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Administrativo atualizado (XVII TRF4) pág. 572

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Direito Administrativo
2016	
1. Administração Pública como função do Estado. Princípios regentes do Direito Administrativo constitucionais e legais, explícitos e implícitos. A reforma do Estado brasileiro. Os quatro setores e suas características. A publicização do terceiro setor (as organizações sociais e as OSCIPS).
1.1. Administração Pública como função do Estado
Elementos do Estado: 
- POVO (elemento subjetivo); 
- TERRITÓRIO (elemento objetivo); e 
- GOVERNO SOBERANO (elemento jurídico) - soberania como poder absoluto, indivisível e incontrastável; independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna.
  
Sujeito de direito público interno capaz de adquirir direitos e contrair obrigações. Mesmo que atue em relações de direito privado.
 
Os componentes da federação materializam o Estado.
 
CC, art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios
 
GOVERNO - Conjunto de órgãos direcionados à política do estado. 
 
TERRITÓRIO: não possui autonomia política e não integra a federação. Para alguns seria autarquia territorial. 
PODERES E FUNÇÕES
 
Poderes: estruturas internas destinados à execução de funções (típicas e atípicas - não há exclusividade). Independentes e harmônicos. Art. 2º CF. Controles recíprocos e funções atípicas convivendo bem.
 
FUNÇÃO é o exercício de uma atividade em nome e interesse de outrem.
 
Funções atípicas são também chamadas de ressalvas ou exceções aos poderes. 
 
Legislativo (funções):
 
- Normativa - típica (única que inova no ordenamento). Abstrata, direta (de ofício) e geral;
- Judiciária - julga crimes responsabilidade (Senado) - art. 52, I e II da CF. Função concreta e indireta; e
- Administrativa - organização de seus serviços.
 
Judiciário (funções):
 
- Normativa - regimento interno;
- Judiciária – típica; e
- Administrativa - organização de seus serviços.
 
Executivo (funções):
 
- Normativa - decretos regulamentares ou medidas provisórias;
- Judiciária - não há. Na CF anterior havia contencioso administrativo. Exemplo: Julgamento do PAD (obs.: para alguns autores – posição minoritária – os julgamentos em processos administrativos seriam função típica); e
- Administrativa – típica.
 
Função de Governo
 
É a função que regula a atuação superior do Estado (estudada pelo Direito Constitucional). A função administrativa se preocupa com as questões rotineiras ou costumeiras. A função de governo fica além das atividades meramente rotineiras. EXEMPLOS: declaração de estado de defesa ou de estado de sítio, iniciativa de lei, sanção e veto do presidente, declaração de guerra, celebração de paz. 
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
 
É aquela exercida pelo Estado ou por seus delegados, subjacentemente à ordem constitucional e legal, sob regime de direito público, com vistas a alcançar os fins colimados pela ordem jurídica. 
 
Aspectos subjetivo/orgânico (Estado/delegados são quem prestam), objetivo material (conteúdo) e objetivo formal (sob regime jurídico administrativo).
 
Diferente da função política de governo, pois possui subordinação. 
 
É uma função concreta. É uma função direta.
 
Há funções exercidas pelo Judiciário que são materialmente administrativas, por exemplo. 
 
- escola francesa acreditava que função administrativa era apenas quando se prestava serviços públicos. Crítica: não somente isso faz o Direito Administrativo;
- critério do Poder Executivo - acreditava que a função administrativa era apenas exercida pelo Executivo. Crítica: outros Poderes também a exercem atipicamente;
- critério das relações jurídicas - estabelece que a função administrativa é regulamentar as relações entre o Estado e o particular. Critica: não somente com isso se preocupa, pois há relações internas;
- critério teleológico - função administrativa era toda atividade que visava finalidade pública. Crítica: não somente o Direito Administrativo preocupa-se com a finalidade pública; e
- critério residual - função administrativa é a que não é legislativa, jurisdicional ou política. Crítica: não se pode conceituar algo pelo que ele não é.
- Critério da Administração pública - (HLM) - conjunto harmônico de regras e princípios que orientam e organizam os órgãos, entidades e agentes da Administração Pública para a consecução da finalidade pública, de forma concreta, direta e imediata. 
  
ATUAÇÃO DO ESTADO
 
- serviços públicos: por meio dos quais o Estado oferece utilidades, comodidades e prestações específicas aos administrados, visando a suprir suas necessidades;
- polícia administrativa: o Estado se dispõe a controlar as atividades individuais dos administrados;
- atividade de fomento: o Estado incentiva as atividades em que atuam as entidades do 3° setor, através de recursos destinados ou incentivos fiscais; e
- intervenção no domínio econômico: diretamente (só excepcionalmente, em duas hipóteses: imperativo da segurança nacional e interesse coletivo relevante); indiretamente (o Estado atua como agente regulador da economia, fiscalizando as ações dos agentes econômicos); monopólio (o Estado se reserva ao direito exclusivo de atuação em determinada área).
FEDERAÇÃO
 
Desde 1981 no BR (segregação - centrífugo).
 
Instituída pela primeira vez nos EUA (agregação - centrípeto).
 
Conjuga as vantagens da autonomia política (não é soberania do ente federado) com um poder central.
 
Características:
 
- descentralização política – fundamental;
- sistema de repartição de competências - dimensão de poder político. Princípio da prevalência do interesse;
Participação da vontade dos estados na vontade nacional - Senado Federal; e
Poder de autoconstituição - próprias constituições.
 
Autonomia:
 
Auto-organização: criam seus próprios diplomas constitutivos;
Autogoverno: elegem seus dirigentes; e
Autoadministração: organizam seus próprios serviços.
 
DIREITO ADMINISTRATIVO
 
Sistema jurídico de norma que somente veio a lume com a criação do Estado de Direito e limitação do poder monárquico.
Os conceitos encontrados podem levar em conta apenas as atividades administrativas ou os fins desejados pelo Estado. 
Duas relações jurídicas recebem enfoque: uma interna (entre seus órgãos e agentes) e outra externa (com a coletividade e serviços). 
 
Conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre estes e as coletividades a que devem servir.
 
Ramo do direito público.
 
FONTES:
 
- Leis (fonte primária);
- Jurisprudência (também é fonte primária para Matheus Carvalho devido às súmulas vinculantes);
- Costumes (apenas praeter legem); e
- Princípios gerais do Direito.
 
Interpretação deve ser realizada com base no regime jurídico administrativo.
Necessidade de discricionariedade administrativa.
Superioridade da Administração Pública em relação ao particular.
Presunção de legalidade dos atos administrativos.
Toda atividade administrativa é controlada 
1.2. Princípios regentes do Direito Administrativo: constitucionais e legais, explícitos e implícitos
Art. 37 da CF: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 2º da Lei 9.784/99: A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
O regime jurídico administrativo funda-se em dois princípios bases (prerrogativas x limitações):
 
- indisponibilidade do interesse público (Limitações); e
- supremacia do interesse público sobre o privado -pode restringir interesse individual (prerrogativas).
 
São os postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da Administração Pública.
 
Para Matheus Carvalho todos os princípios decorrem da Constituição, expressa ou implicitamente. 
 
Não há unanimidade entre os autores.
 
PRINCÍPIOS EXPRESSOS - art. 37, caput, da CF
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Diretriz básica da conduta dos agentes. 
 
Toda e qualquer atividade deve ser autorizada por lei. 
 
Subordinação completa do administrador à lei, só atua onde a lei autoriza. 
 
Não impede fenômeno da desregulação, tampouco atividade discricionária.
PRINCÍPIO DA RESERVA DE LEI – determinada matéria somente poderá ser estabelecida por meio de uma espécie normativa. EXEMPLO: a matéria “X” depende de lei ordinária, está-se reservando a lei ordinária.
 
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
 
Impessoal é o que não pertence a uma pessoa em especial.
 
Objetiva igualdade de tratamento aos administrados em idêntica situação jurídica. Faceta da isonomia.
 
A atuação deve voltar-se exclusivamente ao interesse público. Reflete também o princípio da finalidade. 
 
