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Caderno do Professor de Artes E-book Gratuito O Papel da Arte na Educação. O ensino de Arte deve possibilitar a todos os alunos a construção de conhecimentos que interajam com sua emoção, através do pensar, do apreciar e do fazer arte. A arte está intimamente ligada à formação integral do indivíduo. É mais que uma simples atividade. Ao conhecer e fazer arte, o aluno percorre trajetos de aprendizagem que propiciam conhecimentos específicos sobre sua relação com a própria arte, consigo mesmo e com o mundo. Ensinar Arte significa, portanto, possibilitar experiências e vivências significativas em apreciação, reflexão e elaboração artística.Arte é um “aprender fazendo”. QUE É ARTE? A palavra arte é uma derivação da palavra latina “ars” ou “artis”, correspondente ao verbete grego “tékne”. O filósofo Aristóteles se referia a palavra arte como “póiesis”, cujo significado era semelhante a tékne. A arte no sentido amplo significa o meio de fazer ou produzir alguma coisa, sabendo que os termos tékne e póiesis se traduzem em criação, fabricação ou produção de algo. Fazer uma definição específica para a arte não é simples, assim como determinar a sua função no dia a dia das pessoas, pela possibilidade de exercer funções pragmática, formal ou, ainda, possuir uma dialogicidade entre as duas funções. Muitas pessoas consideram a arte uma coisa supérflua, não compreendendo a subjetividade estética do objeto artístico, que é dar prazer. É claro que existem prioridades para a existência das pessoas, porém ao se emocionar com uma composição de Ravel ou de Van Gogh, por exemplo, terá tido a oportunidade de conhecer a capacidade humana de sentir, pensar, interpretar e recriar o seu mundo com sensibilidade e criatividade. A cultura de um povo é preservada através da sua arte, seja ela popular ou erudita, pois possibilita estudar e compreender aquelas civilizações que não mais existem e cria um sentido para as que ainda hoje fazem a sua história. Há no mundo atualmente diversos povos que são conhecidos pelo resgate de seus objetos artísticos, como: cerâmicas, esculturas, pinturas, entre outros. A arte nos permite viver melhor, ter diferentes olhares sobre um mesmo objeto ou situação, ela nos faz sonhar. A proposta de um verdadeiro artista, e não de um simples artífice, é tocar os sentidos de quem apreciará sua obra, é possibilitar a fruição da sua arte. O ser humano que lida com a arte, seja ela: cênica, visual ou sonora, certamente encontra-se passos adiante dos que não têm contato com o objeto estético. É preciso ser artista e se recriar a cada dia. Para entender melhor a arte é preciso compreendê-la dentro do contexto de sua produção cultural. Então delinearemos três vertentes da produção artística. Uma dessas formas de arte é classificada como “arte acadêmica” ou “arte de erudita”, que se refere àquelas produções artísticas pertencentes a coleções particulares e que normalmente são conservadas em museus e galerias de arte. Esta forma de arte é a apreciada por um público conhecedor das linguagens artísticas e que possui uma sensibilidade treinada para a fruição dos elementos estéticos contidos nas obras expostas. O artista acadêmico preocupa-se com o desenvolvimento da sua linguagem artística, com a transmissão da própria expressão pessoal, em captar o significado humano de existir e, ainda, em exigir uma postura do público diante do seu modo de ver o mundo. A “arte popular” ou “folclore” são aquelas produções artísticas menos, ou quase nada, intelectualizada, urbana e industrial. Suas características são o anonimato em relação à autoria, pois se pode até saber que cultura a criou, porém não há como identificar o nome do autor. Ela é uma arte anônima, produzida por colaborações de diferentes pessoas ao longo do tempo. A arte popular expressa o sentimento e as idéias da coletividade, dentro de padrões fixos no seu fazer artístico e é destinada para a fruição do próprio povo que a criou. Esta forma de arte não acompanha o modismo imposto pelos meios de