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Aula 2 - LEG TRIBUT - Direito Constitucional Tributário e Hermenêutica Tributária

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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA – AULA 2 Direito Constitucional Tributário e Hermenêutica Tributária
O Código Tributário Nacional surgiu justamente do exercício da competência para legislar sobre direito tributário. A União o editou, abordando a lei de normas gerais sobre a matéria tributária.
A partir deste momento, foi no exercício da competência tributária, que a União institui, por meio de lei, o imposto sobre importação, exportação, rendas e proventos, COFINS etc.
Em relação à competência para legislar sobre direito tributário, os constitucionalistas utilizaram técnicas através de repartição constitucional de competência legislativa, baseando o raciocínio no Artigo 22, I CRFB, que estabelece a competência privativa à União. 
Exemplo: o Código Civil é integralmente escrito pela União, isso quer dizer que compete ao ente federativo o poder de editar lei, com algumas exceções determinadas no Artigo 22, parágrafo único, da CRFB.
Mas, ao falar em Direito Tributário, a competência para “escrever” foi repartida pela Constituição Federal entre os entes da federação (União, Estados e o Distrito Federal), observando o Artigo 24, I e §§ 1º. ao 4º.
Conclui-se então que compete à União editar normas gerais sobre a matéria tributária, pois caso contrário, os Estados e o Distrito Federal não teriam a competência legislativa para atender as necessidades necessárias.
A Constituição Federal não criou os tributos, apenas estabeleceu a competência (regra matriz de cada tributo) para que as pessoas políticas os criassem através de lei. Assim, não é a Constituição Federal que obriga o pagamento de um tributo, mas a lei.
Competência Tributária
Complementando, a expressão Competência Tributária pode ser definida como o poder, atribuído pela Constituição Federal, observadas as normas gerais de Direito Tributário, de instituir, cobrar e fiscalizar o tributo, compreendendo a competência legislativa, administrativa e judicante. 
Acompanhe outras definições:
• parcela do poder de tributar conferida pela Constituição a cada ente político para criar tributos;
• aptidão para criar, in abstracto, tributos;
• limite do poder fiscal para legislar e cobrar tributos.
 A distribuição da Competência Tributária vem explícita no Artigo 145 da Constituição Federal, quando diz que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir tributos, em seus Artigos 153, 155 e 156, sob as epígrafes "Dos impostos da União", "Dos impostos dos Estados e do Distrito Federal" e "Dos impostos dos Municípios", estabelecendo a competência desses entes políticos. Há de se atentar ainda para a competência residual da União, Artigo 154 da Carta Constitucional.
O Artigo 146, II, da CRFB, também atribui à lei complementar a regulação das limitações constitucionais ao poder de tributar, assim como exemplo o legislador constituinte imunizou o patrimônio, a renda e os serviços das instituições de educação sem fins lucrativos, ou seja, não há arrecadação de tributos, podendo observar também o Artigo 195, § 7º., da CRFB.
O Artigo 146, I, da CRFB, prevê que a lei complementar dispõe sobre conflitos de competência, em matéria tributária entre os entes da federação, como por exemplo, a quem compete arrecadar o IPTU e o ITR, já que ambos incidem sobre propriedade de imóveis, mas se for urbano (IPTU), se for rural (ITR), a dificuldade encontra-se em definir se um imóvel é urbano ou rural. Para resolver o problema, o Código Tributário Nacional menciona em seu Artigo 32, as características essenciais.
A Constituição Federal atribui a competência em matéria tributária e traça os contornos gerais do Estado nas suas três esferas de poder. 
Como expressão pura desse pacto, distribui as competências tributárias entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, formando, juntamente com os princípios e as normas de direito tributário, o Sistema Tributário Nacional.
A Constituição determina as principais limitações ao exercício da competência tributária, com base no Artigo 150, CRFB, compreende então que as garantias ali determinadas formam um roal não exaustivo, visto que existem outras (Artigo 5º, XXXIV, CRFB).
