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Aula 03 Arquivologia p/ ANS - Técnico Administrativo e Técnico em Regulação Professor: Felipe Petrachini Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 104 AULA 03 ± Conservação e Proteção de Documentos. Tópicos de Microfilmagem e Digitalização SUMÁRIO PÁGINA Sumário 3. Preservação e Conservação de Documentos de Arquivo. 3 3.1 Agentes Físicos, Químicos e Biológicos ................................................ 4 3.2. Técnicas de Conservação Preventiva e Restauração .......................... 8 3.3 Potencial de Hidrogênio (pH) ............................................................... 17 4. Microfilmagem ........................................................................................... 18 4.1 Sinalética ............................................................................................. 22 5. Gestão Arquivística de Documentos Eletrônicos ....................................... 24 5.1. Procedimentos e Operações Técnicas do Sistema de Gestão Arquivística de Documentos Digitais e Convencionais ......................................... 26 5.2. Automação .......................................................................................... 35 5.3. Certificação Digital .............................................................................. 38 5.4 Digitalização de Documentos e Controle de Qualidade. ...................... 48 5.4.1 Projeto de Digitalização e Conceitos Iniciais ................................. 48 5.4.2 Formatos dos Representantes Digitais .......................................... 59 5.4.3 Controle de Qualidade ................................................................... 66 Questões Comentadas da FUNCAB ............................................................. 69 Questões Propostas da FUNCAB ................................................................. 72 Questões Comentadas .................................................................................. 75 Questões Propostas ...................................................................................... 98 Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 104 E vamos nós de novo em busca do grande prêmio! Os tópicos de hoje são bem batidos em provas e, como você notará nas questões ao final da aula, as bancas repetem as mesmas perguntas quase sempre (questões de 2010 são estranhamente parecidas com questões de 2013 e 2014). Ah sim: o conteúdo desta aula é o básico do básico para você fazer a prova. Todavia, é praticamente impossível colocar todo conteúdo de conservação e preservação de arquivos no pdf. A gente aposta no que acha que vai cair (baseado no histórico da banca). Mas, se você quiser garantir aqueles pontinhos extras além dos 99% de certeza, aí vai a lição de casa: http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/Media/publicacoes/recomendaes_p ara_a_produo.pdf Este link te leva a uma publicação do CONARQ com os cuidados gerais a serem tomados com os documentos de todo tipo de suporte. É a publicação mais abrangente e, inevitavelmente, a mais superficial da que vou sugerir. É também aquela que você deve ler primeiro caso tenha tempo. https://folivm.files.wordpress.com/2011/04/manual-an-bn-cnj-2011-c3baltima- versc3a3o-2p-folha.pdf Este link te leva a uma publicação específica para a conservação e preservação dos documentos em suporte papel. Descreve suas características, os danos que o suporte pode sofrer, as manifestações aparentes destes danos (que auxiliam na identificação do problema) e as diretrizes de conservação. Foi elaborada em colaboração com o Arquivo Nacional. Como o suporte em papel é o mais comum entre aqueles com os quais as repartições públicas trabalham, esta é a segunda obra que você vai ler se houver tempo disponível. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 104 http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/media/publicacoes/resgate/recome ndacoes__resgate_acervos_completa.pdf Este link te leva a outra publicação do CONARQ, que tratará sobre a recuperação de acervos danificados pela água. Cada suporte específico de documento sofre danos diferentes em contato com a água, razão pela qual há um capítulo específico para cada suporte. Até hoje, só vi uma questão ser tirada dessa publicação, então, é a última publicação que você lerá, se, e somente se houver tempo. Vamos começar. 3. Preservação e Conservação de Documentos de Arquivo. Este tópico é um desdobramento das atividades típicas do Arquivo Permanente, visto na aula passada. E é perfeitamente natural, já que são os documentos do Arquivo Permanente aqueles que normalmente já sofreram ação prolongada de diversos agentes deteriorantes (justamente pelo seu tempo de existência), demandando maiores cuidados. Ainda assim, também é um tópico pertinente aos arquivos correntes e intermediários. As atividades de um arquivo não compreendem tão somente a guarda e acumulação de documentos. Muito embora a informação, enquanto bem intangível, não seja passível de perecimento, o suporte em que se encontra gravada a informação não segue a mesma sorte . E todas as coisas, enquanto dotadas de existência material, tendem a se deteriorar. O seu arquivo não será diferente, e uma vez deteriorado o suporte, a LQIRUPDomR�³VH�SHUGH´� Assim sendo, o arquivo deve se preocupar com a preservação e conservação dos documentos, estendendo a vida útil dos mesmos e procurando mantê-los o mais próximo possível de seu estado físico original ou seja, tanto quanto possível, do mesmo jeito em que estavam quando foram criados). Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 104 Para tanto, é necessário que a entidade desenvolva ações desde o momento da Produção e Utilização destes documentos, independentemente do suporte utilizado por eles. Também é necessário preocupar-se com o armazenamento e acondicionamento destes documentos, a fim de que suas características sejam preservadas ao longo dos próximos séculos . Aliás, você sabe o que significa cada um dos termos? O armazenamento refere-se à guarda do próprio documento. É a colocação do documento no arquivo. Acondicionamento diz respeito à embalagem que guarda os documentos, a fim de preservá-los. É tido como um item de proteção mais próximo do documento, formando uma barreira contra os agentes físicos, químicos e biológicos. Com os dois conceitos acima em mente, vamos conhecer agora as nossas dificuldades, na conservação de um arquivo. 3.1 Agentes Físicos, Químicos e Biológicos Agora, porque é tão difícil conservar os documentos? Por conta da existência de agentes físicos, químicos e biológicos, que comprometem a integridade dos documentos. Vamos conhecer os principais problemas com os quais teremos de lidar: Agentes Físicos: - Luminosidade: A luminosidade é um dos fatores que mais agrava o processo de degradação dos documentos, em especial, os que se encontrem em suporte em papel, pois é umadas principais responsáveis pelo envelhecimento deste material. Não me refiro tão somente à luz solar, mas também à luz da fotocopiadora (quando vamos reproduzir um documento, a máquina emite luz para captar a própria luz refletida pelo documento, o que permite a obtenção da cópia). Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 104 - Temperatura: Temperaturas muito altas ou muito baixas também contribuem para a degradação do papel, acelerando o envelhecimento. Os corpos físicos se expandem à medida que a temperatura aumenta, e se contraem à medida que a temperatura diminui, o que provoca desgaste inevitável no papel. - Umidade: Umidade é a FRQFHQWUDomR� GH� YDSRU� G¶iJXD� SUHVHQWH� QR� DU� atmosférico, por fatores diretamente relacionados à temperatura do ambiente. Devo lembrá-lo que o papel é um material higroscópico(tenso hein? ). Isto significa dizer que o papel absorve água e perde água de acordo com a concentração da umidade no ambiente em que se encontre (tendendo a manter a meVPD�FRQFHQWUDomR�GH�YDSRU�G¶DJXD�TXH�R�DPELHQWH�H[WHUQR�DSUHVHQWH��� E adivinha: isto provoca dilatação e contração das fibras, do mesmo jeito que ocorreria se a temperatura subisse ou descesse. Já viu o desastre né? Quanto aos agentes químicos, os mais estudados são os seguintes: - Poluição Atmosférica: Costuma-se referir aqui à fumaça dos grandes centros urbanos e à poeira igualmente inevitável por se morar na cidade grande. Os componentes da poluição podem reagir com o papel, gerando reações que aceleram a degradação do suporte. - Tintas: Este aqui é o ápice da ironia. A tinta impressa no papel colabora para a deterioração do mesmo (assim como o seu sangue é o principal agente causador do envelhecimento das suas células). Não que haja muita defesa, mas você precisa saber que a tinta também é um problema. Tintas à base de óxido de ferro, por exemplo, aumentam a acidez do papel, acelerando sua deterioração. - Gordura (oleosidade): Que Deus o perdoe por entrar com aquele sanduba de banha de porco com molho rosê dentro do arquivo. Contudo, não é essa a oleosidade imaginada pelos doutrinadores. Fala-se aqui do manuseio dos documentos pelas suas mãozinhas, que são, naturalmente, oleosas. Documentos mais sensíveis a este fator (como negativos e fotografias) normalmente requerem o manuseio com luvas de algodão, para impedir o contato direto da pele. