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Antonio Cardoso Neto – Adm. Pública – Bom Jesus do Itabapoana 1 – Defina o que é e como ocorre um processo de socialização. R: Na sociologia, o processo de socialização é fundamental para a construção das sociedades em diversos espaços sociais. É pelo processo de socialização que os indivíduos interagem e se integram por meio da comunicação, ao mesmo tempo em que constroem a sociedade. A socialização (efeito de ser tornar social) está relacionada com a assimilação de hábitos culturais, bem como ao aprendizado social dos sujeitos. Isso porque é por meio dela que os indivíduos aprendem e interiorizam as regras e valores de determinada sociedade. 2 – Os autores Piccinini, Almeida e Oliveira citando Maanem (1984), enumeram as principais estratégias de socialização nas organizações. Cite-as e exemplifique-as. R: A maneira que as organizações recebem o seu novo colaborador e os integram a sua cultura, e a sua realidade chama-se socialização organizacional. Esta por sua vez, é a maneira pela qual a organização procura marcar no novo participante o modo de ele pensar e agir de acordo com a doutrina da organização. O processo de socialização organizacional busca inserir, adaptar e manter o novo colaborador na cultura da organização, bem como o tornar um membro da mesma. É neste processo também que o colaborador deverá incorporar todas as representações e informações que o orientarão sobre a cultura da empresa. As organizações propõem estratégias diferentes para socializar os novos colaboradores, e estas estratégias padronizam distintamente experiências de aprendizagem destes colaboradores em um novo papel organizacional específico. Para o autor são sete estratégias que na prática podem ser combinadas de diferentes formas, sendo elas: Estratégias formais e informais de socialização: a formalidade neste processo está relacionada ao ambiente em que ela ocorrerá, se vai ocorrer em dia, horário e local pré-definidos, ou em uma atmosfera social das tarefas que envolvem a sua posição como se fosse pela técnica de ensaio-e-erro através de experiência. Estratégias individuais e coletivas de socialização: as estratégias individuais referem-se a socialização individual dos candidatos com uma relação direta do agente socializador com o novo integrante, ao passo que, a coletiva de socialização os novos integrantes são agrupados em conjunto para o início do processo. Estratégias sequenciais e não sequenciais de socialização: a socialização sequencial está relacionada aos processos transitórios marcados por uma sequencia de etapas identificáveis por meio das quais um indivíduo passa a ocupar uma posição e a exercer determinado papel no interior da organização. As estratégias não sequencias são realizadas provisoriamente e independem das relações com outras etapas anteriormente realizadas. Estratégias fixas e variáveis de socialização: as estratégias fixas de socialização proporcionam ao novo integrante um conhecimento preciso do tempo que será necessário para completar o processo. Nas estratégias variáveis, o tempo não é padronizado, não tendo início nem fim previamente demarcados, dependendo do desenvolvimento apresentado pelo integrante no processo de socialização. Estratégias de socialização por competição ou por concurso: as estratégias de competição se caracterizam pela distribuição dos novos integrantes em grupos ou diferentes processos de socialização de acordo com as ambições e habilidades de cada sujeito. Já as estratégias por concurso permitem uma cooperação e uma participação maior entre os sujeitos que pertencem ao mesmo grupo de avaliação. Estratégias de socialização em série e isoladas: as em série são aquelas em que colaboradores já socializados da organização preparam os novos integrantes para assumir funções similares. Em contrapartida, nas estratégias isoladas o sujeito é socializado ao longo de suas ações e não por uma regra determinada pela organização. Estratégias de socialização através da investidura e do despojamento: buscam confirmar o perfil do novo integrante e o quanto este é viável para seus interesses. Nestas estratégias, busca-se adaptar o perfil do novo integrante aos interesses da organização, fazendo com que os novos integrantes passem por vários testes rigorosos para obter acesso à cultura organizacional. 3 - O termo cultura em nosso cotidiano ganha vários sentidos. Explique o que é a cultura no sentido antropológico e apresente as diferenças desta definição com as do senso comum. R: É comum dizermos que uma pessoa não possui cultura quando ela não tem contato com a leitura, artes, história, música, etc. Se compararmos um professor universitário com um indivíduo que não sabe ler nem escrever, a maior parte das pessoas chegaria à conclusão de que o professor é “cheio de cultura” e o outro, desprovido dela. Mas, afinal, o que é cultura? Para o senso comum, cultura possui um sentido de erudição, uma instrução vasta e variada adquirida por meio de diversos mecanismos, principalmente o estudo. Quantas vezes já ouvimos os jargões “O povo não tem cultura”, “O povo não sabe o que é boa música”, “O povo não tem educação”, etc.? De fato, esta é uma concepção arbitrária e equivocada a respeito do que realmente significa o termo “cultura”. Não podemos dizer que um índio que não tem contato com livros, nem com música clássica, por exemplo, não possui cultura. Onde ficam seus costumes, tradições, sua língua? O conceito de cultura é bastante complexo. Em uma visão antropológica, podemos o definir como a rede de significados que dão sentido ao mundo que cerca um indivíduo, ou seja, a sociedade. Essa rede engloba um conjunto de diversos aspectos, como crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc. Nesse sentido, podemos chegar à conclusão de que é impossível que um indivíduo não tenha cultura, afinal, ninguém nasce e permanece fora de um contexto social, seja ele qual for. Também podemos dizer que considerar uma determinada cultura (a cultura ocidental, por exemplo) como um modelo a ser seguido por todos é uma visão extremamente etnocêntrica. 4 – O que é cultura organizacional e qual a sua contribuição para os estudos da área de Administração? R: A conceituação de Cultura Organizacional pode seguir duas vertentes. Alguns autores defendem que empresas, igrejas, entidades públicas, etc. possuem uma cultura que é mutável com o passar do tempo. Dessa forma, ela poderia ser considerada uma característica da organização. Por outro lado, há autores que acreditam que as organizações não apresentam uma cultura. Para eles, o que ocorre é a expressão da cultura dos membros da organização. Tendo essas duas vertentes em mente, podemos entender a Cultura Organizacional ou Cultura Corporativa como o modo de vida das organizações notado em seus aspectos mais amplos. É o conjunto dos hábitos, sistema de crenças e valores, a forma de interação e relacionamento convencionada como certa pela organização. É todo o sistema de significados compartilhado pelo grupo organizacional que o faz se distinguir dos demais. Independente como se interpreta a Cultura Organizacional, ela pode ser notada pela linguagem, imagens, símbolos, mitos e histórias, rituais e cerimônias, hábitos e valores que permeiam as empresas. Também é possível notá-la na arquitetura, móveis, espaço físico, decoração, etc. É possível dizer que toda Cultura Organizacional apresenta aspectos formais e explícitos (visíveis) e aspectos informais e ocultos. Geralmente, os primeiros são orientados para a operação e tarefa, e os segundos são afetivos e emocionais, orientados para os aspectos sociais e psicológicos.
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