Essas limitações constituem proteção e garantias individuais ao contribuinte. O Artigo 64, § 4º. CRFB, como exemplo garantidor, determina que é possível a realização de emendas que ampliem ou melhorem a proteção que a Constituição Federal atribui ao contribuinte.
São Princípios Constitucionais Tributários:
• Princípio da legalidade;
• Princípio da isonomia;
• Princípio da irretroatividade e da anterioridade;
• Princípio Da vedação do efeito confiscatório, da imunidade e isenção tributária.
Princípio da Legalidade
Também denominado de princípio da reserva legal (Artigos. 5º, II e 150, I, da Constituição Federal, e o Artigo 97, do CTN), preceitua que não há tributo sem lei que o institua ou o majore. Esse princípio tem raízes na história da humanidade, encontrando sua expressão máxima na soberania popular, na medida em que limitou o poder real, impedindo-o de instituir tributo de forma arbitrária, sem o consentimento dos cidadãos (parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal). 
Encontra sob o título "Dos direitos e garantias fundamentais", firmando-se, assim, como cláusula pétrea (Artigo 60, § 4º, da Constituição Federal). 
Com efeito, "está implícita como princípio de direito tributário a exigência da lei como fundamento da tributação", de sorte que não há falar em criar, majorar ou extinguir tributo senão por intermédio de lei. 
Não é demais lembrar que Medida Provisória não é lei em sentido estrito-formal, entendendo-se por esta a regularmente aprovada pelo Poder Legislativo e sancionada pelo Executivo, o que afasta, em tese, a sua utilização no âmbito tributário. 
Princípio da isonomia 
Artigo 150, inciso II, da Constituição da República, veda o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situações equivalentes. Esse princípio é corolário do princípio geral de que todos são iguais perante a lei, sem qualquer distinção, conforme disposto no Artigo 5º da Carta Política. 
Não por acaso o aludido princípio é também denominado de princípio da igualdade tributária, uma vez que "em matéria tributária, mais do que em qualquer outra, tem relevo a ideia de igualdade no sentido de proporcionalidade. Seria verdadeiro absurdo pretender-se que todos pagassem o mesmo tributo. Assim, no campo da tributação, o princípio da isonomia às vezes parece confundir-se com o princípio da capacidade contributiva". 
Princípio da irretroatividade e da anterioridade 
Os princípios da irretroatividade e da anterioridade encontram-se sob o abrigo do Artigo 150, III, alíneas ‘a’ e ‘b’, da Constituição Federal, respectivamente. 
O primeiro, como cediço, é basilar no sistema jurídico, e decorre dos princípios gerais que estatuem que "a lei não retroage, exceto para beneficiar" e que "a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada" (Artigo 5º, XXXVI, CF). 
Notadamente na seara do Direito Tributário o aludido princípio veda a cobrança de tributos relativos a fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei. Em consequência, a legislação tributária aplica-se, imediatamente, aos fatos geradores futuros e aos pendentes, "com o fim de garantir a estabilidade jurídica e a segurança nos negócios e fatos jurídicos", nos termos do Artigo 105 do CTN. 
 
Já o princípio da anterioridade, previsto no Artigo 150, III, ‘b’, da CF, e no o Artigo 9º, II, do CTN, tem o escopo de assegurar a previsibilidade das normas tributárias, evitando-se surpresas ao contribuinte, de sorte que "para ser validamente incidente sobre os fatos jurídicos ocorridos num determinado período (geralmente no período fiscal, que coincide com o ano civil) deve ser publicada no exercício financeiro anterior". 
Constituem, todavia, exceção a esse princípio os impostos de importação, de exportação, sobre produtos industrializados, sobre operações financeiras, extraordinário por motivo deguerra, contribuições para o financiamento da seguridade social etc., conforme os artigos 148, 149 150 e 195, todos da Constituição Federal. 