comunicação. Estes meios de comunicação das massas são responsáveis, em grande parte, pelo fomento da terceira vertente da arte, que é a “arte de massa”, constituída por produtos industrializados e que se destina à sociedade de consumo. Sua intenção é servir ao gosto médio da maioria população de um país ou até mesmo do mundo. A Arte de massa é produzida por profissionais de uma classe social diferente do público a que ela se destina, que em geral é semi-analfabeto e/ou passivo diante da sua realidade sociocultural. O modismo e o divertimento como forma de passar o tempo é o que sustenta a arte de massa. No caso desta vertente da arte, o povo é apenas o alvo da produção e não participa da sua concepção. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ARANHA, Mª Lucia de arruda, MARTINS, Mª Helena Pires. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1998. Conhecimento e Expressão em Teatro A EXPERIÊNCIA CRIATIVA (Por Viola Spolin) “Todas as pessoas são capazes de atuar no palco. Todas as pessoas são capazes de improvisar. As pessoas que desejarem são capazes de jogar e aprender a ter valor no palco. Aprendemos através da experiência, e ninguém ensina nada a ninguém. Isto é válido tanto para a criança que se movimenta inicialmente chutando o ar, engatinhando e depois andando, como para o cientista em suas equações. Se o ambiente permitir, pode-se aprender qualquer coisa, e se o indivíduo permitir, o ambiente lhe ensinará tudo o que ele tem para ensinar. “Talento”ou “falta de talento” tem muito pouco a ver com isso. Devemos reconsiderar o que significa “talento”. É muito possível que o que é chamado comportamento talentoso seja simplesmente a capacidade individual para experenciar. Deste ponto de vista, é no aumento da capacidade individual para experenciar que a infinita potencialidade de uma personalidade pode ser evocada. Experenciar é penetrar no ambiente, é envolver-se total e organicamente com ele. Isto significa envolvimento e todos os níveis: intelectual, físico e intuitivo. Dos três, o intuitivo, que é o mais vital para a situação de aprendizagem, é negligenciado. A intuição é sempre tida como sendo uma dotação ou uma força mística possuída pelos privilegiados somente. No entanto, todos nós tivemos momentos em que a resposta “simplesmente surgiu do nada” ou “fizemos a coisa certa sem pensar”. Às vezes em momentos como este, precipitados por uma crise, perigo ou choque, a pessoa “normal” transcende os limites daquilo que é familiar, corajosamente entra na área do desconhecido e libera por alguns minutos o gênio que tem dentro de si. Quando a resposta a uma experiência se realiza no nível intuitivo, quando a pessoa trabalha além de um plano intelectual constrito, ela está realmente aberta para aprender. O intuitivo só pode responder no imediato - no aqui e agora. Ele gera suas dádivas no momento de espontaneidade, no momento quando estamos livres para atuar e inter-relacionar, envolvendo-nos com o mundo à nossa volta que está em constante transformação. Através da espontaneidade somos re-formamos em nós mesmos. A espontaneidade cria uma explosão que por um momento nos libera de quadros de referência estáticos, da memória sufocada por velhos fatos e informações, de teorias não digeridas e técnicas que são na realidade descobertas dos outros. A espontaneidade é um momento de liberdade pessoal quando estamos frente a frente com a realidade e a vemos, a exploramos e agimos em conformidade com ela. Nessa realidade, as nossas mínimas partes funcionam como um todo orgânico. É o momento de descoberta,de experiência, de expressão criativa. Tanto a “pessoa média” quanto a “talentosa” podem ser ensinadas a atuar no palco quando o processo de ensino é orientado no sentido de tornar as técnicas teatrais tão intuitivas que sejam apropriadas pelo aluno. É necessário um caminho para adquirir o conhecimento intuitivo. Ele requer um ambiente no qual a experiência se realize, uma pessoa livre para experenciar e uma atividade que faça a espontaneidade. Conhecimento e Expressão em Teatro - “Jogos