A atividade administrativa não pode ser imputada a pessoas, mas somente à pessoa jurídica que o cometeu (José Afonso da Silva). Tem como decorrência a dupla garantia.
Art. 37, § 1º, CF: A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
 
Súmula 683 do STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da CF, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
 
Segundo o STF, na reserva de vagas para deficientes, NÃO É POSSIVEL o arrendondamento do coeficiente para o número inteiro subsequente, deve ater-se aos limites da lei. (AG. REG. No RE 440.988-DF – info 660)
Ainda segundo o STF, é legítimo o edital de um concurso com apenas 2 vagas que NÃO reserve vagas para deficiente. Entendeu a Corte Suprema que reservar uma vaga, ou seja, cinquenta por cento das vagas existentes, implicaria majoração indevida dos percentuais legalmente estabelecidos. (MS 26310/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 20.09.2007)
 
EMENTA Publicidade de atos governamentais. Princípio da impessoalidade. Art. 37, parágrafo 1º, da Constituição Federal. 1. O caput e o parágrafo 1º do artigo 37 da Constituição Federal impedem que haja qualquer tipo de identificação entre a publicidade e os titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a que pertençam. (RE 191668)
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
 
O administrador não pode dispensar os preceitos éticos (incluídos a honestidade e a boa-fé) em sua conduta.
 
Aplica-se não somente servidores públicos, mas todos agentes que se relacionam com as atividades administrativas ou dela recebem benefícios.
 
Moralidade jurídica é diferente da moralidade social.
 
O conteúdo é diverso da legalidade (a própria CF fez a diferenciação). Em algumas situações a imoralidade ofende diretamente a lei - implicará ofensa à legalidade também. Ex.: atos de improbidade. 
 
Se for IMORAL será ILEGAL, porque fere a LEGALIDADE AMPLA, ou seja, desrespeita a CF. 
 
Na jurisprudência, usualmente não se reconhece a invalidade do ato por exclusiva razão de moralidade: o Judiciário reconhece a invalidade lastreado na legalidade.
 
A ação popular e ação civil pública são exemplos de instrumentos para tutelar a moralidade administrativa. 
 
NEPOTISMO
 
Proibição que não depende de lei própria. Extraída da própria CF.
 
Súmula vinculante 13 do STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
 
Veda-se o nepotismo transverso ou cruzado. 
 
Há Resolução do CNJ (nº 7, de 18.10.05) proibindo a prática de nepotismo. Vedação que atinge, inclusive, a contratação temporária. [1: http://www.cnj.jus.br/busca-atos-adm?documento=2716]
 
Exceções: cargos políticos, admitidos antes de 1988, pessoa que casou com magistrado após a nomeação, parentes de juízes aposentados ou falecidos.
 
Para o STF, o cargo de conselheiro de contas é político. É de natureza administrativa. (Rcl 6702)
É inconstitucional lei estadual (Lei 13.145/97 de GO) que permita que sejam nomeados para cargos em comissão ou FC até dois parentes de autoridades estaduais ou cônjuge do governador. (STF 2013)
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Os atos administrativos merecem a mais ampla divulgação e mecanismo de controle das condutas.
A publicidade é requisito de eficácia do ato administrativo, não é elemento. Nem sempre a ausência de publicidade retira sua validade do ato.
Atenção: mesmo não havendo unanimidade sobre quais sejam os elementos (ou requisitos) dos atos administrativos, regra geral se entende que são os extraídos do art. 2º da Lei 4.717/65 (Lei da ação popular), dentre os quais NÃO se inclui a publicidade. Transcrevo o dispositivo:
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Alguns atos podem ser publicados de forma resumida. Atos normativos não. 
Alguns instrumentos (garantias) que o concretizam:
- direito de petição;
- direito de certidão; e
- ação administrativa ex officio de divulgação de informações (prevista na Lei 12.527/11 - Lei de acesso à informação).
O exercício dessas garantias independe do pagamento de taxas (art. 5º, inciso XXXIV, da CF), salvo cobrança ressarcitória para pagar o material.
Cuidado:
- ofensa ao direito de certidão é atacada por via de MS: no caso, o interessado obteve o acsso à informação, mas foi-lhe negado a documentação que a comprova. Não cabe habeas data, instrumento adequado quando se nega o próprio acesso à informação, cujo teor o interessado não conhece; e
- o Superior Tribunal de Justiça, recentemente, decidiu que o mandado de segurança é o meio hábil para buscar extrair cópia integral de autos de processo administrativo.
 
A Lei 12.527/11 aplica-se à administração direta, indireta, entidades controladas, bem como às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam recursos públicos.
Duas formas de publicidade:
- ativa - transmitidas de ofício; e
- passiva - requeridas pelos interessados.
Qualquer indeferimento de informações deverá ser feito de forma fundamentada. 
 
Só haverá restrição quando houver risco à segurança da sociedade ou do Estado ou causar prejuízos à intimidade, honra ou vida privada.
Art. 5º da CF: 
- inciso XXXIII: todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
- LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Art. 93, inciso IX, da CF: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
 
Divulgaçãodos vencimentos dos servidores: foi prevista pelo decreto que regulamentou a LAI, aplicando-se apenas ao Executivo, sendo que não poderá ser dada publicidade às parcelas de cunho pessoal.
 
Caso em que a situação específica dos servidores públicos é regida pela 1ª parte do inciso XXXIII do art. 5º da Constituição. Sua remuneração bruta, cargos e funções por eles titularizados, órgãos de sua formal lotação, tudo é constitutivo de informação de interesse coletivo ou geral. Expondo-se, portanto, a divulgação oficial. Sem que a intimidade deles, vida privada e segurança pessoal e familiar se encaixem nas exceções de que trata a parte derradeira do mesmo dispositivo constitucional (inciso XXXIII do art. 5º), pois o fato é que não estão em jogo nem a segurança do Estado nem do conjunto da sociedade. (SS 3902 – STF).
 
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
 
Foi inserido pela EC 19/98.
Diz respeito à qualidade (presteza, perfeição e rendimento) do serviço prestado.
É a busca de produtividade e economicidade.
Vincula-se à noção de administração pública gerencial.
Alcança tanto os serviços prestados diretamente à coletividade quanto os serviços administrativos internos.
Alguns conceitos:
- eficiência: modo pelo qual se processa o desempenho;
- eficácia: meios e instrumentos empregados; e
- efetividade: resultados obtidos.
A avaliação especial de desempenho do servidor como condição para aquisição de estabilidade é exemplo de concretização do princípio.
Gasto com pessoal: seu limite foi limitado pela LC 101/00 (Lei de responsabilidade fiscal).
PRINCÍPIOS RECONHECIDOS
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
 
Princípio essencial que, conjugado com o princípio da indisponibilidade do interesse público, forma a base do regime jurídico administrativo.
 
Trata-se de conceito jurídico indeterminado (mas determinável).
 
Limite: é a indisponibilidade do interesse público (o segundo princípio basilar da Administração Pública).
 
As atividades devem ser desenvolvidas para beneficiar a coletividade, não o administrador. Do contrário, haverá desvio de finalidade.
Justifica:
- as prerrogativas contratuais do Estado (cláusulas exorbitantes);
- o instituto da desapropriação;
- os atributos dos aos atos administrativos; e
- o poder de polícia do Estado. 
 
Vem sendo contestado. Daniel Sarmento possui um artigo a respeito. Principais críticas:[2: SARMENTO, Daniel (org.). Interesses públicos versus Interesses privados: desconstruindo o princípio da supremacia do interesse público. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.]
- é cada vez mais difícil distinguir a linha entre o público e o privado;
- a CF afirmou a primazia da pessoa humana e das minorias sobre qualquer forma de ingerência executiva; e
- os direitos fundamentais necessitam de lei para serem restringidos, obedecido o seu núcleo essencial.
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
Os administradores apenas gerem, conservam e velam os bens e interesses públicos. Atuam em nome da coletividade.
Não poderiam dispor de um bem que não lhes pertence. 
Limita a supremacia do interesse público.
Interesse público primário corresponde ao conjunto de interesses de que é titular a própria coletividade, globalmente considerada.
Interesse público secundário, por sua vez, corresponde ao conjunto de interesses que a Administração possui na sua condição de pessoa jurídica, a exemplo de uma empresa ou de uma associação civil. São os recursos materiais e humanos que a ela pertencem.
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
 
Poder-dever de rever seus atos e restaurar a situação de regularidade, com isso observando a legalidade.
 
