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2 NOTAS DE AULAS DE FUND DE ECONOMIA 2012 20180218 2126

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FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Professor Laudeir Frauches 
18/08/16 / 18:44 
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‘ 
 
PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS 
 
(Ver: Rosseti, J. P. Introdução à Economia. Editora Atlas. 16ª Edição, cap. 7, 
 
 
 
Todas as sociedades se defrontam com uma tríade de problemas 
fundamentais que se inter-relacionam nos níveis econômico, tecnológico 
e social: 
- O que e quanto produzir; Como produzir; e Para quem produzir. 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Professor Laudeir Frauches 
18/08/16 / 18:44 
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QUESTÕES-CHAVE DA ECONOMIA 
 
As quatro (4) questões-chave da economia: a eficiência produtiva, a 
eficácia alocativa, a justiça distributiva e o ordenamento institucional. 
 
A eficiência produtiva limita-se ao pleno emprego de recursos. A 
eficácia alocativa diz respeito à otimização do processo de escolha 
sobre o que produzir, ou seja, com as escolhas sobre quais produtos 
devem ser gerados. A justiça distributiva tem como ponto crucial 
definir qual a estrutura de repartição da renda e da riqueza que melhor 
reflete as capacidades e os esforços individuais. 
 
A questão econômica só será plenamente solucionada se houver 
eficiência tecnológica convenientemente dosada, completando-se 
através de eficiente sistema distributivo. Desse modo, a solução da 
questão tecnológica somente alcançará a sua plenitude se as opções 
econômicas e sociais se revelaram lógicas e pertinentes. Como 
registram os economistas, a eficiência técnica pressupõe a eficiência 
econômica; nenhum método de produção pode atingir seu mais alto 
grau de eficiência econômica se não alcançar, para determinada 
combinação de quantidades de fatores de produção, seu mais elevado 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Professor Laudeir Frauches 
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grau de eficiência técnica. De igual forma, a questão social, intimamente 
ligada aos problemas do bem- estar, só será também satisfatoriamente 
solucionada quando integrada à solução das questões econômica e 
tecnológica. 
 
Os graus com que com que todos os grandes requisitos do processo 
econômico acima descritos serão ou não alcançados são também 
dependentes do ordenamento institucional praticado: economia de 
mercado, economia de comando central e sistemas mistos. 
 
 
 
PRINCIPAIS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA 
 
Estudar o capítulo 6 ( páginas 300 a 353) e o capítulo 8 ( páginas 394 a 410) do 
livro Introdução à Economia. José Paschoal Rossetti. 17 ª Edição. Editora Atlas. 
 
 
Os principais elementos constitutivos dos sistemas econômicos são: 
 
 Um estoque de fatores de produção; 
 Agentes econômicos interativos; e 
 Um complexo de instituições. 
 
O economista Morris Bornstein resume o conceito de sistema 
econômico a partir dos três conjuntos de elementos acima mencionados: 
 
“Sistemas econômicos são arranjos historicamente constituídos, a partir 
dos quais os agentes econômicos são levados a empregar recursos e 
a interagir via produção, distribuição e uso dos produtos gerados, dentro 
dos mecanismos institucionais de controle e de disciplina, que 
envolvem desde o emprego dos fatores produtivos até as formas de 
atuação, as funções e os limites de cada um dos agentes.” 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Professor Laudeir Frauches 
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Formas de responder as questões fundamentais da economia: O que, 
Quanto, Como e Para quem produzir. 
 
- Economia de mercado (ou descentralizada, tipo capitalista) 
- Economia planificada ( ou centralizada, tipo socialista) 
- Sistemas mistos 
 
 
 
 
ECONOMIA DE MERCADO 
 
O ordenamento do processo econômico, através da liberdade de 
empreendimento e da livre manifestação das chamadas forças de 
mercado. Neste caso, os agentes econômicos desfrutam de ampla 
liberdade quer quanto à destinação dos recursos de sua propriedade ou 
domínio, quer quanto à escolha dos bens e serviços cuja produção será 
priorizada. E a estrutura de repartição é um vetor resultante da livre 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Professor Laudeir Frauches 
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interação dos agentes econômicos: prevalecem as forças da 
competição. 
 
 
Sistema de Livre Iniciativa (sem interferência do Governo) 
 
Predomina as leis do mercado*, o "laissez-faire", isto é, milhares de 
produtores e milhares de consumidores tem condições de resolver os 
problemas econômicos fundamentais como que guiados por uma "mão 
invisível". O chamado mecanismo de preço resolve os problemas 
econômicos fundamentais e o livre jogo das forças do mercado (oferta e 
procura) promove sempre o equilíbrio dos vários mercados. 
 
"Laissez-faire", atribuída a Vincent Gournay, a expressão, em sua 
versão original, pregava “laissez-faire, laissez-passer; “le monde vá de 
lui même”. Em tradução livre, isto significa algo como: o mundo caminha 
por si próprio, independe de normas impostas por uma autoridade 
pública e há uma ordem natural capaz de orientar as atividades 
econômicas. 
 
Mercado: pode ser entendido como local teórico ou não do encontro 
regular entre compradores e vendedores de uma economia 
determinada. Concretamente é formado pelo conjunto de instituições em 
que são realizadas transações comerciais (feiras, lojas, bolsa de valores 
ou de mercadorias, etc). O mercado se expressa, sobretudo, na maneira 
como se organizam as trocas realizadas em determinado universo por 
indivíduo, empresa e governo. Um mercado existe quando compradores 
que pretendem trocar dinheiro por bens e serviços estão em contato 
com vendedores desses mesmos bens e serviços. 
 
Vantagens de uma Economia de Mercado: 
 
1) Funciona com alto grau de eficiência e liberdade econômica; 
2) Os agentes econômicos atuam guiados pelo próprio interesse e de 
forma livre; 
3) O sistema de preços estimula os produtores a produzirem os bens 
que o público deseja; 
4) O mercado motiva os indivíduos a utilizarem cuidadosamente os bens 
e os recursos escassos; 
5) O mercado separa até certo grau o poder político do poder 
econômico; 
6) É excelente para descentralizar as decisões econômicas. 
 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
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Limitações do Economia de Mercado: 
 
1) O mercado sozinho não promove a perfeita alocação de recursos. Ele 
não construiria estradas, portos, usina hidrelétrica, bens que exigem 
altos investimentos com retornos no longo prazo; 
2) O mercado sozinho não promove a perfeita distribuição de renda; 
3) O mercado tende a ser instável produzindo desemprego e crises; 
4) Os desejos dos consumidores são manipulados pela publicidade; 
5) O mercado não dispõe de mecanismos para resolver os problemas de 
desemprego, amparo à velhice, drogas, problemas ecológicos, etc. 
 
 
SISTEMA DE ECONOMIA MISTA OU DE MERCADO MISTO 
 
O ordenamento do processo econômico através de sistemas mistos, em 
que as forças de mercado coexistem com mecanismos específicos de 
comando e regulação, exercidos pela autoridade pública. Neste caso, há 
restrições à plena liberdade e as escolhas sociais resultam tanto de 
influências originárias do mercado quanto de determinações de órgãos 
de comando. Dada parcela dos recursos disponíveis ou dos resultados 
do esforço social de produção é apropriada pela autoridade pública, que 
a redistribui, direta ou indiretamente, segundo escalas de prioridades 
politicamente decididas. 
 
