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Unidade III ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS Prof. Me. Livaldo dos Santos Objetivos da unidade Analisar as teorias administrativas e suas contribuições. Apresentar a tipologia das estruturas organizacionais: características; pontos fortes e fracos; vantagens e desvantagens. Diferenciar: estruturas tradicionais; estruturas emergentes. Teorias e suas contribuições Teorias da administração Período básico Contribuições para a estrutura organizacional Administraçã o cientifica Frederick Taylor 1903 Redesenhou o processo dos trabalhos e mudou as atitudes dos trabalhadores melhorando a produtividade. Henry Ford Início do século XX Estudou a especialização dos trabalhadores. Henri Fayol Década de 1910 Estabeleceu as atividades do processo administrativo (planejando, organização, comando, coordenação e controle). Definiu o papel do dirigente. Teorias e suas contribuições Teorias da administração Período básico Contribuições para a estrutura organizacional Consolidou a divisão do trabalho entre as áreas das empresas. Estabeleceu os primórdios da autoridade e da responsabilidade. Consolidou as unidades de comando e de direção. Analisou a questão da centralização e da descentralização. Estruturou a cadeia de comando. Incentivou o espirito de equipe. Teorias e suas contribuições Teorias da administração Período básico Contribuições para a estrutura organizacional Burocracia Max Weber Década De 1920 Estabeleceu que as empresas que têm normas – ou leis ou políticas – são as mais produtivas. Consolidou a autoridade formal (baseada nas leis, normas e políticas). Relações humanas Elton Mayo Década De 1930 Estabeleceu que a qualidade da supervisão e dos relacionamentos com os empregados melhora a produtividade. A média administração de otimizar a ligação entre a alta e a baixa administração. Os trabalhos em equipe são importantes. Teorias e suas contribuições Teorias da administração Período básico Contribuições para a estrutura organizacional Pensamento sistêmico Ludwig von Bertalanffy Final da década de 1930 Consolidou a análise de toda a empresa e de cada uma de suas partes de forma interligada. Possivelmente foi a mais forte contribuição para toda a moderna análise da departamentalização das empresas. Administração por objetivos Peter Drucker 1955 Consolidou a administração voltada para resultados e com avaliação do desempenho das pessoas Aprendizagem organizacional Peter Senge Meados da década de 1970 As empresas devem aprender a lidar com a mudança continua, a qual é básica para a evolução da estrutura organizacional. Administração Virtual Década de 1990 Contribuir diretamente para a estruturação em rede das empresas. Administração do conhecimento Início do século XXI Corresponde ao principal aspecto da evolução das estruturações organizacionais. Quadro 4.1 – Contribuições das teorias administrativas para a estrutura organizacional (Oliveira, 2006 ) Projetos organizacionais e eficiência administrativa: boas estruturas O projeto organizacional envolve desafios e riscos: Desempenho da organização. Depende da sua adequação ao ambiente. Sobral & Peci (2008) apresentam nove testes: Guiar os projetos das empresas: Baseado em trabalho de Goold & Campbell (2002). Projetos organizacionais e eficiência administrativa: boas estruturas Teste da vantagem do mercado: O projeto estrutural direcionado. Fontes de vantagem competitiva. Teste da vantagem da holding: Auxilia a holding ou empresa-mãe. Adição de valor à organização. Teste das pessoas: Reflete forças, fraquezas e motivações das pessoas. Projetos organizacionais e eficiência administrativa: boas estruturas Teste da viabilidade: Consideradas todas as restrições: que impedem a implementação do projeto. Teste das culturas específicas: Protege unidades que necessitam distinguir suas culturas. Teste das dificuldades de coordenação: Fornece soluções de coordenação: Relacionamento direto entre as unidades. Solução de problemas: Sem intervenção da administração superior. Projetos organizacionais e eficiência administrativa: boas estruturas Teste da redundância na hierarquia: Possui excessivos níveis hierárquicos e unidades. Teste de accountability: Suporta controles efetivos. Teste da flexibilidade: Facilita o desenvolvimento de novas estratégias. Proporciona flexibilidade: para se adaptar às mudanças. Estruturas tradicionais Departamentalização por quantidade Diretoria produção Gerência materiais Gerência usinagem Gerência montagem Supervisão 9 Supervisão 13 Supervisão 8 Estruturas tradicionais Departamentalização funcional Diretoria geral Gerência financeira Gerência produção Gerência vendas Estruturas tradicionais: por funções Caracteriza-se