Independe de provocação, tanto em aspectos de legalidade (anulação) quanto em aspectos de mérito (conveniência e oportunidade – revogação). 
 
Revogação – ex nunc. Anulação - ex tunc.
Atenção: a revogação NÃO se submete ao prazo decadencial (art. 54 da Lei 9.874/99). Tal prazo é reservado à anulação.
Súmula 346 do STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
 
Súmula 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Em nome da segurança jurídica e estabilidade vem sendo criados limites ao exercício da autotutela. 
 
Art. 54 da Lei 9.784/99: O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
 
Casos em que a invalidação repercute no campo de interesses individuais: necessária instauração de P.A. com devido processo legal e ampla defesa. (STJ 2014).
Houve decisão, inclusive, na hipótese de supressão de gratificação com fundamento na ilegalidade, bem como revogação de benefício fiscal concedido. (STF 2014)
A Administração Pública pode, com base no art. 45 da Lei 9.784/99 (poder cautelar da administração), suprimir o pagamento até decisão definitiva. (decisão do STF nos quintos - STF 2014)[3: Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.]
Muito cuidado: há jurisprudência (que parece ser dominante) no sentido de que, sendo as razões para a anulação do ato administrativo exclusivamente de direito, NÃO PRECISA haver processo administrativo com contraditório, mesmo que diga respeito a direito individual do administrado. Transcrevo trecho de precedente:
A jurisprudência desta Corte, arrimada em entendimento jurisprudencial emanado do Supremo Tribunal Federal, é no sentido de que a ausência de prévio processo legal não viola os aludidos princípios constitucionais quando, como ocorrente na espécie, inexistente questão fática a ser apurada, mas simples interpretação de normas jurídicas pela Administração. Nesse sentido: AC n. 0034608-10.2001.4.01.3400/DF, Primeira Turma, Rel. Des. Fed. Carlos Olavo, DJ de 30.03.2010; e AMS n. 2003.37.00.012643-9/MA, Primeira Turma, Rel. Juiz Federal Miguel Ângelo de Alvarenga Lopes (conv.), DJ de 01.04.2008.
(AMS 2003.34.00.035926-4, DESEMBARGADOR FEDERAL CANDIDO MORAES, TRF1 - SEGUNDA TURMA, e-DJF1 DATA: 09/10/2015 PAGINA: 1807)
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
Ligado aos serviços públicos, mas alcança toda e qualquer atividade administrativa. 
Expresso na Lei 8.987/95.
 
Greve dos servidores - não há lei ordinária específica ainda. Os setores essenciais devem manter percentual mínimo (30%). Utilizam a lei do setor privado.
STF entendeu que a norma constitucional possui eficácia limitada.
Militares não podem fazer greve, tampouco sindicalizarem-se. 
Os dias parados são remunerados, mas devem propor a compensação. Do contrário, terão de ressarcir o erário. Poderá haver corte do ponto. (STJ e CNJ 2015)
O CDC prevê o princípio da continuidade:
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
 
Dá suporte à regra da limitação ao particular opor exceção do contrato não cumprido e paralisar as obras. 
 
Lei 8.666;
 
Art. 78.  Constituem motivo para rescisão do contrato:
 
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
Note-se que o contratadoprecisa da autorização ou da administração ou do Judiciário para rescindir ou para suspender a prestação do serviço (paralisação).
Os serviços remunerados por tarifa (água e luz), ainda que essenciais, podem ser suspensos ante o inadimplemento da tarifa e para realização de manutenção dos serviços, desde que seja dado aviso prévio e não sejam suprimidos em serviços essenciais: escolas, hospitais, órgãos de segurança, etc.
Para CABM o inciso II é inconstitucional, por violar o princípio da continuidade (minoritário). De modo oposto, a doutrina majoritária entende que a interrupção visa à manutenção do serviço à coletividade.
Lei 8.987/95
Art. 6º, § 3o: Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
 
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA (PROTEÇÃO À CONFIANÇA)
 
Evitar que situações jurídicas permaneçam por todo o tempo em nível de instabilidade. 
 
Perspectiva de certeza - conhecimento seguro sobre normas e atividades jurídicas
 
Perspectiva de estabilidade - consolidação das ações e criação de defesas para o administrado (direito adquirido e ato jurídico perfeito).
 
A jurisprudência tem abonado a teoria do fato consumado - situações ilegítimas que melhor se acomodam sendo convalidadas. 
 
Para JSCF, o art. 54 da Lei 9.784/99 positivou o princípio ao limitar em 5 anos o prazo para anulação.
 
Transposição de cargo. Processo seletivo anterior à CF/88. Homologação posterior. Ato administrativo controvertido à época. 3. Princípio da segurança jurídica. Aplicabilidade. (RE 466546)
Já foi fundamento para indenização de prejuízos de produtores do setor alcooeiro em virtude de intervenção no domínio econômico. (RE 422941)
 
A modulação dos efeitos prevista nas Leis 9.868/99 e 9.882/99 permite a realização de tal princípio. 
 
Doutrina moderna destaca que a tutela da confiança abrange também o poder normativo da Administração. Não poderia haver a ruptura inesperada da disciplina e deveria estar presente a imprevisibilidade das modificações. Deveria a Administração excluir o administrado do novo regime jurídico ou criar regras transitórias ou indenização compensatória. 
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
 
Dever de adotar medidas preventivas para minimizar possíveis danos. 
Este princípio é oriundo do Direito Ambiental. 
 
Pode haver a inversão do ônus da prova, de modo que o interessado deve demonstrar que seu empreendimento não acarreta danos à coletividade.
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
Razoabilidade é aquilo que se situa dentro de limites aceitáveis (homem médio). Se estiver fora, outro princípio inevitavelmente estará violado (legalidade e finalidade).
 
Faltar congruência pode violar a própria legalidade.
 
A liberdade do administrador é liberdade dentro da lei. A conduta desarrazoada é ilegal, pois não respeita seus limites.
 
O princípio abranda o excesso de poder. Não se aplica apenas à função administrativa, mas a todas as funções, inclusive legislativa.
 
 
EMBORA NÃO CAIBA AO PODER JUDICIÁRIO APRECIAR O MÉRITO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS, O EXAME DE SUA DISCRICIONARIEDADE É POSSÍVEL PARA A VERIFICAÇÃO DE SUA REGULARIDADE EM RELAÇÃO ÀS CAUSAS, AOS MOTIVOS E À FINALIDADE QUE OS ENSEJAM. (RE-AgR 365368)
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
 
Também tem como utilidade o combate ao excesso de poder. Visa à contenção dos atos que ultrapassem limites adequados. 
Matheus Carvalho defende que proporcionalidade é inerente à razoabilidade.
Elementos:
- adequação - meio compatível com o fim almejado;
- necessidade - conduta necessária; não havendo outro meio; e
- proporcionalidade em sentido estrito - vantagens superam as desvantagens. 
 
Tem aplicação quando há possibilidade de mais de uma forma de atuação lícita. 
 
•  PROPORCIONALIDADE: teste de ponderação - meio e fim – justa medida;
•  RAZOABILIDADE: teste de racionalidade, plausibilidade, em contraposição à arbitrariedade.
 
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
 
JSCF entende que não é princípio. (minoritário)
 
Apresentação dos motivos que ensejaram o ato.
 
A grande maioria afirma que a motivação é obrigatória, em todos os casos (STF), apesar da existência de uma segunda corrente que defende que em alguns casos não é obrigatória.
É necessária para que os administrados possam se insurgir contra os atos que lhes afetem (CABM).
 
Exceção: exoneração cargos ad nutum.
 
Decisão do TJ, anulando remoção de serventia notarial, com base em declaração de inconstitucionalidade de lei pelo STF, não é ilegal. (STJ 2013)
 
Ato de remoção de servidor público por interesse da administração deve ser motivado. Caso contrário, haverá nulidade. (STJ 2013)
Poderá haver motivação em manifestação posterior ao ato, momento no qual será corrigido o vício. (Ex: prestação de informações no MS)
O que importa é ocorrência do fato que originou o ato.
Art. 50, § 1º, da Lei 9.784/99: A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
PRINCÍPIO DA FINALIDADE
Consiste na necessidade de o administrador buscar a finalidade pública (maior que o mero interesse público, está relacionado à legalidade), obedecendo a vontade maior da lei.
Para HLM, o princípio foi substituído pelo princípio da IMPESSOALIDADE, quando conceitua, defende que os dois são sinônimos: se o administrador não pode buscar o interesse pessoal, ele estará perseguindo o interesse público, então está buscando o princípio maior da Administração que é a finalidade pública.
 