Princípio Da vedação do efeito confiscatório, da imunidade e isenção tributária 
O primeiro, previsto no Artigo 150, IV, da Constituição da República, expurga do ordenamento jurídico a possibilidade de ocorrer uma tributação extorsiva correspondente à absorção, total ou parcial, da propriedade pelo Estado, sem que haja a devida indenização ao contribuinte. Todavia, não se trata de confisco a cobrança do ITR a razão de 20% ao ano incidente sobre o valor da terra nua em área rural, ainda que matematicamente conclua-se que ao final de 5 anos o contribuinte terá pagado o equivalente a 100% do valor da terra. Em verdade, o que se pretende com esse imposto é atender ao preceito constitucional do fim social da propriedade (Artigo 5º, XXIII, CF), de modo a compelir o proprietário de terras rurais improdutivas torná-las produtivas socialmente. 
No que tange aos princípios da imunidade e da isenção tributária, faz-se necessário uma distinção entre ambos, ainda que perfunctória, no sentido de que as primeiras "vêm expressas no texto constitucional e por isso denominam-se imunidades; se, por outro lado, forem objeto de disposição legal, tratar-se-á de isenção". 
São exemplos de imunidade tributária "instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais...; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão" (Artigo 150, VI, CF). 
De acordo com o Artigo 175 do CTN a isenção é modalidade de exclusão do crédito tributário e pode ser concedida a qualquer tributo (imposto, taxa, contribuição de melhoria etc.), ao contrário da imunidade que está adstrita aos impostos. Ainda nesse passo, o Artigo 184, § 5º, da Constituição Federal esclarece que "são isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária". Em sendo "exclusão, fácil é concluir que o crédito tributário existiu e o fato gerador ocorreu efetivamente, fazendo nascer a obrigação tributária. A isenção, podemos dizer, é a dispensa do pagamento do tributo a partir do nascimento da obrigação respectiva. Essa a posição doutrinária dominante". 
De outra parte, certo é que somente quem pode tributar poderá isentar, não prescindindo a isenção tributária de previsão legal (Artigo 150, § 6º, da CF).
Imunidades
São limitações constitucionais ao poder de tributar consistentes na delimitação da competência tributária constitucionalmente conferida aos entes políticos. O Artigo 155, III; 150, VI, “a”, da CRFB. O legislador constituinte, ao estabelecer as imunidades, tem como base parâmetros que podem levar em consideração as pessoas beneficiadas (imunidades subjetivas); os objetos (imunidades objetivas) ou as duas coisas ao mesmo tempo. 
Imunidade é uma proteção que a Constituição Federal confere aos contribuintes. É uma hipótese de não incidência tributária constitucionalmente qualificada. 
Espécies de imunidades
Imunidades genéricas 
As imunidades genéricas destinam-se a todos os impostos. São elas: 
Imunidade recíproca às pessoas políticas (Artigo 150, VI, “a” da CF). 
Imunidade do patrimônio, renda e serviços das Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público (Artigo 150, §2º da CF). 
Imunidade do patrimônio, da renda e dos serviços dos templos de qualquer culto (Artigo 150, VI, “b” da CF). 
Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos dos empregados, Instituições assistências e educacionais sem fins lucrativos (Artigo 150, VI, “c” da CF). 
 Imunidade dos jornais, livros, periódicos e o papel destinado a sua impressão (Artigo 150, VI, “d” da CF). 
 Imunidade recíproca as pessoas políticas 
As pessoas políticas não podem tributar-se reciprocamente por meio de impostos. “Sem prejuízo de outras garantias ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir imposto sobre patrimônio renda e serviços uns dos outros” (Artigo 150, VI, “a” da CF).- Tal imunidade decorre do princípio da isonomia no âmbito político, o qual afirma que as pessoas políticas são iguais. 