Teatrais” As ações cotidianas têm potencialmente contidas em si o ato de dramatizar. Seja através de gestos ou imagens, como também pela utilização da palavra falada e dos sons, a ação dramática se manifesta nos processos de expressão e comunicação em todas as sociedades humanas. Motivadas pela necessidade de compreender e atuar sobre a realidade, essas ações implicam em um conjunto de jogos que muitas vezes não são imediatamente percebidos, por serem incorporados em nossa vida diária. Esses jogos ocupam lugar importante na vida social das pessoas. Na interação com o outro, por meio de um simples gesto, cumprimento ou em situações mais complexas, podemos percebe-los como manifestações individuais ou coletivas, adquirindo as mais variadas funções e significados em diferentes culturas e sociedades. Ao participarmos de celebrações, festas e acontecimentos diversos, durante o transcorrer das mesmas percebemos, como espectadores/atores, que esses jogos que se somam às ações dramáticas tornam-se espetáculo. Celebrar, comemorar e festejar são sinônimos de ações sociais, individuais ou coletivas, que têm significado para uma determinada pessoa, grupo, cidade, estado ou país. Elas ocorrem em diferentes níveis e momentos da vida das pessoas, desde as comemorações íntimas vividas no espaço familiar até as festividades que têm abrangência nacional. Marcam a vivência coletiva, explicitando valores e símbolos, permitindo que a percepção e estudo dessas ações sejam esclarecedores para o entendimento de uma determinada formação cultural. Porém, o teatro não emerge apenas das ações do cotidiano, das celebrações ou festas, mas, e sobretudo, através da expressão do imaginário por meio da representação ou ações dramáticas. Dramatizar não é apenas uma realização de necessidades sociais dos indivíduos ou grupos, mas também uma atividade expressiva de seu imaginário. Por isso, o teatro na educação, segundo os PCN, cumpre não só uma função integradora, mas dá ao jovem a oportunidade de se apropriar crítica e construtivamente dos conteúdos sociais e culturais de sua comunidade mediante troca com seus semelhantes. Ao criar situações e interpretar um personagem por meio do teatro, o jovem está ao mesmo tempo se distanciando de uma realidade (sua) cotidiana e experimentando uma outra (do personagem), vivenciando questões fundamentais do personagem e tirando para si os ensinamentos necessários para a compreensão do outro, do entorno e do contexto existencial e cultural em que está atuando. Segundo Ingrid Koudela, “Se aceitarmos que a atitude estética é decorrência de uma necessidade básica do ser humano que é a versão simbólica da experiência, o caráter de distanciamento da vida corrente não significa evasão ou substituição do real por uma esfera fantasiosa, mas evocação de uma realidade na ausência de qualquer objetivo habitual”. KOUDELA, Ingrid Dormien. “Jogos Teatrais”. São Paulo, Perspectiva, 1984. O QUE É TEATRO. A palavra teatro nos nossos dias adquiriu várias significações. Os dicionários registram: a) Edifício onde se representam obras dramáticas e onde se dão espetáculos; b) Coleção de obras dramáticas de um autor ou de vários autores de um país. Ex: o teatro de Victor Hugo, o teatro italiano, etc; c) a literatura ou a arte dramática. Ex: um ator que conhece muito teatro; d) a profissão do ator. Ex: aquela atriz já deixou o teatro. A palavra teatro tem tam- bém uma outra série de significados. A palavra teatro vem do grego “THEATRON” que correspondia, no edifício em que se representavam as obras dramáticas, ao lugar de onde se vê. Era o lugar que hoje corresponde à platéia. Etimologicamente a própria palavra já nos dá o verdadeiro sentido e função do teatro — lugar de onde se vê. Portanto, ir ao teatro, é ir ver alguma coisa. Isso nos faz concluir que para haver teatro é necessário não só a presença do ator, como a do público que irá assumir papel insubstituível no feito teatral. “Representar é fazer presente mediante presenças”. Para que haja o fenômeno teatral é necessário, portanto, que um ator represente