“O fim legal é sem dúvida um limite ao poder discricionário”. Há desvio de poder tanto nos casos em que a atuação administrativa é estranha a qualquer finalidade pública, quanto naqueles em que o fim perseguido não é o fim preciso que a lei assinala para o ato. (CABM)
 
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
* Obs.: ver decisão em destaque no tópico referente ao princípio da autotutela.
A exigência de um processo formal regular para que sejam atingidas a liberdade e a propriedade de quem quer que seja e a necessidade de que a Administração Pública, antes de tomar decisões gravosas a um dado sujeito, ofereça-lhe a oportunidade de contraditório e de defesa ampla, no que se inclui o direito a recorrer das decisões tomadas.” (CABM)
 
Informação + possibilidade de se manifestar sobre o conteúdo antes da decisão + possibilidade de produzir provas + defesa técnica.
 
SV 3 STF - Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
 
STJ 343 - É obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar. Implicitamente revogada pela súmula vinculante abaixo.
 
SV 5 STF - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
PRINCÍPIO DA SINDICABILIDADE
Cuidado: já foi objeto de cobrança na prova objetiva do TRF 2 (juiz federal – questão 73 do ano de 2013).
Segundo o princípio da sindicabilidade os atos da Administração Pública podem ser submetidos a controle, seja administrativo, seja judicial, donde deriva o poder de autotutela da Administração.
Trata-se de princípio reconhecido pelo STF (MS 30860):
1. O Poder Judiciário é incompetente para, substituindo-se à banca examinadora de concurso público, reexaminar o conteúdo das questões formuladas e os critérios de correção das provas, consoante pacificado na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Precedentes (v.g., MS 30433 AgR/DF, Rel. Min. GILMAR MENDES; AI 827001 AgR/RJ,Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA; MS 27260/DF, Rel. Min. CARLOS BRITTO, Red. para o acórdão Min. CÁRMEN LÚCIA). No entanto, admite-se, excepcionalmente, a sindicabilidade em juízo da incompatibilidade entre o conteúdo programático previsto no edital do certame e as questões formuladas ou, ainda, os critérios da respectiva correção adotados pela banca examinadora (v.g., RE 440.335 AgR, Rel. Min. EROS GRAU, j. 17.06.2008; RE 434.708, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, j. 21.06.2005)
1.3. A reforma do Estado brasileiro. Os quatro setores e suas características
MUITA ATENÇÃO: O EXAMINADOR DANILO PEREIRA JÚNIOR possui artigo intitulado Reforma do Estado e gerencialidade da administração pública: um panorama da mutação estrutural, disponível em:
http://www.revistadoutrina.trf4.jus.br/index.htm?http://www.revistadoutrina.trf4.jus.br/artigos/edicao031/danilo_pereira.html
Meta: reordenar a posição estratégica do Estado na economia, transferindo à iniciativa privada atividades indevidamente exploradas pelo setor público.
Em suma, afirma-se que a Administração Pública deve ser permeável à maior participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins).
	Dizer o Direito – setores da economia
	1º Setor:
Estado
	2º Setor:
mercado
	3º Setor:
entidades paraestatais
	4º Setor:
economia informal
	Administração Pública
Objetivo principal:
garantir os interesses da coletividade.
	Empresários
Objetivo principal:
gerar lucro.
	Entidades não-governamentais (entidades privadas)
Atividades de interesse público, por iniciativa própria, sem fins lucrativos.
	Particulares informais
É forma de fugir do pagamento de tributos e demais obrigações legais.
Incluem-se as atividades econômicas ilícitas (ex.: tráfico de drogas).
Categorização da Administração Pública, delegatários e paraestatais por setor:
	ADMINISTRAÇÃO DIRETA
	ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
	COLABORADORES
	OUTROS
	1º SETOR
	1º SETOR
	2º SETOR
	3º SETOR
Estão ao lado da Administração
	ENTES FEDERATIVOS
Órgãos
Cargos
Funções
Agentes
	Autarquias;
Agências reguladoras; e
Conselhos profissionais*.
(* exceto a OAB que é um órgão sui generis)
	MERCADO
	Serviços sociais autônomos
	 
	Fundações
	Delegatários; Concessionários;
Permissionários; e
Autorizatários.
	Organizações Sociais
	 
	Consórcios públicos**
(podem ser de direito público ou privado)
	 
	Organizações da sociedade civil de interesse público - OSCIP
	 
	Empresas públicas 
(direito privado)
	 
	Organizações da Sociedade Civil – OSC
(Lei 13.019/14)
	 
	Sociedades de economia mista
(direito privado)
	 
	Parcerias público-privadas – PPP (têm fins lucrativos)
	
	
	
	Entidades de apoio
** Lei 11.107/05:
Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
§ 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.
§ 2º No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público observará as normas de direito público no que concerne à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
Importante: os consórcios públicos com personalidade jurídica de direito privado NÃO integram a Administração Pública.
	1o. SETOR: entes federativos
	2o. SETOR: iniciativa privada COM fins lucrativos
	3o. SETOR: iniciativa privada SEM fins lucrativos*
 
* que exerçam atividades de interesse coletivo, com fomento do Estado.
MSZP sobre o terceiro setor: é a mesma atividade, desempenhada com a mesma estrutura, com os mesmos recursos públicos só que, agora, sem que a entidade que a exerce integre a Administração Pública. Se sujeita a controles muito menos rígidos. Trata-se de inconstitucionalidade.
Dirley da Cunha Júnior (Juiz Federal) sobre o quarto setor: é tema mais ligado à Economia, ainda que com reflexos no Direito. Compreende toda atividade desempenhada no âmbito da chamada “economia informal”. Engloba as atividades de agentes públicos com fins particulares (entre elas, a corrupção, por exemplo) e de particulares com fins particulares, porém ilícitos (pirataria, caixa dois, etc.)
Observação: o quinto setor, para os que o admitem, é composto dos excluídos da economia em decorrência da miséria absoluta.
1.4. A publicização do terceiro setor (as organizações sociais e as OSCIPS)
TERCEIRO SETOR (fonte: Dizer o Direito – com atualizações e adaptações)
Compreende as entidades privadas que, mesmo sem integrarem a Administração Pública, executam atividades de interesse público (social) e sem fins lucrativos.
São também chamadas de:
- “entes de colaboração” (porque estão ajudando/colaborando com a Administração Pública); ou 
- “entidades paraestatais” (“para” é um radical de origem grega que significa “ao lado”; assim, diz-
se que tais entidades são paraestatais porque atuam “ao lado” dos órgãos e entidades estatais).
Existem, atualmente, cinco espécies de entidades que atuam no terceiro setor:
a) OS - Organizações Sociais;
b) OSCIP - Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público;
c) OSC - Organizações da Sociedade Civil da Lei 13.019/14;
d) Sistema “S” - Serviços Sociais Autônomos. Exs: SESI, SENAI, SESC; e
e) Entidades de Apoio.
PROGRAMA NACIONAL DE PUBLICIZAÇÃO (fonte: Dizer o Direito – com adaptações)
Publicização dos serviços não exclusivos do Estado é o conjunto de medidas com o escopo de propiciar o crescimento e incentivo do terceiro setor.
Contexto de surgimento: década de 90. Sentimento de necessidade de uma Reforma do Aparelho do Estado, reduzindo seu tamanho e as atividades por ele desenvolvidas.
Deu-se por meio de um Plano Diretor de desburocratização. A meta seria tornar a Administração Pública mais moderna e eficiente (Administração Pública gerencial).
Cinco eixos principais do Plano Diretor:
1) reduzir o papel do Estado na economia – realização de menos atividades econômicas diretas e mais fomento e regulação; 
2) privatização* (ex.: telefonia);
3) publicização** dos serviços não exclusivos do Estado – passariam a ser exercidos prioritariamente pelo terceiro setor;
4) melhorar a eficiência da máquina administrativa; e
5) reduzir os gastos públicos.
* Programa Nacional de Desestatização: instituído pela Lei n.º 8.031/90.
** foram editadas algumas leis, como a Lei 9.637/98, a Lei 9.790/99 e a Lei 13.019/14.
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS) (integram o terceiro setor) (Fonte: Dizer o Direito – adaptado)
 