Este sistema predomina na maioria das economias capitalistas, as leis 
do mercado convivem com a atuação do Estado em vários ramos da 
economia. Depois da grande crise econômica de 1929 e da contribuição 
do livro "A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda", publicado em 
1936, do economista John Maynard Keynes, a intervenção do Estado 
passou ase justificar com o objetivo de eliminar as distorções alocativas 
e distributivas para promover a melhoria do padrão de vida da 
coletividade. Isso ocorre do seguinte modo: 
 
a) Atuação sobre a formação dos preços via impostos, subsídios, 
tabelamentos, fixação de salário mínimo e taxa de câmbio; 
b) Complementação da iniciativa privada com investimento em infra-
estrutura básica; 
c) Fornecimento de serviço público (iluminação, água, saneamento 
básico, etc); 
d) Compra de bens e serviços do setor privado. 
 
 
 
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As Razões da Crescente Interferência do Estado na Economia: 
 
1) Aperfeiçoamento da tecnologia da defesa; 
2) Expansão das necessidades de bens coletivos; 
3) Expansão dos encargos administrativos; 
4) Expansão dos atendimentos previdenciários; 
5) Correção de flutuações conjunturais; 
6) Preenchimento de espaços vazios; 
7) Aceleração do processo de crescimento; e 
8) Correção dos vícios do sistema de preços. 
 
 
 
Lei de Wagner 
Lei econômica atribuída ao economista alemão Adolph Wagner cujo 
enunciado é o seguinte: "À medida que cresce o nível de renda dos 
países que se industrializam, o setor público expande-se a taxas mais 
que proporcionais ao crescimento da própria economia". 
 
Segundo Wagner, a expansão do setor público nas economias 
submetidas ao processo de industrialização, seria devida, em síntese, a 
três fatores: 
1) Devido às necessidades naturais de crescimento das atividades 
administrativas e das despesas de segurança, que constituem o 
exemplo clássico de serviços que cabe ao Estado manter; 
 
2) Em decorrência da pressão provocada pela industrialização e 
urbanização sobre a demanda de serviços de natureza social; e 
 
3) Em virtude da necessidade de intervenção direta ou indireta no 
processo produtivo para evitar a possível proliferação de monopólios 
que seriam facilitados pelas modificações tecnológicas e crescente 
necessidade de vultosos investimentos para a expansão de alguns 
setores industriais. 
 
 
ECONOMIA PLANIFICADA OU ECONOMIA CENTRALIZADA 
 
O ordenamento do processo econômico através de um sistema de 
comando centralizado. Neste caso, os agentes econômicos não são 
guiados pela "mão invisível" das forças do mercado livre, mas por 
ordens expressas, emitidas por comandos centralizados autoritários ou 
por centrais de planificação. A escolha dos bens e serviços que serão 
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produzidos e a própria estrutura da repartição do produto social resultam 
de decisões de um organismo central que exerce autoridade de 
comando e controla a economia como um todo. 
 
Economia planificada ou economia centralizada, denominação dada às 
economias socialistas, por oposição à descentralização que caracteriza 
as economias capitalistas ou de mercado. Distingue-se pela propriedade 
estatal dos meios de produção e pela planificação centralizada da 
economia nacional. O Estado, por meios de órgãos especializados, 
administra a produção em geral, determinando seus meios, objetivos e 
prazos de concretização; organiza os processos e métodos de emprego 
dos fatores de produção; controla de forma rígida os custos e preços 
dos produtos; controla ainda os mecanismos da distribuição; e 
dimensiona o consumo. 
 
A planificação central rígida pode ser razoavelmente eficaz na tarefa de 
construção da infra-estrutura, mas falha quando a produção se 
diversifica para atender às novas exigências da sociedade que se 
desenvolve. 
 
 
 
Avanços da Economia Centralizada ( ou Socialista): 
 
a) Superação da miséria e da ignorância; 
b) Pleno emprego; 
c) Elevação do nível de educação e de saúde para toda a população; 
d) Maior equilíbrio na distribuição de renda; 
e) Estímulo ao usufruto dos bens culturais; 
f) Transporte coletivo acessível à grande maioria; e 
g) Incentivo ao esporte. 
 
 
Falhas da Economia Centralizada: 
 
a) Os gerentes das empresas pressionam o Centro de Planejamento 
para obter maior quantidade possível de recursos, em geral muito acima 
de suas necessidades; 
b) O sistema não se baseia no cálculo econômico (maximização de 
lucros e minimização de custos), mas sim na realização de plano de 
metas, portanto não há estimulo para reduzir os custos; 
c) Burocracia crescente para controlar as empresas diminui a agilidade 
das decisões; 
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d) Ausência de concorrência faz desaparecer os incentivos a inovação e 
melhoria da qualidade dos produtos; e 
e) A expansão e a contração industriais são determinadas pelo governo 
e não pelo sistema de preços. 
 
Razões da crise do Socialismo/Comunismo 
 
- Plano Político: 
a) Supressão da liberdade de pensamento e expressão; 
b) O rigoroso controle das informações; 
c) O caráter dogmático que assumiu a prática socialista, não admitindo 
seus dirigentes qualquer questionamento ou contestação; 
d) A sistemática e continuada doutrinação e inculcação ideológica 
imposta pelo regime; 
e) O "culto de personalidade" ou endeusamento da figura do chefe 
maior; e 
f) A crescente corrupção na cúpula do Partido e do Estado; 
 
 
- Plano Econômico: 
a) Fraco desempenho da agropecuária, aliada à lenta evolução 
tecnológica; 
b) A opção de investimento maciço na indústria bélica e na corrida 
espacial, acima das possibilidades reais do país (URSS): 
c) O atraso generalizado das indústrias, comprometendo a qualidade 
dos produtos e elevando os custo de produção; 
d) A incapacidade de transferir tecnologia de ponta desenvolvida na 
indústria bélica e espacial para o setor produtivo de bens de consumo e 
de bens de capital; 
e) A escassez de bens de consumo , inclusive produtos básicos, 
limitando o acesso da população a eles através de quotas de 
racionamento. 
 
 
 
CURVA (OU FRONTEIRA) DAS POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO 
 
A Curva das Possibilidades de Produção (CPP), também chamada de 
Curva de Transformação ou Fronteira das Possibilidades de Produção, 
é a fronteira máxima que a economia pode produzir recursos produtivos 
limitados. Mostra as alternativas de produção da sociedade, supondo os 
recursos plenamente empregados. 
 
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Trata-se de um conceito teórico, cujo principal objetivo é ilustrar a 
questão da escassez de recursos e as opções ou escolhas que as 
sociedades devem fazer (os chamados problemas econômicos 
fundamentais). 
 
A CPP quando construída para 02 bens mostra a impossibilidade de 
atender as necessidades dessa sociedade visto que os recursos são 
escassos. 
 
Os pontos de uma CPP expressam as combinações de máxima 
produção obtenível de 02 bens, quando a dotação disponível dos fatores 
é plenamente utilizada, dada a tecnologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Alternativas de produção Carne (mil kg) Batata (Mil Kg) 
 0 300 
A 60 240 
B 80 200 
 100 0 
 
 
 
 
 
 
 
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Pleno Emprego: 
 
Em termos globais, significa o grau máximo de utilização dos recursos 
produtivos (materiais e humanos) de uma economia. Ou, em termos 
restritos, situação em que a demanda de trabalho é igual ou inferior à 
oferta. Isto significa que todos os que desejarem vender a sua força de 
trabalho pelo salário terão condições de obter um emprego. 
 
