989, Sarney apresentou sua nova e derradeira proposta de estabilização econômica: Plano Verão.
- Plano Verão: também não tinha intenção de acabar com a inflação.
- Características do Plano Verão, de Sarney: criou nova moeda, o cruzado novo, em substituição ao cruzado; tabelou preços por tempo indeterminado, autorizando alguns reajustes na véspera do plano; salários corrigidos somente na data-base, tendo como base o poder de compra médio dos últimos 12 meses; desvalorização cambial, sem data para ser alterado; extinção da OTN; congelou aluguéis; reduziu crédito e aumentou taxa de juros (para reduzir consumo).
- Resultados do Plano Verão: no primeiro mês foram satisfatórios, mas como também não contava com o apoio da sociedade, também não deu certo.
- Diferençaentre Plano Bresser e Plano Verão: Plano Bresser criou índice para reajustar preços e Plano Verão não criou; Plano Bresser não criou nova moeda e Plano Verão criou; Tanto Plano Bresser como Plano Verão tiveram congelamento de preços (Plano Bresser por 90 dias e Plano Verão por tempo indeterminado); tanto Plano Bresser como Plano Verão buscavam combater a inflação; Tanto Plano Bresser como Plano Verão buscavam a desvalorização cambial, mas só o Plano Verão congelou o câmbio.
Aula 8 - Plano Collor: surpresas e fracassos
- Crise da década de 1970: se explica pelo esgotamento do padrão tecnológico do pós-guerra, que não foi capaz de sustentar o ritmo de crescimento da produtividade num ambiente de custos de produção crescentes.
- Terceira Revolução Industrial: permitiu aumentar a produtividade e recuperar as margens de lucro que a crise tinha diminuído.
- A crise abriu espaço para o renascimento das idéias liberais. Pouco a pouco, o neoliberalismo foi se transformando na referência econômica adotada pelos governos capitalistas, com o intuito de superar a forte crise que afetava seus países.
- Princípios do neoliberalismo: a menor participação possível do Estado na economia e a total liberdade de comércio. 
- Pensamento neoliberal: (1) Equilíbrio das contas públicas do Estado (o Estado não pode gastar mais do que arrecada); (2) Estado não-intervencionista (Estado deve intervir na economia o menos possível); (3) Estado não-produtor (Estado deve privatizar suas empresas, vendendo para o capital privado, pois tende a ter poucos recursos para investir em suas empresas, gerando produtos mais caros e de menor qualidade); (4) O Estado deve flexibilizar as relações entre o capital e o trabalho (deve eliminar os privilégios dos trabalhadores e não deve intervir na relação entre capital e trabalho, deixando que as partes definam o preço da mão-de-obra e as condições de trabalho, as empresas poderiam contratar força de trabalho pagando menos); (5) Liberalização do comércio exterior (deve eliminar proteção aos mercados nacionais e garantir o livre fluxo de capitais e mercadorias. Isso aumentaria a oferta de produtos no mercado interno, evitando desabastecimentos e pressões sobre os preços).
- Globalização: contribuiu para a superação da crise, ampliando o mercado consumidor com uma força e uma velocidade nunca vistas em outro momento da História mundial. Essa ampliação foi importante para fazer crescer a demanda que iria consumir os volumes crescentes de produção viabilizados pela nova base tecnológica (a Terceira Revolução Industrial).
- Com o fracasso do Plano Cruzado, dois outros planos foram experimentados: o Plano Bresser e o Plano Verão.
- Influência do neoliberalismo no Plano Bresser: estaria, por exemplo, na política de juros altos utilizadas para inibir o consumo e as possíveis especulações com os estoques, no aumento das tarifas dos serviços, no corte dos gastos públicos e no corte dos investimentos, realizados com o intuito de reduzir os déficits públicos.
- Influência no neoliberalismo no Plano Verão: estaria, por exemplo, no corte dos gastos públicos e na política de juros altos para inibir a demanda interna e na nova política salarial que determinou a livre negociação entre patrão e empregado até que o Congresso Nacional aprovasse uma nova metodologia de reajustes.
- Características do Plano Collor: moeda nacional voltou a ser o cruzeiro (Cr$), em substituição ao cruzado novo (NCz$), sem corte de zeros); bloqueio dos valores depositados em poupança por 12 meses e a liberação foi feita em 12 parcelas; correção de preços era feita no dia 1º de cada mês e salários poderiam ser negociados entre as partes, além do reajuste mínimo, mas sem ser repassado para os preços dos bens e serviços; houve campanha de demissão voluntária em órgãos do governo; aumentou a alíquota do IPI e reduziu seu prazo de recolhimento; criou o IOF (para ampliar receita) e cortou incentivos fiscais para importações e exportações (para diminuir despesas); facilitou a entrada de produtos gerados em outros mercados, para aumentar a oferta interna e a competitividade no mercado interno; e deixou de fixar a taxa de câmbio.
- Resultados do plano Collor: no início, foi capaz de baixar a inflação, baixando também a liquidez da economia e o nível de atividade da economia, repercutindo no nível do emprego (aumentou o desemprego). Com o tempo, a inflação voltou a subir, devido às liberações antecipadas de parte dos valores confiscados e às autorizações para corrigir preços.
- Essa retomada do crescimento da inflação levou a ministra Zélia Cardoso de Mello a lançar a segunda versão do plano. 
- Plano Collor II (Zélia Cardoso): as tarifas públicas foram aumentados e houve novo congelamento de preços; extinção ITN. Assim, a inflação voltou a cair, mas os resultados de longo prazo não puderam ser sentidos porque Zélia Cardoso foi demitida e o novo ministro, Marcílio Marques Moreira, descongelou os preços, fazendo com que a inflação voltasse a crescer.
- Causas da inflação ter voltado a crescer: as denúncias de corrupção envolvendo Collor e os funcionários diretos do governo. Foi decretado o impedimento de Collor, que teve os seus direitos políticos cassados por oito anos. Collor teve esse fim porque perdeu rapidamente o apoio do povo que o elegeu, devido ao confisco dos depósitos das cadernetas de poupança, que destruiu os sonhos de muitos brasileiros.
- Com o impeachment do Collor, seu vice, Itamar Franco, passou a governar.