 Imunidade do patrimônio, renda e serviços das Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público 
É vedado às pessoas políticas instituírem impostos sobre Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, renda e serviços, vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes (Artigo 150, §2º da CF). Imunidade subjetiva: Refere-se à entidade e não a um determinado bem. Patrimônio, renda e serviços vinculados às finalidades essenciais ou dela decorrentes: Diferentemente das pessoas políticas, basta que o patrimônio, a renda e os serviços não estejam vinculados à finalidade para que não haja imunidade. Nas pessoas políticas a imunidade abrange qualquer patrimônio, renda e serviços. Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público que praticarem atividade econômica regida pelo direito privado: Não serão abrangidas pela imunidade (Artigo 150, VI, §3º da CF). Ex: lanchonete dentro de uma autarquia. Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público que prestarem serviço público em que haja contraprestação ou pagamento de tarifa pelo usuário: Não serão abrangidas pela imunidade (Artigo 150, VI, §3º da CF). O adquirente do imóvel dessas pessoas tem que pagar ITBI. 
3. Imunidade do patrimônio, da renda e dos serviços dos templos de qualquer culto 
É vedado às pessoas políticas instituírem impostos sobre templos de qualquer culto no que se refere ao patrimônio, renda e serviços, vinculados a suas finalidades essenciais (Artigo 150, VI, “b” e §4º da CF). Imunidade subjetiva: Refere-se à entidade e não a um determinado bem. 
Templos de qualquer culto é uma expressão ampla que abrange não só as Igrejas, como também as Lojas maçônicas, Casa do Pastor, Convento, Centro de Formação de Rabinos, Seminários, Casa Paroquial, Imóveis que facilitam o culto, veículos utilizados para atividades pastorais, como o templo móvel e etc. Assim os anexos dos templos também são abrangidos. 
Como os Templos presumem-se não imorais, cabe à Pessoa Política provar que o são para que possa fazer incidir os impostos. Patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais do templo: Tendo em vista que a imunidade tem limites, não alcança atividades desvinculadas do culto (Artigo 150, §4º da CF). 
Ex: Estacionamento da Igreja pode ser tributado por ISS, IPTU, IR, etc. – Entretanto, o que é comercializado dentro do templo esta a salvo da tributação, pois faz parte do culto. 
 
4. Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos dos empregados, Instituições assistenciais e educacionais sem fins lucrativos. 
É vedado às pessoas políticas instituir imposto sobre patrimônio, renda e serviços dos Partidos políticos e suas fundações, Sindicatos de empregados e Instituições assistenciais e educacionais sem fins lucrativos, observados os requisitos apontados na lei (Artigo 150 III, “c” da CF). Imunidade subjetiva: Refere-se à entidade e não a um determinado bem. Partidos Políticos: precisam ter registro no Tribunal Superior Eleitoral, ainda que provisório. Entidades Sindicais: O dispositivo é restrito aos sindicatos dos empregados. As centrais sindicais também estão abrangidas pela imunidade. Ex: CUT. Instituições assistenciais e educacionais: Não podem ter fins lucrativos. Requisitos que devem ser obedecidos pelas instituições assistenciais e educacionais sem fins lucrativos: Cabe à lei complementar apontar os requisitos que devem ser observados, pois a ela compete regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (Artigo 146, II “a” da CF e 14 do CTN). Não distribuírem qualquer parcela deseu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título (Artigo 14, I do CTN). Aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção, dos seus objetivos institucionais (Artigo 14, II do CTN). Manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão (Artigo 14, III do CTN). Na falta de cumprimento dos requisitos do artigo 14 do Código Tributário Nacional, a autoridade competente pode suspender a aplicação do beneficio. 
 Imunidade dos jornais, livros, periódicos e o papel destinado a sua impressão 
É vedado às pessoas políticas instituírem impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (Artigo 150, VI “d” da CF). Tal imunidade visa a proteger a liberdade de imprensa e difusão da cultura. Assim, os livros que não se destinam à propagação do pensamento não estão imunes. Ex: livro de ata, livro de bordo, livro de ouro, livro-diário e etc. 