Uma CPP com concavidade voltada para a origem implica custos 
crescentes de transformação de um produtoem outro. 
 
A CPP é um conceito estático. O deslocamento da curva para a direita e 
que mostra a possibilidade de aumento da produção a medida que se 
aumenta a disponibilidade de fatores e/ou o nível da tecnologia. 
 
A CPP mostra que, mesmo que os fatores de produção da mesma 
estejam sendo plenamente utilizados com a melhor tecnologia 
disponível, o aumento da produção de um bem só é possível com a 
diminuição do outro. 
 
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A CPP só se desloca a longo prazo em função do aumento da 
disponibilidade dos fatores de produção e/ou do progresso tecnológico. 
O aumento do número de empresas não desloca a CPP , pois as 
possibilidades de produção continuam as mesmas. 
 
Custo de Oportunidade: 
 
O Custo de Oportunidade é também chamado de Custo Alternativo ou 
ainda Custo Implícito, e tem ampla aplicação na Teoria Econômica. 
 
O Custo de Oportunidade do bem Y são unidades do bem X que não 
devem ser produzidas para se obter uma unidade adicional de Y. 
 
A produção de Y só se tornaria possível com a subtração de 
determinadas parcelas de X. Isto quer dizer que não está ocorrendo 
expansão dos recursos. Quando uma economia está operando em 
regime de máxima eficiência, só poderá aumentar a produção de 
determinado produto ou dedicar-se a produção de novos, se desistir 
total ou parcialmente da produção de outros. 
 
Eficiência de produção 
 
A eficiência de produção é alcançada se não pudermos produzir mais de 
um produto sem produzir menos de algum outro bem. 
 
Eficiência Econômica 
 
Relação entre o valor comercial de um produto e o custo unitário de sua 
produção. Portanto, a eficiência econômica cresce quando aumenta a 
relação entre o valor de um produto em relação ao seu custo unitário, 
mantendo-se as qualidades que satisfaçam as normas técnicas. 
 
O Custo de Oportunidade (CO) só é válido em cima da Curva de 
Possibilidade de Produção (CPP), em pleno emprego. Para pontos 
internos à CPP, os recursos não estão em pleno emprego, nesse caso, 
o custo de oportunidade é zero, pois não é necessário o sacrifício de 
recursos produtivos. Nestes pontos existe capacidade ociosa. 
 
 
 
 
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Capacidade Ociosa: 
 
Diferença entre o volume efetivo da produção e o que seria possível 
produzir com a capacidade instalada. 
 
Uma economia poderia estar produzindo abaixo do seu potencial 
(capacidade ociosa) por uma das seguintes razões: 
 
 Os recursos não estão sendo empregados plenamente. Por 
exemplo, alguns trabalhadores poderiam estar ociosos ou algumas 
plantas industriais estarem subutilizadas. 
 
 Os recursos estão sendo utilizados de maneira ineficiente. 
Bens podem ser produzidos com diferentes combinações de 
insumos, e, se o empresário utilizar uma combinação errada, a 
economia não produzirá a quantidade que poderia produzir. 
 
Por que a CPP é decrescente e côncava em relação à origem? 
 
 Decrescente: Devido ao sacrifício que tem que ser feito ao optar-se 
pela produção de um bem quando os recursos estão plenamente 
empregados. 
 
 Côncava em relação à origem: É a chamada Lei dos Custos 
Crescentes (LCC), ou aos Custos de Oportunidade Crescentes*. Ela 
é côncava porque os recursos utilizados na produção dos dois bens 
(carne e batata, por exemplo) não são perfeitamente adaptáveis, ou 
seja, alguns recursos são mais adequados para a produção de carne, 
enquanto outros o são para a produção de batata. Assim, se 
produzimos mais e mais carne, forçamos a utilização de alguns 
recursos que seriam mais adequados a produção de batata. Como 
resultado, aumenta o custo de oportunidade da produção de carne, 
ou seja, sacrificamos progressivamente mais batata para cada 
unidade adicional de carne. 
 
* Lei dos Custos Crescentes é o mesmo que Custos de Oportunidades 
Crescentes. 
 
As condições básicas para a existência do Custo de Oportunidade 
são: 
 Recursos Limitados; e 
 Pleno Emprego de Recursos 
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Como a sociedade pode atingir um ponto além da curva de possibilidade 
de produção? 
 
Existem 03 alternativas: 
 aumentando seus recursos humanos (crescimento populacional); 
 aumentando o seu estoque de capital, através de novos 
investimentos; ou 
 através de melhoria tecnológica, seja dos equipamentos, seja de uma 
maior qualificação da mão-de-obra. 
 
Quando a CPP é representada por uma linha reta? 
 
Quando o custo de oportunidade de produzir B em termos de A, ou vice-
versa, for sempre igual (constante), tal como na tabela a seguir, a CPP é 
representada por uma linha reta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lembre-se: resumos e comentários não substituem a leitura dos 
textos originais. Favor ler o texto original, pois ele é insubstituível. 
 
 
 
 
 
 
 
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MAXIMIZAÇÃO VERSUS RESTRIÇÕES 
 
Estudar o capítulo 4 ( páginas 205 a 244) do livro Introdução à Economia. José 
Paschoal Rossetti. Editora Atlas. 17 ª Edição. 
 
O texto abaixo registrado foi extraído do livro Introdução à Microeconomia. R.L. 
Heibroner e Lester Thurow. 4ª Edição. Editora Zahar.(Pag. 52 a 61) 
 
 O raciocínio econômico diz respeito à produção e distribuição de 
riqueza, e exclusivamente a isso. A economia nada tem a dizer acerca 
de política, religião ou outra coisa que não seja riqueza material (Lester 
Thurow). 
 
A economia constrói hipóteses- ou, quase mesmo, a economia teoriza -
acerca da produção e distribuição. Ao fazê-lo parte de duas premissas: 
a) Os homens e mulheres são maximizadores de utilidades; e 
b) Eles maximizam diante de obstáculos ou restrições. 
 
Maximização significa desejo insaciável de utilidades em geral, e não de 
um tipo de utilidade particular. O comportamento maximizador significa 
que os indivíduos buscam o máximo possível de riqueza agradável. 
Essa riqueza agradável é chamada de utilidade. Os economistas crêem 
que, numa sociedade de mercado, como a nossa, há um desejo 
insaciável de riqueza agradável, em geral, embora não de um tipo 
particular de riqueza agradável, depois de certo ponto, mais comida nos 
faz passar mal, mais lazer aborrece. 
 
Vale registrar o conceito de utilidade marginal, também chamada de 
utilidade limite, é aquela que decorre do consumo da última unidade de 
determinado bem. O conceito se baseia no princípio da saturabilidade, 
isto é, que a medida em que se consome um bem diminui a satisfação 
ou utilidade de cada unidade adicional desse bem consumido. 
 
Os economistas também supõem que os indivíduos perseguem seus 
objetivos de maximização de maneira racional - não de forma fortuita, 
irrefletida, mas fazendo as melhores escolhas que podem. A 
maximização, portanto pode ser socialmente útil. 
 