- Influências neoliberais contidas no Plano Collor: venda de empresas públicas; livre negociação entre patrão e empregados; e processo de abertura econômica.
Aula 9- O Plano Real e o instrumental neoliberal: medidas e resultados iniciais
- No governo de Itamar Franco, FHC era Ministro da Fazenda, e elaborou e lançou o Plano Real: plano de estabilização econômica sob fortes influências do pensamento neoliberal.
- Fases de implementação do Plano Real: (1ª) estabeleceu equilíbrio das contas do governo, com o objetivo de eliminar a principal causa da inflação brasileira; (2ª) criou um padrão estável de valor (URV) e criou o Cruzeiro Real (CR$) em substituição ao cruzeiro (Cr$), cortando três zeros); e (3ª) criou uma nova moeda, o Real, e criou um novo regime monetário que regulava a emissão de moeda.
- No Plano Real: houve muitas privatizações; reduziu as barreiras às entrada de produtos externos, aumentando a participação dos produtos impostados, aumentando a competitividade e a oferta interna; Âncora cambial (emissão de real ficou vinculada ao dólar; governo tinha que ter os dólares para poder vendê-los no mercado nos momentos de alta); Âncora verde (o aumento da oferta de produtos agrícolas serviu para manter baixo o preço dos alimentos, servindo para controlar a inflação).
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- Resultados do Plano Real: no começo, a inflação ainda ficou muito alta, mas as medidas foram eficazes, fazendo despencar a inflação. Com a queda da inflação, o consumo aumentou e a produção também, fazendo crescer o nível de emprego e a taxa de desemprego caiu. Ao longo dos anos, a inflação ficou cada vez mais baixa. Aumentou em alguns momentos, mas logo retornou para níveis mais baixos.
Aula 10 - Considerações sobre a inflação num contexto de economia estabilizada
- As quedas nas taxas de juros estimularam a migração de capitais internacionais para as chamadas economias emergentes.
- Economias emergentes: com níveis de atividades aquecidos ou em aquecimento. Praticam taxas de juros maiores do que aquelas praticadas nos países mais desenvolvidos e mais estáveis, portanto de menor risco para os investidores.
- Quando entram mais capitais internacionais (dólares) do que saem, o câmbio cai e a moeda local se valoriza frente ao dólar. Quando saem mais do que entram, o câmbio sobe e a moeda local se desvaloriza frente ao dólar.
- Conseqüências da entrada em massa de capitais externos no país: a queda do câmbio (valorização da moeda local, que faz com que as compras (importações)fiquem mais baratas e as vendas (exportações) fiquem mais caras, fazendo o país importar mais e exportar menos, fazendo os saldos da balança comercial poderem ficar negativos). Isso faz o governo ficar mais dependente da venda de títulos da dívida pública no mercado interno. A dívida interna aumenta, pois governo contrai mais dívida para cobrir os déficits ou está pagando juros mais altos.
- O ambiente de prosperidade de antes começa a ser substituído por uma forte crise: juros altos, queda do consumo e dos investimentos provoca queda da produção, que provoca aumento do desemprego. Além de provocar queda no consumo, aumenta a inadimplência, “obrigando” o Banco Central a socorrer o país. 
- Influência do pensamento neoliberal no Plano Real: abertura econômica, privatização, política de juros altos e ajuste macroeconômico ortodoxo quando se fez necessário. 
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- Origens da crise do México: econômica (crescimento do endividamento público de curto prazo) e política (revoltas populares que provocaram um quadro de crise política no país).
- Impactos da crise mexicana: afetou também o Brasil e a Argentina. Não chegaram a ameaçar a estabilidade econômica do real, mas fizeram com que o governo tivesse que adotar medidas contra isso. A queda da inflação estimulou o consumo, que incentivou a produção, que estimulou o emprego, que fez aumentar os salários pagos, que aqueceu ainda mais o consumo. O consumo também foi estimulado pelo aumento do crédito, devido a queda da inflação e da estabilidade dos preços mais baixos, e isso poderia provocar o aumento da inflação. 
- Medidas tomadas pelo governo: elevação da taxa de juros, abertura econômica e câmbio baixo, que tornou as importações mais baratas, inundando o mercado nacional de produtos importados. Isso trouxe desequilíbrio da balança comercial. As importações cresceram bem mais que as exportações, e a situação de superávits registrada antes do lançamento do Plano Real passou para uma situação de déficits (saldos negativos), que foi crescendo com o passar do tempo.
- Aspectos negativos dessas medidas: redução do nível de atividade, crescimento do desemprego e aumento da inadimplência (taxas de juros mais altas, ao inibir o consumo, desestimularam a produção, e o nível de atividade caiu. Empresas deixaram de contratar e passaram a demitir seus empregados, aumentando o desemprego no país. Pessoas desempregadas passaram a ter dificuldades para pagar suas dívidas assumidas com as compras a prazo. Empresas passaram a acumular estoques e algumas também passaram a ter dificuldades para honrar os seus compromissos com os fornecedores).
- Origem da crise nos países asiáticos: empréstimos de alto risco concedidos pelas empresas financeiras e por intermediários não-bancários que acabaram por inflacionar os preços dos ativos financeiros.
- Inpactos da crise dos países asiáticos: Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou uma das maiores baixas do mundo.
- Medidas tomadas pelo governo: aumento das taxas de juros e corte drástico do crédito que trouxe a queda da demanda interna, diminuição do nível de atividade e aumento do desemprego.
- Origem da crise russa: na decretação da moratória da dívida externa das empresas privadas russas, que foram proibidas, por noventa dias, de pagar as suas dívidas.
- Impactos da crise russa: foram sentidos não só pelos países emergentes, mas também pelos mais ricos, como EUA, Alemanha, Suíça e Canadá, entre outros. Chegaram rapidamente ao Brasil porque os investidores internacionais passaram a realizar seus ganhos no Brasil e enviar dólares para o exterior, para cobrir as perdas que tinham tido em outros mercados.
- Medidas tomadas pelo governo: agiu no mercado de câmbio, vendendo dólares. Concedeu isenção do IR sobre as aplicações de estrangeiros em renda fixa no país, para facilitar a entrada e permanência do capital externo no Brasil. 