por reunir atividades sob um único órgão: chamado de departamento. Atividades análogas e interdependentes: Atividades relacionadas com produção são reunidas no departamento de produção. Cada área dedica-se a uma única função. Especialização profunda na função. Indicada para produção repetitiva. Interatividade Podem ser consideradas contribuições para a estrutura organizacional, no período de Fayol: I. Consolidou a divisão do trabalho entre as áreas das empresas. II. Estabeleceu os primórdios da autoridade e da responsabilidade. III. Estruturou a cadeia de comando. a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas I e III estão corretas. c) Apenas II e III estão corretas. d) Apenas a II está correta. e) Todas as afirmativas estão corretas. Estruturas tradicionais: por funções Vantagens: Especialização na função. Melhor perspectiva de carreira. Uniformidade de normas e procedimentos. Pode favorecer a qualidade do produto. Estruturas tradicionais: por funções Desvantagens: Conflitos: Desenvolvimento de novos produtos, novas linhas e novos projetos. Visão para dentro de sua própria especialidade ou função. Supervalorização da função. Falta de flexibilidade e tendência à centralização. Desfavorece a colaboração entre funções. Dificulta a inovação. Estruturas tradicionais: divisional Por produto, grupo de produtos, processo de fabricação, área geográfica, área de negócios ou grupo de clientes. Tipo de atividade pode formar uma divisão. Desenvolve cada área específica da empresa. Cada gerência de divisão é orientada: quanto às suas metas; seu cronograma; seu orçamento. Estruturas tradicionais: divisional Vantagens: Facilita a coordenação. Cada gerente é orientado e conhece bem a estratégia e as metas. Permite o uso máximo da capacidade e do conhecimento do pessoal. Desvantagens: Custos podem ser mais elevados. Pode haver dificuldade de integração com as demais divisões. Estruturas tradicionais Departamentalização por processos Diretoria produção FUNDIÇÃO USINAGEM MONTAGEM Estruturas tradicionais: divisional Departamentalização geográfica/territorial DIRETORIA COMERCIAL GERÊNCIA 01. NORTE GERÊNCIA 13. LESTE GERÊNCIA 25. NORTE Estruturas tradicionais:divisional DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PRODUTOS DIRETORIA GERAL DIVISÃO PLÁSTICOS DIVISÃO PIGMENTOS DIVISÃO QUÍMICA Estruturas tradicionais: divisional DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR CLIENTES DIRETORIA SHOPPING CENTER DEPTO FEMININO DEPTO MASCULINO DEPTO INFANTIL Estruturas contemporâneas DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROJETOS DIRETORIA GERAL GERÊNCIA FINANCEIRA GERÊNCIA COMERCIAL GERÊNCIA PROJETOS PROJETO TELECOM PROJETO BAMER PROJETO EURAMERIS Estruturas contemporâneas: por projetos Inspirada no desenvolvimento de projetos: Edifícios, estradas, pontes. Grandes peças industriais, grandes empreendimentos. Grandes campanhas, organizações de eventos. Uma parte geral permanece fixa. A outra tem durabilidade definida: Enquanto durar o projeto. Utiliza-se pessoal de diversas áreas do conhecimento. Estruturas contemporâneas DEPARTAMENTALIZAÇÃO MATRICIAL DIRETORIA GERAL GERÊNCIA ENGENHARIA MECÂNICA GERÊNCIA ENGENHARIA ELÉTRICA GERÊNCIA PROJETOS PROJETO TELECOM PROJETO BAMER PROJETO EURAMERIS RECURSOS MATERIAIS HUMANOS TECNO LÓGICOS RECURSOS MATERIAIS HUMANOS TECNO LÓGICOS Interatividade Assinale a alternativa incorreta com relação às desvantagens da estrutura funcional: a) Tempo de resposta/reação às mudanças, geralmente, é rápido. b) A maior centralização pode sobrecarregar a hierarquia. c) A coordenação horizontal é deficiente, pela dificuldade de comunicação interdepartamental. d) Promove menos inovação. e) Restringe a visão geral da organização. Estruturas contemporâneas: matricial Estrutura excelente para as empresas que desenvolvem projetos constantemente. Flexibilidade. Junção das estruturas por função e projeto. Ligações verticais dos órgãos funcionais. Ligações horizontais com o órgão de projeto. Dupla subordinação, pois se reporta ao: chefe funcional; chefe do projeto. Estruturas organizacionais DEPARTAMENTALIZAÇÃO MISTA DIRETORIA GERAL GERÊNCIA ADM E FINANCEIRA GERÊNCIA COMERCIAL GERÊNCIA PROJETOS PROJETO TELECOM PROJETO BAMER PROJETO EURAMERIS CONTAS A PAGAR E RECEBER CONTÁBIL TESOURARIA DIVISÃO LESTE DIVISÃO SUL DIVISÃO NORTE Estruturas emergentes: horizontal Criada em torno de processos centrais interfuncionais: não em torno de tarefas, funções ou geografia. Limites interdepartamentais eliminados. Equipes autodirigidas. Donos dos processos: Responsabilidade total sobre cada processo central. Gerenciamento do desempenho. Estruturas emergentes: horizontal Aperfeiçoamento das pessoas: Treinamentos. Ferramentas, motivação. Autoridade