 
 
 
 
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O comportamento maximizador tem de lutar com os obstáculos 
estabelecidos pela natureza e pela sociedade. Juntas, a natureza e a 
tecnologia estabelecem três tipos de restrições: 
 Lei dos Rendimentos Decrescentes; 
 Lei dos Custos Crescentes; e 
 Lei de Rendimentos de Escala. 
 
Lei dos rendimentos decrescentes e Lei da produtividade marginal 
decrescente são a mesma coisa. 
 
 
A Lei dos Rendimentos Decrescentes (LRD) impõe limites à quantidade 
de produto que podemos obter a partir da adição de um insumo 
qualquer - não podemos cultivar todos os alimentos do mundo num vaso 
de plantas. 
 
É absolutamente evidente que não podemos cultivar num vaso de 
plantastodos os alimentos de que o mundo precisa. Mas por que não? 
Porque não podemos seguir sempre adicionando sementes e obtendo 
uma produção cada vez maior. 
 
A resposta tem a ver com as propriedades físicas e químicas da 
natureza. Se prosseguirmos adicionando cada vez mais um insumo 
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qualquer a uma quantidade fixa de outros insumos, depois de certo 
tempo, esbarraremos em obstáculos impostos pela estrutura das coisas. 
 
Adicione-se cada vez mais mão-de-obra a uma fábrica e, depois de 
certo tempo, ela estará tão apinhada de gente que a produção vai cair. 
Adicione-se um número crescente de navios à frota pesqueira do mundo 
e, depois de certo tempo, a quantidade de pescado diminuirá. 
 
Assim, a natureza impõe limites ou restrições, pois temos de esperar, e 
levar em conta, os rendimentos decrescentes. Não podemos contar 
sempre com o dobro da produção, dobrando simplesmente a 
utilização de insumo. 
 
 
 
Conceito de Lei dos Rendimentos Decrescentes (LRD): 
 
Considerando como inalterada a capacidade tecnológica de uma 
economia, as modificações positivas no suprimento de um ou mais 
recursos físicos de produção poderão provocar a expansão da sua 
capacidade final de produção. Todavia, na hipótese de se registrar a 
fixidez de um ou mais recursos, os aumentos na capacidade serão 
menos que proporcionais, tornando-se decrescentes ou mesmos nulos a 
partir de certo ponto. 
 
A LRD está intimamente relacionada com a constância e intensidade 
dos deslocamentos das curvas de possibilidades de produção (CPP). Os 
deslocamentos positivos são provocados pela expansão ou melhoria 
dos recursos humanos e patrimoniais disponíveis para fins produtivos. 
Um maior suprimento desses recursos induzirá, necessariamente, a 
dilatação da fronteira de produção da economia. 
 
Esta correlação direta entre suprimentos de recursos e os 
deslocamentos das curvas não significa, todavia, que quaisquer 
acréscimos na disponibilidade de um dos recursos provocarão, 
necessariamente imediatos movimentos positivos nas fronteiras de 
produção. 
 
Para que a expansão das possibilidades de produção realmente ocorra, 
em escala constante, devem-se registrar suprimentos adicionais de 
todos os recursos envolvidos. 
 
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Quando o suprimento de um dos recursos não se alterar, permanecendo 
fixo ao longo de vários e sucessivos períodos produtivos, não ocorrerão 
deslocamentos constantes, mas possivelmente decrescentes. 
 
A fixidez de um único recurso poderá dificultar a expansão normal das 
fronteiras de produção do sistema. 
 
Em escala macroeconômica, a mais importante das restrições a essa lei 
está em que a determinação dos períodos de sua ocorrência depende 
das formas de combinação dos fatores e das modificações tecnológicas 
que o sistema possa absorver. Uma melhor combinação de fatores ou 
uma sensível melhoria nos níveis correntes da tecnologia, podem 
produzir, durante vários períodos, rendimentos constantes e até 
crescentes, embora mantendo-se fixas as doses de um dos fatores 
mobilizados. 
 
Restrições à Lei de Rendimentos Decrescentes 
 
Sendo assim, diferentes formas de combinação dos fatores de 
produção, como o crescente suprimento de capital, ou mudança no 
processo produtivo com melhorias na capacidade gerencial, podem 
compensar a rigidez do fator terra e a fixidez dos conhecimentos 
tecnológicos, podem retardar ou até anular, durante certo tempo, a Lei 
dos Rendimentos Decrescentes 
 
As restrições acima mencionadas, todavia, não invalidam a Lei dos 
Rendimentos Decrescentes. Antes, podem mesmo ser apontada como 
uma de suas exceções. Como regra geral, a LRD é sem dúvida, de 
validade praticamente universal. 
 
Importante: A Lei dos Rendimentos Decrescentes (LRD) é tipicamente 
um fenômeno de curto prazo, com pelo menos um insumo fixo. A LRD 
pode ser assim anunciada: elevando-se a quantidade do fator variável, 
permanecendo fixa a quantidade de um ou mais fatores, a produção 
inicialmente aumentará a taxas crescentes; a seguir, depois de certa 
quantidade utilizada do fator variável, continuará a crescer, mas a taxas 
decrescentes (ou seja, com acréscimos cada vez menores); continuando 
o incremento da utilização do fator variável, a produção total chegará a 
um máximo, para depois decrescer. (ver o livro: Fundamentos da 
Economia, de Marco Antônio Vasconcellos, pag. 61) 
 
 Considerando o caso de uma firma individual, dificilmente um 
empresário racional permitiria que a situação da empresa chegue ao 
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ponto de o produto marginal ser negativo. Antes que isso ocorra, ele por 
certo procurará investir em novas instalações, ou comprar mais 
máquinas. 
 
Em termos agregados, a situação descrita no parágrafo acima se 
modifica. O exemplo clássico na literatura econômica é o desemprego 
disfarçado, que pode ser verificado em agriculturas de subsistência, em 
países subdesenvolvidos. São agriculturas não voltadas ao mercado 
(por exemplo, a roça), com famílias muito numerosas, de sorte que a 
retirada de parte dessa população do campo não provocaria queda do 
produto agrícola ( ou seja, a produtividade marginal na mão-de-obra é 
nula). A transferência desse tipo de mão-de-obra para as regiões 
urbanas, embora em atividades de pouca qualificação, pode ser um dos 
primeiros requisitos para que um país inicie um processo de 
industrialização e de crescimento econômico. (ver o livro: Fundamentos 
da Economia, de Marco Antônio Vasconcellos, pag. 63) 
 
 
Lei dos Custos Crescentes 
 
A Lei dos Custos Crescentes (LCC) se parece com a Lei dos 
Rendimentos Decrescentes, mas é diferente. Tem a ver com o fato de 
nem toda terra, trabalho ou recursos serem iguais, de modo que, ao 
passarmos de um tipo de produção para outro, provavelmente 
verificaremos que se torna cada vez mais dispendioso produzir 
quantidades crescentes do novo produto. 
 
A LCC limita nossas tentativas de maximizar porque nem todos os 
recursos podem ser aplicados eficientemente para qualquer finalidade 
dada; não se pode criar gado leiteiro numa região imprópria a essa 
atividade. A restrição significa que, quanto maior a quantidade que 
desejarmos de um produto qualquer, maior será a quantidade de outro 
produto que teremos de sacrificar para obtê-la. 
 
Na LCC, ao contrário da LRD, não estamos considerando o suprimento 
de recursos nem supondo qualquer variação em sua disponibilidade. 
Todos os recursos permanecem inalterados. O que se altera é a 
destinação que se dá a eles nas diferentes alternativas. 
 