- Aspectos negativos dessas medidas: como os capitais externos continuaram “fugindo”, o governo deixou o câmbio flutuar, abandonou o regime de âncora cambial e o real foi fortemente desvalorizado. Em poucos dias o dólar aumentou bastante, gerando expectativa de que a inflação aumentaria muito devido ao encarecimento das importações devido ao aumento do câmbio. Mas não foi isso que aconteceu. A inflação aumentou, mas não muito. Ao longo dos meses de 1999, a inflação foi caindo pouco a pouco e seguiu sua trajetória de queda no ano de 2000. 
- Origem da crise de energia que o Brasil passou em 2001: governo constatou que a demanda de energia iria superar a oferta disponível e, se isso acontecesse, o país sofreria um “apagão”. As empresas retomaram seu crescimento, e isso permitia aumentar a renda das famílias, e como o aumento da tecnologia, as pessoas passaram a possuir mais bens, como computador, microondas, etc…
- Medidas tomadas pelo governo: A fim de evitar o “apagão”, governo implementou um plano para conter a demanda de energia, que obrigava os consumidores (empresas, famílias e o próprio governo) a reduzirem em 20% o consumo em relação ao consumo do ano anterior.
- Aspectos negativos da crise de energia: o PIB registrou nove meses de queda em 2001; muitas empresas do setor de energia acumularam dívidas pela queda dos seus faturamentos, motivada pela queda no consumo; governo aumentou o preço da tarifa de energia elétrica para compensar as perdas de receita dessas empresas. 
- Origem da crise da Argentina: fracasso da política argentina que converteu o peso em dólar (1 peso = 1 dólar). Foi eficaz no combate à inflação, mas provocou desequilíbrio das contas públicas, perda de competitividade e queda da produção.
- Impactos da crise argentina: alguns investidores internacionais temiam que aquela crise chegasse ao Brasil, e deixaram de vir para cá, e outros começaram a sair.
- Impactos do ataque terrorista contra o World Trade Center no dia 11 de setembro de 2001: gerou clima de incerteza na economia mundial, que afetou fortemente os mercados financeiros mundiais.
- Efeitos da crise de energia, crise da Argentina e atentado de 11 de setembro sobre a economia brasileira: as reservas cambiais caíram; e a inflação foi bem maior em relação ao ano anterior.
- Agravantes da crise da Argentina em 2002: troca de governo, desvalorização alta e sucessiva do peso, mortes de manifestantes em confronto com a polícia, metade dos argentinos vivendo na condição de pobreza e alta taxa de desemprego.
- FHC não podia mais ser candidato porque já estava concluindo o seu segundo mandato consecutivo. A inflação voltou a aumentar em 2002, e com uma força maior do que a do ano anterior.
- Por força da crise de 1999, o governo deixou de usar o câmbio como indicador de estabilidade da economia brasileira. Entrou em seu lugar o “sistema de metas para a inflação”, usando o IPCA como indicador.
- Flutuações sazonais de preços: não tem nada a ver com o funcionamento da economia, mas provocam aumento de preços, passado aquele momento, voltam aos preços normais. Exemplo, preço dos materiais escolares aumentam no início do ano; diárias dos hotéis aumentam de preço no verão; verduras ficam mais caras quando chove muito ou quando fica muito tempo sem chover; bombons ficam mais caros na época da Páscoa. 
- Núcleo de Inflação: medida que indica a tendência da inflação no curto prazo. Não considera as variações de preços ocasionais, provocadas por safras, entressafras ou por mudanças de estação.
- Diferença entre Regime de metas para a inflação e Núcleo de inflação: com o regime de metas para a inflação, o governo tem a inflação como indicador para restabelecer as condições de equilíbrio (de estabilidade). O núcleo de inflação fornece informações valiosas sobre quais flutuações de curto prazo estariam representando ameaças ou não, para verificar se é necessário ou não aplicar as medidas corretivas.
- No cálculo do núcleo de inflação devem ser excluídas as variações de preços devido à sazonalidade: retirar esses efeitos seria um tipo de manipulação doíndice de inflação. Porém, sem esses dados, o governo tem um indicador mais confiável para tomar decisões sobre a necessidade de medidas para combater a inflação.
Aula 11 - Os efeitos colaterais das eficazes medidas do Plano Real
- Os saldos negativos e crescentes registrados pela balança comercial brasileira, desde o segundo ano de lançamento do Plano Real, não foram resultado do aumento das importações e da diminuição das exportações: o crescimento das importações foi muito maior que o das exportações, gerando assim os déficits. Para praticar o sistema de âncora cambial, o Brasil precisava ter reservas cambiais – quanto maiores fossem essas reservas, melhores seriam as condições do país. O governo comprava e vendia dólares no mercado, para forçar o câmbio a ficar no intervalo por ele definido. Isso acabou valorizando o Real frente ao dólar, favorecendo as importações e desfavorecendo as exportações. 
- Os saldos negativos da balança comercial brasileira, registrados depois do lançamento do Plano Real, devem ser entendidos como uma conseqüência do efeito combinado do sistema de âncora cambial com a intensificação da abertura econômica: só o fato da moeda brasileira ficar muito valorizada frente ao dólar aumentaria as importações, mesmo se houvessem barreiras, da mesma forma que a diminuição das barreiras à entrada de produtos externos não aumentaria as importações se a nossa moeda estivesse muito desvalorizada. Foi justamente a combinação desses dois efeitos que contribuiu para aumentar as importações.
- Como reverter os saldos negativos da balança comercial brasileira: aumentando as exportações e diminuindo as importações. Porém, as medidas para que isso aconteça não são tão simples assim. 
- Medidas do governo para estimular as exportações: criou condições para exportar, melhorando as condições do país em termos de capacidade de produção e de competitividade no mercado internacional. 
- Medidas do governo para estimular as importações: facilitou a abertura econômica. Assim, o país passou a importar mais, e houve um crescimento de quase três vezes mais num período de sete anos.
- A proteção e a obrigação de as empresas nacionais concorrerem entre elas no mercado interno, fizeram com que elas investissem, se modernizassem e alcançassem níveis elevados de produtividade e de qualidade dos seus produtos, o que as permitiu competir e ganhar espaço no mercado internacional.