diante de um público. “A obra dramática é uma ação viva que evolui do seu inicio até o final sob os olhos de um público para cujo agrado está destinada” — “espectador — para ele é feito o teatro”. PRESENÇA Como vimos então, para que o fenômeno teatral se torne efetivo, é necessário este encontro entre o público e o intérprete. É indispensável esta presença, não basta a sua imagem projetada ou a sua voz gravada. Para que haja teatro este encontro se torna indispensável. O ator terá que estar diante do público que ali foi para vê-lo. Este ator não poderá estar em outro lugar que não seja o palco. Aristóteles, na sua “poética” determina esta ação feita presente e distingue a epopéia da tragédia e da comédia. São três as artes da imitação, a primeira imita narrando as outras duas apresentando todos os personagens atuando, como em ação. “Mas os imitadores imitam homens que praticam alguma ação, e estes, necessariamente, são indivíduos de elevada ou de baixa índole... pois ambos (tragédia e comédia) imitam pessoas que agem e obram diretamente”. Donde vem o sustentarem alguns que tais composições se denominam “dramas”, pelo fato de imitarem agentes... Como esta imitação é executado por atores, em primeiro lugar o espetáculo cênico há de ser necessariamente uma das partes da tragédia, e depois a música e a elocução, pois estes são os meios pelos quais os atores efetuam a imitação... E como a tragédia é a imitação de ações e se executa mediante personagens que agem e que diversamente se apresentam conforme o próprio caráter e pensamento (porque é segundo estas diferenças de caráter e de pensamento que nós qualificamos as ações)... Porque a tragédia não é imitação de homens, mas de ações e de vida, de felicidade ou infelicidade. Pois boa ou má fortuna depende da ação, e a própria finalidade da vida é uma ação e não uma qualidade. Como vimos apresentam a imitação com a ajuda de personagens que vemos agirem e executarem elas próprias às ações e peripécias. “A imitação de um homem atuando não pode ser mais que uma representação, quer dizer, uma ação feita presente”. Na representação temos “presença presente” e nos arrasta para o seu mundo criado efemeramente por algumas horas. Nós somos contemporâneos de Édipo ou de Hamlet e respiramos simultaneamente a mesma atmosfera do teatro e de Tebas. O Teatro nos conduz através do tempo e do espaço, “PODEMOS RETIRAR AS LUZES COLORIDAS E OS EFEITOS MECÂNICOS; PODEMOS RETIRAR OS CENÁRIOS E AS ROUPAS. SÓ NÃO PODEMOS RETIRAR O ATOR, O PÚBLICO E O TEXTO. O FENÔMENO TEATRAL NÃO SE PROCESSA SEM A CONJUGAÇÃO DESSA TRÍADE”. Os jogos teatrais no desenvolvimento humano E se víssemos o teatro como uma empresa? E os atores como funcionários dessa empresa? E a plateia como os clientes? Mas não é assim? E se é tudo tão igual , porque é tão gostoso, divertido, rápido e eficaz o treinamento no teatro do que nas organizações? É claro que nada é tão simples assim! A verdade é que na realidade do teatro, os intermediáriosentre os funcionários e os clientes são poucos, às vezes nenhum. Portanto, o ator está muito mais próximo de poder avaliar a qualidade de seu desempenho ao término de seu expediente do que o está um operador de máquina numa linha de montagem da indústria automobilística. A arte sempre trabalhou a partir do senso de qualidade. E esse senso de qualidade não é transmissível através de uma relação de tarefas a serem realizadas desta ou daquela forma, como vem ocorrendo na maioria das empresas que está implantando a ISO. Trata-se aqui de levar as pessoas a um nível de consciência tal, que elas percebam pôr si mesmas a importância de seu trabalho para o todo da organização. Trata-se de devolver a elas o valor intrínseco do seu trabalho, de sua capacidade produtiva. Hoje, a grande maioria das pessoas trabalha tendo como objetivo o salário (não muito motivador) no final do mês. Suas atividades pouco ou nada têm a ver com o que elas sonharam vir a ser um dia. E, no entanto, não existe nenhum trabalho que não seja enobrecedor ou que não acrescente algo de positivo