Imunidade subjetiva: Refere-se à entidade e não a um determinado bem. Patrimônio, renda e serviços: Devemos fazer uma interpretação extensiva abrangendo todos os impostos. Pessoas políticas que praticarem atividade econômica regida pelo direito privado: Não serão abrangidas pela imunidade (Artigo 150, VI, §3º da CF). Pessoa políticas que prestarem serviço público em que haja contraprestação ou pagamento de tarifa pelo usuário: Não serão abrangidas pela imunidade (Artigo 150, VI, §3º da CF). O adquirente do imóvel das pessoas políticas tem que pagar ITBI. 
Imunidade objetiva: Como a imunidade é objetiva e não subjetiva, é o objeto que é imune e não a empresa. Ex: Sobre a venda do jornal na banca não há impostos, mas a empresa jornal do Estado é tributada. 
A imunidade também abrange livros pornográficos, livros raros (Ex: 1a edição dos Lusíadas), papel marca d´água, papel vegetal e pergaminho que se destine a impressão, CD-ROM e etc., pois a Constituição Federal não traz qualquer distinção. 
Os outros componentes dos livros (insumos. Ex.: cola, tinta) não são abrangidos pela imunidade, pois a Constituição Federal só mencionou o papel destinado a impressão, excluindo os demais. 
 
 Imunidades específicas 
A imunidade específica refere-se a um único imposto. São elas: 
Imunidade em relação ao IPI 
 Imunidade em relação ao ITR 
 Imunidade em relação ao ICMS 
 Imunidade em relação ao ITBI 
Imunidade em relação ao IPI 
O IPI não incide sobre exportações de produtos industrializados (Artigo 153, §3º, III da CF). O país não deve exportar tributos, mas sim produtos e estes devem chegar ao mercado internacional com condições de competitividade. 
 Imunidade em relação ao ITR 
O ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando o proprietário que as explore não possua outro imóvel (Artigo 153, §4º, II da CF). Embora o artigo mencione lei, cabe à lei complementar definir o que são pequenas glebas rurais, pois a ela cabe regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (Artigo 146, II da CF). 
 Imunidade em relação ao ICMS
 O ICMS não incidirá sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatário no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto, cobrado nas operações e prestações anteriores. (Artigo 155, §2º, X, “a” da CF). O ICMS não incidirá sobre operações interestaduais de petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados e energia elétrica (Artigo 155, §2º, X, “b” da CF). Ex: Quando Itaipu vende energia elétrica para São Paulo, não incide ICMS. 
A LC 87/96 dispõe que a imunidade só se restringe ás operações destinadas à comercialização ou à industrialização. Assim, quando as operações interestaduais de petróleo e seus derivados se destinar ao consumidor final, não haverá imunidade. ICMS não incide nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita (Artigo 155, §2º, X, “c” da CF). O ICMS não incidirá sobre o ouro quando utilizado como ativo financeiro ou instrumento cambial, mas nesta operação incidirá IOF (Artigo 153, §5º da CF). Com exceção do ICMS, II e IE, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País (Artigo 155, §3º da CF). 
 Imunidade em relação ao ITBI 
 Não incide sobre os direitos reais de garantia incidentes sobre imóveis. (Artigo 156, II, in fine da CF) Ex: Hipoteca e Anticrese. Não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital (Artigo 156, §2º, I da CF). Sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão (reunião de 2 ou mais sociedades para formar uma só), incorporação (absorção por uma ou mais sociedades de uma ou outras), cisão (transferência de parte do patrimônio de uma sociedade anônima a outras já existentes com tal finalidade) ou extinção de pessoa jurídica (Artigo 156, §2º, I da CF). 
