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Professora: Maria Carolina Anholeti Formas de Uso de Plantas Medicinais Universidade Federal Fluminense Curso: Medicina Disciplina: Biologia Geral – Botânica Aplicada Uso Interno - Chás É o uso mais simples e comum das plantas medicinais, pela facilidade e segurança, onde as plantas secas ou frescas têm seus princípios ativos extraídos em água fria ou quente. 1) Infuso: Indicado para folhas, flores e plantas frágeis; A dose tradicional é 1 colher de sopa de planta fresca ou seca para cada xícara de água em ebulição; A planta é colocada em recipiente de louça ou vidro e coberta com o volume de água indicado. É tampada e descansa por 10-20min para liberar os P.A.s; A separação dos resíduos não é obrigatória e deve ser feita por coador comum; Desvantagem: Nem todos os princípios ativos podem ser extraídos por este método. Uso Interno - Chás 2) Decocto: É o cozimento de cascas, raízes, sementes e outras partes duras; A dose tradicional é de 1 colher de sopa de planta fresca ou seca para cada xícara de água; Recipientes de vidro, inox, ágata e materiais cerâmicos, que não liberem resíduos são obrigatórios para a decocção, que pode variar de 3 a 20 min e se processa em recipiente tampado e posteriormente há um descanso de 10 a 20 min; Desvantagem: O preparo é um pouco mais demorado, exige equipamento especial e gera sabor concentrado. Uso Interno - Chás 3) Maceração: Preserva sais minerais e vitaminas, por não usar calor; Alguns componentes serão parcialmente ou não extraídos; Pode ser utilizado para qualquer parte da erva; Em geral a planta é triturada ou amassada e colocada em contato com o solvente frio; Desvantagem: O preparo é demorado, durando entre 6 a 12 horas. Pós e Cápsulas 1) Pós: Podem ser usados interna ou externamente. As ervas são desidratadas e transformadas em pó (liquidificador ou moinho). Várias moagens e peneiragens; Possuem alta durabilidade e são práticos; Podem ser tomados com líquidos e alimentos, ou aplicados sobre a pele, misturados com água, óleo e glicerina; Desvantagem: Processo muito demorado; 2) Cápsulas: Indicado para plantas de sabor muito forte, e para conveniência de uso e transporte; São empregadas cápsulas de gelatina. Tinturas A extração faz uso de um solvente mais abrangente que a água, geralmente são percolações ou macerados em álcool, álcool + água ou álcool + glicerina; Demoram de 7 a 15 dias para ficarem prontas e duram em média 2 anos. São diluídas em água para serem usadas; Classificação: Simples: Usa uma única espécie de planta, e recebe o nome da planta. Ex.: Tintura de Cânfora. Compostas: Usam mais de uma espécie de planta. Podem receber nomes próprios, nomes de doenças ou sistemas do corpo em que atuam. Ex.: Elixir Paregórico (Tintura de Ópio Canforado). Tinturas Proporções tradicionais: Os solventes empregados são álcool de cereais, vodka bi/tri-destilada ou aguardente de alambique e a água deve ser destilada. Desvantagens: Uso desaconselhado para crianças e idosos, portadores de gastrite e úlceras estomacais e para dependentes de álcool. Tintura alcoólica Tintura hidro-alcoólica Tintura glicólica Planta: 100g seca ou 200g fresca Solvente: 1000mL Planta:100g seca ou 200g fresca Solvente: 600mL + 400mL água Solvente: 750mL + 250mL água Solvente: 900mL + 100mL água Planta: 100g seca Solvente: 200mL + 800mL glicerina bi- destilada Xaropes Decocto ou dissolução de ervas medicinais em água saturada de açúcar ou mel; Disfarçam o sabor desagradável de certas ervas e possuem boa durabilidade; Preparo: A frio: 1 parte de tintura de ervas medicinais e 3 partes de mel; Tradicional: 200g de plantas frescas e 500mL de água. Cozinhar por no máximo 3 minutos em 1 litro de solução saturada. Desvantagem: A concentração de princípios ativos é baixa. Deve ser evitado por diabéticos e obesos. Extratos Maceração de plantas em solvente e posterior evaporação do mesmo, para a obtenção de um concentrado de princípios ativos; Tipos: Firmes: possuem consistência