Conceito de Lei dos Custos Crescentes 
 
Considerando como inalteradas a capacidade tecnológica e de produção 
de uma economia e estando o sistema a operar em níveis de pleno 
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emprego, a obtenção de quantidades adicionais de determinado tipo de 
produto implica necessariamente a redução das quantidades de outro 
tipo; ademais, em resposta a constantes reduções impostas ao tipo de 
produto que estará sendo sacrificado, serão obtidas quantidades 
adicionais cada vez menos expressivas do produto cuja produção estará 
sendo aumentada, devido a relativa e progressiva inflexibilidade dos 
recursos de produção disponíveis e em uso. 
 
O alcance da LCC , em termos práticos, induz a concepção de que 
certos recursos - humanos, de capitais e mesmo naturais - que 
apresentam produtividade para certo tipo de produtos, poderão não se 
adaptar perfeitamente a produção de outro tipo. 
 
Transferir recursos da produção agrícola para a pecuária conduzirá, écerto, a determinada expansão da produção pecuária. Esta expansão, 
será todavia, cada vez menor se a sociedade continuar insistindo na 
transferência dos recursos de uma atividade para outra. Da mesma 
forma, a transferência de recursos empregados na agropecuária para 
indústria implicará certamente em custos crescentes, devido, 
obviamente, a um grau maior de inflexibilidade. 
 
Lei de Rendimentos de Escala 
 
A Lei de Rendimentos de Escala (LRE) tem a ver com o mero tamanho, 
ou escala. Ela descreve o fato de que o tamanho importa - também uma 
conseqüência do mundo físico. Os automóveis não podem ser 
produzidos em série numa garagem. Por que não? Porque a produção 
em série requer prensas gigantescas e uma linha de montagem 
organizada, e esta requerem uma produção em grande escala. 
 
A LRE significa que o pequeno pode ser mais bonito, mas o grande é 
muitas vezes mais econômico. Significa que podemos esperar que a 
produção se torne mais eficiente, e que cada unidade adicional se torne 
mais barata à medida que passamos da produção em pequena escala 
para a produção em grande escala - pelo até certo ponto. 
 
 
A LRE representa a resposta da quantidade produzida a uma variação 
da quantidade utilizada de todos os fatores de produção, ou seja, 
quando a empresa aumenta seu tamanho. 
 
Os Rendimentos de Escala podem ser: (ver o livro: Fundamentos da 
Economia, de Marco Antônio Vasconcellos, pag. 64) 
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 Rendimentos crescentes de escala ( ou economias de escala): 
Ocorrem quando a variação na quantidade do produto total é mais do 
que proporcional a variação da quantidade utilizada dos fatores de 
produção. Por exemplo, aumentando-se a utilização dos fatores em 
10%, o produto cresce 20%. Equivale a dizer que a produtividade 
aumentou. 
 
 Pode-se apontar como causas geradoras dos rendimentos 
crescentes de escala: 
a) maior especialização no trabalho, quando a empresa cresce; 
b) a existência de indivisibilidade entre os fatores de produção ( por 
exemplo, numa siderúrgica, como não existe “meio forno”, quando 
se adquire mais um forno, deve ocorrer um grande aumento de 
produção. 
 
 Rendimentos constantes de escala: ocorrem quando a variação do 
produto total é proporcional à variação da quantidade utilizada dos 
fatores de produção: aumentando-se a utilização dos fatores em 
10%, o produto também aumentará também em 10%. 
 
 Rendimentos decrescentes de escala ( ou deseconomia de 
escala): Ocorrem quando a variação do produto é menos do que 
proporcional à variação na utilização dos fatores: por exemplo, 
aumenta-se a utilização dos fatores em 10% e o produto cresce em 
5%. Houve, nesse caso, uma queda na produtividade dos fatores. 
 
A causa geradora dos rendimentos decrescentes de escala reside no 
fato de que o poder de decisão e a capacidade gerencial e 
administrativa são “indivisíveis e incapazes de aumentar”; ou seja, pode 
ocorrer uma descentralização nas decisões que faça com que o 
aumento de produção não compense o investimento feito na ampliação 
da empresa. 
 
Restrições Institucionais e Orçamentárias 
 
Além das 03 restrições acima citadas (LRD,LCC e LRE), a sociedade 
também impõe restrições à maximização: leis, barreira institucionais, 
concorrência e outras mais. Outro importante limite é imposto pelas 
considerações orçamentárias. 
 
 
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Economia de Escala 
 
Material extraído do livro “Economia Fundamentos e Aplicações”, de Judas 
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A economia de escala mostra que o custo médio (custo total da produção 
dividido pela quantidade produzida) diminui com um maior volume de 
produção. 
 
A análise de custo médio de produção em longo prazo, que é definida 
pelo custo total da produção dividido pela quantidade produzida, baseia-
se nos ajustes do tamanho da firma, com as chamadas economias e 
deseconomias de escala. 
 
Diz-se que há economia de escala quando o custo médio (Cme) diminui, 
com um maior volume produzido (q) pela empresa. 
 
À medida que o tamanho ou a escala de operação de um 
empreendimento se torna maior, via de regra, os custos médios tendem 
a cair, atingindo um mínimo, e depois podem até voltar a subir, 
assumindo, nesse último caso, a chamada deseconomia de escala. 
 
Em outras palavras, quando o custo médio (Cme) diminui com a 
expansão da quantidade, diz que há economia de escala. Ou seja, 
quando há uma relação inversa entre o custo médio (de longo prazo) e o 
volume produzido de um determinado bem ou serviço. 
 
Se o aumento da produção (q) resultar em elevação do custo médio 
(Cme), estará havendo, então, uma deseconomia de escala. 
 
As origens da economia de escala 
 
As economias de escala têm origem na especialização e divisão do 
trabalho, que pode ser obtida mais efetivamente sob coordenação da 
firma, em vez de sob coordenação de mercado. Ou seja, são as 
condições tecnológicas que permitem à firma reduzir o seu custo médio 
(Cme) ao expandir sua produção. 
 
Fatores que podem levar à Economia de Escala 
 
Entre os fatores que podem levar à economia de escala (ou seja, 
redução de custo médio à medida que o volume aumenta) estão: 
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a) Divisão e especialização do trabalho. Numa firma pequena, com 
poucos funcionários, cada um executa várias tarefas no processo de 
produção, enquanto numa empresa maior, via de regra, cada 
trabalhador se especializa numa tarefa trazendo vantagens 
econômicas, porque ele pode adquirir maior habilidade ou destreza e 
assim, reduzir o tempo de execução de cada atividade, além de 
eliminar a perda de tempo de passar de uma tarefa a outra. 
 
b) Preços dos insumos. Uma empresa que adquire um volume grande 
de matérias primas pode obter descontos maiores e, assim, 
conseguir fazer economia. 
 
c) Indivisibilidade de operações financeiras. A facilidade de obtenção 
de empréstimos junto aos bancos, e até de juros menores, é maior 
para empresas grandes do que para pequenas. 
 
d) Indivisibilidade de equipamento. Algumas máquinas e certos 
equipamentos só serão viáveis economicamente se forem utilizados 
intensivamente, ou seja, em dois ou três turnos. É por isso que não é 
econômico para uma pequena fábrica adquirir uma máquina de 
grande porte, pois o custo fixo médio (juros sobre o capital investido e 
depreciação dessa máquina) seria muito elevado para a pequena 
produção que ela teria. 
 