Exceção: Se a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de imóveis ou arrendamento mercantil, haverá incidência do ITBI (Artigo 156, §2º, I, da CF). “O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição” (Artigo 37 do CTN). São isentas de ITBI as transmissões imobiliárias decorrentes de desapropriações realizadas para fim de reforma agrária. Houve um erro de técnica legislativa, pois na verdade são imunes (Artigo 184, §5º da CF). Também não incide sobre os bens adquiridos por usucapião, pois é forma originária de aquisição da propriedade. 
Outras imunidades 
  Imunidade em relação às contribuições sociais 
 A contribuição para a seguridade social não incidirá sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência de que trata o Artigo 201 (Artigo 195, II da CF). São isentas de contribuições sociais para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (Artigo 195, §7º da CF). Embora mencione “isentas”, trata-se de imunidade. 
 Imunidades com relação as taxas 
Ex: direito de petição, certidão de nascimento; certidão de óbito (Artigo 5º, XXXIV, “a” e “b” da CF). 
CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Inalterabilidade
A Constituição Federal atribuiu competência tributária, por exemplo, aos Estados-membros para instituir impostos sobre causa mortis (Artigo 153, I, CF), e, à União para instituir impostos sobre importação de produtos. 
É fato que a alteração de competência só será admissível por meio de Emenda Constitucional, não se permitindo, assim, que o princípio da Federação seja abalado por modificações advindas da vontade do legislador infraconstitucional.
Indelegabilidade e Irrenunciabilidade
O Artigo 7º do CTN dispõe que a competência tributária é indelegável, o que, não obstante, inviabiliza a delegação de uma pessoa jurídica de direito público a outra, mediante convênio, as funções de arrecadar, fiscalizar, executar leis, serviços. 
Essa delegação compreende as garantias e os privilégios processuais (Artigo 7º, § 1º, do CTN), podendo ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral de quem a delegou, mas é sempre em caráter precário.
A irrenunciabilidade, ao contrário, estabelece que "a pessoa política detentora da competência tributária não poderá renunciar a ela, no todo ou em parte".
Incaducabilidade
A distribuição de competências referida na Constituição da República em momento algum fez menção, ainda que implicitamente, a um lapso temporal para o exercício da competência tributária conferida a um ente político. 
In casu, a doutrina de forma sucinta e clara tem reverberado o entendimento segundo o qual "o Artigo 8º do CTN dizque o eventual não exercício da competência tributária não a defere a qualquer outra pessoa jurídica de Direito Público diversa daquela a quem a Constituição haja entregue referida competência".
Facultatividade
A facultatividade do exercício da competência é um dos pressupostos da competência tributária, "em razão do que a falta de seu exercício não lhes afasta o direito assegurado pela Constituição, que não estabeleceu qualquer espécie de perda em razão de mera inércia legislativa". 
Assim, o fato da União não ter instituído o Imposto sobre Grandes Fortunas, não lhe retira a faculdade de exercer a sua competência para tal, em qualquer oportunidade.
Privatividade
Em razão da titularidade de competência tributária que os entes políticos detêm por expressa determinação constitucional, por óbvio que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios gozam de privatividade para instituir, cobrar e fiscalizar o tributo de sua competência. 
Essa assertiva "implica a exclusividade e consequente proibição de seu exercício por quem não tenha sido consagrado com esse direito”.
*********** 
Agora que você já compreendeu a competência tributária e as devidas limitações do poder de tributar, saiba que a Constituição Federal estipula as regras procedimentais para a produção das normas. 
A validade está presente quando o processo de produção e formação da lei houver observado as diretrizes e requisitos procedimentais na Constituição Federal. 
Com sua publicação, nasce a presunção de que todos conhecem a lei, não sendo permitido a ninguém escusar-se de cumpri-la alegando desconhecimento (Artigo 3º da Lei de Introdução ao Código Civil). Para obrigar os destinatários a cumprir a lei, é necessário que a mesma esteja em vigor.