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 104 - Objetos Metálicos: Que atire a primeira pedra aquele que nunca utilizou clipes de metal para marcar páginas e depois retomar os estudos. Todavia, os processos que vão ser arquivados devem se encontrar livres deste material, e tanto quanto possível, deve se evitar o contato do papel com objetos metálicos de qualquer natureza, optando-se por clipes de plástico. Não que você precise saber disso, mas os metais de aplicação comercial mais comuns (ferro, cobre, estanho, entre outros) encontram-se na forma de íons positivos na natureza, tendendo a se unir a átomos de oxigênio para adquirir estabilidade molecular. Isto se chama oxidação (e se fosse ferro, falaríamos de ferrugem ), que embora gere um composto estável, em nada colabora para manutenção do seu documento de arquivo. E para terminar esta parte introdutória, faltou falar dos agentes biológicos, que são representados pelos organismos vivos que atacam o papel. Traças, fungos, ratos e insetos são bons exemplos, embora o sujeito lá em cima com o sanduíche de banha de porco com molho rosê também seja um fator biológico que merecia ser exterminado ; Brincadeiras a parte, o ser humano por vezes é incluído como fator biológico de degradação dos documentos, e as vezes é incluído em categoria separada, FRPR�³fator humano´� Pois bem, levando em conta os diversos fatores ambientais que podem colaborar para a degradação dos documentos, o CONARQ (sim, o nosso grande CONARQ!) relacionou uma série de recomendações quanto ao armazenamento dos documentos, as quais, se cumpridas, colaboram para a conservação dos documentos. Veja só: - armazenar todos os documentos em condições ambientais que assegurem sua preservação, pelo prazo de guarda estabelecido, isto é, em temperatura e umidade relativa do ar adequadas a cada suporte documental; Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 104 - monitorar as condições de temperatura e umidade relativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de metodologia previamente definida; - utilizar preferencialmente soluções de baixo custo direcionadas à obtenção de níveis de temperatura e umidade relativa estabilizados na média, evitando variações súbitas; - reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos quando os equipamentos de climatização não puderem ser mantidos em funcionamento sem interrupção; - proteger os documentos e suas embalagens da incidência direta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou cortinas; - monitorar os níveis de luminosidade, em especial das radiações ultravioleta; - reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpadas fluorescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos ou às luminárias; - promover regularmente a limpeza e o controle de insetos rasteiros nas áreas de armazenamento; - manter um programa integrado de higienização do acervo e de prevenção de insetos; - monitorar as condições do ar quanto à presença de poeira e poluentes, procurando reduzir ao máximo os contaminantes, utilizando cortinas, filtros, bem como realizando o fechamento e a abertura controlada de janelas; - armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios magnéticos e ópticos em condições climáticas especiais, de baixa temperatura e umidade relativa, obtidas por meio de equipamentos mecânicos bem dimensionados, sobretudo para a manutenção da estabilidade dessas condições, a saber: - Fotografias em preto e branco: T 12ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 104 - Fotografias em cor: T 5ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% - Filmes e registros magnéticos: T 18ºC ± 1ºC e UR 40% ± 5% O acondicionamento dos documentos segue regras mais específicas, a depender do tipo de suporte com o qual estamos lidando. Eu poderia passar páginas e páginas falando sobre o assunto para cada um dos tipos de suporte, o que envolveria também uma breve análise das formas mais comuns de armazenamento de cada suporte. Todavia, esbarramos em um problema: o custo e benefício não compensaria aqui, já que alguma provas, mesmo quando cobram o conteúdo no edital, esquecem de cobrar o conteúdo na prova. Assim, pensei em algo diferente: a gente vai treinar com as questões que eu encontrei sobre o tópico. Você ganha tempo e ainda aprende o que precisa. 3.2. Técnicas de Conservação Preventiva e Restauração Já conhecemos os fatores que degradam os documentos. Pequenos cuidados são suficientes para mantê-lo a salvo (mencionarei uma série deles para cada tipo desuporte), mas o que seu examinador costuma cobrar são as técnicas de conservação preventiva dos documentos (não é restauração!!!). Conservação preventiva diz respeito a ações diretas, com a finalidade de resguardar os documentos. São ações de prevenção contra possíveis danos ao referido objeto. Repare que o dano ainda não ocorreu, e assim, buscamos evitá-lo. Restauração, como veremos mais à frente, é procedimento com objetivo de reverter o dano já existente ou fazer cessar seu avanço. Vou mencionar as técnicas de conservação preventiva mais solicitadas em prova, e, logo na sequência explicar a você no que consiste cada uma: - Desinfestação Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 104 - Limpeza (ou Higienização) - Alisamento A Desinfestação é um processo que busca atacar especialmente os insetos que degradam os documentos. O mais exigido em provas é a fumigação. Consiste em colocar os documentos em uma câmara própria, produzindo-se logo em seguida vácuo, com a retirada de todo o ar da câmara (consequentemente, o oxigênio também, SURPRYHQGR�DTXLOR�TXH�VH�FRQKHFH�SRU�³anoxia´�� Passa-se então à aplicação de produtos químicos (timol, DDT, fluoreto de sódio entre outros possíveis) e deixamos o documento sob a ação deste produto por aproximadamente 72 horas. Após, devolvemos o ar à câmara e retiramos os documentos. Qualquer inseto, em qualquer fase de desenvolvimento, não é capaz de suportar estas condições, sendo completamente destruído. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 104 Caso não disponhamos de câmaras de fumigação, podemos simplesmente calafetar o próprio local onde os documentos estão acondicionados e introduzir gás no ambiente através de mangueiras (usando máscaras para proteção). Limpeza: Consiste na remoção de partículas de poeira e outros resíduos estranhos ao documento. Tenha em mente que a limpeza é uma operação física. Significa que há necessidade de contato de objetos com o suporte do documento. Desta forma, é um procedimento que deve ser efetuado de maneira delicada. O uso de pano macio, escova ou aspirador de pó é recomendável. O termo limpeza também pode ser utilizado para designar a fase posterior à fumigação. Alisamento: Consiste em colocar os documentos em bandejas de aço inoxidável, e submetê-los à ação do ar com grande percentual de umidade (algo entre 90% e 95%, por aproximadamente uma hora, em câmara própria). Depois, cada uma das folhas será passada a ferro, por meio de máquinas elétricas. Estas são as principais técnicas. Falemos agora um pouquinho sobre a preservação. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 104 Preservação são cuidados de natureza mais simples, que buscam evitar a degradação dos documentos. Veja alguns exemplos, retirados tanto das recomendações do CONARQ quanto da doutrina: Objetos em papel Não dobrar canto da página. Não umedecer os dedos com saliva. Não usar objetos metálicos, como grampos ou clipes. Recomenda-se o uso de materiais de plástico ao invés de metálicos. Evite a reprodução dos documentos. A fotocopiadora também é um emissor de luz, que acelera o envelhecimento do papel. Cuidado ao retirar documentos de dentro das pastas e caixas. Manuseie os documentos com as mãos limpas. Não use fitas adesivas ou cola. Além de haver a possibilidade de um pedaço do documento ficar colado no material, a acidez da fita durex mancha o papel. Ao fazer observações no papel, prefira o uso de lápis Fotografias Manusear com luvas de algodão, para evitar a oleosidade das mãos Não forçar a separação de uma fotografia da outra Caso seja necessário fazer anotações, utilize um lápis Slides (diapositivos) Produzir duplicatas para projeções frequentes Utilizar materiais de acondicionamento próprios Microfilmes Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 104 Armazená-los em cofres ou armários à prova de fogo (o material que FKDPDPRV�GH�³ILOPH´�p�DOWDPHQWH�LQIODPiYHO� Caso seja necessário efetuar limpeza, recomenda-se o uso de um pano limpo Caixas Arquivo Utilizar caixas de papelão ao invés de caixas de plástico. Em caso de HOHYDomR� GD� WHPSHUDWXUD�� DV� FDL[DV� GH� SDSHOmR� WHQGHP� D� ³WUDQVSLUDU´� PDLV�� facilitando a perda de parte deste calor, que poderia danificar os documentos. Ademais, recomenda-se que sejam previstos espaços separados para o armazenamento dos diversos suportes documentais com os quais a entidade lida, afinal de contas, cada suporte tem sua peculiaridade, requerendo cuidados específicos na sua conservação e preservação. Se os documentos em papel, por exemplo, podem muito bem ser armazenados próximos de campos eletromagnéticos (que em nada afetam suas propriedades), mídias digitas jamais poderiam ser armazenadas nestes locais, sob pena de se tornarem inúteis instantaneamente. Passamos agora aos tópicos de Restauração de Documentos. Neste ponto, os documentos já sofreram os efeitos de alguns dos agentes listados anteriormente, encontrando-se deteriorados. Doutrinariamente falando, a restauração é o conjunto de métodos que objetivam a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos sofridos pelo documento ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu caráter histórico. Logo, o objetivo da restauração é reverter os danos ou evitar que se agravem ainda mais, mas sem que, com isso, desnaturemos o documento. As principais técnicas são as seguintes: Banho de Gelatina: Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 104 O documento será mergulhado em uma espécie de gelatina (ou mesmo em cola) o que, ao final, aumentará sua resistência e flexibilidade, além de não prejudicar a visibilidade. Este método, entretanto, tem desvantagens: - O documento ficará suscetível ao ataque de insetos e fungos, - demanda grande habilidade do restaurador para que o documento não se perca definitivamente. O método não impedirá a passagem de raios ultravioleta e infravermelho pelo documento, o que pode ser particularmente interessante para exames posteriores (uma forma de aferir o estado de conservação de um documento é justamente expô-lo a esse tipo de radiação). Tecido: Nesta técnica, serão utilizadas folhas de tecido bastante fino, aplicadas com pasta de amido (pegue um pouco de farinha e misture com água, e você terá uma ideia do material que será utilizado aqui). Esta técnica aumenta sensivelmente a durabilidade do papel, mas possui inúmeras desvantagens: - Insetos e fungos se sentirão convidados a atacar o documento (tal como a gelatina, essa mistura fornece nutrientes aos visitantes indesejados). - A legibilidade e flexibilidade ficarão reduzidas, dificultandosua reprodução através de fotocopiadoras. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 104 - O exame do documento através de raios ultravioleta e infravermelho restará inviável ao final deste método. Silking: É basicamente o método anterior, mas com a utilização de um tecido específico: crepeline ou musseline de seda. Este tecido apresenta durabilidade excelente, entretanto, por possuir pasta de amido em sua composição, as propriedades do documento serão permanentemente alteradas. Todavia, as demais características do documento permanecerão próximas às originais (flexibilidade, legibilidade e capacidade de exame através de luz ultravioleta). Temos mais um problema: a matéria prima utilizada é de alto custo. Laminação: Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 104 O jeito mais fácil de entender a laminação é pensar no processo de plastificação de um documento. Em linhas gerais, o procedimento consiste em pegarmos o documento, e colocamos entre duas tiras de plástico. Após, com o auxílio de uma prensa, comprimimos todo o conjunto ao mesmo tempo em que aquecemos as bordas, ³SUHQGHQGR�R�GRFXPHQWR´�QR�PHLR�GR�SOiVWico. Agora que você entendeu a ideia, vamos explicar exatamente como a laminação funciona: O documento será envolvido de um lado em uma folha de papel seda e do outro lado, em um material chamado acetato de celulose. Esse sanduiche será colocado em uma prensa hidráulica sob uma temperatura de em torno de 150ºC. O acetato de celulose é um material que, quando aquecido e prensado, adere ao documento e à folha de papel seda, vedando completamente o documento. A partir deste ponto, a durabilidade do papel e suas qualidades permanentes ficam asseguradas, sem perda da legibilidade e flexibilidade do documento. O exame do documento através de luz ultravioleta continuará a ser possível e, de quebra, o documento ficará imune à ação de insetos e fungos. Embora o peso do documento duplique, seu volume ficará reduzido. A matéria prima aplicada ao processo é de fácil obtenção e o próprio processo é de rápida execução. Por todos estes motivos, a laminação é tida como o processo de restauração mais próximo do ideal. Laminação manual: A mesma ideia do processo anterior, mas sem a utilização de calor ou pressão. Ao invés disso, utilizaremos acetona, que ao entrar em contato com o acetato de celulose, formarão uma camada semiplástica. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 104 Quando esta camada secar, terá aderido ao documento e ao papel de seda. É também conhecida como laminação com solvente. Encapsulação: Método que consiste em envolver o documento em duas películas de poliéster e selar com fita adesiva de duplo revestimento (dupla face). O documento será colocado entre as lâminas, usando-se a fita adesiva para fixar as duas faces. Mas preste atenção: deve haver um espaço entre o documento e a fita adesiva de aproximadamente 3mm, o que significa que o documento ficará solto dentro das duas lâminas. Este é um dos pontos fracos da técnica, mas não fica por aí. As películas de poliéster, quando ficam em contato com o documento por muito tempo, podem acabar absorvendo parte da tinta que está no documento, que ficará no poliéster ao invés de ficar no nosso suporte . Reenfibragem: Vamos olhar bem próximos de uma folha de papel. Como você pode ver, é um emaranhado de fibras. Muito bem: à medida que o tempo passa, parte destas fibras pode ficar danificada, havendo trechos do papel que, embora aparentemente preenchidos (pois, a olho nu, não conseguiríamos ver o buraco), estão com suas fibras H[WUHPDPHQWH�IUiJHLV��D�SRQWR�GH�UXLU��SRLV�R�³UHFKHLR´�GDTXHOH�WUHFKR�Mi�QmR�H[LVWH� mais) A reenfibragem consiste em preencher estas falhas com polpa de papel, de maneira a recompor a estrutura da folha. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 104 Velatura: Aplicação de um reforço de papel ou tecido em qualquer um dos lados da folha de papel, dando-lhe maior resistência. 