Em suma, a economia de escala diz respeito à redução nos custos 
médios (ou seja, nos custos por unidade produzida) resultante do maior 
tamanho de uma planta (ou unidade) de uma empresa. 
 
A diminuição do custo médio (Cme) baseia-se fundamentalmente na 
distribuição dos custos fixos (em especial, a depreciação e os juros 
sobre o capital investido) em uma quantidade maior de produção. 
 
Como os custos fixos não dependem do nível de produção (isto é, para 
produzir 100 unidades ou produzir 500 unidades, o custo fixo total é o 
mesmo), então, para o nível de produção de 500 unidades, o custo fixo 
médio ( ou seja, o custo fixo de cada unidade) vai diminuindo à medida 
que o número de unidade produzidas aumenta. 
 
Em outras palavras, a economia de escala guarda estreita relação com 
o volume de produção de um determinado bem. 
 
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Material extraído do livro “Economia Fundamentos e Aplicações”, de Judas 
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ECONOMIA DE ESCOPO 
 
Economia de escopo é, juntamente com a economia de escala, um dos 
caminhos para a reduçãodo custo unitário, e depende da variedade de 
produtos ( isto é, uma mesma planta industrial produzindo vários produtos 
simultaneamente ou não). 
 
Tendo em vista que a maior concorrência tem levado a uma queda nos 
preços dos produtos industriais, a redução do custo médio passa a ser 
o melhor caminho para manter a competitividade de uma empresa. 
 
E a redução do custo unitário (que é o mesmo que custo médio) 
depende, além da economia de escala (que tem a ver com o volume de 
produção), da tecnologia e também da economia de escopo. 
 
Se a economia de escala depende do volume da produção de um 
produto (ou seja produção em massa), a economia de escopo depende 
da variedade de produtos (isto é, uma mesma planta industrial 
produzindo vários produtos simultaneamente ou não). 
 
Muitas empresas produzem mais de um produto, sendo que eles tanto 
podem estar intimamente interligados (como uma fazenda que cria 
carneiros, gerando carne e lã; uma indústria automobilística, que produz 
vários tipos de carros, inclusive caminhões e tratores; uma faculdade 
que oferece cursos de graduação e de pós-graduação) como podem ser 
produtos que não estão fisicamente relacionados. 
 
Qualquer que seja a situação, é possível que a empresa venha ter 
vantagens de produção ou de custo ao produzir dois ou mais bens ou 
serviços, em vez de apenas um. 
 
A redução de custos resulta de uma combinação de fatores: seja do uso 
mais racional dos recursos (insumos), das instalações, de marketing em 
conjunto, seja por utilizar a mesma administração, o que resultaria em 
economia nos custos. 
 
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Uma empresa experimenta economia de escopo quando um aumento 
no número de produtos produzidos resulta na redução de custo total 
médio (em curto prazo). 
 
Economias de escopo ocorrem quando insumos técnicos altamente 
especializados (geralmente, caros) podem ser “repartidos” por diferentes 
produtos. Por exemplo, a Sadia e a Perdigão podem abater e 
industrializar carnes de frango e de suínos num mesmo frigorífico a um 
custo médio total menor do que se as operações fossem realizadas em 
dois frigoríficos separados (um para frango outro para suínos). 
 
A indústria automobilística, que produz automóveis e tratores, pode ser 
outro exemplo. 
 
Assim, a economia de escopo resulta na redução dos custos unitários, 
que é proveniente da utilização de instalações e processos em única 
planta industrial que produz mais de um produto. 
 
Desse modo, trata-se de uma produção conjunta: dois ou mais produtos, 
os quais, para serem produzidos, estão utilizando as mesmas 
instalações. 
 
Por isso, é possível conseguir redução de custos por unidade produzida. 
 
Não é só na indústria que a economia de escala e de escopo surgem. 
Isso também ocorre no comércio, quando uma loja vende vários tipos de 
produtos diferentes. 
 
Um hipermercado, com mais de 40 mil itens, na verdade está praticando 
simultaneamente a economia de escala e a de escopo. 
 
Parece desnecessário afirmar que uma cuidadosa e bem estudada 
integração entre o volume (economia de escala) e a variedade 
(produção e comércio de vários produtos em conjunto) pode ser o 
caminho do sucesso para uma empresa. Os executivos precisam estar 
atentos a essa integração. 
 
CURVA DE APRENDIZAGEM 
 
Material extraído do livro “Economia Fundamentos e Aplicações”, de Judas 
Tadeu Grassi Mendes. 
 
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Os economistas, ao explicarem por que uma grande empresa tem 
custos médios, em longo prazo, mais baixos que uma firma menor, são 
tentados a atribuir essa vantagem aos rendimentos crescentes de 
escala de produção. 
 
Os rendimentos de escala de produção podem ser explicados da 
seguinte maneira: para produzir, uma empresa emprega vários insumos 
ou fatores de produção. 
 
O maior nível de produção, associado com aumentos de cada um dos 
insumos utilizados, facilita a compreensão da natureza em longo prazo 
do processo produtivo das empresas. 
 
Aqui a pergunta relevante é: de que maneira aumenta a produção de 
uma empresa à medida que aumenta quantidade utilizada de seus 
fatores de produção? 
 
A resposta é, se a produção aumentar mais do que o dobro, quando 
houver uma duplicação na quantidade dos insumos, a empresa está 
obtendo rendimentos crescentes de escala. 
 
Há outras possibilidades relacionadas à escala de produção: 
rendimentos constantes de escala, quando a produção dobra com a 
duplicação dos insumos, e rendimentos decrescentes de escala, quando 
a produção aumenta menos que o dobro, se houver a duplicação na 
quantidade utilizada dos fatores de produção. 
 
O rendimento crescente de escala, pode ocorrer, em grande parte, por 
causa de dois fatores: a especialização e a divisão do trabalho, pois 
ambos contribuem positivamente para o aumento da produtividade dos 
fatores de produção. 
 
Contudo, não é necessariamente verdade que a redução no custo médio 
de longo prazo decorra unicamente dos rendimentos crescentes de 
escala de produção. 
 
A redução dos custos médios de produção em longo prazo pode ter 
origem no que se chama de curva de aprendizagem, que diz respeito 
ao fato de os administradores e a mão de obra absorverem, aos poucos, 
as novas tecnologias, à medida que forem tendo maior experiência em 
suas tarefas diárias. 
 
 
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O custo médio e o marginal podem tornar-se menores, à medida que os 
trabalhadores e gestores ganham maior prática com as novas 
informações tecnológicas (curva de aprendizagem), por algumas das 
seguintes razões. 
 
a) Na fase inicial de aprendizagem de uma tecnologia, os 
funcionários demoram mais para realizar uma determinada 
atividade produtiva, mas com o tempo eles vão se tornando mais 
hábeis e rápidos. 
 
b) Os gestores também levam algum tempo para aprender a 
programar o processo produtivo com maior eficácia, em todas as 
suas fases: fluxo de materiais até a organização de todo o 
processo de fabricação. 
 
c) Os engenheiros que desenvolveram os projetos acabam 
adquirindo maior experiência e melhorando o que já haviam 
criado, sem contar as novas ferramentas e a reorganização fabril 
de melhor qualidade, as quais podem resultar na redução dos 
custos. 
 
d) Até mesmo os fornecedores de materiais podem contribuir, à 
medida que aprendem maneiras diferentes e mais eficazes de 
processar os materiais exigidos pela empresa. 
 