A LICCB - Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro, Decreto-lei 4.657 de 4/09/1942, Lei de Ordem Pública aplicável a todos os ramos do direito, é a regra geral aplicada ao direito tributário por força do Artigo 101 do CTN, ressalvados em especial, os Artigos 103 e 104 do CTN. Acompanhe do que trata os principais Artigos dessa lei.
Artigo 1°
Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
Artigo 2°
Trata dos critérios normativos para soluções de antinomias aparentes. São eles:
• Critério Hierárquico;
• Critério Cronológico; 
• Critério da Especialidade.
Artigo 2º. Critérios normativos para soluções de antinomias aparentes:
• critério hierárquico, baseado na superioridade de uma fonte de produção jurídica sobre outras. Lei de superior hierarquia revoga lei de inferior hierarquia. Em caso de conflito entre normas de diferentes níveis, a de nível mais alto, qualquer que seja a ordem cronológica, terá prevalência em relação à de nível mais baixo;
• critério cronológico, se duas normas forem conflitantes, e do mesmo nível ou escalão, prevalecerá a que por último foi editada;
• critério da especialidade, uma norma é especial se contém todos os elementos típicos da norma geral e mais alguns denominados especializantes. A norma especial acresce um elemento próprio a descrição legal do tipo previsto na norma geral. O tipo geral está contido no especial, ou seja, a norma especial contém todos os elementos da geral mais um, que é a diferença específica. É necessário sempre a presença da incompatibilidade para haver a revogação.
Artigo 2º. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue, § 1º. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior, § 2º. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga (salvo se houver incompatibilidade) nem a modifica a lei anterior, § 3º. Salvo disposição em  contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
Para exemplificar o § 3º da LICCB: Lei municipal (A) fixando alíquota de ISS em 2% é revogada por outra lei (B) que majora a alíquota para 5%. Caso a lei (B) seja revogada por uma outra lei (C), e a (C) nada disponha sobre o tema, a lei (A) que fixava a alíquota em 2% não voltará a ter vigência, criando-se assim uma ausência de alíquota para se exigir o ISS dos contribuintes por que não ocorreu o efeito repristinatório, que só existe quando expressamente previsto em um diploma legal.
Acompanhe mais 3 artigos da LICCB também aplicáveis ao Direito Tributário:
Artigo 3º. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Artigo 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Artigo 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Artigo 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
Fonte: http://jus.uol.com.br/revista/texto/661/vigencia-aplicacao-interpretacao-e-integracao-da-legislacao-tributaria
Sobre a vigência de uma lei
O legislador tem o poder discricionário para determinar o termo inicial da vigência de uma lei.
Em relação à matéria tributária o Artigo 101, do CTN, acolhe o princípio da vigência da legislação tributária no âmbito espacial e temporal.
Em relação à matéria tributária o Artigo 101, do CTN, acolhe o princípio da vigência da legislação tributária no âmbito espacial e temporal.
O período de tempo transcorrido entre a publicação de uma lei e o marco inicial da sua vigência é chamado de vacation legis. Este lapso somente não ocorrerá caso a lei entre em vigor na data de sua publicação.
Sobre a aplicação da lei
A aplicação da lei deve respeitar, no geral, o princípio da irretroatividade. Aplica-se, normalmente, a lei no que se concerne aos fatos futuros (princípio da irretroatividade da lei) e aos pendentes, assim compreendidos como aqueles cuja ocorrência tenha se iniciado, mas não tenha se completado, conforme Artigo 105 e 116 do CTN.
Para aplicar a legislação tributária, é preciso que se busque, sempre, o sentido da lei, verificando-se o alcance da norma.
O intérprete não cria, apenas limita-se a declarar o alcance e o significado da norma.