3.3 Potencial de Hidrogênio (pH) Pode parecer uma revisão de química do colegial, mas o assunto é cobrado incidentalmente nas provas dos últimos anos, razão pela qual acredito que devemos falar um pouco sobre isso. A concentração e íons de hidrogênio em determinada substância é UHSUHVHQWDGD�SRU�³S+´��VLJOD�TXH�VLJQLILFD�³SRWHQFLDO�GH�KLGURJrQLR´��)XQFLRQD�FRPR� uma escala de acidez, sendo o pH 0 representa um composto cuja acidez é a maior possível, e o pH 14 um composto cuja acidez é a menor possível (básico ou alcalino). O nível 7 é o nosso pH neutro, por acaso, o mesmo nível de concentração de íons de hidrogênio da água. A escala funciona assim: Os processo de conservação e restauração de documentos em papel buscam manter o pH do ambiente sempre em patamares iguais ou superiores a 7, evitando processos de acidificação do suporte. Contudo, recomenda-se o pH neutro na maior parte dos casos, e o enunciado dá pistas quando a situação desejada é um pH básico ou alcalino (mormente quando se refere D�³SDSpLV�DOFDOLQRV´��� Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 104 4. Microfilmagem Vamos começar com a tabela que vimos na aula 01: Como vimos em nosso curso, o suporte é o meio físico através do qual a informação se manifesta. Esta aula, por exemplo, compõe um conjunto de informações (que espero sejam informações úteis). Entretanto, como a informação em si é apenas uma ideia, ela precisa de algo material para ser fixada. Pois bem, qualquer meio utilizado para se gravar uma informação pode ser chamado de suporte. Na tabela acima, enquanto eu explicava os tipos de documentos existentes atualmente, acabei por dar exemplos justamente dos suportes nos quais a informação é fixada. O que significa que você já viu toda a introdução sobre o assunto já na primeira aula do curso. Maravilhoso, não? Quase. Seu examinador tem uma particular preferência por suporte bastante específico neste tópico: o microfilme. Mas porque este suporte é tão especial? Comecemos pela definição de microfilme. E como vocês sabem, adoro recorrer à legislação para definir as coisas: Art. 3° Entende-se por microfilme, para fins deste Decreto, o resultado do processo de reprodução em filme, de documentos, dados e imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de redução. Este é o artigo 3º do Decreto 1.799 de janeiro de 1996, o qual regulamenta a utilização do processo de microfilmagem em todo o território nacional, para todos os poderes da República. Gênero Documental Definição Micrográficos Este aqui você só vai conhecer no seu novo emprego. A microfilmagem é um processo que será visto posteriormente no curso,sendo o microfilme e a microficha exemplos deste tipo. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 104 E o próprio artigo 3º nos dá uma pista do primeiro objetivo da utilização da microfilmagem: a redução dos espaços utilizados pelos documentos ("diferentes graus de redução"). Não sei se você já chegou a ver um microfilme na vida (são objetos que, até hoje, só encontro em repartições públicas), mas sou capaz de apostar que você, por mais novo que seja, já tenha visto um filme de câmera fotográfica 35 mm. Preste atenção no tamanho no filme e na fotografia que pode ser feita a partir dele. O filme é até 100 vezes menor do que a maior fotografia que pode ser feita a partir dele. Mas de nada adiantaria o microfilme ser tão reduzido, se ainda nos víssemos forçados a armazenar o original da documentação (aquele calhamaço de papel ocupando espaço). Não estaríamos reduzindo volume de documentos ocupados no arquivo, e sim aumentando (agora teremos de guardar o microfilme e o original do documento). Por conta desta indagação, chamo a atenção ao artigo 1º, parágrafo 1º da Lei 5.433 de 1968: Art 1º É autorizada, em todo o território nacional, a microfilmagem de documentos particulares e oficiais arquivados, êstes de órgãos federais, estaduais e municipais. § 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as certidões, os traslados e as cópias fotográficas obtidas diretamente dos filmes produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos originais em juízo ou fora dêle. Segundo ponto importantíssimo da aula: os microfilmes apresentam o mesmo valor legal dos documentos dos quais foram convertidos. A microfilmagem é processo reprográfico autorizado por lei (lembro a vocês que a digitalização ainda não dispõe de legislação suficientemente desenvolvida quanto ao tema). Desta forma, as informações contidas na microfilmagem se reputam tão autênticas quanto aquelas constantes do original do documento. Com a devida autorização da unidade interessada, uma vez microfilmados os documentos, os originais podem, em tese, ser destruídos. Neste caso, estamos diante da Microfilmagem de Substituição. A microfilmagem de substituição é utilizada em documentos sem valor permanente (secundário), por diversas razões, Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 104 mas principalmente por economia de espaço. Preservamos as informações (que talvez possam ser úteis em um momento posterior), mas o documento em si não apresenta qualquer valor secundário que justifique a manutenção do próprio suporte (normalmente papel). Por outro lado, a microfilmagem também pode ser utilizada em documentos que a unidade não pretende destruir. Usemos a imaginação por um minuto: pense em um documento de valor histórico inestimável, que já conte com aproximadamente 500 anos de existência. Embora seja um documento do arquivo permanente, com interesse histórico do qual dezenas de pesquisadores gostariam de tomar conhecimento na íntegra de suas informações, o manuseio do referido documento terminará por destruí-lo. Por outro lado, já dissemos que os documentos do arquivo permanente não sofrem a imposição de sigilo, já que a informação neles constante é de interesse geral. Como conciliar a difusão da informação com a preservação do documento? Microfilmagem nele! Este documento inestimável pode ser microfilmado, de maneira que suas informações seja preservadas, reproduzindo na íntegra o seu conteúdo. Pesquisadores interessados nas informações constantes no documento poderão acessar o microfilme, enquanto o original fica distante de dedos gordurosos . Nestes casos, estaremos diante da Microfilmagem de Preservação. O documento com valor permanente nunca será eliminado, servindo o microfilme respectivo como forma de consulta. Feitas estas considerações de caráter específico, iremos listar agora as vantagens e desvantagens do uso da microfilmagem: - Validade legal (o documento do microfilme possui o mesmo valor legal que seu original); - Economia de espaço, com a consequente redução do volume documental; Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 104 - Durabilidade do suporte (os microfilmes tem expectativa de vida de aproximadamente de 500 anos, mas podem atingir um período indeterminado de existência, desde que respeitadas as regras de conservação e acondicionamento); - Facilidade no acesso à informação: as dimensões reduzidas do microfilme permitem manuseio, catalogação e indexação mais eficiente. Imagine-se organizando 5000 documentos em papel e a mesma quantidade de microfilmes e pense no que seria mais fácil ; - Segurança na conservação do suporte: o tamanho reduzido do microfilme permite que o coloquemos, por exemplo, em um cofre de segurança, à salvo de toda sorte de sinistros; - Segurança na preservação do sigilo do documento: é simplesmente impossível visualizar um microfilme sem o auxílio de equipamento próprio, dada a redução da própria imagem gerada do original. Quem quiser acessar a informação precisará retirar o microfilme de seu local de acondicionamento e levá-lo até a máquina própria, o que dificulta bastante o acesso não autorizado às informações; Reforço que, por mais vantajoso que seja o processo de microfilmagem, cada instituição é que deve decidir pela pertinência ou não de realizar o procedimento em seus documentos. Marilena Leite Paes é bastante enfática neste aspecto: a instituição não deve se basear somente na análise de custos decorrentes da implementação do sistema (por sinal, o alto custo do processo de microfilmagem é sua desvantagem mais apontada na doutrina), mas deve ter em mente as vantagens a que adoção dos microfilmes pode trazer à mesma. Se tais vantagens, no contexto da instituição, compensarem os custos de implementação, maravilha. Se não, paciência . Espero não estar cansando vocês com a estrutura da aula em degraus (cada parágrafo apresenta a premissa do parágrafo seguinte). Embora percamos um pouco de fluidez, ganhamos em questões . Sugestões são sempre bem vindas. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 104 Pois bem, você já sabe a razão de microfilmar e para que serve a microfilmagem. Aqui vai uma breve abordagem do como . A microfilmagem compreende quatro etapas principais, a saber: - Preparo: queremos microfilmar apenas o documento, não os grampos que o seguram, nem as dobras das folhas, nem aquele "post it" com anotações de trabalho. Só o documento! Desta forma, a fase de preparo compreende a retirada de grampos, clipes, desamassar o papel entre outras atividades mundanas, por assim dizer. Também será nesta fase que definiremos o arranjo da documentação. - Microfilmagem: é o processo de conversão do suporte em microfilme. As especificações técnicas do procedimento fogem à exigência do edital. Entretanto, tenha em mente que a escolha do equipamento para microfilmagem deverá levar em consideração os tipos de documentosexistentes, seu tamanho e o estado de conservação do mesmo. - Processamento: eu costumava ser fotógrafo nos fins de semana (é verdade, só parei quando entrei aqui no ICMS-SP, por conta das disposições estatutárias). Quando iniciei minhas atividades, a máquina digital já era razoavelmente popular, mas os filmes ainda eram utilizados. A película do filme, embora sensível a luz, precisa de um tratamento químico (revelação) para que a imagem nela gravada se torna visível. Mesma ideia aqui. O processamento do microfilme permitirá que a imagem nele gravada se torne visível ao olho humano. - Duplicação: Faremos duas cópias de cada documento. A microforma original será acondicionada em local diferente, com finalidade de segurança. A cópia, por outro lado, poderá ser acessada por quem quer que tenha interesse (e autorização, nos casos de sigilo) nas informações ali constantes. 