- Tipos de desemprego: conjuntural ou estrutural.
- Desemprego conjuntural: relacionado ao nível da atividade econômica – desemprego aumenta quando o nível de atividade diminui, e desemprego diminui quando o nível de atividade aumenta. Quando a economia entra em recessão, o desemprego conjuntural aumenta; quando a economia recupera o seu crescimento, o desemprego conjuntural volta a diminuir. 
- Desemprego estrutural: relacionado com a estrutura produtiva, com a forma como as empresas combinam os fatores de produção capital e trabalho para gerar seu produto. Ocorre quando a empresa substitui trabalhadores por capital (tecnologia). 
- Se existir desemprego conjuntural, o país precisa crescer para eliminá-lo. Se existir também desemprego estrutural, quanto maior ele for, mais o país terá que crescer para eliminar esse desemprego. 
- As elevadas taxas de desemprego na vigência do Plano Real vieram acompanhadas de outros problemas: rotatividade da mão-de-obra, força de trabalho precária e aumento da exploração da força de trabalho feminina e infantil. 
- Rotatividade da força de trabalho: entrada e saída do trabalhador do mercado de trabalho. Acontece quando o nível de atividade cai muito e o empregador não consegue manter o seu empregado. É ruim para todos, tanto para o empregado, para o empregador e para a sociedade. 
- Prejuízos ao empregado: econômicos (quando perde o emprego sua renda fica prejudicada até conseguir outro emprego); e emocionais (quando corre o risco de perder seu emprego ou quando perde, sem saber quando conseguirá outro). 
- Prejudicial ao empregador: impede de manter uma mão-de-obra treinada e qualificada. Ao demitir um empregado, a empresa perde o investimento que fez no treinamento. Quando tem que contratar outra pessoa, tem que treiná-lo.
- Prejudicial para a sociedade: inibe o crescimento da produtividade, que poderia contribuir para o aumento do lucro, aumento de salários e diminuição de preço do produto para o consumidor final, beneficiando a todos.
- Razões do crescimento do trabalho da mulher no mercado: movimento feminista que aumentou a participação feminina no mercado de trabalho; patrão percebeu que abrindo vagas para as mulheres teria uma oferta maior de força de trabalho, e poderia escolher os melhores e os que aceitassem os menores salários; a medida que as mulheres foram estudando mis, o valor de sua mão-de-obra no mercado foi aumentando; e a queda da renda familiar.
- Exploração do trabalho infantil: associada ao desemprego e baixa remuneração dos adultos empregados, buscando complementar a renda das famílias mais carentes.
- O crescimento econômico após a Segunda Guerra Mundial evitou o desemprego e provocou a escassez de força de trabalho.
- Após a crise da década de 1970, a substituição de força de trabalho por tecnologia tem gerado desemprego, já que o crescimento econômico não tem sido elevado suficiente para gerar empregos para atender a demanda dos que se oferecem no mercado de trabalho, seja porque perderam os seus empregos por força da inovação tecnológica, seja porque alcançaram a idade de trabalhar.
- A taxa de desemprego poderia aumentar sem diminuir o número de pessoas empregadas: se houvesse aumento do número de pessoas procurando emprego. Com mais pessoas procurando emprego e a oferta de emprego permanecendo constante, aumentaria a taxa de desemprego. 
Aula 12 - A economia brasileira sob a influência da sua dinâmica demográfica
- Teoria da Transição Demográfica (TTD): descreve quatro fases em que passa uma população: (1ª) o alto nível de fecundidade e de mortalidade proporcionam um baixo crescimento da população; (2ª) o nível de mortalidade diminui mais que o nível de a fecundidade, proporcionando assim um maior crescimento da população; (3ª) a fecundidade diminui rapidamente, diminuindo também o crescimento da população; e (4ª) a fecundidade, a mortalidade e as taxas de crescimento da população se estabilizam em níveis baixos, caracterizando a chamada população estável. 
- Por que a mortalidade caiu no Brasil: A ampliação da cobertura da previdência contribuiu para a queda da fecundidade, jpa que mais pessoas passaram a ter direito a uma renda quando ficar idoso, contribuindo para seu amparo no final da vida e pela perda de interesse em ter uma quantidade maior de filhos; A elevação dos custos da procriação. 
- A visão de Malthus e visão dos Neomalthusianos sobre o crescimento populacional: crescimento populacional era prejudicial ao crescimento econômico e, por isso, deveria ser controlado.
- Paul Singer divide o setor produtivo nacional em três setores: (a) setor voltado para o mercado interno; (b) setor de subsistência; e (c) setor voltado para o mercado externo.
- Razões das taxas de crescimento da população não voltar a crescer futuramente: (1) métodos de controle da natalidade são cada vez mais eficazes e mais baratos; (2) número de pessoas esterelizadas com métodos irreversíveis é crescente; (3) idéia de família pequena.
- Transformações demográficas ocorridas: diminui cada vez mais a população até 14 anos de idade. População com idade entre 15 e 64 anos e população idosa, com mais de 65 anos, não param de crescer. 
- Causas do envelhecimento da população: queda rápida da fecundidade das últimas décadas e, queda da mortalidade.
Aula 13 - O primeiro governo Lula (2003-2006): vitória do medo ou da esperança?
- De 1989 a 2002, Lula disputou quatro eleições diretas para presidente da República. Na primeira, perdeu no segundo turno para Collor. Na segunda e na terceira, perdeu no primeiroturno para FHC. Na quarta, realizada em 2002, ganhou de José Serra no segundo turno.
- Eleição de 1989: grande quantidade de candidatos no primeiro turno. Segundo turno, entre Lula e Collor. TV Globo, ao apresentar o debate entre os candidatos e apresentar no Jornal Nacional os melhores momentos do seu candidato, definiu as eleições em favor de Fernando Collor de Mello.
- Eleição de 1994: segunda eleição de Lula, aconteceu sob a influência dos bons e positivos resultados do Plano Real (lançado oficialmente em 1º de julho daquele ano) e forte influência da Rede Globo, contribuindo para a vitória de FHC.