à personalidade das pessoas. Os jogos teatrais surgiram no Brasil em 1982 com Ingrid Domien Kodela, então professora da cadeira de Teatro-Educação na USP, que desenvolveu sua tese: “Jogos Teatrais: um processo de criação”, a partir do trabalho de viola Spolin, americana conhecida pôr suas técnicas de improvisação no teatro. A professora Ingrid foi a primeira pessoa a perceber que era possível e interessante transformar o aprendizado do teatro em uma técnica educativa. Especificamente como técnica de treinamento, tomei contato com um trabalho dessa natureza em 1994 na ABTD (Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento), com Eunice Mendes e, recentemente, na USP (Primeira Clínica de Jogos Cooperativos – Junho/95), coordenada pelo professor Fábio Brotto. Nessa Primeira Clínica, o professor de Educação Física e Dança de Salão, que também é ator Eduardo Carmello, coordenou um laboratório sobre o tema: “Jogos teatrais e o potencial humano”. É ele que explica mais sobre o assunto. A concepção predominante sobre os jogos teatrais, segundo Eduardo, é a de ver o ser humano como um organismo em desenvolvimento, cujas potencialidades se realizam desde que lhe seja permitido desenvolver-se em ambiente aberto a experiências. Os jogos teatrais preocupam-se em aflorar as atividades espontâneas, as atitudes instintivas e impulsivas do ser humano, e tem como objetivo libertar a criatividade, fornecendo um ambiente propiciador à iniciativa. Os valores que se espera vão sendo adquiridos através dos jogos teatrais são: a experiência em pensar criativa e independentemente, o desenvolvimento da imaginação e da iniciativa e o aumento da sensibilidade para os relacionamentos pessoais. Os jogos teatrais têm sua fundamentação na arte e na educação, e, na educação, através de Jean Piaget. Eles são fundamentados em jogos de regras e de salão, em que objetivo é solucionar problemas e, de forma artística, tornar real o imaginário. É importante observar que os jogos teatrais têm muita semelhança filosófica com os jogos cooperativos, já que também trabalham a equipe, o grupo, procurando eliminar a competição. Na verdade as regras são para que os times solucionem problemas juntos. Os principais pontos identificados nos jogos teatrais são: a espontaneidade, o foco e o jogo de mostrar e contar. Falando sobre espontaneidade, a partir do momento que os alunos-jogadores, como são chamados, estipulam um jogo de regras, este é visto como um jogo de liberdade. Aliás, é um paradoxo curioso observado no teatro; numa instituição crítica, a regra é tida como repressora; numa instituição lúdica ela funciona como potencializador, porque é através dela que o aluno-jogador pode aflorar a liberdade. É como se fosse o aval para “brincar”. A espontaneidade é também, o fato de integração, juntamente com o foco e o comprometimento, que permite a eliminação da falsidade. Numa caricatura, o jogador pode “contar” o que está se passando, mas só com o envolvimento e o comprometimento ele será capaz de “mostrar”, isto é, fazer com que a platéia acredite e até sinta o que o personagem sente ou sugere que esteja acontecendo. O foco é um dos aspectos mais interessantes dos jogos teatrais, porque é ele que elimina o devaneio durante a atividade; ele objetiva onde se quer chegar. Pôr exemplo: qual a melhor forma de fazer com que o público perceba, através de mímica, que a cena é um jogo em que duas pessoas (ou mais) estão num cabo de guerra? O foco, que gera a concentração, é também o fator de direcionamento da atividade. O foco diminui o medo, uma vez que as regras estejam estipulados, e vai minimizando, até eliminar , o individualismo, porque somente juntos os jogadores poderão solucionar o(s) problema(s) apresentados dentro desse modelo de abordagem educacional. “ Se souber mostrar”, diz Eduardo Carmello, “você vai transpirar como se fosse olhar, como se fosse gesticular. Aí existe integração, a congruência. Esse trabalho elimina a falsidade, porque eu estou percebendo se você está comprometido ou não.” ”Contar x Mostrar” lembra a