Dica: o Dizer o Direito possui apostila sobre o tema:
http://www.dizerodireito.com.br/2015/05/organizacoes-sociais-apostila.html
Conceito: são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, prestadoras de atividades de interesse público e que, por terem preenchido determinados requisitos previstos na Lei 9.637/98, recebem a qualificação (título, selo) de “organização social”.
Tais “atividades de interesse público” são serviços públicos não-exclusivos do Estado (serviços de “natureza social”), taxativamente (doutrina majoritária) enumerados no art. o da Lei 9.637/98:
Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
ATENÇÃO: a lei de regência das OS (Lei 9.637/98) não é nacional, mas sim federal. Assim sendo, apenas se aplica para serviços públicos da União. (Ricardo Alexandre– edição de 2015)
Deverão ser constituídas sob a forma jurídica de (Ricardo Alexandre – edição de 2015):
- associação civil sem fins lucrativos; ou
- fundação privada.
Objetivo primordial: absorção de atividades até então exercidas pelo Estado. Art. 20 da Lei 9.637/98:
Art. 20. Será criado, mediante decreto do Poder Executivo, o Programa Nacional de Publicização - PNP, com o objetivo de estabelecer diretrizes e critérios para a qualificação de organizações sociais, a fim de assegurar a absorção de atividades desenvolvidas por entidades ou órgãos públicos da União, que atuem nas atividades referidas no art. 1o, por organizações sociais, qualificadas na forma desta Lei, observadas as seguintes diretrizes:
I - ênfase no atendimento do cidadão-cliente;
II - ênfase nos resultados, qualitativos e quantitativos nos prazos pactuados;
III - controle social das ações de forma transparente.
Quem concede a qualificação 
A qualificação é concedida pelo Ministro do Planejamento em conjunto com o Ministro da área na qual atua a pessoa jurídica que pretende a qualificação de OS.
Ex.: se essa pessoa jurídica desempenha funções na área de educação, quem concederá será o Ministro da Educação em conjunto com o Ministro do Planejamento.
Requisitos necessários para qualificação como OS 
A qualificação é ato discricionário cujos requisitos estão elencados no art. 2º da Lei 9.637/98. Em resumo:
a) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades; 
b) ter, como órgãos de deliberação superior e de direção, um conselho de administração e uma diretoria; (Obs.: o conselho fiscal somente é obrigatório para OSCIP - art. 4º, inc. III, Lei 9.790/99)
c) participação, no seu órgão colegiado de deliberação superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral; 
d) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão; 
e) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro da entidade; 
f) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização social qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados. 
Contrato de gestão 
É o instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com o objetivo de que, a partir daí, seja formada uma parceria entre eles para fomento e execução das atividades que uma OS faz (ensino, pesquisa científica, etc.) 
Nele serão listadas as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social.
Deve ser submetido ao Ministro de Estado da área correspondente à atividade fomentada.
Ex.: se a OS desenvolve atividades de saúde, quem aprovará o contrato será o Ministro da Saúde.
 