- Eleição de 1998: também ocorreu sob a influência dos bons resultados do Plano Real. O povo resolveu dar um voto de confiança a FHC, elegendo-o no primeiro turno. 
- Aspectos econômicos que favoreceram Lula na eleição de 2002: os efeitos negativos do Plano Real (âncora cambial, abertura econômica, desequilíbrio da balança comercial) que contribuíram para um baixo crescimento econômico e elevadas taxas de desemprego; e a política adotada para combater os efeitos das crises externas e internas (contenção do crédito e juros altos) que geraram recessão e mais desemprego.
- Vitória de Lula: esperança de mudança da recessão, desemprego, violência no campo e na cidade, pobreza e desigualdade econômica e social. 
- Herança maldita recebida por Lula: (1) déficit enorme, devido a redução das importações em 2002; (2) queda da participação do Brasil nas exportações mundiais; (3) Aumento da dívida externa líquida; (4) Queda das reservas internacionais líquidas; (5) dívida líquida do setor público enorme; (6) conta de juros do Governo Federal estava enorme; (7) grande carga tributária (impostos e contribuições); (8) queda da relação entre os empréstimos do sistema financeiro e o PIB, sendo uma das mais baixas do mundo; (9) pouco crescimento da economia; (10) aumento do desemprego; (11) aumento da precarização; (12) queda acumulada nos rendimentos reais dos ocupados. Esse ambiente, com graves problemas existentes no país naquele momento, foi se agravando pelas incertezas trazidas pelas crises da Argentina e da Venezuela.
- Herança bendita entregue a Lula, segundo o governo de FHC: reformas estruturais, política econômica consolidada, rede de proteção social e, estabilização dos preços na economia, além do novo perfil da inflação brasileira, que antes do governo FHC se caracterizava por um quadro de hiperinflação, e ao final do seu governo, passou a ser baixa e estável. 
- Fatores que contribuíram para a vitória de Lula nas eleições de 2002, apesar do sucesso do Plano Real no combate à inflação: problemas econômicos que afetavam a população brasileira, como o aumento do desemprego e seus desdobramentos, e a mudança de postura do PT que permitiu ampliar a sua base eleitoral.
- Medidas adotadas ainda nos primeiros meses de governo Lula: (1) manteve inicialmente toda diretoria do Banco Central que vinha do governo anterior; (2) determinou os cortes no gasto público necessários para viabilizar o objetivo fiscal; (3) Aumentou a taxa básica de juros da economia (taxa SELIC). Essas medidas combateram os desequilíbrios da economia brasileira e jogaram um balde de água fria nas desconfianças e incertezas em relação a política econômica que seria adotada pelo governo Lula. 
- Outros fatores que contribuíram para um ambiente mais favorável trazido pela melhoria dos indicadores econômicos: (1) aumento da entrada de capitais externos, explicada pelas baixas taxas de juros vigentes na economia dos EUA e pelas medidas que diminuíram as desconfianças do capital internacional. Essa entrada maior de capitais externos contribuiu para aumentar as reservas cambiais brasileiras e para baixar o câmbio no país; (2) aumento das exportações e das importações, mas as exportações cresceram mais, gerando aumento do saldo da balança comercial. Esse crescimento das exportações era explicado pelo aumento da demanda do mercado externo e pela queda do câmbio. 
- O ano de 2002 foi um ano muito ruim para a economia brasileira devido aos efeitos das inúmeras crises, internas e externas, e o governo Lula teve de enfrentar as conseqüências dessas crises. 
- A política econômica implementada por Lula foi eficaz no combate à inflação. A inflação caiu, as exportações cresceram mais do que as importações, permitindo ter saldos crescentes da balança comercial em todos os anos do período. O desemprego cresceu de 2002 para 2003 e depois diminuiu em todos os outros anos. 
- Medidas voltadas ao desenvolvimento econômico e social do país: (1) Fortaleceu o sistema financeiro, com a recuperação do BNDES como banco de desenvolvimento; (2) Unificou no Programa Bolsa-Família os programas de transferência de renda; (3) Implementou o Fundo que complementa os salários dos professores do ensino fundamental e do ensino básico; (4) Criou o Programa Universidade para Todos (ProUni), para a concessão de bolsas e estímulo ao acesso de alunos de baixa renda à rede privada de ensino superior; (4) Melhoria na distribuição de renda, explicando a redução da pobreza.
- Risco país: mede a capacidade de um país de pagar o principal e os juros de sua dívida nas datas prometidas. 
- Classificação dos países: grau de especulação e grau de investimento. 
- País classificado com o grau de especulação: quanto maior for sua pontuação, maior será o seu grau de especulação.
- País classificado com o grau de investimento: quanto menor for sua pontuação, maior será seu grau de investimento.
- Em 2006, Lula se candidatou a um segundo mandato e se reelegeu. 
- Continuidades das medidas políticas econômicas aplicadas no segundo governo de Lula: cumprimento dos acordos do FMI, política de juros altos com as reformas estruturais. 
- Mudanças das medidas políticas econômicas aplicadas no segundo governo de Lula: Lei de Diretrizes Orçamentárias, a proposta de reforma tributária e a proposta de reforma da previdência, que criaram condições para que os bons resultados fossem alcançados. 
- Os três principais resultados da política econômica do governo Lula: (1) eficácia no combate à inflação, por conseguir fazer com que ela retornasse para níveis baixos e aí permanecesse; (2) redução das taxas de desemprego, aumento do consumo e redução da pobreza; (3) redução da pobreza através da melhoria da distribuição de renda.
Aula 14 - A economia brasileira de 1964 a 2006
- A grave crise política do Brasil começou no início da década de 1960, no final do Governo Juscelino Kubitschek, e terminou com o Golpe Militar de 1964.
- Foi no mandato de Ernesto Geisel, que teve início o processo de flexibilização política depois do golpe de 1964, mas só foi concluída com a eleição indireta de Tancredo Neves e com a posse de José Sarney, frustrando o sonho de milhares de brasileiros que se mobilizaram na campanha pelas “Diretas Já!”. 
- A nova era das eleições diretas foi a eleição de Collor em 1989, que impedido de continuar a governar, foi substituído pelo vice-presidente Itamar Franco. 