implantação de um projeto bem definido, com tudo pôr escrito, que todo mundo segue à risca, mas no qual ninguém está acreditando. Eduardo usa, pôr exemplo, exercícios em que o jogador tem que mostrar o que ele está fazendo ou onde está. Se outro jogador compreender a cena, junta-se ao primeiro e faz o mesmo, e assim pôr diante, até que, juntos, todos componham uma cena completa. “ O interessante é observar a flexibilidade, além da criatividade das pessoas neste exercício,” explica Eduardo. Porque se o jogador seguinte compreendeu mal a mensagem passada pelo primeiro jogador, uma ou duas coisa podem acontecer: o primeiro jogador pode perceber que sua capacidade de expressão não verbal (corporal) está deficiente e deve ser melhorada, ou os jogadores podem perceber que algo na cena mudou e, rapidamente, irão compor uma nova cena antes que o erro seja percebido pôr mais alguém. “O jogo aqui é: do que o meu companheiro está precisando neste momento? Existem várias formas de comunicação, como sabemos, principalmente através dos gestos. Está provado que são três os componentes de influenciação humana: o que dizemos, como dizemos e a fisiologia mostrada ao dizê-lo. Apenas 7% do conteúdo de nossa comunicação influencia de fato nosso ouvinte; 38% fica pôr conta da forma como falamos (volume, tom, velocidade e timbre de voz); e 55%, portanto, a maior parte de nossa capacidade persuasiva, está naquilo que mostramos enquanto falamos, isto é, na fisiologia, mais conhecida como expressão ou comunicação não-verbal. Paulo Branco, ator, bailarino, e professor de teatro, trabalha com uma técnica proveniente dos jogos teatrais: a ampliação das percepções e recuperação do reflexo (vide T&D no 12 dex/93). Ele cita como exemplo o seguinte: “se dissermos: ‘Vá pôr ali’, em termos de gestos, há algumas possibilidades de interpretação: fazê-lo lentamente, em tom suave e baixo, indica orientação. Aumentando a dinâmica, a velocidade e o tom de voz, passamos outra emoção, outra energia, obtendo, consequentemente, um resultado bastante diferente. Isto associado a um exercício de composição de um personagem leva o aluno a se perceber melhor enquanto ser comunicador, não apenas quando fala, mas permanentemente enviando mensagens.” “ Primeiramente, vamos buscar o que chamamos de ‘nosso zero’, isto é, aquele ponto em que não há absolutamente nenhuma mensagem emocional sendo transmitida, nem corporal nem fisiologicamente” explica Paulo. “Seria o estar centradoem nosso eixo, neutro. A maioria das pessoas não percebe que o que para elas é neutralidade, para as pessoas à sua volta, seus gestos significam outras coisas, isto é, elas podem estar interpretando como cansaço, agressividade, nervosismo etc. pôr um rito de canto de boca, um sobrecenho franzido ou uma ruga na testa. São signos, fatores universais, de compreensão em cada cultura e, invariavelmente, passam uma mensagem inconsciente que será refletida numa resposta verbal ou não-verbal pôr parte do interlocutor.” “ No teatro,” continua Paulo, “Consideramos importante que as pessoas estejam conscientes disso, mais perceptivas, até porque, estes signos ou sinais serão absorvidos pela platéia e interpretados como parte integrante do personagem. Em suma, essas expressões faciais/corporais das quais a maioria das pessoas não está consciente, está dizendo mais sobre elas do que elas imaginariam ou gostariam, e, não raro, sendo mal-interpretadas. É interessante observar que as pessoas vão se observando através desse tipo de exercício.” O que normalmente assusta ou incomoda as pessoas quando se fala em Jogos é o uso constante da expressão “aprender brincando”. A palavra “brincadeira” parece tirar a seriedade do trabalho, tornando-o, na melhor das hipóteses, uma atividade anti-estressante, mas, dificilmente uma técnica ou método educativo. Na verdade, e considerando-se a situação de pressão e tensão permanentes dos profissionais nas empresas atualmente, ainda que um método só servisse a esse propósito, já seria de grande valia como ferramenta para RH. Mas não é o caso. Os jogos