de massa pilular e e quando dessecados a 105 ºC perdem de 10 a 15% de água; Secos: apresentam-se sob a forma de pó e a 105ºC não perdem mais do que 5% de seu peso, sendo em geral muito higroscópicos; Moles: espessos como o mel e quando dessecados a 105 ºC perdem de 15 a 20% de seu peso; Fluidos: preparações líquidas manipuladas de forma que cada mL contenha os princípios ativos solúveis de 1g da droga vegetal devidamente dessecada ao ar livre. Extratos Extrato simples: 50g de plantas frescas trituradas; 100mL de vodka; Macerar; Descansar por 10 dias, agitando-se o frasco 2 vezes por dia; Filtrar em papel. Desvantagem: Técnica sofisticada, exige conhecimento e equipamento específico. Alcoolaturas Usada para ervas aromáticas frescas em homeopatia, usa geralmente álcool absoluto; Obtém-se uma tintura concentrada que é posteriormente diluída; Desvantagem: Técnica específica, exige conhecimento de forma de utilização. Destilados Processo usado para a obtenção de óleos essenciais; Usam-se plantas frescas, ou determinadas cascas, sementes e raízes; Através da passagem do vapor de água por um destilador obtém-se ao final do processo a água e o óleo essencial, que é capturado por decantação; Desvantagem: Técnica sofisticada, exige equipamento específico. Vinhos Extração de princípios ativos por maceração em vinho licoroso por pelo menos 10 dias; Vinho licoroso é o vinho com teor alcoólico ou adquirido de 14% a 18% em volume, sendo permitido, na sua elaboração, o uso do álcool etílico potável de origem agrícola. Ex.: Vinho do Porto; Preparo: 100g ou 200g de planta fresca e 1000mL de vinho licoroso; Macerar, coar e filtrar. Desvantagem: Contra indicado para crianças, dependentes e diabéticos. Vinagres Extração por maceração em vinagre de maçã; Prático e de baixo custo, ideal para compressas e banhos; Preparo: 100g ou 200g de planta fresca e 1000mL de vinagre; Agitar diariamente por 10 dias e coar. Sumos e Sucos Usam-se plantas frescas, de preferência por centrifugação; Todas as vitaminas e sais minerais são aproveitados; Uso imediato; Preparo: 50g de planta fresca em 250mL de água; Centrifugar ou pilar. Desvantagem: O uso deve ser imediato. Saladas Uso prático, porém impreciso; Uso instantâneo e cauteloso, empregando-se plantas muito bem higienizadas. Uso Externo - Compressas São usados chás mais concentrados para fazer os princípios ativos passarem através da pele para os tecidos e órgãos mais próximos e para a corrente sanguínea; O calor aumenta a circulação sanguínea na área afetada o frio é indicado em casos de traumatismo. Uso Externo - Cataplasmas Funcionam como as compressas; As ervas frescas piladas ou vaporizadas são aplicadas diretamente sobre a pele; Trocam-se a cada 20 minutos. Uso Externo - Banhos 50gde plantas secas ou 100g de plantas frescas para 1000mL de água quente; Coar. Imersão da região afetada no líquido. Inalações Vapor de água quente com óleos essenciais inalados sob abafamento; Indicado para aliviar afecções catarrais das vias respiratórias; Preparo: 1 a 2 gotas ou uma colher de sopa de óleo impregnado em 500mL de água fervente. Colutório (Bochechos e Gargarejos) Uso de decoctos para higienização e tratamento de afecções das gengivas, mucosas, amígdalas e faringe; Uso externo. Unguentos São cataplasmas em base gordurosa; 10g de ervas secas ou 20g de ervas frescas para 20mL de óleo ou azeite; Após 2 horas em banho-maria espremer e colocar cera de abelha ou vaselina. Óleos para Massagem Substituem as pomadas e compressas; Mesma proporção do unguento, porém a maceração é feita por 7 dias a frio no escuro ou por 2 horas em banho- maria. Pomadas São tinturas em base gordurosa; Composição: Tintura hidroalcoólica 20% Lanolina 10% Vaselina 70% Preparar em banho-maria. Creme Usa-se como base o creme Lainetti; Composição: 10mL de tintura glicólica + 100mL de creme. Shampoos Duram 3 meses quando conservados em geladeira; Composição: 10mL de tintura glicólica + 100mL de lauril.
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