Obs.1: apesar de a lei dizer que esse ajuste é um “contrato”, a doutrina critica a nomenclatura e afirma que, na verdade, o melhor seria chamá-lo de convênio, de termo de colaboração ou termo de fomento.
Obs.2: os responsáveis pela fiscalização do contrato de gestão, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública por organização social, deverão comunicar o Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
Incentivos decorrentes do contrato de gestão 
São estes: 
a) Recursos orçamentários (“dinheiro público”); 
b) Cessão de bens públicos, mediante permissão de uso, dispensada licitação; 
c) Cessão especial de servidor, com ônus para o órgão de origem do servidor cedido; 
d) Contratadas sem licitação para prestarem serviço a órgãos e entidades da Administração Pública. Previsão de dispensa no art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93: 
Art. 24. É dispensável a licitação: 
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648/98)
Conclusões importantes sobre as OS proferidas na ADI 1923:
a) é constitucional a extinção da prestação dos serviços pelo Poder Público e sua respectiva absorção pelas OS:
1. A atuação da Corte Constitucional não pode traduzir forma de engessamento e de cristalização de um determinado modelo pré-concebido de Estado, impedindo que, nos limites constitucionalmente assegurados, as maiorias políticas prevalecentes no jogo democrático pluralista possam pôr em prática seus projetos de governo, moldando o perfil e o instrumental do poder público conforme a vontade coletiva.
(...)
3. A atuação do poder público no domínio econômico e social pode ser viabilizada por intervenção direta ou indireta, disponibilizando utilidades materiais aos beneficiários, no primeiro caso, ou fazendo uso, no segundo caso, de seu instrumental jurídico para induzir que os particulares executem atividades de interesses públicos através da regulação, com coercitividade, ou através do fomento, pelo uso de incentivos e estímulos a comportamentos voluntários.
4. Em qualquer caso, o cumprimento efetivo dos deveres constitucionais de atuação estará, invariavelmente, submetido ao que a doutrina contemporânea denomina de controle da Administração Pública sob o ângulo do resultado (Diogo de Figueiredo Moreira Neto).
5. O marco legal das Organizações Sociais inclina-se para a atividade de fomento público no domínio dos serviços sociais, entendida tal atividade como a disciplina não coercitiva da conduta dos particulares, cujo desempenho em atividades de interesse público é estimulado por sanções premiais, em observância aos princípios da consensualidade e da participação na Administração Pública.
6. A finalidade de fomento, in casu, é posta em prática pela cessão de recursos, bens e pessoal da Administração Pública para as entidades privadas, após a celebração de contrato de gestão, o que viabilizará o direcionamento, pelo Poder Público, da atuação do particular em consonância com o interesse público, através da inserção de metas e de resultados a serem alcançados, sem que isso configure qualquer forma de renúncia aos deveres constitucionais de atuação.
7. Na essência, preside a execução deste programa de ação institucional a lógica que prevaleceu no jogo democrático, de que a atuação privada pode ser mais eficiente do que a pública em determinados domínios, dada a agilidade e a flexibilidade que marcam o regime de direito privado.
8. Os arts. 18 a 22 da Lei nº 9.637/98 apenas concentram a decisão política, que poderia ser validamente feita no futuro, de afastar a atuação de entidades públicas através da intervenção direta para privilegiar a escolha pela busca dos mesmos fins através da indução e do fomento de atores privados, razão pela qual a extinção das entidades mencionadas nos dispositivos não afronta a Constituição, dada a irrelevância do fator tempo na opção pelo modelo de fomento – se simultaneamente ou após a edição da Lei.
b) prestam “serviço público social” em nome próprio (não é por delegação):
2. Os setores de saúde (CF, art. 199, caput), educação (CF, art. 209, caput), cultura (CF, art. 215), desporto e lazer (CF, art. 217), ciência e tecnologia (CF, art. 218) e meio ambiente (CF, art. 225) configuram serviços públicos sociais, em relação aos quais a Constituição, ao mencionar que “são deveres do Estado e da Sociedade” e que são “livres à iniciativa privada”, permite a atuação, por direito próprio, dos particulares, sem que para tanto seja necessáriaa delegação pelo poder público, de forma que não incide, in casu, o art. 175, caput, da Constituição.
c) a Administração Pública não precisa licitar para conferir a qualificação de OS:
9. O procedimento de qualificação de entidades, na sistemática da Lei, consiste em etapa inicial e embrionária, pelo deferimento do título jurídico de “organização social”, para que Poder Público e particular colaborem na realização de um interesse comum, não se fazendo presente a contraposição de interesses, com feição comutativa e com intuito lucrativo, que consiste no núcleo conceitual da figura do contrato administrativo, o que torna inaplicável o dever constitucional de licitar (CF, art. 37, XXI).
d) a qualificação se dá por CREDENCIAMENTO (não é por contrato administrativo):
10. A atribuição de título jurídico de legitimação da entidade através da qualificação configura hipótese de credenciamento, no qual não incide a licitação pela própria natureza jurídica do ato, que não é contrato, e pela inexistência de qualquer competição, já que todos os interessados podem alcançar o mesmo objetivo, de modo includente, e não excludente.
e) o indeferimento da qualificação como OS deve ser pautado por critérios objetivos que impeçam arbitrariedades:
11. A previsão de competência discricionária no art. 2º, II, da Lei nº 9.637/98 no que pertine à qualificação tem de ser interpretada sob o influxo da principiologia constitucional, em especial dos princípios da impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (CF, art. 37, caput). É de se ter por vedada, assim, qualquer forma de arbitrariedade, de modo que o indeferimento do requerimento de qualificação, além de pautado pela publicidade, transparência e motivação, deve observar critérios objetivos fixados em ato regulamentar expedido em obediência ao art. 20 da Lei nº 9.637/98, concretizando de forma homogênea as diretrizes contidas nos inc. I a III do dispositivo.
f) o contrato de gestão possui natureza de convênio e, consequentemente, não precisa ser precedido de licitação:
12. A figura do contrato de gestão configura hipótese de convênio, por consubstanciar a conjugação de esforços com plena harmonia entre as posições subjetivas, que buscam um negócio verdadeiramente associativo, e não comutativo, para o atingimento de um objetivo comum aos interessados: a realização de serviços de saúde, educação, cultura, desporto e lazer, meio ambiente e ciência e tecnologia, razão pela qual se encontram fora do âmbito de incidência do art. 37, XXI, da CF.
g) diante da escassez de recursos, a OS selecionada para se beneficiar com o contrato de gestão deverá ser selecionada por procedimento público, impessoal e pautado por critérios objetivos:
13. Diante, porém, de um cenário de escassez de bens, recursos e servidores públicos, no qual o contrato de gestão firmado com uma entidade privada termina por excluir, por consequência, a mesma pretensão veiculada pelos demais particulares em idêntica situação, todos almejando a posição subjetiva de parceiro privado, impõe-se que o Poder Público conduza a celebração do contrato de gestão por um procedimento público impessoal e pautado por critérios objetivos, por força da incidência direta dos princípios constitucionais da impessoalidade, da publicidade e da eficiência na Administração Pública (CF, art. 37, caput).
h) as dispensas licitatórias referentes às OS são instrumentos da “função regulatória da licitação”, sendo “mecanismos de indução” de práticas sociais benéficas:
14. As dispensas de licitação instituídas no art. 24, XXIV, da Lei nº 8.666/93 [contratação de prestação de serviço pela OS ao Poder Público] e no art. 12, § 3º, da Lei nº 9.637/98 [permissão de uso de bem público] têm a finalidade que a doutrina contemporânea denomina de função regulatória da licitação, através da qual a licitação passa a ser também vista como mecanismo de indução de determinadas práticas sociais benéficas, fomentando a atuação de organizações sociais que já ostentem, à época da contratação, o título de qualificação, e que por isso sejam reconhecidamente colaboradoras do Poder Público no desempenho dos deveres constitucionais no campo dos serviços sociais. O afastamento do certame licitatório não exime, porém, o administrador público da observância dos princípios constitucionais, de modo que a contratação direta deve observar critérios objetivos e impessoais, com publicidade de forma a permitir o acesso a todos os interessados.
i) as OS (1) integram o terceiro setor, (2) não fazem parte da Administração Pública e (3) não precisam licitar quando contratam terceiros:
15. as organizações sociais, por integrarem o Terceiro Setor, não fazem parte do conceito constitucional de Administração Pública, razão pela qual não se submetem, em suas contratações com terceiros, ao dever de licitar, o que consistiria em quebra da lógica de flexibilidade do setor privado, finalidade por detrás de todo o marco regulatório instituído pela Lei.
j) recebem recursos públicos, logo, seu regime jurídico privado é condicionado pelos princípios da Administração Pública:
[item 15 da ementa] Por receberem recursos públicos, bens públicos e servidores públicos, porém, seu regime jurídico tem de ser minimamente informado pela incidência do núcleo essencial dos princípios da Administração Pública (CF, art. 37, caput), dentre os quais se destaca o princípio da impessoalidade, de modo que suas contratações devem observar o disposto em regulamento próprio (Lei nº 9.637/98, art. 4º, VIII), fixando regras objetivas e impessoais para o dispêndio de recursos públicos.
k) os empregados das OS (1) são privados (não são empregados públicos), consequentemente, (2) não precisam ser contratados mediante prévio concurso público (3) nem ter o salário fixado por lei:
16. Os empregados das Organizações Sociais não são servidores públicos, mas sim empregados privados, por isso que sua remuneração não deve ter base em lei (CF, art. 37, X), mas nos contratos de trabalho firmados consensualmente. Por identidade de razões, também não se aplica às Organizações Sociais a exigência de concurso público (CF, art. 37, II), mas a seleção de pessoal, da mesma forma como a contratação de obras e serviços, deve ser posta em prática através de um procedimento objetivo e impessoal.
l) a cessão de servidores é constitucional:
17. Inexiste violação aos direitos dos servidores públicos cedidos às organizações sociais, na medida em que preservado o paradigma com o cargo de origem, sendo desnecessária a previsão em lei para que verbas de natureza privada sejam pagas pelas organizações sociais, sob pena de afronta à própria lógica de eficiência e de flexibilidade que inspiraram a criação do novo modelo. 
m) o controle interno da OS previsto na Lei 9.637/98 soma-se aos já existentes (não os exclui):
	
18. O âmbito constitucionalmente definido para o controle a ser exercido pelo Tribunal de Contas da União (CF, arts. 70, 71 e 74) e pelo Ministério Público (CF, arts. 127 e seguintes) não é de qualquer forma restringido pelo art. 4º, caput, da Lei nº 9.637/98, porquanto dirigido à estruturação interna da organização social, e pelo art. 10 do mesmo diploma, na medida em que trata apenas do dever de representação dos responsáveis pela fiscalização, sem mitigar a atuação de ofício dos órgãos constitucionais.
n) a obrigatoriedade de representantes do Poder Público na gestão da OS é constitucional:
 
19. A previsão de percentual de representantes do poder público no Conselho de Administração das organizações sociais não encerra violação ao art. 5º, XVII e XVIII, da Constituição Federal, uma vez que dependente, para concretizar-se, de adesão voluntária das entidades privadas às regras do marco legal do Terceiro Setor.
o) as OS devem proceder de forma pública, objetiva e impessoal, submetendo-se ao controle do MP e do TC:
20. Ação direta de inconstitucionalidade cujo pedido é julgado parcialmente procedente, para conferir interpretação conforme à Constituição àLei nº 9.637/98 e ao art. 24, XXIV, da Lei nº 8666/93, incluído pela Lei nº 9.648/98, para que:
(i) o procedimento de qualificação seja conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF, e de acordo com parâmetros fixados em abstrato segundo o que prega o art. 20 da Lei nº 9.637/98;
(ii) a celebração do contrato de gestão seja conduzida de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF;
(iii) as hipóteses de dispensa de licitação para contratações (Lei nº 8.666/93, art. 24, XXIV) e outorga de permissão de uso de bem público (Lei nº 9.637/98, art. 12, § 3º) sejam conduzidas de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF;
(iv) os contratos a serem celebrados pela Organização Social com terceiros, com recursos públicos, sejam conduzidos de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF, e nos termos do regulamento próprio a ser editado por cada entidade;
(v) a seleção de pessoal pelas Organizações Sociais seja conduzida de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF, e nos termos do regulamento próprio a ser editado por cada entidade; e
(vi) para afastar qualquer interpretação que restrinja o controle, pelo Ministério Público e pelo TCU, da aplicação de verbas públicas.
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP) (integram o terceiro setor)
 
ATENÇÃO: a lei de regência das OSCIP (Lei 9.790/99) não é nacional, mas sim federal. Assim sendo, apenas se aplica à União. (Ricardo Alexandre – edição de 2015)
 
Tal como OS, OSCIP é apenas uma qualificação jurídica. Não é nova categoria de pessoa jurídica.
O requerimento é formulado ao Ministério da Justiça.
Art. 1º Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014)
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social.
§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei.
MSZP - OSCIP NÃO PRESTA SERVIÇO PÚBLICO: “A grande diferença está em que a OS recebe ou pode receber delegação para a gestão de serviço público, enquanto a OSCIP exerce atividade de natureza privada, com a ajuda do Estado. No caso da OSCIP, o objetivo é semelhante ao que já inspirou anteriormente a outorga do título de utilidade pública”.
Matheus Carvalho (edição de 2016) - OSCIP PRESTA SERVIÇO PÚBLICO: “Assim como as organizações sociais, as organizações da sociedade civil de interesse público são particulares, sem finalidade lucrativa, criadas para prestação de serviços públicos não exclusivos [...]”.
REQUISITOS POSITIVOS (ATIVIDADES PERMITIDAS)
 
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas configura-se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.
 