- Em 1994 foi eleito FHC e foi reeleito em 1998. Em 2002 entregou o poder a Lula. 
- Para combater esse processo inflacionário, vários planos de estabilização econômica foram tentados: o Plano Cruzado em suas duas versões; o Plano Bresser; o Plano Verão e o Plano Collor também em suas duas versões. Todos tiveram um relativo sucesso inicial, mas amargaram um fracasso final. 
- As taxas de desemprego estiveram muito altas até a metade da década de 1980. Mas, a partir de 2004, as taxas de desemprego tendem a cair. 
- Mudanças significativas nos níveis de preço, de produção e de emprego: apenas na época do milagre econômico foi possível alcançar um expressivo crescimento do produto no Brasil. O desemprego continua a atormentar a sociedade brasileira, com suas taxas elevadas, apesar da tendência de queda registrada nos últimos anos. Porém, a inflação que cresceu nas décadas de 1980 e 1990 alcançou níveis bem mais baixos na primeira década do século XXI. Assim,a transformação mais significativa aconteceu no nível de preços.
- Mudanças mais significativas na dinâmica demográfica e na concentração de renda: a concentração de renda no Brasil está diminuindo, mas ainda está muito elevada. O país passou a ser predominantemente urbano; as taxas de fecundidade, de mortalidade e de crescimento diminuíram bastante; e o país está envelhecendo. Assim, podemos dizer que as mudanças na dinâmica demográfica foram mais significativas.
- O que podemos esperar para a sociedade brasileira nos próximos 42 anos (meados deste século), considerando seus aspectos políticos, econômicos e sociais? Numa hipótese pessimista, o país avançou muito pouco em termos de crescimento econômico, diminuição do desemprego, redução da concentração de renda, pobreza e miséria e ainda resta muito por fazer. Mas, como as mudanças nas últimas décadas foram poucas, não devemos esperar muito para as próximas décadas. Numa hipótese otimista, há sinais que estamos no caminho de um futuro melhor, porque nos últimos anos as taxas de crescimento do produto brasileiro têm crescido, o desemprego tem diminuído e a qualidade do emprego tem melhorado, a concentração de renda tem diminuído e a pobreza também. Mas, mesmo admitindo que ainda resta muito por fazer, podemos acreditar que a velocidade das mudanças será maior e que nas próximas décadas estaremos vivendo num país mais rico e mais justo.
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AP2 2008-1
- Com relação às contribuições da Terceira Revolução Industrial e do Neoliberalismo para as políticas econômicas adotadas para a superação da crise, pela qual passou o mundo na década de 1970, é correto afirmar que:
1. A Terceira Revolução Industrial ajudou a aumentar os níveis de produtividade, importantes diante dos aumentos dos custos de produção.
Resposta: Verdadeira. A 3ª Revolução Industrial se caracterizou pela evolução da informática, permitiu robotização, automação dos processos produtivos e o desenvolvimento de novos materiais, contribuindo assim para aumentar os níveis de produtividade e reduzir os custos unitários que tinham sido aumentados em função dos aumentos de custo provocados pela crise da década de 1970.
2. O neoliberalismo, que passou a influenciar a política econômica de superação dos efeitos da crise em muitos países, propunha dentro outras coisas, o afastamento do Estado da produção por ele ser ineficiente, o aumento da receita e a diminuição das despesas para gerar superávit primário e a redução dos juros para estimular o mercado interno.
Resposta: Falsa. O neoliberalismo propunha o afastamento do Estado, o aumento da receita e a diminuição das despesas, mas não propunha a redução das taxas de juros, muito pelo contrário, propunha a prática de taxas de juros elevadas para remunerar bem o capital externo, para desestimular o consumo interno permitindo aumentar os excedentes para exportação e assim gerar divisas para amortizar as dívidas (honrar os compromissos em dólares).
Questão 2:
Com relação ao Plano Cruzado (1986) é correto afirmar que:
1. O Plano apoiava-se no entendimento de que o processo inflacionário no Brasil era impulsionado apenas pelas expectativas dos agentes econômicos com relação à inflação futura.
Resposta: Falsa. O Plano Cruzado apoiava-se no entendimento de que o processo inflacionário no Brasil tinha um forte componente inercial, o que significava dizer que os formadores de preços tomavam as suas decisões de reajustar os seus preços com base na memória inflacionária (inflação passada) e nas expectativas (inflação futura) que eles criavam a partir da memória inflacionária, portanto, não era impulsionado apenas pelas expectativas.
2. Embora o Plano tenha fracassado, o entendimento de que a inflação brasileira continha uma dimensão inercial foi encampada por todos os planos de estabilização que se seguiram, inclusive pelo Plano Real.
Resposta: Verdadeira. Todos os planos seguintes usaram algum instrumento para combater a inflação inercial. O Planos Bresser, Verão e Collor repetiram o mecanismo do tabelamento e o Plano Real usou o mecanismo da URV.
Questão 3:
Durante o período de 1986 a 1991 foram implementados vários planos de estabilização (Cruzado, Bresser, Verão e Collor).
1. Todos fracassaram em virtude do crescimento excessivo da demanda que prontamente se seguiu à estabilização dos preços.
Resposta: Falsa. Apenas no Plano Cruzado houve crescimento excessivo da demanda após a estabilidade dos preços, gerando desequilíbrios, como desabastecimento, ágio e saldos negativos na balança comercial. Nos Planos Bresser e Verão houve realinhamento prévio dos preços, os tabelamentos foram por tempo limitado e não chegou a haver desabastecimento e ágio. No Plano Collor, além do tabelamento ter sido por tempo determinado e por pouco tempo, o confisco dos ativos financeiros provocaram uma fortíssima redução na liquidez, não permitindo que a demanda tivesse um crescimento excessivo.
2. Todos envolviam algum congelamento temporário de preços e foram lançados de surpresa.
Resposta: Verdadeira. Todos os planos continham algum tipo de tabelamento temporário (por tempo determinado ou não) e todos foram lançados de surpresa com decreto-lei ou medida provisória. No Plano Cruzado o tabelamento foi por tempo indeterminado. No Plano Bresser houve aumentos prévios e tabelamento por três meses. No Plano Verão houve aumentos prévios e tabelamento por tempo indeterminado, mas com previsão de flexibilização gradual. No Plano Collor o tabelamento foi por apenas 1 mês.