são a expressão primeira da educação. A criança brinca para se preparar para a idade adulta, desenvolver potencialidades, aprender papeis e socializar-se, entre outras coisas. Na idade adulta, os jogos se prestam tão bem a esse papel quanto o fizeram na infância. O perigo, na verdade, está no jogador não-comprometido ou, pior, no facilitador despreparado. Mas ai já seria o caso de rever ou criticar a formação de nossos profissionais, os técnicos, e não a técnica. De qualquer forma há uma diferença muito grande entre brincar e divertir-se. Nos jogos há um problema a ser focado em seu objetivo, desde que comprometido, e cabe ao facilitador grande parte da responsabilidade em devolvê-lo como um organismo vivo em todas as suas potencialidades e gerar envolvimento integral na atividade. Em suma, nas palavras de Jean Piaget: A arte é um meio para a liberdade, um processo de liberação da mente humana, que é o objetivo real e último de toda a educação”. 5 passos para interpretar imagens e textos 1) identifique e selecione os elementos relevantes 2) organize ideias sobre os recursos textuais e visuais 3) estabeleça relações entre eles 4) interprete a mensagem geral da imagem 5) entenda se as hipóteses apresentadas nas alternativas se aplicam ou não Quadros -Períodos artísticos têm relação com fatores históricos e sociais de suas épocas. Para interpretar uma pintura, compreenda quando ela foi produzida -É importante entender os movimentos e seus equivalentes em outras artes, relacionando, por exemplo, obras de artistas plásticos do modernismo brasileiro e das vanguardas europeias, como Pablo Picasso, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Cândido Portinari Charges -As provas do Enem nunca deixam de cobrar interpretação de texto em charges, que misturam humor e crítica, geralmente acompanhadas de linguagem coloquial e duplo sentido -Tais imagens costumam estar relacionadas a acontecimentos do cotidiano, então quem está bem informado sobre fatos recentes sai na frente Tirinhas -O exame pede que o aluno mostre ter entendido a piada e encontre uma alternativa que a explica, o que pode gerar confusão na interpretação entre humor e crítica -É fundamental prestar tanta atenção aos diálogos quanto ao desenho: não raramente, os elementos gráficos dão o tom adequado para entender o que está escrito Como analisar imagens no Enem -Faça perguntas: qual o assunto da charge? O que ela representa? O texto faz referência a ela ou pede uma interpretação mais profunda? Há possibilidades diversas de entendê-la? - Analise cada detalhe: no caso de tirinhas e desenhos em geral, os recursos gráficos são muito poucos, então cada palavra, cada traço é importante – e pode definir pistas para a resposta correta - Entenda seu contexto: compreender o período histórico em que um quadro foi produzido ajuda a contextualizá-lo. O significado da obra geralmente está ligado à época em que ela foi produzida -Concentre-se no enunciado: há diversas interpretações possíveis para cada imagem, e o que está sendo especificamente cobrado deve ser detalhado na pergunta. A questão define a análise a ser feita. A História da Arte Arte – É faze sentir. Buscamos a arte pelos sentimentos que ela nos causa:emoção, espanto, intuição, estética, associações , etc. - É a capacidade que tem o homem de por em prática uma ideia, valendo-se de sua faculdade de dominar a matéria. - É construção, é um fazer, é um conjunto de atos pelos quais mudam as formas, se transformam a matéria, oferecida pela natureza e pela cultura. - É produção, logo, supõe trabalho, movimento, que arranca o ser do não-ser, a forma, do amorfo, o cosmo, do caos. - História da Arte: Segundo historiador Taine, a História da Arte preocupa-se com as ligações entre as obras e o contexto cultural onde foram produzidas. A obra de arte estuda a evolução dos objetos artísticos: é a classificação estilística. Estética: - Ciência que trata do belo em geral e do sentimento que ele faz nascer em nós. - Significa teoria da sensibilidade, mas especialmente, à sensibilidade relativa ao