4.1 Sinalética Até aqui estava tudo indo bem. Mas não falei ainda da Resolução 10 do CONARQ. Pelo amor de Deus, não se desespere. Primeiro passo: Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 104 http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/media/legisla/anexos_da_resoluo_n_10.pdf Este link direcionará você à resolução. Estou apontando por curiosidade apenas, e caso você tenha tempo de ler, poderá passar o olho por lá. O que você deve memorizar: desenhos . Veja aqui: (VWHV� ³GHVHQKRV´� VmR� R� TXH� FKDPDPRV� GH� ³VLQDOpWLFDV´�� &RQVLVWHP� HP� símbolos de significado padronizado. Quem vê estes desenhos sabe, de pronto, o Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 104 que eles significam, razão pela qual seu conhecimento é necessário em algumas questões sobre microfilmagem. Meu caro, aqui não tem segredo. Essa imagem saiu direto da resolução. Você terá de aprender a fazer relações entre o desenho e o significado (Aliás, os desenhos foram criados justamente para facilitar essa assimilação). 5. Gestão Arquivística de Documentos Eletrônicos É a informática chegando também em nossa disciplina . Não temam o futuro, e sim as questões que seu examinador poderá fazer sobre ele. Quanto mais popular a informática se tornar no âmbito da arquivologia, tanto mais o conteúdo aqui tratado vai fazer parte dos assuntos cobrados dentro do JUDQGH�UDPR�³*HVWmR�GH�'RFXPHQWRV´� Desta forma, este tópico é uma extensão do tópico "Gestão de Documentos", especificamente voltado para os documentos digitais. O estudo da gestão arquivística de documentos eletrônicos não passa exatamente pelo conhecimento prático do assunto, mas sim pelo conhecimento de uma das publicações do CONARQ: o e-ARQ Brasil. Seu professor não esconde nada de ninguém, então, olha o link aí: http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/Media/publicacoes/earqbrasilv1.pdf O e-ARQ Brasil busca regulamentar a Resolução 20 de 2004 do CONARQ (http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=71&sid =46), a qual trata da inserção de documentos digitais em programas de gestão arquivística de documentos dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Arquivos (a gente chega lá). Segundo a própria publicação, o e-ARQ Brasil p� ³XPD� especificação de requisitos que estabelece um conjunto de condições a serem cumpridas pela organização produtora/recebedora de documentos, pelo sistema de gestão Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 104 arquivística e pelos próprios documentos a fim de garantir a sua confiabilidade e autenticidade, assim como seu acesso´�� Além disso, o e-ARQ Brasil pode ser usado para orientar a identificação de documentos arquivísticos digitais. Começamos bem. O e-ARQ Brasil se propõe a estabelecer requisitos mínimos. Ele não está interessado em saber como a organização construirá seus sistemas informatizados, mas apenas quer ter certeza de que, seja lá qual sistema informatizado for, atenderá a seus requisitos, buscando sempre garantir a confiabilidade e autenticidade dos mesmos, bem como seu acesso. Mais uma pegadinha comum: embora o e-ARQ Brasil tenha como objeto o documento arquivístico digital, não é uma publicação que trata sobre digitalização de documentos. Pois bem, o e-ARQ estabelece os requisitos mínimos para um Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos (chamemos de SIGAD ), mas, para variar, a definição de SIGAD também está na publicação: ³e um conjunto de procedimentos e operações técnicas, característico do sistema de gestão arquivística de documentos, processado por computador. Pode compreender um software particular, um determinado número de softwares integrados, adquiridos ou desenvolvidos por encomenda, ou uma combinação GHVVHV�´� O sucesso do SIGAD dependerá fundamentalmente da implementação prévia de um programa de gestão arquivística de documentos. Tente montar o seguinte raciocínio na sua cabeça: os documentos digitais surgiram. Tornaram-se uma realidade incontestável, e hoje são tão comuns como a pilha soberba de processos em papel que estão na mesa de cada servidor e servidora deste país. Com o surgimento desta modalidade de documento, nasceu um problema: como garantir que tais documentos arquivísticos digitais sejam confiáveis e Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 104 autênticos? Como garantir que a informação neles é fidedigna (confiável) e provém de fonte autorizada a emiti-los (autêntica)? É justamente visando atender a estes requisitos que surge o e-ARQ, estabelecendo os requisitos mínimos a serem atendidos por um SIGAD, fazendo com que este sistema incorpore em seu funcionamento todos os conceitos arquivísticos que vimos até hoje. Tudo se encaixa perfeitamente! Ah sim, o e-ARQ serve tanto para desenvolver um sistema novo, do zero, como para avaliar se um sistema existente que já cuide da gestão arquivística de documentos é adequado a tanto. E nem precisamos que este sistema lide exclusivamente com documentos eletrônicos. Se for uma plataforma que trabalhe, ao mesmo tempo, com documentos ³FRQYHQFLRQDLV´�H�GLJLWDLV��R�H-ARQ também será aplicável. E caso eu não tenha sido claro o suficiente ainda: o e-ARQ Brasil especifica requisitos mínimos. Cabe a cada organização conceber um sistema informatizado que atende a suas necessidades. O e-ARQ Brasil não é receita de bolo . 5.1. Procedimentos e Operações Técnicas do Sistema de Gestão Arquivística de Documentos Digitais e Convencionais Muitos dos passos que veremos aqui já foram vistos nas aulas passadas, mas recomendo que leia tudo que está aqui. Em último caso, é revisão para a prova!. Todo sistema de Gestão Arquivística deve ser capaz de atender a uma série de procedimentos, que exporemos agora. Os procedimentos costumam ser divididos nas seguintes etapas: - Captura - Avaliação, Temporalidade e Destinação - Pesquisa, localização e apresentação dos documentos Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe CepkauskasPetrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 104 - Segurança: controle de acesso, trilhas de auditoria e cópias de segurança - Armazenamento - Preservação Como a etapa de captura é especialmente diferente nos modelos de documentos digitais, a veremos mais a fundo, subdividindo esta etapa em: - Registro - Classificação - Indexação - Atribuição de Acesso - Arquivamento Só um adendo antes de começar: os requisitos acima são também FRQKHFLGRV�FRPR�³requisitos funcionais´� Comecemos do início. Já parou para pensar o que realmente significa a captura de um documento? Por exemplo: pegar uma folha de papel, passar no scanner e incluí-la no sistema de arquivo da organização ou mesmo simplesmente cadastrar os dados do documento no sistema, sem digitaliza-lo. São coisas mais mágicas do que parecem. A captura consiste em declarar um documento como sendo um documento arquivístico, incorporando-o ao sistema de gestão arquivística. Bonito né? A partir da captura, o documento passa a seguir rotinas de tramitação e arquivamento na unidade. 