Questão 4:
Admitindo-se que a políticas econômicas adotadas pelos Governos Sarney, Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso foram gradativamente sofrendo influências, cada vez mais fortes, do pensamento neoliberal, é correto afirmar que:
1.Em todos os planos houve uma forte preocupação com o aumento das receitas e diminuição das despesas, como uma forma de gerar os superávits primários recomendados pelo pensamento neoliberal.
Resposta: Falsa. No Plano Cruzado estas preocupações não estiveram fortemente presentes, até porque houve aumentos importantes das despesas em função dos aumentos de salários (funcionários públicos), das importações para complementar a oferta interna, dos subsídios para manter o tabelamento e da criação do seguro desemprego.
2. Em todos os planos a questão da privatização foi considerada como importante para a geração de receita que ajudariam na formação dos superávits primários recomendados pelo pensamento neoliberal, mas foi no Plano do Governo Collor que as privatizações foram realizadas mais intensamente. 
Resposta: Falsa. A privatização passou a ser considerada como importante apenas para a geração dos superávits primários (via aumento da receita) a partir do Plano Collor, entretanto foi no Governo FHC que as privatizações foram realizadas mais intensamente
Questão 5:
No âmbito da transição demográfica pela qual vem passando o Brasil, provocando mudanças na sua dinâmica demográfica, é correto afirmar que:
1. O envelhecimento da população brasileira é explicado principalmente pela queda da mortalidade (aumento da esperança de vida) que tem feito com que as pessoas vivam mais no Brasil.
Resposta: Falsa. Está havendo queda da mortalidade (aumento da esperança de vida) e por isso as pessoas estão vivendo mais. Mas esta não é a principal causa do envelhecimento da população brasileira. A principal causa é a queda da fecundidade e depois, a queda da mortalidade.
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AP2 2008-2
Questão 1:
Verdadeira.
A capacidade produtiva já instalada e que estava ociosa foi utilizada, permitindo aos empresários produzirem mais, reduzindo o custo unitário e aumentando o lucro.
A reformulação do sistema financeiro permitiu aumentar a ofertade crédito para as famílias, permitindo que elas comprassem a prazo os bens de consumo duráveis, aumentando o endividamento das famílias.
Questão 2:
(a) O Governo Collor terminou em outubro de 1992, com a renúncia de Fernando Collor de Mello e com o Congresso Nacional, ao concluir o julgamento político, decretando seu impedimento e a cassação dos seus direitos políticos por oito anos.
(b) O governo Collor teve esse fim tanto porque não conseguiu formar uma sólida base de apoio político ao governo como também porque perdeu, muito rapidamente, o apoio popular daqueles que o elegeram.
Os seus votos populares para a presidência não se fizeram acompanhar dos votos necessários para a formação de uma base parlamentar de apoio ao seu governo. Ao lançar o plano, a oposição popular ao seu governo começou a crescer, motivada, particularmente, pelo confisco dos depósitos das cadernetas de poupança. Para uma parte importante da população, esses recursos eram e continuam a ser considerados como um “dinheiro sagrado”, guardado para situações muito especiais, como, por exemplo, a ajuda a um filho ou a um parente mais próximo, em caso de doença, ou para custear a festa de quinze anos de uma filha ou até mesmo para custear a festa do seu casamento. Ao fazer o confisco, o governo destruiu sonhos de muitos brasileiros e a base popular que tinha conquistado nas eleições de 1989.
O processo de consolidação da democracia nacional seguiu seu curso com o vice-presidente eleito, Itamar Franco, passando a exercer a presidência da República até o último dia do seu mandato.
Questão 3.
(a) A âncora verde se caracterizou pelas importantes e crescentes safras agrícolas. Isto significa dizer que a estabilidade econômica do Plano Real também ficou ancorada nas importantes e crescentes safras agrícolas – a âncora verde.
(b) A âncora verde funcionava da seguinte forma: as safras agrícolas contribuíam para aumentar tanto a oferta de alimentos no mercado interno como a oferta de insumos agrícolas usados na cadeia produtiva. Esses aumentos da oferta de produtos agrícolas contribuíam para manter baixo o preço final dos alimentos e dos insumos agrícolas, contribuindo assim para o controle da inflação.
No caso dos insumos agrícolas, seus preços baixos contribuíam para diminuir o preço do produto final. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a carne do frango, que ficou com seu preço baixo porque as excelentes safras de milho baratearam o custo de alimentação para a produção de frango.
Questão 4:
(a) As duas estratégias comumente utilizadas para reduzir a pobreza são: o crescimento econômico e a distribuição de renda.
(b) No Brasil historicamente se utilizou o crescimento econômico que ao aumentar a renda das famílias permitia aumentar o consumo a ponto de atender às necessidades básicas ou até mesmo superá-las, saindo da condição de pobreza. Mas essa estratégia é menos eficaz que a distribuição de renda, por isso ela pode ser considerada como uma “antiestratégia” em se tratando de redução da pobreza.
(c) A novidade foi que no primeiro Governo Lula a principal força propulsora da redução da pobreza foi a redução na desigualdade e não o crescimento econômico.
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AP2 2009-1
Questão 1:
Os capitalistas aumentaram as suas taxas de lucro tanto porque eles conseguiram reduzir o custo de produção, como porque os trabalhadores tiveram um achatamento dos seus salários, redução do salário real. Nos quatro primeiros anos do milagre o crescimento da economia brasileira foi feito com a utilização da capacidade produtiva já instalada e que, por força da crise iniciada em 1962, tinha se tornado ociosa. Ao produzir mais com a mesma estrutura produtiva, os capitalistas dividiam os seus custos por uma quantidade maior de produtos, o que permitiu alcançar custos unitários menores e taxas de lucro maiores.
Questão 2:
Falsa
- O milagre econômico não proporcionou distribuição de renda, muito pelo contrário, a distribuição de renda piorou, com os mais ricos aumentando a sua participação na renda nacional. 
- O aumento da demanda de bens de consumo duráveis deveu-se ao aumento da renda familiar e ao aumento do crédito.