Acompanhe os métodos para a interpretação da lei tributária, bem como a de outros ramos do Direito:
• Gramatical ou literal - limita-se ao texto legal e acaba não satisfazendo plenamente devido aos diversos significados que uma palavra ou uma expressão podem ter, sendo, por isso, um método deficiente e precário;
• Histórico - procura interpretar a regra, analisando as razões que motivaram a edição da lei, verificando o contexto social, político, cultural da época do seu processo elaborativo;
• Sistemático - tem intenção de observar o sentido da lei perante o sistema jurídico no qual está inserida;
• Teleológico - tenta compreender a finalidade da lei, o escopo da norma.
As fontes de interpretação da lei podem ser classificadas em:
• Autêntica - feita pelo próprio legislador ao editar uma nova lei esclarecendo o teor da anterior;
• Jurisprudencial - efetuada pelo Poder Judiciário;
• Doutrinária - elaborada pelos estudiosos do Direito.
O Artigo 111 do CTN expressamente determina os casos em que somente caberá a interpretação literal da lei: suspensão, exclusão, outorga de isenção (que também é caso de exclusão do crédito) e, ainda, dispensa do cumprimento de obrigações acessórias. 
Já o Artigo 112 remete à interpretação benigna da lei, favorecendo ao contribuinte nos casos nele descritos, desde que existam dúvidas quanto à capitulação legal do fato, à natureza ou à materialidade do fato, à autoria, à imputabilidade, à punibilidade ou, ainda, quanto à natureza da penalidade aplicável ou à sua graduação.
Sobre a integração da lei
A integração da legislação tributária, por sua vez, consiste em não se permitir que nenhum evento do mundo real não se inclua nas previsões legais. 
Como todos os fatos devem estar previstose o legislador, na sua condição limitada de ser humano, não pode abarcar todas as situações reais no conjunto de leis, impera a necessidade de se integrar a legislação, preenchendo-se as lacunas legais.
Pode-se afirmar, que a integração é uma atividade “criadora”, mas, vinculada a normas pré-existentes.
O aplicador do direito deverá utilizar, segundo o Artigo 108 do CTN, os seguintes instrumentos, considerados como fonte do direito tributário:
• a analogia - é a utilização de normas específicas aplicáveis a situações semelhantes na resolução de questões que não dispõem de enquadramento específico na legislação;
• os princípios gerais do Direito Tributário - legalidade, anterioridade, irretroatividade, capacidade contributiva etc.;
• os princípios gerais do Direito Público - isonomia, igualdade, ampla defesa etc.;
• a equidade - com conceito vago, é a chamada justiça ao caso concreto, buscando a solução a partir da norma genérica, e não, de uma norma específica, como no caso da analogia.
Conclusão
A vigência da legislação tributária no Código Tributário Nacional, tem sua determinação no Artigo 101, do CTN. Objetivando a interpretação da vigência espacial, que tem por fim revelar qual o âmbito territorial cada norma integrante da legislação tributária vigora, cada ente federativo possui um território claramente demarcado, em que as normas expedidas por um ente só têm vigência dentro do seu respectivo território, não sendo aplicáveis aos fatos ocorridos nos território dos demais.
Já o Artigo 102, do CTN, determina a regra da territorialidade.
Em relação à vigência temporal da legislação tributária, pode-se verificar de imediato ou após um lapso de temporal no próprio texto legal, denominado vacatio legis, com base no Artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Civil. 
Publicada uma lei tributária, a vigência se dará de acordo com a cláusula própria que deve constar do texto legal, no caso de inexistência de disposição expressa, deve-se observar o prazo de quarentena e cinco dias após a data de publicação para o início da vigência.
Os Artigos 100 e 103, do CTN dispõem sobre as regras de vigência das normas. Por isso, o estudo da capacidade tributária, da legislação tributária e sua aplicação no nosso ordenamento, deve ser entendido em conformidade com os princípios tributários e com as fontes do direito para poder verificar a proteção ao contribuinte cidadão.

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