Uma empresa “aprende” ao longo tempo, conforme a produção 
acumulada vai ocorrendo. É um processo longo de conhecimento, 
chamado de curva de aprendizagem. 
 
Afinal, o reconhecimento dos erros e a correção deles é uma das mais 
difíceis e úteis tarefas para uma empresa. 
 
Uma vez avaliados os erros com cuidado, é preciso tomar as 
providências para eliminá-los, se possível, ou pelo menos reduzi-los. 
 
A curva de aprendizagem mostra a redução de custos à medida que os 
fabricantes ganham experiência e maior domínio das novas tecnologias, 
aumentando, assim, a produção de bens, como automóveis, 
vídeocassetes, aeronaves, aparelhos de tevê, etc,etc. 
 
Os aumentos de produção cumulativos possibilitam a diminuição dos 
custos marginais e médios de produção. 
 
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A curva de aprendizagem, tão importante nos dias atuais em que a 
inovação tecnológica vem acontecendo a uma velocidade 
impressionante, pode resultar no seguinte círculo virtuoso. 
 
a) Os custos de cada unidade produzida caem com o aumento da 
produção. 
 
b) Com os custos unitários menores, as empresas podem reduzir os 
preçosde seus produtos sem comprometer seus resultados 
financeiros. 
 
c) Com preços menores, as vendas se expandem e aumenta a 
participação da empresa no mercado (market share). 
 
d) Vendendo mais, as empresas podem produzir mais (economia de 
escala), os lucros aumentam, permitindo investir mais em novas 
máquinas e equipamentos e em pesquisa de mercado e 
tecnologia, que mais tarde resultarão em menores custos unitários. 
 
e) Com custos unitários menores, as empresas podem reduzir os 
preços de seus produtos sem comprometer os resultados 
financeiros. 
 
 
 
DIFERENÇAS ENTRE A VISÃO ECONÔMICA E A VISÃO 
CONTÁBIL-FINANCEIRA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO 
( Ver o livro: Fundamentos da Economia, de Marco Antônio Vasconcellos, pag. 69) 
 
Existem muitas diferenças entre a ótica utilizada pelo economista e a 
utilizada nas empresas, por contadores e administradores. Em linhas 
gerais, pode-se dizer que a visão econômica é mais genérica, olhando 
mais o mercado ( o ambiente externo da empresa), enquanto na ótica 
contábil-financeira a preocupação centra-se mais no detalhamento dos 
gastos da empresa específica. 
 
As principais diferenças estão nos seguintes conceitos: 
 custos de oportunidade e custos contábeis 
 externalidade 
 custos e despesas 
 
 
 
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Custos de oportunidade versus custos contábeis 
 
Os custos contábeis são os custos como normalmente são conhecidos 
na contabilidade privada, ou seja, são custos explícitos, que sempre 
envolvem um dispêndio monetário. É o gasto efetivo da empresa, na 
compra ou aluguel de insumos. 
 
Os custos de oportunidade são custos implícitos, que não envolvem 
desembolso monetário. Representam os valores dos insumos que 
pertencem à empresa e são usados no processo produtivo. Esses 
valores são estimados a partir do que poderia ser ganho no melhor uso 
alternativo (por isso são também chamados custos alternativos). 
 
Os custos de oportunidade não são contabilizados no balanço das 
empresas, como por exemplo: 
 O capital que permanece parado no caixa da empresa: o custo de 
oportunidade é o que a empresa poderia estar ganhando se aplicasse 
esse capital no mercado financeiro. 
 quando a empresa tem prédio próprio, ela deve imputar um custo de 
oportunidade correspondente ao que pagaria se tivesse de alugar um 
prédio. 
 
Para o economista, as curvas de custos das firmas devem considerar, 
além dos custos contábeis, os custos de oportunidade, pois assim 
estariam refletindo a verdadeira escassez relativa do recurso utilizado. 
Ou, seja quanto custa efetivamente para a sociedade (o custo social). 
 
EXTERNALIDADES 
(Ler livro Economia: Micro e Macro. Marco Antônio s. Vasconcellos. Editora Atlas. 4ª edição, 
p. 123) 
 
Como uma extensão da diferença entre o enfoque contábil e o enfoque 
econômico, há uma clara distinção entre a avaliação privada e avaliação 
social de projetos de investimentos. Resumidamente: 
 
 Avaliação privada: avaliação financeira, específica da empresa; 
 Avaliação social: custos ( e benefícios) para toda a sociedade, 
derivados da atividade produtiva. 
 
Por exemplo, quando aumenta a produção automobilística, além dos 
custos financeiros dessa indústria, devemos considerar também o 
aumento dos custos sociais, derivados do aumento da poluição sonora e 
ambiental, além do desgaste das ruas e estradas. Quando aumenta a 
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produção da indústria extrativa de madeira, há perdas ecológicas 
derivadas do desmatamento. 
 
A diferença entre a ótica pelas externalidades ou economias 
externas. No contexto privada e a social é dada da Teoria da Firma, 
as externalidades representam as alterações de custos e benefícios 
para a sociedade, derivadas da produção da empresa, ou então como 
alterações de custos e receitas da empresa, devidas a fatores externos 
à empresa. Nessa linha, por exemplo, os comerciantes de lustres têm 
externalidade positiva por se localizarem próximos um do outro; uma 
indústria química poluidora dos rios impõe externalidades negativas à 
indústria pesqueira. 
 
Essa ótica é muito utilizada em avaliação de projetos de investimento, 
principalmente no setor público. Tomemos como exemplo um projeto de 
construção de uma hidroelétrica. Pela ótica privada (da empresa 
construtora), o custo a ser considerado é seu desembolso financeiro no 
projeto. Isso inclui gastos com impostos e encargos trabalhistas. Sob 
ótica social, impostos e encargos trabalhistas não são custo para a 
sociedade em sua totalidade, e sim uma transferência de recursos da 
empresa para o governo. Deve ainda ser considerado o impacto 
negativo da obra sobre o meio ambiente. Comparando-se o custo social 
com o benefício do projeto (geração de empregos, abastecimento de 
água), decide-s o mesmo deve ou não ser implementado. 
 
Externalidades ou Economias Externas 
( Ver o livro: Fundamentos da Economia, de Marco Antônio Vasconcellos, pag. 98) 
 
Em certas ocasiões, o consumo ou a produção de determinado bem ou 
serviço pode produzir efeitos colaterais, positivos ou negativos, que são 
chamados de externalidades ou economia externas. 
 
Quais são as conseqüências das externalidades para a alocação de 
recursos? O sistema de preços perde a capacidade de orientar a 
sociedade na alocação dos recursos escassos, pois os benefícios e os 
custos privados passam a diferir dos benefícios e custos sociais, que 
sãos os “verdadeiros”, do ponto de vista da coletividade. 
 
Justamente essa diferença é o que deixa de ser considerado ou 
“internalizado” pelos preços de mercado, daí o nome externalidade. 
Nesse caso, a sociedade sofrerá uma perda, um “peso morto”, posto 
que os custos sociais associados a quantidade transacionada pelo 
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mercado serão maiores que os benefícios sociais derivados do consumo 
dessa quantidade. 
 