para tomar decisões centrais. Equipes com liberdade criativa: Responder com flexibilidade aos desafios. Os clientes que impulsionam as corporações. Cultura de abertura: Confiança e colaboração. Foco em melhorias contínuas. Valorização do empowerment: Responsabilidade e bem-estar dos funcionários. Estruturas emergentes: horizontal Pontos fortes Pontos fracos • Promove flexibilidade e rapidez nas ações em resposta as mudanças nas necessidades dos clientes. • Direciona a atenção de todos para a produção e para agregar valor para o cliente. • Permite que cada funcionário tenha ampla visão das metas organizacionais. • Promove o foco no trabalho em equipe e a colaboração. • Melhora a qualidade de vida dos funcionários ao oferecer-lhes a oportunidade de compartilhar responsabilidades, de tomar decisões. Estes são medidos pela produção. • Determinar o processo central e difícil e leva tempo. • Requer mudanças na cultura, no projeto de cargos, na filosofia gerencial e nos sistemas de informação e recompensa. • Os gerentes tradicionais podem reagir quando tiverem de abrir mão do poder e da autoridade. • Requer bastante treinamento de funcionários para trabalhar com eficácia em uma abordagem de equipe horizontal. • Pode limitar o desenvolvimento a fundo de habilidades. Quadro 4.5 – Pontos fortes e fracos da estrutura Horizontal (adaptado de Daft, 2008) Estruturas emergentes: em rede Termo genérico que engloba formas organizacionais alternativas: Rede, clusters. Virtuais, equipes de trabalho. Organizações de aprendizagem. A divisão do trabalho: Permanece como um dos pontos fundamentais. Passa a ser visualizada em termos de conhecimento: não de atividades básicas. Não se aplica a indivíduos isolados. Equipes multifuncionais: permanentes ou temporárias. Estruturas emergentes: em rede Diferencial em relação às estruturas tradicionais: Uso das cadeias de comando. Deixa de ter a função principal de coordenação: As estruturas mais achatadas. Gerência média perde grande parte de suas funções: Ligadas à conexão entre os níveis organizacionais. Menos níveis hierárquicos: Menos intermediários. Maior amplitude de comando. Estruturas emergentes: em rede Organização informal ganha força: adquire um papel mais relevante que a formal; que perde muito da sua razão de ser; não possui caráter estável: dinâmico e contingencial. Flexibilização das fronteiras: nacionais e das próprias organizações; não se fala em capacidade interna: fala-se em estabelecimento de parcerias: clientes e fornecedores; alianças estratégicas com concorrentes. Estruturas emergentes: em rede Todos têm contato com o mundo externo: ninguém fica protegido dentro de suas fronteiras. Desenvolvimento das novas tecnologias da informação e da comunicação: sob pena de inviabilização da estrutura. Grandes corporações de produção em massa: ascensão e consolidação pelos computadores. Estruturas em rede: consolidação pela tecnologia em tempo real. Estruturas emergentes: em rede Maior vantagem: adaptabilidade: Funciona bem em condições instáveis: Mudanças constantes e de inovação. Têm natureza dispersa: Podem ocorrer duplicações de recursos. Dificuldades de controle. Estruturas emergentes: em rede Pontos fortes Pontos fracos • Permite maior flexibilidade e adaptabilidade da organização a um ambiente muito complexo e volátil. • Potencializar a rapidez de respostas às demandas ambientais. • Estimula o desenvolvimento de competitividade em escala global. • Promove um ambiente desafiador e motivador para se trabalhar. • Reduz os gastos gerais em virtude de baixa necessidade de supervisão e da consequente diminuição do número de níveis hierárquicos e de administradores. • Dificuldade para apurar responsáveis por alguma situação ou problema. • Inexistência de um sistema de controle ativo por causa da dispersão de unidades, tornando a organização dependente de contratos, coordenação, negociações e conexões eletrônicas. • Possibilidade de perda de uma parte importante da estrutura (por exemplo, falência de um parceiro), com impactos imprevisíveis para a organização. • Dificuldade de desenvolvimento de uma cultura organizacional forte, oque diminui a lealdade dos membros à organização (podem ser substituídos por uma parceira a qualquer momento). Quadro 4.6 – Pontos fortes e fracos da estrutura em rede (adaptado de Sobral & Peci, 2008) Interatividade Assinale a alternativa incorreta com relação aos pontos fortes da estruturaem rede: a) Permite maior flexibilidade e adaptabilidade da organização a um ambiente muito complexo e volátil. b) Diminui a rapidez de resposta às demandas ambientais. c) Estimula o desenvolvimento de competitividade em escala global. d) Promove um ambiente desafiador e