1R� FDVR� GH� GRFXPHQWRV� ³FRQYHQFLRQDLV´�� D� SDUWLU� GHVWH� PRPHQWR� QyV� podemos inclui-lo no fluxo de trabalho da unidade. Neste ponto, a atividade não se Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 104 diferencia muito da exercida pelo protocolo (aliás, pensar no protocolo aqui esta perfeitamente correto). E caso falemos de um documento digital, podemos ainda abrir uma pastinha no computador e coloca-lo ali. Muito bem, tudo começa no registro do documento. O registro consiste em formalizar a captura do documento arquivístico dentro do sistema de gestão arquivística, por meio da atribuição de um número identificador e de uma descrição informativa. O registro facilitará a localização posterior do documento. Pode soar complicado, mas você já ouviu essa história no capítulo de protocolo. O que você não sabia, e passará a saber agora, é que quando tratamos do registro dentro do sistema de gestão arquivística de documentos eletrônicos, um segundo conceito aparece: o de metadados. Lembremo-nos do Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística neste momento: Metadados: Dados estruturados e codificados, que descrevem e permitem acessar, gerenciar, compreender e/ou preservar outros dados ao longo do tempo. E o parágrafo 3º do artigo 3º da Resolução 20 do CONARQ tem uma definição bastante próxima desta: §3º Os metadados são informações estruturadas e codificadas que descrevem e permitem gerenciar, compreender, preservar e acessar os documentos digitais ao longo do tempo. Os metadados referem-se a: identificação e contexto documental (identificador único, instituição produtora, nomes, assunto, datas, local, código de classificação, tipologia documental, temporalidade, destinação, versão, documentos relacionados, idioma e indexação), segurança (categoria de sigilo, informações sobre criptografia, assinatura digital e outras marcas digitais), contexto tecnológico (formato de arquivo, tamanho de arquivo, dependências de hardware e software, tipos de mídias, algoritmos de compressão) e localização física do documento. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 104 Pois bem, o registro deve incluir os seguintes metadados obrigatórios: - número identificador atribuído pelo sistema; - data e horado registro; - título ou descrição abreviada: palavra, frase ou grupo de caracteres que nomeia um documento arquivístico.; - produtor: nome da pessoa física ou jurídica responsável pela criação do documento arquivístico; - autor: nome da pessoa física autoridade e capacidade para emitir o documento ou em cujo nome ou sob cujo comando o documento é emitido; - redator: nome da pessoa física responsável pela redação do documento; - originador: identificação da pessoa física ou jurídica designada no endereço eletrônico ou login no qual o documento é gerado ou enviado. Quem quiser por mais coisas, fique a vontade para colocar, mas isto não pode faltar. O segundo passo já é um velho conhecido seu: a classificação. Classificação é o ato ou efeito de analisar e identificar o conteúdo dos documentos arquivísticos e de selecionar a classe soba a qual serão recuperados. O trabalho da classificação é determinar o agrupamento ao qual pertence o documento. Seguindo adiante, teremos a atividade de indexação. Através dela, atribuiremos termos à descrição do documento. O grande estalo neste caso é que estes termos utilizam vocabulário controlado por uma lista. Um indexador é um termo pré-existente, e que, justamente por sua padronização, permite associar determinados documentos a determinados parâmetros de pesquisa. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 104 Sempre que procurarmos pelo indexador, localizaremos os documentos vinculados àquele indexador. Se possuo uma certidão de tempo de serviço, digitalizada, posso adicionar os descritores "Felipe Cepkauskas Petrachini", "Certidão", "Registro Funcional XXXXXXX" e mais tantos outros, conforme a necessidade do órgão. Aliás, para o pessoal mais novo (estou falando de vocês, galera do twitter), o por vezes exagerado uso do hashtag (#) não é mais do que a adição de um descritor (indexador) dentro da mensagem, que permitirá sua localização posterior através do mesmo critério de pesquisa. Assim, quando você posta sua foto no Facebook e acrescenta na legenda #vaiarquivologia, #atepassar, ou, um dos meus favoritos, #sessaodatarde com a foto de um livro para concursos, você está simplesmente indexando o documento digital "sua foto" para que outras pessoas possam pesquisá-lo através do indexador. E você achando que essas crianças não aprendem nada na internet . A seleção de indexadores costuma ser feita com base em: - Tipologia Documental: divisão de espécie documental que reúne documentos por suas características comuns no que diz respeito à fórmula diplomática, natureza de conteúdo ou técnica do registro. - Título ou cabeçalho do documento; - Assunto do documento: palavras-chave ou termos compostos que representem corretamente o conteúdo do documento; - Datas associadas com as transações registradas no documento; - Documentação anexada. Na etapa de atribuição de restrição de acesso, classificaremos o documento como sigiloso ou ostensivo, e ainda, caso o documento seja sigiloso, buscaremos estabelecer o grau de sigilo pertinente. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 104 Importante: a atribuição de restrições é feita no momento da captura, com base na classificação de segurança e sigilo do próprio órgão, seguindo os seguintes passos: - Identificação da ação ou atividade que o documento registra; - Identificação da unidade administrativa à qual o documento pertence; - Atribuição do grau de sigilo e restrições de acesso ao documento;- Registro do grau de sigilo no sistema de gestão arquivística de documentos; E para terminar de marretar vocês com informações novas, falemos do arquivamento. Segundo o e-ARQ Brasil, arquivar é a técnica de colocar e conservar numa mesma ordem, devidamente classificados de acordo com o plano de classificação, todos os documentos de um órgão ou entidade, utilizando métodos adequados de tal forma que fiquem protegidos de sejam facilmente localizados e manuseados. A definição é bonita, e sintetiza tudo que vimos até aqui nas aulas. Mas quando falarmos de um sistema de gestão arquivística de documentos digitais, devemos observar algumas particularidades. Um SIGAD deve controlar os títulos das pastas ou diretórios onde os documentos são armazenados, e mais ainda, buscar fazer conexões entre os vários objetos digitais existentes no sistema. Isto se obtém através de uma codificação identificadora única (basicamente, utilizar os mesmos parâmetros de classificação e identificação para todos os documentos do sistema). Precisamos falar rapidamente também de pesquisa, localização e apresentação dos documentos. De nada adiante colocarmos todos os documentos dentro de um sistema de informática, se não pudermos recuperar a informação que está ali. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 104 Aliás, lembre-se também que você não domina o idioma das máquinas (baseado em um sistema binário de 0 e 1), razão pela qual o SIGAD deve se preocupar não só com a localização, mas também com a apresentação do documento. A pesquisa e localização se prestam a prever funções de recuperação e acesso aos documentos e às informações neles contidas. Até aí, nada que você já não soubesse ou não pudesse imaginar (imaginação é algo que salva um concurseiro ). A apresentação consiste em exibir os documentos através de um periférico (monitor, impressora, caixa de som, etc), ou, em outras palavras, permitir que a informação que se encontra armazenada segundo o sistema binário possa se manifestar a um ser humano na forma de imagem, som, folha impressa, enfim, fica a gosto do freguês . Outro aspecto importante é o que diz respeito à Segurança. Lembre-se de que os documentos de um arquivo estão intimamente ligados às funções da organização. Com isto em mente, todo sistema de gestão deve prever controles de acesso e procedimentos de segurança, a fim de garantir a integridade dos documentos. Neste contexto, temos algumas medidas que se prestam a este propósito. São as seguintes - Controle de acesso: já imaginou a zona que seria se todo e qualquer cidadão pudesse acessar diretamente e sem qualquer controle ou registro (leia-se, anonimamente) todos os documentos de uma organização pública? Teríamos o caos! Assim sendo, o controle de acesso deve ter incorporado ao seu sistema um conjunto mínimo de funções, tais como: restrição de acesso aos documentos, exibição de documentos e capacidade de edição de seu conteúdo apenas a usuários autorizados. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 104 Obviamente, o contrário também é verdade: este mesmo sistema deve evitar que usuários não autorizados acessem determinados documentos. - Uso e rastreamento: basicamente, todo e qualquer uso dos documentos dentro do sistema deve ser registrado pelo próprio sistema. Quem usou, se tentou visualizar, se tentou imprimir, quando e a que horas, se estava autorizado a visualizar tal conteúdo. - Trilha de auditoria: Segue a mesma ideia do tópico anterior, entretanto, seu propósito está em fornecer informações sobre o cumprimento das regras de gestão arquivística de documentos. Em outras palavras, se todo mundo está fazendo o que deveria fazer. A trilha de auditoria é o conjunto de informações registradas que permite o rastreamento de intervenções ou tentativas de intervenções feitas no documento arquivístico digital ou no SIGAD. - Cópias de segurança: Já imaginou se os hds da nossa hipotética repartição pública explodissem, formando uma placa pastosa alaranjada de 700º C no chão? Triste, não concorda? Por isto o SIGAD deve fornecer meios para a realização de cópias das LQIRUPDo}HV�GRV�VLVWHPDV��6LP�PHX�ILOKR��HVWH�p�R�IDPLJHUDGR�³EDFNXS´�GH�GDGRV�� Mas a ideia aqui é que, em poucos dias, consigamos restaurar o funcionamento integral do SIGAD, do jeitinho que era. Isto significa dizer que os períodos entre backups não podem ser muito longos. Use a imaginação: se a organização faz backup das informações de dois em dois anos, uma falha irrecuperável no sistema devolveria a repartição aos seus registros do biênio anterior, e conduziria inexoravelmente à demissão de alguém . E como é que tudo isto vai ser armazenado? Acredito que se você comprou este curso em pdf, você já esteja familiarizado com meios de armazenamento eletrônicos. Contudo, o e-ARQ julgou importante especificar os tipos de memória existentes, e eu, seguindo a prudência e sabendo que seu examinador também leu a publicação, farei a mesma coisa . Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 104 Existem três tipos de memória: - Memória Primária: esta memória contém o funcionamento essencial de qualquer máquina. Aqui ficam armazenados os dados necessários à execução de qualquer software, durante o período de execução. Caracterizam-se por sua rapidez e por seus registros só durarem enquanto o software é executado. Para quem manja de computadores, o melhor exemplo é o da memória RAM. - Memória Secundária: passamos a uma modalidade de memória com maior capacidade de armazenamento, porém de acesso mais lento. São nossos queridos discos rígidos, que se prestam ao armazenamento de grandes quantidades de arquivos, e hoje são indispensáveis a qualquer computador minimamente útil . - Memória Terciária: são as chamadas mídias de armazenamento (pen- drives, disquetes, CDs, DVDs), normalmente utilizadas para cópias de segurança, e mesmo para armazenamento do acervo digital. Tem como principal característica o custo unitário quase insignificante, se comparados aos dispositivos de memória secundária. E, para terminar (e deixa-los descansar um pouco ), faltou falar da Preservação. A preservação tem como objetivo garantir a longevidade, funcionalidade e acesso contínuo aos documentos, assegurando também características tais como acessibilidade e autenticidade. Lembra-se que a informática tem aquela maniazinha boba de evoluir rapidamente. Assim sendo, do ponto de vista dos documentos digitais, devemos incluir estratégias que previnam a obsolescência tecnológica. De nada adianta um acervo digital estar todinho gravado em disquetes de 1,44 MB, já pra lá de ultrapassados, ou formatos de documento que só podem ser lidos através da JORULRVD�SODWDIRUPD�GR�:LQGRZV����H�VHX�³DWXDOtVVLPR´�SDFRWH�2IILFH� Com isso, creio que você já esteja pronto para questões sobre o e-ARQ Brasil e sobre a Resolução 20 do CONARQ. O resto é treinar com questões (e incluirei várias delas no fim das aulas). Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 104 Tem mais um detalhe: a partir da página 48, o e-ARQ Brasil passa a efetivamente apontar os requisitos de um SIGAD, e ainda os classifica em Obrigatórios, Altamente Desejáveis ou Facultativos. Eu poderia reproduzir todos os quadros em aula, mas isto tornaria o pdf desnecessariamente extenso. Em editais mais específicos, costumo sugerir a leitura direta, através do link que disponibilizei a vocês no início da aula. No nosso caso creio que nem mesmo isto será necessário. Se tiver um tempo, pode dar uma rápida passada de olho, mas o conteúdo dificilmente trará algo com o qual você deva se preocupar. Você verá que os requisitos são intuitivos, e com o tempo e treino com questões, vocês nem farão força para memoriza-los. Palavra! Pra quem não se lembra do link: http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/Media/publicacoes/earqbrasilv1.pdf 5.2. Automação Mais informática meu caro, informática em todo lugar... Este tópico é bastante curto. Não por não ser importante, mas por não haver muito que falar sobre ele. A finalidade da Automação é otimizar os trabalhos da gestão documental. E até onde se conhece, isto é feito através de hardwares (máquinas) e softwares (programas de computador) direcionados especialmente aos arquivos, atendendo a alguma de suas dificuldades. E o maior orgulho da Arquivologia, em termos de automação, é o GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos). Mas, no que isso consiste? O GED é, antes de tudo, um processo de digitalização de documentos. Assim o sendo, sua primeira etapa é justamente a conversão dos documentos em papel ou microfilme para um formato eletrônico, através de um aparelho com o qual acredito todos estejam familiarizados: o scanner. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 104 0DV�VH�IRVVH�Vy�LVVR��QmR�WHULD�JUDoD��$�SDODYUD�³JHUHQFLDPHQWR´�HVWi�DOL�SRU� um motivo. E aí é que está a maravilha do negócio. Acabada a digitalização do documento, podemos nomeá-lo e indexá-lo com suas próprias informações. Data de criação, nome do arquivo, usuário criador, basicamente de tudo (e qualquer semelhança com as pastas do Windows, NÃO É mera coincidência). A partir do momento que estes metadados são incluídos no arquivo digitalizado, torna-se muito mais fácil localizá-lo dentro do arquivo digital. De novo, remeto você ao Windows: quando lembra o nome de um arquivo, mas não sabe onde o guardou, acredito que utilizem a ferramenta de pesquisa disponibilizada gentilmente pelo tio Gates. Aliás, pensar no Windows e nas tarefas que você realiza através dele será muito útil quando tiver de responder questões sobre GED. Os documentos digitalizados não passam de meras imagens dos papéis que serviram para sua formação. Dessa forma, não é possível pesquisar palavras dentro do próprio documento (a princípio). Entretanto, ainda é possível utilizar um OCR (programa dedicado ao reconhecimento de caracteres em uma imagem) para tornar o próprio conteúdo do documento pesquisável. Simplesmente incrível! Mas, para que tudo isto seja possível, existem ainda outras tecnologias associadas ao GED: - Gerenciamento de Documentos (Document Management): trouxe grandes avanços para o setor de protocolo. Esta tecnologia permite o gerenciamento da produção, revisão, aprovação e eliminação de documentos eletrônicos, tal como o setor de protocolo o faria quando recebesse os documentos em papel (por favor, a eliminação aqui corresponderia ao não recebimento do documento pelo setor, e não pela destruição física do mesmo). - Gerenciamento da Imagem do Documento (Document Imaging): é a nossa digitalização, já explicada. Ou quase . Existem duas definições de digitalização, ambas passíveis de cobrança em prova. Embora não sejam excludentes, elas mostram enfoques diferentes do termo: Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 104 ³Reprodução por varredura eletrônica em disco ou outro suporte de alta densidade permitindo a visualização do documento em terminal ou sua impressão em papel�´� Essa definição já foi cobrada em prova, como veremos na parte de exercícios. ³Processo de conversão de um documento para o formato digital por meio de dispositivo apropriado, como um escâner�´� Essa é a definição do Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, do qual saem a maior parte das questões sobre terminologias arquivísticas. - Record and Information Management ± Esta tecnologia está associada ao gerenciamento do ciclo vital do documento. - Gestão do Fluxo de Trabalho (Workflow): Tecnologia diretamente ligada ao controle e gerenciamento de processos (esta palavra processo significa atividade, e não documento) garantindo que as tarefas sejam executadas dentro do prazo previsto, e corretamente. E para finalizar o tópico, vejamos as vantagens e desvantagens dos documentos digitais: Vantagens: - Economia de espaço físico - Ganho de produtividade (uma máquina é capaz de realizar as tarefas de modo muito mais rápido do que o homem) - Facilidade de acesso aos documentos (eles estão todos à disposição do usuário, em frente ao seu nariz, por mais numerosos que sejam). Desvantagens: - O documento eletrônico ainda é muito sensível à manipulação de suas informações e está sujeito à obsolescência. Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 104 - Esta forma de conversão de suporte (digitalização) ainda não é totalmente regulada por lei, o que significa que, em caso de repartições públicas, os originais ainda precisam ser preservados (por enquanto). É fato que o advento da Lei 12.682/2012 começa a mudar esse cenário, mas o referido diploma possui algumas limitações, que serão abordadas na próxima aula. 5.3. Certificação Digital O que talvez mais pese em desfavor dos documentos digitais seja a desconfiança que as pessoas tem a respeito da autenticidade do documento. Afinal de contas, se você pegar uma cédula de dinheiro, vai ver um monte de marcas G¶DJXD��VLQDLV�GH�VHJXUDQoD��H�DWp�XPD�ILWLQKD�SDVVDQGR�D�QRWD�GH�SRQWD�D�SRQWD� Se receber uma comunicação oficial, verá a assinatura da autoridade que mandou expedi-la, ou da que emitiu o despacho. Enfim, os documentos físicos transmitem maior segurança àqueles que o consultam, justamente porque exibem sinais que garantem ao consulente que aquele documento foi emitido por determinado órgão. Contudo, usemos este pdf como exemplo de documento digital. Você sabe que ele é autêntico (que fui eu quem o fez ) porque baixou do site o arquivo. Entretanto, se, por alguma infelicidade, este mesmo arquivo circular na rede de maneira não autorizada (só lembrando que é feio e que é crime ), convenhamos: qualquer pessoa poderia ter montado o cabeçalho, colocado o logo do Estratégia e dizendo ser eu, posto o pdf em circulação. Como garantir que um documento tão versátil como o documento eletrônico transmita a mesma confiança àqueles que o consultam? É aí que surge o conceito de certificação eletrônica. Eu poderia explicar todo o conceito para você, mas a Medida Provisória2.200-2 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/Antigas_2001/2200-2.htm) já traz uma penca de conceitos. Vamos começar por eles: Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 104 Art. 1o Fica instituída a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira- ICP- Brasil, para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que utilizem certificados digitais, bem como a realização de transações eletrônicas seguras. Muito bem, nossa querida nação criou a estrutura de chaves públicas. Através desta estrutura, surgirá o que chamaremos mais à frente de Certificado Digital. Pense no Certificado Digital como um documento eletrônico com seu nome e um número de controle único (a chave pública). Através dele, você passa a ser FDSD]�GH�³assinar´�GLJLWDOPHQWH�RV�GRFXPHQWRV�TXH�FULDU��H�DVVLP��SHUDQWH�RV�ROKRV� do computador e de todos que acessarem o arquivo, foi você o autor do documento. A Medida Provisória em si apenas cria o modelo e a estrutura de que deverá seguir a cadeia de autoridades certificadoras. É recomendável que você leia a Medida Provisória toda (seus extensos 20 artigos), mas, aqui, vou chamar a atenção para alguns artigos que já foram cobrados em prova. E sim, estamos começando pela parte chata . Daqui a pouco vai ficar mais divertido. Art. 2o A ICP-Brasil, cuja organização será definida em regulamento, será composta por uma autoridade gestora de políticas e pela cadeia de autoridades certificadoras composta pela Autoridade Certificadora Raiz - AC Raiz, pelas Autoridades Certificadoras - AC e pelas Autoridades de Registro - AR. Pois bem, está colorido de formas diferentes para você visualizar todo o esquema. Como está exposto no artigo 2º, temos uma autoridade gestora de políticas, que na verdade é organizada na forma do comitê do artigo 3º: Art. 3o A função de autoridade gestora de políticas será exercida pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil, vinculado à Casa Civil da Presidência da República e composto por cinco representantes da sociedade civil, integrantes de setores interessados, designados Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 104 pelo Presidente da República, e um representante de cada um dos seguintes órgãos, indicados por seus titulares: I - Ministério da Justiça; II - Ministério da Fazenda; III - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; IV - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; V - Ministério da Ciência e Tecnologia; VI - Casa Civil da Presidência da República; e VII - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. § 1o A coordenação do Comitê Gestor da ICP-Brasil será exercida pelo representante da Casa Civil da Presidência da República. § 2o Os representantes da sociedade civil serão designados para períodos de dois anos, permitida a recondução. § 3o A participação no Comitê Gestor da ICP-Brasil é de relevante interesse público e não será remunerada. § 4o O Comitê Gestor da ICP-Brasil terá uma Secretaria-Executiva, na forma do regulamento. O Comitê tem atribuições organizacionais e de orientação de todo o sistema de chaves públicas no Brasil. Tendo isto em mente, veja o artigo 4º: Art. 4o Compete ao Comitê Gestor da ICP-Brasil: I - adotar as medidas necessárias e coordenar a implantação e o funcionamento da ICP-Brasil; II - estabelecer a política, os critérios e as normas técnicas para o credenciamento das AC, das AR e dos demais prestadores de serviço de suporte à ICP-Brasil, em todos os níveis da cadeia de certificação; III - estabelecer a política de certificação e as regras operacionais da AC Raiz; IV - homologar, auditar e fiscalizar a AC Raiz e os seus prestadores de serviço; V - estabelecer diretrizes e normas técnicas para a formulação de políticas de certificados e regras operacionais das AC e das AR e definir níveis da cadeia de certificação; VI - aprovar políticas de certificados, práticas de certificação e regras operacionais, credenciar e autorizar o funcionamento das AC e das AR, bem como autorizar a AC Raiz a emitir o correspondente certificado; VII - identificar e avaliar as políticas de ICP externas, negociar e aprovar acordos de certificação bilateral, de certificação cruzada, regras de interoperabilidade e outras formas de cooperação internacional, certificar, quando for o caso, sua compatibilidade com Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 104 a ICP-Brasil, observado o disposto em tratados, acordos ou atos internacionais; e VIII - atualizar, ajustar e revisar os procedimentos e as práticas estabelecidas para a ICP-Brasil, garantir sua compatibilidade e promover a atualização tecnológica do sistema e a sua conformidade com as políticas de segurança. Parágrafo único. O Comitê Gestor poderá delegar atribuições à AC Raiz. Viu? Controle e direcionamento do sistema. Nenhuma atividade propriamente de certificação. Pensando nisso, ao invés de decorar artigos, você só vai precisar analisar o que chegar à sua frente . Agora estudemos a cadeia de certificação. No topo da cadeia alimentar está a nossa AC Raiz: Art. 5o À AC Raiz, primeira autoridade da cadeia de certificação, executora das Políticas de Certificados e normas técnicas e operacionais aprovadas pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil, compete emitir, expedir, distribuir, revogar e gerenciar os certificados das AC de nível imediatamente subsequente ao seu, gerenciar a lista de certificados emitidos, revogados e vencidos, e executar atividades de fiscalização e auditoria das AC e das AR e dos prestadores de serviço habilitados na ICP, em conformidade com as diretrizes e normas técnicas estabelecidas pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil, e exercer outras atribuições que lhe forem cometidas pela autoridade gestora de políticas. Parágrafo único. É vedado à AC Raiz emitir certificados para o usuário final. Daqui, creio que seja importante a anotação do parágrafo único. Também não é a Autoridade Certificadora Raiz quem emite os certificados para o usuário final (eu, você ou qualquer outro que precise emitir um documento digital). E o fato de a AC Raiz não ter competência para emitir os certificados já é um bom indício do seu papel na estrutura. Ela controla certificados de outras Autoridades Certificadoras, que se encontrem imediatamente abaixo dela, e não de nós, meros mortais que precisam de certificação. Então, se você precisar do certificado, quem é que vai emiti-lo para você? Noções de Arquivologia para a ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini ±Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 104 Art. 6o Às AC, entidades credenciadas a emitir certificados digitais vinculando pares de chaves criptográficas ao respectivo titular, compete emitir, expedir, distribuir, revogar e gerenciar os certificados, bem como colocar à disposição dos usuários listas de certificados revogados e outras informações pertinentes e manter registro de suas operações. Parágrafo único.
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