REQUISITOS NEGATIVOS
 
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
TERMO DE PARCERIA
Art. 9º Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3º desta Lei.
Ao contrário do contrato de gestão da OS (que é ato discricionário), a celebração do termo de parceria da OSCIP é ato vinculado da Administração Pública (art. 6º da Lei 9.790/99).
A escolha da OSCIP para celebração do termo de parceria (assim como o contrato de gestão da OS) tem natureza jurídica de convênio e, consequentemente, não precisa ser precedido de licitação. Havendo mais de um interessado, o procedimento isonômico destinado a escolhê-lo é o concurso de projetos (art. 23 do Decreto 3.100/1999).
O termo de parceria (assim como o contrato de gestão da OS) permite a destinação de valores públicos mediante dotação orçamentária.
Obs.: diferentemente do que ocorre para a OS, não há previsão legal de cessão de servidores para a OSCIP.
CONSELHO FISCAL
Deve possuir conselho fiscal (art. 4º, inc. III, Lei 9.790/99). O conselho de administração somente é obrigatório paraOS (art. 2º, inc. I, alínea “c” da Lei 9.637/99).
AQUISIÇÃO DE IMÓVEL
Art. 15 da Lei 9.790/99: Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de inalienabilidade.
LICITAÇÃO (fonte: Matheus Carvalho – edição de 2016)
 
Não há dispensa de licitação expressa em lei, logo, há necessidade de licitar para as contratações celebradas com terceiros para execução de suas atividades.
	Quadro comparativo (Ricardo Alexandre – edição de 2015 – com adaptações)
	
	OS
	OSCIP
	1) natureza jurídica
	Pessoa jurídica de direito privado, sem finalidade lucrativa, não integrante da Administração Pública
	Pessoa jurídica de direito privado, sem finalidade lucrativa, não integrante da Administração Pública
	2) objeto
	Restrito
(hipóteses previstas taxativamente na lei)
Ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.
	muito amplo
(abrangendo até assistência social)
Abrange, além de todo o campo de atuação das OS, diversas outras áreas previstas no art. 3.º da Lei 9.790/1999.
	3) qualificação
	ato discricionário
	ato vinculado
	4) vínculo
	contrato de gestão
	termo de parceria
	5) atuação
	tende a absorver a atividade pública
	realmente cooperando com o Estado
	6) natureza da atividade
	serviço público
(de natureza social)
	duas correntes:
- serviço público (Matheus Carvalho)
- atividade privada diferente de serviço público (MSZP)
	7) cessão de servidores
	é possível
	não há previsão
	8) órgão qualificador
	MPOG e Ministério da área de autação
	Ministério da Justiça
	9) dupla qualificação
	não pode ser ao mesmo tempo OSCIP
	não pode ser ao mesmo tempo OS
	10) estrutura interna
	conselho de administração
(não se exige conselho fiscal)
	conselho fiscal
(não se exige conselho de administração)
	11) licitação
(prestação de serviço para o Poder Público)
	dispensável para a contratação de prestação
de serviços no âmbito do contrato de gestão
(Lei 8.666/1993, art. 24, XXIV)
	Não há previsão legal de dispensa
	12) desqualificação
(processo administrativo)
	- a pedido; ou
- por descumprimento do contrato de gestão
	- a pedido;
- por iniciativa do MP; ou
- por iniciativa popular
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL – OSC (Lei 13.019/14) (integram o terceiro setor)
Obs.: texto elaborado com base no livro do professor Matheus Carvalho (2016, págs. 719 a 723 – com adaptações)
A Lei 13.019/14 regulamenta duas novas espécies de parcerias que podem ser firmadas entre o poder público e entidades privadas sem fins lucrativos, quais sejam:
- o termo de colaboração; e
- o termo de fomento.
Tais entidades foram denominadas de organizações da sociedade civil (OSC), devendo ser, necessariamente, uma pessoa juridica de direito privado sem fins lucrativos.
Obs.: ao contrário do que ocorre com as OS e as OSCIP, a Lei 13.019/14 tem natureza nacional, aplicando-se a todas as esferas federativas. (Fonte: Mazza – edição de 2016. No mesmo sentido: Ricardo Alexandre – edição de 2015)
No início de cada ano civil, a Administração Pública deve publicar, nos meios oficiais de divulgação, os valores aprovados na lei orçamentária anual vigente para execução de programas e ações do plano plurianual em vigor, que poderão ser executados por meio de parcerias previstas na lei 13.019/14.
A Administração pública deverá manter, em seu site oficial, a relação das parcerias celebradas, em ordem alfabética pelo prazo não inferior a 5 (cinco) anos, contado da apreciação da prestação de contas final da parceria, sendo exigido também à organização da sociedade civil que conste em seu site as parcerias firmadas com o ente estatal.
Termo de colaboração e termo de fomento
Termo de colaboração: deve ser adotado pela Administração Pública em caso de transferências
voluntárias de recursos para consecução de planos de trabalho propostos pela Administração Pública, em regime de mútua cooperação com organizações da sociedade civil.
Termo de fomento: celebrado para consecução de planos de trabalho propostos pelas organizações da sociedade civil.
Plano de trabalho
O plano de trabalho deverá conter:
a) diagnóstico da realidade que será objeto das atividades da parceria, com demonstração do nexo entre essa realidade e as atividades ou metas a serem atingidas, bem como a descrição pormenorizada de metas quantitativas e mensuráveis a serem atingidas e de atividades a serem executadas;
b) definição dos indicadores, qualitativos e quantitativos, a serem utilizados para a aferição do cumprimento das metas;
c) definição de aplicação dos recursos a serem desembolsados pela Administração Pública;
d) a estimativa de valores a serem recolhidos para pagamento de encargos previdenciários e trabalhistas;
e) os valores a serem repassados; e
f) o modo e periodicidade das prestações de contas, não se admitindo periodicidade superior a 1 (um) ano.
Manifestação de interesse social
Instrumento através do qual as OSCs (bem como movimentos sociais e quaisquer cidadãos) poderão apresentar propostas ao poder público para que este avalie a possibilidade de realização de um chamamento público visando à celebração de parceria.
A Administração deverá tornar a manifestação de interesse social pública no site oficial do órgão, realizando-se (se pertinente) audiência pública.
Chamamento público
É o procedimento seletivo simplificado, que visa garantir a impessoalidade do ente público na escolha da entidade privada que celebrará os termos de colaboração ou de fomento.
A Organização Social só poderá celebrar a parceria com o ente público se for vencedora no aludido procedimento de chamamento público (a ser realizado posteriormente, do qual poderão participar quaisquer entes sem fins lucrativos que cumpram os requisitos legais pertinentes).
Etapas
1) publicação do edital no site do órgão Interessado;
2) classificação das propostas pela comissão de seleção;
3) habilitação da entidade; e
4) encerramento.
Dispensa
Há um rol exaustivo:
Art. 30. A administração pública poderá dispensar a realização do chamamento público:
I - no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades de relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
II - nos casos de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou ameaça à paz social; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
III - quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer a sua segurança;
IV - (VETADO).
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
VI - no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência social, desde que executadas por organizações da sociedade civil previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva política. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
Requisitos da OSC
Terá objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância pública e social.
Deverá ser regida por estatuto que disporá necessariamente:
a) Em caso de dissolução da entidade - o respectivo patrimônio liquido será transferido a outra pessoa jurídica de igual natureza que preencha os requisitos da Lei e cujo objeto social seja, preferencialmente, o mesmo da entidade extinta, salvo em se tratando de serviços sociais autônomos;
b) normas de prestação de contas sociais;
c) constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de atribuição para opinar sobre (1) os relatórios de desempenho financeiro e contábil e (2) sobre as operações patrimoniais realizadas;
d) ao menos 1 dirigente que se responsabilizará, de forma solidária, pela (1) execução das atividade e (2) cumprimento das metas pactuadas na parceria.
Formalização das parcerias
Depende de emissão:
a) de parecer jurídico do órgão de assessoria ou consultoriajurídica; e
b) de parecer de órgão técnico da Administração Pública, de caráter conclusivo e não vinculante.
Deverá apresentar, como anexo, o (1) plano de trabalho e o (2) regulamento de compras e contratações adotado, devidamente aprovado pela Administração Pública parceira, de modo que a ausência desses requisitos enseja vicio de forma do termo celebrado.
Objeto
É vedada a celebração de termo de colaboração ou termo de fomento que tenham por objeto, envolvam ou incluam, direta ou indiretamente delegação das funções (1) de regulação, (2) de fiscalização, (3) do exercício do poder de polícia ou (4) de outras atividades exclusivas do Estado.
Não pode ser firmada para:
a) contratação de serviços de consultoria;
b) execução de atividades de apoio administrativo.
Pesquisa de satisfação
Quando a parceria tiver vigência superior a 1 ano, a Administração Pública realizará, sempre que possível, pesquisa de satisfação com os beneficiários do plano de trabalho.
Contratos entre as OSC e terceiros
Quando a OSC contratar terceiros com recursos transferidos pela administração pública, deverá observar todos os princípios aplicáveis à atuação estatal, bem como o regulamento de compras e contratações aprovado para a consecução do objeto da parceria.
Não é necessária licitação.
ATENÇÃO: não há contratação direta, mas seleção mediante processo seletivo eletrônico.
Liberação de recursos pelo ente estatal e sua aplicação
É feita em parcelas, seguindo-se o cronograma de desembolso aprovado.
Há 3 hipóteses de retenção:
a) quando houver fundados indícios de não ter ocorrido boa e regular aplicação da parcela anteriormente recebida;
b) for verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados, práticas atentatórias aos princípios fundamentais da Administração Pública nas contratações ou o inadimplemento de cláusulas básicas;
c) deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pela Administração Pública ou pelos órgãos de controle interno ou externo.
Pagamento de pessoal
Havendo aprovação no plano de trabalho, admite-se que despesas com remuneração de pessoal admitido regularmente sejam pagas com valores transferidos pela entidade pública.
ATENÇÃO: o fato de se pagar os encargos trabalhistas com recursos transferidos pelo poder público não enseja vinculo trabalhista direto deste com os empregados da OCS.
Penalidades
Na hipótese de execução da parceria em desacordo com o plano de trabalho e normas aplicáveis é possível a aplicação destas sanções:
a) advertência (por escrito);
b) suspensão temporária em chamamento público, não superior a 2 anos; e
c) declaração de inidoneidade.
	Quadro comparativo (fonte: Ricardo Alexandre – edição de 2015 – com adaptações)
	