belo. - É a filosofia da Belas-Artes. Classificação Geral das Artes Formas de Expressão: Artes Plásticas: As que se manifestam por meio de elementos visuais e táteis, com linhas, formas, cores, volumes, texturas, etc.., reproduzindo formas da natureza, ou realizando formas abstratas, imaginárias, ou modificadas segundo a sensibilidade do criador da obra – (pintura, escultura, desenho, arquitetura, gravura, colagem,modelagem,etc.) Expressão Corporal: teatro, dança, cinema, etc Expressão Musical: manifesta por meio de sons;vocal, instrumental, erudita, popular, etc. Expressão Literária: estórias, contos, poesias, etc. Podem ser considerados artes visuais: a fotografia, as artes gráficas, a realidade virtual Arte em toda parte A arte não está apenas nos quadros, pendurados nas paredes dos museus. Olhe com atenção: ela pode estar nas ruas,na lojas, nos produtos, nos objetos, nas revistas, nas praças, nos lugares públicos, nas festas e na nossa casa. Os artistas e os críticos estão sempre discutindo o que é e o que não é arte.Não é fácil definir esse limite. Podemos dizer que arte é tudo que é feito por um artista, Mas o que é ser um artista? O a artista é uma pessoa que descobriu que as coisas não são apenas o que se vê. A partir de suas idéias, os artistas criam novas imagens, textos,lugares, sons,sensações... Com isso, inventam um novo mundo. Mas para ser artista é preciso dominar uma técnica e saber usar um material, seja ele qual for: tintas, barro, palavras, imagens em movimento, bordados, sons, etc. Mãos à obra Movimentos Artísticos Renascimento Michelangelo - Pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano (6/3/1475-18/2/1564).Um dos maiores nomes do Renascimento Renascimento - Retrata os períodos das grandes realizações nos campos artísticos e científicos. Como principais artistas dessa época temos Leonardo Da Vinci e Michelangelo, etc. O Renascimento compreende o período entre os séculos XV e XVI, abrangendo grandes realizações nos campos artísticos e científicos, como a criação da bússola, as grandes navegações etc. Nesta fase, os pintores representavam o homem em poses que expressavam emoções e estado de espírito , tendo as formas clássicas da Antiguidade greco-romana como inspiração de ideal. Veja o quadro o que você acha que ele representa? Leonardo Da Vinci Pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, cientista, inventor e escritor italiano (15/4/1452-2/5/1519). Seus desenhos expressam a máxima da arte renascentista, numa mescla de precisão científica e, imaginação e talento. Treinando o seu olhar Observe a obra o que você mais gostou. Que tipo de sentimento ela expressa? Descreva em seu caderno suas sensações. Barroco O barroco nasceu da crise do renascimento, ocorrida devida às lutas religiosas. O homem, que é tomado pela razão (renascimento), agora vive um conflito entre o terreno e o celestial, entre a religiosidade que marcou a Idade Média e o paganismo do Renascimento. Trata-se de um movimento artístico de expressões contraditórias, que busca a salvação de forma angustiada. Na pintura, os artistas usam recursos que dão idéia de profundidade, ampliação de espaço, com jogo de luz e sombra, refletindo a angústia em que vivem. Treinando o olhar Quais são suas sensações ao observar a escultura apresentada? Escreva-as no caderno. Barroco mineiro. Variação do barroco brasileiro desenvolvida em Minas Gerais e caracterizada pela utilização de materiais da região, como pedra-sabão e madeira. Seus monumentos e obras marcantes se encontram nas cidades de Congonhas, Mariana, Ouro Preto, Sabará e São João del Rei. Pense Nisso Mesmo com os problemas de doença, que mutilou o corpo de Aleijadinho, ele trabalhou e expressou sua arte até os últimos dias de sua vida. Igreja de São Francisco de Assis em Mariana cidade com rico acervo arquitetônico do barroco mineiro Bom trabalho Lourdinha Batista Educadora e Psicóloga. Lurdinha@isimples.com.br Site: apsicologiaonline.com.br https://www.facebook.com/cadernoartes2017/
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