Questão 3
VERDADEIRA
Em ambos os planos tanto a queda rápida (abrupta) como significativa da inflação provocaram aumento da renda real da população (aumento do poder aquisitivo) que se traduziu no aumento do consumo (realização da demanda reprimida). Esse aumento do consumo estimulou o aumento da produção que por sua vez estimulou o aumento do emprego, o que repercutiu no aumento da massa de salários pagos na economia, reestimulando o consumo, a produção e o emprego.
No caso do Plano Cruzado o crescimento da demanda superou a oferta disponível, isso só não provocou aumentos de preços (inflação de demanda) porque existia um tabelamento que estava sendo cumprido divido à forte e eficiente fiscalização (oficial e social). Mas, no entanto, gerou as figuras do desabastecimento e do ágio. 
No caso do Plano Real também houve aumento do consumo, da produção e do emprego, mas não houve nem desabastecimento nem ágio. Não houve ágio porque não existia tabelamento, logo não tinha como haver ágio. Não houve desabastecimento porque: por um lado a prática do sistema de âncora cambial (real apreciado) combinado com a abertura econômica contribuíram para aumentar significativamente a oferta interna (complementada pela oferta externa); por outro lado, com houve a possibilidade da demanda superar a oferta disponível o governo respondeu com uma política de juros altos (âncora dos juros) para conter o crescimento do consumo.
Problemas no Cruzado: desabastecimento e ágio.
Problemas no Real: risco de desabastecimento e risco de inflação de demanda
Questão 4
a) queda no número de nascimentos; estreitamento da base da pirâmide etária; alargamento do meio e da parte superior da pirâmide; envelhecimento da população brasileira 
b) diminuir a demanda por investimentos demográficos para atender às mães e às crianças; aumento da demanda por investimentos demográficos em termos de infra-estrutura para atender a demanda das faixas etárias superiores; o aumento da demanda de vários produtos (bens e serviços) por parte desta população maior de idosos, se constituirá em uma grande oportunidade de negócios para a iniciativa privada, que poderá produzir estes bens e serviços para vender para aqueles que têm poder aquisitivo.
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AP2 2009-2
Questão 1
Sabemos que os milagres econômicos (como por exemplo, o da Alemanha, o do Japão e o do Brasil) aconteceram após um importante processo de mudanças e transformações pelas quais passou a economia mundial após a Segunda Guerra Mundial. Tendo isso presente responda: O uso intensivo de tecnologia no pós-guerra provocou desemprego? Responda sim ou não e, com as suas palavras, explique por que.
Resposta: Não, não provocou desemprego. Porque o crescimento da produção era muito intenso e cada vez era utilizado um contingente maior para produzir. Isso significa dizer que a força do crescimento da produção, fazia com que aumentasse a demanda por força de trabalho. Por isso, mesmo utilizando menos unidades de trabalho por produto (efeito da substituição de trabalho por tecnologia), a demanda por força de trabalho no total crescia (porque a produção crescia). Podemos dizer que a força do crescimento da demanda por força de trabalho era maior que a força do crescimento da substituição de trabalho por tecnologia.
Questão 2: 
Sabendo que o neoliberalismo que passou a influenciar a política econômica de superação dos efeitos da crise em muitos países, inclusive no Brasil, propunha, dentre outras coisas, a flexibilização das relações entre capital e trabalho, responda:
a) Comoque o Estado deveria se comportar nesse caso (da flexibilização)?
Resposta: Significa dizer que o Estado deve eliminar os privilégios dos trabalhadores e não deve intervir na relação entre capital e trabalho, deixando que as partes (o trabalhador que oferece a força de trabalho e o empresário que demanda a força de trabalho) se encontrem no mercado e definam o preço da mão-de-obra e as condições de trabalho.
b) Como os empresários seriam favorecidos por essa flexibilização?
Resposta: Com esse processo o empresário poderia contratar a força de trabalho pagando menos. Essa queda nos salários dos trabalhadores representaria uma redução no custo do produto. Isso permitiria ao empresário aumentar sua competitividade e sua participação no mercado vendendo mais.
c) Como os níveis de emprego seriam afetados por essa flexibilização?
Resposta: Para vender mais os empresários teriam que produzir mais e para tanto teriam que contratar mais mão-de-obra, o que aumentaria a massa de salários pagos na economia. Isso, por sua vez, estimularia o consumo e aqueceria o mercado interno, re-estimulando a produção, o consumo e o emprego.
Questão 3: 
Sabendo que as eficazes medidas do Plano Real geraram efeitos colaterais, responda o seguinte:
a) O que aconteceu com os saldos da balança comercial brasileira?
Resposta: Como as exportações brasileiras cresceram e as importações também, mas a força do crescimento das importações foi muito maior, a balança comercial brasileira passou a registrar saldos negativos (déficits).
b) Por que se afirma que esse comportamento da balança comercial brasileira deve ser entendido como o efeito combinado de dois importantes pilares do Plano Real?
Resposta: Os saldos negativos da balança comercial brasileira, registrados depois do lançamento do Plano Real, devem ser entendidos como uma conseqüência do efeito combinado de dois importantes pilares do Plano Real: o sistema de âncora cambial e a intensificação da abertura econômica. Isso porque, só o fato de a moeda brasileira ficar muito valorizada frente ao dólar (devido à sistema de âncora cambial) pouco ou nada aumentaria as importações, se ainda existissem muitas barreiras à entrada dos produtos importados. Da mesma forma, a diminuição das barreiras à entrada de produtos externos (devido à abertura econômica) pouco ou nada aumentaria as importações se a nossa moeda estivesse muito desvalorizada. Foi justamente a combinação desses dois efeitos que contribuiu para aumentar as importações acima do aumento das exportações.
Questão 4:
Fazendo uma avaliação do que foi o primeiro governo Lula (2003-2006) diga o que houve de continuidade do ponto de vista econômico.
Resposta: Do ponto de vista econômico houve muita continuidade. O governo e sua equipe econômica deram prosseguimento à política econômica da época do Plano Real: (a) com o cumprimento dos acordos com o FMI; (b) com a utilização do sistema de metas de inflação; (c) com a manutenção da política de juros; e (d) com a continuidade das reformas estruturais.

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