	OS
	OSCIP
	OSC
	Qualificação
	precisa
	precisa
	não precisa
	Instrumento de parceria
	contrato de gestão
	termo de parceria
	- termo de colaboração
ou
- termo de fomento
SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS – sistema “S” (integram o terceiro setor)
Pessoas de cooperação governamental são vinculadas ao Estado por uma atividade (paraestatal).
Exs.: SESI, SESC, SENAI, SENAC, SEBRAE, SENAR, SENAT, SESCOOP, APEX- Brasil.
NATUREZA JURÍDICA 
 
São pessoas jurídicas de direito privado e não integram a administração indireta.
Portanto, praticam, em regra, atos de direito privado.
Atividade caracterizada como serviço de utilidade pública.
AUSÊNCIA DE FINS LUCRATIVOS
Podem assumir formatos conhecidos de pessoas jurídicas, como fundações ou associações. 
Obs.: apesar de não possuírem fins lucrativos podem gerar superavit. 
CRIAÇÃO
Dependem de lei autorizadora, pois recebem recursos de contribuições pagas compulsoriamente. 
 
Sua personalidade jurídica se inicia com o registro civil e seus estatutos são delineados/aprovados por decretos do Executivo. 
 
OBJETO
 
Prestação de um serviço de utilidade pública: fomento, atividades sociais ou aprendizagem voltadas para determinadas categorias profissionais: comércio, indústria e transportes.
Nas entidades mais recentes, muitos aspectos diferentes foram introduzidos:
Presidente é nomeado pelo Presidente da República;
Inexiste supervisão do Executivo;
Previsão de contrato de gestão; e
Recebimento de dotações do orçamento da União. 
SEM CONCURSO (Fonte: Dizer o Direito)
Os serviços sociais autônomos precisam realizar concurso público para contratar seu pessoal?
NÃO. Os serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a Administração Pública, mesmo que desempenhem atividade de interesse público em cooperação com o ente estatal, NÃO estão sujeitos à observância da regra de concurso público (art. 37. 11, da CF/88) para contratação de seu pessoal.
(STF. Plenário. RE 789874/DF, Rei. Min. Teori Zavascki, julgado em 17.09.2014 - repercussão geral - lnfo 759)
Obs.: vale ressaltar, no entanto, que o fato de as entidades do Sistema "S" não estarem submetidas aos ditames constitucionais do art. 37 daCF/88, não as exime de manterem um padrão de objetividade e eficiência na contratação e nos gastos com seu pessoal.
NATUREZA DOS RECURSOS (Fonte: Dizer o Direito)
Os recursos geridos pelos serviços sociais autônomos são considerados recursos públicos?
NÃO. Segundo entende o STF, os serviços sociais autônomos do denominado sistema "S", embora compreendidos na expressão de entidade paraestatal, são pessoas jurídicas de direito privado, definidos como entes de colaboração, mas não integrantes da Administração Pública.
Assim, quando o produto das contribuições ingressa nos cofres dos Serviços Sociais Autônomos, perde o caráter de recurso público.
(STF. Plenário. ACO 1953 AgR, Rei. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 18.12.2013)
CONTRIBUIÇÕES
A origem dos recursos são as contribuições parafiscais (natureza tributária – recolhidas compulsoriamente) vinculadas à atividade.
Pagas pelos empregadores sobre folha de salários. 
CONTROLE
Sujeitam-se à fiscalização do Tribunal de Contas. 
Submetem-se à supervisão do Ministério da área de competência. Ex.: SESI, SENAI, SENAC E SESC submetem-se ao Ministério do Trabalho.
Art. 183 do Decreto-Lei 200/67: As entidades e organizações em geral, dotadas de personalidade jurídica de direito privado, que recebem contribuições para fiscais e prestam serviços de interesse público ou social, estão sujeitas à fiscalização do Estado nos termos e condições estabelecidas na legislação pertinente a cada uma.
Geralmente as próprias leis de criação já apontam os meios de controle. 
JSCF critica a recomendação direcionada pelo TCU a elas para que seus dirigentes possuam limitação remuneratória. 
Outro posicionamento do TCU criticada por JSCF é a inclusão dos membros dos Conselhos das entidades na relação de prestação de contas. Tais órgãos tem apenas caráter normativo, não tendo atividade de gestão de recursos. 
IMUNIDADE (Fonte: Dizer o Direito)
Os serviços sociais autônomos gozam de imunidade tributária?
SIM. O art. 150, VI, "c", da CF/88 prevê que as instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, gozam de imunidade tributária quanto aos impostos, desde que atendidos os requisitos previstos na lei.
As entidades do chamado "Sistema S", tais como SESI, SENAI, SENAC e SEBRAE, também gozam de imunidade porque promovem cursos para a inserção de profissionais no mercado de trabalho, sendo consideradas instituições de educação e assistência social.
Julgado sobre IPTU:
Se o SENAC adquire um terreno para a construção de sua sede, já havendo inclusive um projeto nesse sentido, deverá incidir a imunidade nesse caso considerando que o imóvel será destinado às suas finalidades essenciais.
(STF. 1ª Turma. RE 470520/SP, Rei. Min. Dias Toffoli, julgado em 17.09.2013 - lnfo 720)
ATENÇÃO: na condição de substituto tributário os serviços sociais autônomos precisam recolher os tributos cujo contribuinte é terceiro:
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.

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