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{ PERÍCIAS EM ODONTOLOGIA MÁRCIA PEREIRA SIMÕES Odontologia Legal É a especialidade em que os conhecimentos odontológicos são utilizados no interesse do Direito ou da Justiça. Assuntos abordados na disciplina: Perícias em Odontologia ; Documentos Odontolegais; Consentimento esclarecido na clínica odontológica; Traumatologia Forense; Maus-tratos contra o menor, a mulher e o idoso; Interpretação do Art. 129 do Código Penal Brasileiro (Das Lesões Corporais); Identidade e Identificação; Responsabilidade profissional; Segredo profissional; Necropsia Médico-legal e Odontolegal; Prática de redação de relatório pericial. Evolução da Odontologia Legal Ciclo Empírico Ciclo Médico-Legal Ciclo Odonto-Legal Código de Hamurabi (2.000a.c.). Dion Cassius (ano 49 da era cristã). Ciclo Empírico Ambroise Paré - Pai da Medicina Legal (1575). Livro “Tratado dos Relatórios”. Caso Parkman versus Webster (1849 – 1850). Ciclo Médico-Legal Incêndio do Bazar da Caridade (Paris – 1897). Oscar Amoedo publicou em 1898 o livro “A Arte Dentária em Medicina Legal”. Ciclo Odonto-Legal A Odontologia Legal no Brasil Decreto nº 19851 de 1931 • Inclusão no currículo odontológico da cadeira de “Higiene e Odontologia Legal”. • Ensino obrigatório em todo o país. • Professor Luíz Silva - catedrático de Odontologia Legal no Instituto de Criminalística de São Paulo. • Publicação do 1º livro brasileiro intitulado “Odontologia Legal”. Art. 6º- Compete ao cirurgião-dentista: IV - Proceder à perícia odontolegal em foro civil, criminal, trabalhista, e, em sede administrativa; IX - Utilizar, no exercício da função de perito odontológico, em casos de necrópsia, as vias de acesso do pescoço e da cabeça. Lei 5.081 de 24/08/66 – Regula o exercício da Odontologia Perícia odontolegal é toda sindicância ou diligência promovida pelas autoridades policiais ou judiciárias, acompanhada de exames que, pela natureza dos fatos, deve ser feita por um perito odontológico. Perito odontológico é todo o cirurgião-dentista ao qual se confere a atribuição de efetuar exames odontolegais, seja no foro civil, criminal, trabalhista, e, em sede administrativa. Perícias na área cível Ressarcimento de danos Responsabilidade profissional (erro profissional). Acidentes: lesões buco-maxilo-faciais. Agressões: lesões buco-maxilo-faciais. Campo de atuação do perito odontológico Arbitramento de honorários profissionais Cobrança judicial promovida por ação do cirurgião-dentista em face do paciente. Cobrança judicial promovida por ação do paciente em face do cirurgião-dentista. Estimativa da idade Em casos de adoção de menores e de adultos sem registro de nascimento. Perícias na Área Criminal No vivo Lesões corporais (agressões, acidentes e erro profissional). Suprimento da idade (menores infratores e vítimas sem idade comprovada). Mordeduras No cadáver Identificação (cadáveres em decomposição, carbonizados, semi-esqueletizados ou reduzido à partes). Mordeduras. No crânio esqueletizado Identificação Espécie animal Sexo Idade Estatura Grupo étnico ou raça Reconstrução facial Material encaminhado a exame Perícias na Área Trabalhista (Infortúnios do Trabalho) Acidente do trabalho (Lesões buco-maxilo-faciais). Doença profissional (Ex: Refinadores, confeiteiros e doceiros – cárie). Doença do trabalho (Ex: Mergulhadores e mineiros - hemorragia gengival) condições especiais de trabalho). Perícias em Sede Administrativa “Perícias” de convênio (Silva) auditorias odontológicas. Exames ocupacionais (admissional, periódico e demissional). Perícia em processos éticos (Conselhos de Odontologia). Tipos de peritos Perito oficial (concursado) Perito não oficial: convocado pela justiça (não concursado) Assistente técnico (contratado pela parte ou partes) Remuneração Perito oficial (vencimentos) Perito não oficial: convocado pela justiça (tabela de honorários) Assistente técnico (honorários) Na área cível 01 perito nomeado pelo juiz. Na área criminal 01 perito oficial. Número de peritos Na área cível Art. 421 C.P.C. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo. 1º. Incumbe às partes, dentro de cinco dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito: I - Indicar o assistente técnico II - Apresentar quesitos Escolha do Perito Art. 159 C.P.P. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. § 1º. Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. § 7º. Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. Na área criminal Art. 160 C.P.P. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. “Dá-se o nome corpo de delito ao conjunto de elementos sensíveis denunciadores do fato criminoso. São os elementos materiais, perceptíveis pelos nossos sentidos, resultantes da infração penal”. (Hygino de C. Hercules) Art. 158 C.P.P. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. EXAME DE CORPO DE DELITO Na área cível a) Primeira perícia Art. 431-A C.P.C. As partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova. b) Segunda perícia Art. 437 C.P.C. O juiz poderá determinar de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida . Realização da Perícia Na área criminal a) Primeira perícia Art. 161 C.P.P. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora. b) Segunda perícia Art. 168 C.P.P. Em casos de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado ou de seu defensor. 1º. No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo. 3º. A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. Na área cível Art. 436 C.P.C. O juiz nãoestá adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos. Na área criminal Art. 182 C.P.P. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. Credibilidade Na área cível Art. 147 C.P.C. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelo prejuízo que causar à parte, ficará inabilitado, por 2(dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sansão que a lei penal estabelecer. Falsa Perícia Na área criminal Art. 342 C.P. Fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral. Pena - reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Art. 343 C.P. Dar, oferecer, ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação, ainda que a promessa ou oferta não seja aceita. Pena- reclusão de 3 (três) a 4 (quatro) anos, e multa. FIM
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