 
As economias externas podem ser definidas como as alterações de 
custos e benefícios para a sociedade derivadas da produção das 
empresas, ou também como as alterações de custos e receitas das 
empresas devidas a fatores externos. 
 
Temos uma externalidade positiva (ou economia externa) quando 
uma unidade econômica cria benefícios para outras, sem receber 
pagamento por isso. Por exemplo, uma empresa treina a mão-de-obra, 
que acaba, após o treinamento, transferindo-se para outra empresa; a 
beleza do jardim do vizinho, que valoriza a sua casa; uma nova estrada, 
os comerciantes de um mesmo ramo que se localizam na mesma 
região. Ou as abelhas do apicultor que polinizam as flores dos cafezais 
dos laranjais das propriedades dos vizinhos, sem receber nada por isso. 
 
Temos uma externalidade negativa (ou deseconomia de externa) 
quando uma unidade econômica cria custos para outras, sem pagar por 
isso. Por exemplo, poluição e congestionamento causados por 
automóveis, caminhões e ônibus; uma indústria que polui um rio e impõe 
custos à atividade pesqueira; a construção de uma barragem, etc. 
 
Essas externalidades podem ser incorporadas (internalizadas) com a 
aplicação adequada de taxas ou impostos sobre a fonte causadora. 
 
Nesse caso, o governo deve intervir, cobrando impostos ou concedendo 
subsídios, que forcem o sistema de preços a igualar os custos e os 
benefícios privados e sociais associados ao consumo ou produção de 
determinado bem ou serviço, levando sua quantidade transacionada a 
um nível compatível com a máxima satisfação (utilidade) da sociedade. 
 
Impostos “pigouvianos” ou impostos de Pigou 
 
Os impostos utilizados na correção de externalidades são também 
chamados de impostos “pigouvianos” ou impostosde Pigou, em 
homenagem ao economista neoclássico Alfred Pigou, um dos primeiros 
a abordar esse tema. 
 
Impostos “pigouvianos” ou impostos de Pigou são impostos 
aplicados à produção ou ao consumo de algum bem ou serviço, que tem 
por objetivo reduzir seu impacto social negativo. Assim, a autoridade 
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pode cobrar um imposto de uma fábrica que polui a atmosfera, 
reduzindo sua produção, e, portanto, a poluição. 
 
De acordo com os impostos “pigouvianos” ou impostos de Pigou, 
caso exista uma externalidade negativa, a solução seria fazer com o 
sistema de preços “internalize” o custo adicional provocado, mediante a 
aplicação de um imposto, que reduza a quantidade transacionada desse 
bem ou serviço. 
 
Ocorreria exatamente inverso no de uma externalidade positiva no 
consumo (exemplo: educação de uma pessoa a beneficia e termina 
tendo um efeito multiplicador para o resto da sociedade ou criação de 
abelhas próxima a uma plantação de laranjas). Nesse caso, a distorção 
na alocação de recursos se solucionaria se o governo concede um 
subsídio ao consumo ou à produção, que “ajude” o sistema de preços a 
“internalizar” o maior benefício que a sociedade obtém por consumir 
maior quantidade desse bem ou serviço. 
 
Teorema de Coase 
( Ver o livro: Fundamentos da Economia, de Marco Antônio Vasconcellos, pag. 102) 
 
A solução tradicional (“pigouviana”) é relativamente simples, embora 
apresente dois (2) inconvenientes. O primeiro deles é de natureza 
prática, pois exige conhecer ampla extensão das curvas de demanda e 
oferta, o que nem sempre é possível. 
 
O segundo foi observado por um advogado, Ronald Coase, Prêmio 
Nobel de Economia em 1991. A observação de Coase baseia-se na 
idéia de que, em presença de externalidades negativas, os impostos 
pigouvianos podem não ser a melhor solução, do ponto de vista social. 
Isso ocorreria pois a solução “pigouviana” impossibilitando que as 
partes envolvidas possam negociar, minimizando as possíveis perdas 
para ambas decorrentes da aplicação de um imposto pelo Governo. 
 
Podemos pensar no seguinte exemplo: imaginemos um uma fábrica que 
polui um rio próximo a um pequeno povoado. A solução tradicional 
consistiria em aplicar um imposto, por exemplo, à produção da fábrica. 
Com isso, a fábrica reduziria a poluição do rio, o que tornaria o povoado 
mais habitável. Desse modo, a tendência seria que a população 
aumentasse, o que faria com que, mesmo com a redução da produção 
da fábrica, mais pessoas fossem afetadas pela externalidade negativa. 
Assim, poderia ser justificável aumentar a alíquota do imposto à 
produção, o que reduziria ainda mais a produção e o consumo do bem 
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ou serviço em questão. Como se vê, a aplicação do imposto 
“pigouviano” pode terminar reduzindo fortemente a produção e o 
consumo de um bem valorizado pela sociedade. 
 
Nesse sentido, poderia ser mais eficiente permitir que as partes 
envolvidas estabeleçam algum tipo de contrato ou acordo ( a fábrica 
poderia indenizar os habitantes do povoado, por exemplo, e continuar 
produzindo) que implique um menor custo para todos. Obviamente, isto 
será correto na medida em que os custos de realizar essa negociação 
não sejam muito elevados. 
 
Assim, podemos estabelecer o que ficou conhecido como “Teorema de 
Coase”: Em ausência de custos de transação , e independentemente 
da distribuição dos direitos de propriedade, o resultado da negociação 
será eficiente. 
 
Evidentemente, não é necessário que não existam custos associados à 
negociação, bastando que não sejam muito expressivos. Dessa forma, e 
se os direitos de propriedade estão claramente definidos, a negociação 
será mais eficiente, do ponto de vista social, que a solução “pígouviana” 
tradicional. 
 
Custos versus despesas 
 
Na teoria microeconômica tradicional, não é feita uma distinção rigorosa 
entre os conceitos de custos e despesas, como é feito na Contabilidade. 
 
A definição contábil coloca que custos são os gastos associados ao 
processo de fabricação de produtos, enquanto as despesas são 
associadas ao exercício social e alocadas para o resultado geral do 
período (como despesas financeiras, comerciais e administrativas). 
 
Os custos são normalmente divididos em diretos ( que correspondem 
aos custos variáveis) e indiretos (que se referem aos custos fixos). 
 
Os custos diretos (ou variáveis, que variam em função da produção) são 
os salários da mão-de-obra, custo das matérias-primas e componentes, 
e gastos correntes com o estoque de capital, tais como energia, 
manutenção e reparação. Enquanto os custos indiretos ( ou fixos, que 
ocorrem independente da produção) referem-se aos salários da 
administração, aluguel do prédio, IPTU, depreciação do equipamento e 
das instalações e provisão para risco. 
 
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Dentro do campo da chamada Teoria da Organização Industrial, que é 
um desenvolvimento relativamente recente da Teoria Microeconômica, 
as definições de custos e despesas são tratadas com mais precisão, 
pelo fato de essa Teoria ter muita proximidade com os conceitos 
contábeis e financeiros utilizados nas empresas. 
 
Nos manuais de Economia, essa diferenciação normalmente não é feita, 
subentendendo-se que o conceito de custo fixo engloba também as 
despesas financeiras, comerciais e administrativas. 
 
Lembre-se: resumos e comentários não substituem a leitura dos textos 
originais. Favor ler o texto original, pois ele é insubstituível. 
 
 
 
 
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