motivador para se trabalhar. e) Reduz os gastos gerais em virtude da baixa necessidade de supervisão. Estruturas emergentes: em rede virtual Empresa subcontrata a maior parte de seus processos de outras empresas: Coordena as atividades. A partir de uma pequena organização central. Instalação central cercada por uma rede de especialistas externos: Serviços são terceirizados. As empresas distintas são conectadas: eletronicamente a um escritório central. Estruturas emergentes: em rede virtual Exemplo clássico de rede virtual – Nike: Uma das maiores potências mundiais no ramo dos esportes. Contrata uma quantidade irrisória de funcionários. Comanda as operações a partir dos Estados Unidos. Prototipagem de seus produtos no Extremo Oriente: Local da maioria de seus tradicionais fabricantes. Estruturas emergentes: em rede virtual Exemplo clássico de rede virtual – Nike: Comanda as operações estratégicas: Desenvolvimento de produtos. Marketing. O que explica seu quadro exíguo. Existem condições mínimas para se obter sucesso. A organização central detém o controle sobre processos-chave: Possui capacitação de classe mundial. Artigos que são difíceis de serem copiados: Tecnologias superiores. Design avançado. Estruturas emergentes: em rede virtual A empresa pode transferir a maior parte das atividades: Controle sobre elas: e também, o ônus. Para outras organizações. A organização pode se concentrar naquilo que faz melhor. Contratar fora todo o restante de suas necessidades. Estruturas emergentes: em rede virtual Pontos fortes Pontos fracos • Permite que mesmo pequenas organizações obtenham talentos e recursos em todo o mundo. • Fornece a uma empresa escala imediata sem grandes investimentos em fabricas, equipamentos ou instalações para distribuição. • Permite que a organização seja altamente flexível e responsiva às mudanças de necessidades. • Reduz os custos fixos administrativos. • Os gerentes não possuem em suas mãos o controle sobre muitas atividades e funcionários. • Requer uma grande quantidade de tempo para gerenciar as relações e os potenciais conflitos com os parceiros contratados. • Ha um risco de falha organizacional se um parceiro falhar nas entregas ou se retirar do negocio. • A lealdade dos funcionários e a cultura corporativa podem ser fracas porque os funcionários tem a impressão de que podem ser substituídos por serviços contratados. Quadro 4.7 – Pontos fortes e fracos da estrutura em rede virtual (adaptado de Daft, 2008) Aplicações: estruturas verticais versus horizontais Estrutura Funcional Funcional Com equipes Interfuncionais integradores Estrutura divisional Estrutura matricial Estrutura horizontal Estrutura Em rede Abordagem De estrutura dominante Horizontal: Coordenação, Aprendizado, Inovação, flexibilidade Vertical: Controle, Eficiência, Estabilidade, confiabilidade Figura 24 – Relação entre estrutura e necessidade da organização (adaptado de Daft, 2008) Aplicações: estruturas verticais versus horizontais As configurações servem para atender a diferentes situações: Contextos ligados a fatores ambientais: internos e externos. O administrador deve decidir: encontrar o equilíbrio entre controle vertical: associado a metas de eficiência e estabilidade. E a coordenação horizontal. Associada a aprendizado, inovação e flexibilidade. Aplicações: estruturas verticais versus horizontais Sucesso incerto na definição da estrutura organizacional. Sintomas indicativos da existência de deficiências na estrutura Tomada de decisão postergada ou com falta de qualidade: Não existe uma distribuição adequada ao longo da estrutura: de responsabilidades; poder de decisão. Falha nas informações: na direção vertical; no modelo horizontal. Aplicações: estruturas verticais versus horizontais Sintomas indicativos da existência de deficiências na estrutura Falta de inovação: não responde a um ambiente em transformação; pode estar ligada a deficiências na coordenação horizontal. Desempenho dos funcionários declina e metas não são atingidas: A falha pode ser estrutural: não deixar claro e evidente: quais são as metas; responsabilidades; mecanismos de coordenação disponíveis. Aplicações: estruturas verticais versus horizontais Sintomas indicativos da existência de deficiências na estrutura Evidência de muito conflito: metas departamentais em conflito: entre si; sobreposição às metas organizacionais. Coordenação horizontal necessita ser readequada. Interatividade No confronto das estruturas verticais versus as horizontais, pode-se destacar como virtudes comparativas da estrutura horizontal: a) Controle. b) Estabilidade. c) Eficiência. d) Flexibilidade. e) Todas as alternativas estão corretas. ATÉ A PRÓXIMA!
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