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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA
FACULDADE DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: AMÉRICA I
DOSCENTE:
DISCENTE: LARISSA LIMA TEIXEIRA
MATRÍCULA: 
RESUMO DO LIVRO BRASIL ANTES DOS BRASILEIROS
BRAGANÇA- PA
2015
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INTRODUÇÃO
André Prous, no livro O Brasil antes dos brasileiros faz uma aproximação da arqueologia com a antropologia para falar dos povos que viviam no Brasil antes da chegada dos portugueses, fazendo uma espécie de construção desse homem. E para construir essa imagem ele usa os relatos dos cronistas nos séculos XVI e XVII, dentre eles: Jean de Léry, Hans Staden, André Thevet, Gabriel Soares de Souza, Carvajal.
Fala que para estudar essas sociedades indígenas é preciso fazer uso da arqueologia que tem como objeto de estudo os vestígios materiais de sociedades. Dessa forma, se baseando apenas nos vestígios seria difícil ao historiador, que usa principalmente fontes escritas, nem para o antropólogo que privilegia a observação direta de sociedades vivas. Portanto, é importante o estudo da arqueologia comparada para entender essa população em movimento.
No final do século XIX, foram encontrados no Brasil vestígios dessas sociedades nos sítios arqueológicos de Lagoa Santa em Minas Gerais, e pelo litoral brasileiro. Um desses achados muito importante são os sambaquis, restos humanos, encontrados em diversos pontos do país. Eles foram importantes para explicar em que grau evolutivo se encontrava.
O numero de pesquisadores a partir de 1980 começou a crescer, mas não é o suficiente para a demanda de pesquisas. Outro problema que dificulta o aprofundamento no estudo é o fato de alguns grupos indígenas quererem participar da reconstrução de sua história utilizando seus próprios, como os grupos de Minas Gerais.
Então, o objetivo desses especialistas é tentar entender o processo de formação dessas sociedades antes da escrita e para isso é necessário fontes: ossos humanos e os de animais caçados, vegetais (raramente preservados); instrumentos de pedra, osso e cerâmica; os grafismos e os vestígios “culturais” encontrados nos sítios arqueológicos, que os estuda através de suas camadas.
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 CAPITULO 1
 Os primeiros habitantes
A questão da presença de seres humanos na América gerou diversas discursões sobre a origem desses povos entre os pesquisadores, pois o continente Americano era isolado da Europa, de onde se encontraram os vestígios de povos mais antigos. Então de onde vieram esses povos?
Uma serie de hipóteses surgiu para explicar a origem dos índios. O francês Paul Rivet observou nesses povos características que se assemelhavam á povos asiáticos e australianos, concluindo que houve migrações destes para a América pelo Pacifico meridional. Essas hipóteses foram refutadas mais tarde devido à falta de base nos fatos.
A maioria dos especialistas concorda que esse homem americano não surgiu na América, pois os vestígios encontrados tem uma datação muito mais recente que a do Velho mundo. Ele teria vindo de migrações do Velho mundo através do estreito de Bering por causa da glaciação, que ocorreu nesse período, que os forçou a procurar alimentos cada vez mais longe.
Em meados do século XX, foram encontrados vestígios das primeiras populações humanas na América do Norte, os chamados Clóvis. Estes eram exímios caçadores, adaptados a vários ambientes. Desenvolveram técnicas de lascamento da pedra de sílex para retirar seus instrumentos.
Pesquisas realizadas posteriormente revelam provas concretas de populações anteriores á Clovis entre 11.500 e 13.00 anos atrás no Chile meridional.
No Brasil, arqueólogos discutem sobre possíveis evidencias da presença humana mais antiga com mais de 20.000 e 40.000 anos, mas são evidencias duvidosas, falta o aprofundamento dos estudos nessa área. No entanto, os vestígios humanos só se tornam incontestáveis por volta de 11.000 anos atrás.
Em Lagoa Santa (MG), foram encontrados vestígios de uma intensa ocupação em abrigos sob a rocha, não significando que eles moravam em cavernas, provavelmente era um abrigo temporário. Foi em Lagoa Santa que se encontrou o esqueleto mais antigo do Brasil, Luiza, que seria uma jovem mulher.
Em Minas Gerais, foram encontrados instrumentos lascados rusticamente, assim como os mais polidos que eram feitos para serem mais resistentes. Esse aprimoramento da técnica se encontra também no Piauí, vindo a serem encontrados milhares de anos depois.
Outros sítios arqueológicos importantes são os do Vale do Peruaçu e a Lapa do Boquete. No Vale do Peruaçu não se encontrou ossos humanos. Os instrumentos mais encontrados são os típicos objetos em forma de lesma. Na Lapa do Boquete já é possível observa uma divisão e organização do espaço. Nessas sociedades foram encontradas vestígios de tinta que poderiam ser arte rupestre.
Acredita- se que essas sociedades viviam em pequenos bandos, sendo caracterizado pelo aspecto nômade, e por não terem uma hierarquia. Esses povos têm diferenças culturais bem expressivas, por exemplo, o modo de sepultar os mortos, os instrumentos diferentes em algumas regiões.
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 CAPITULO 2 
 A pré-história do Brasil meridional
No Brasil meridional, os principais sítios arqueológicos ficam na faixa litorânea desde o sul de São Paulo até o Rio de Janeiro, onde se encontram os sambaquis, restos de cozinha e humanos deixados por esses habitantes do litoral do Brasil, que são dentre 7.000 até 2.000 anos atrás.
Nos sítios mais antigos são observadas construções onde os seus construtores eram caçadores e pescadores. É possível observar uma divisão de tarefas por sexo, onde as mulheres possivelmente ficavam responsáveis pela coleta de crustáceos e moluscos, e os homens pescavam e caçavam animais.
Os sambaquis do sul costumavam construir usar conchas de mariscos para servir de base para suas construções. Em alguns sambaquis mais altos são encontrados objetos oriundos de rituais funerários feito em covas rasas. Segundo pesquisadores de Santa Catarina, esses locais de sepultamento eram feitos apenas na ocasião do ritual.
Com esses povos foram encontrados instrumentos de osso, ornamentos de conchas e objetos em pedra e zoólitos, que eram peças esculpidas em pedra geralmente simbolizando animais, provavelmente ligados a rituais.
Houve uma mudança no litoral do continente há 2.000 anos. Não se fazia mais plataformas com conchas, os zoólitos sumiram, no entanto, os instrumentos de osso aparecem. Isso se deve a provável influencia de povos vindos do planalto.
Ao sul de Torres e ao nordeste do Uruguai podem ser encontrados vestígios de populações de pescadores que pescavam no período em que as aguas baixavam. Eles construíam plataformas de areia denominado de “cerritos”. Segundo pesquisas recentes, observou- se que esses cerritos não eram usados somente como base para edificação de habitações, eram também locais de sepultamento.
A tradição Vieira se caracteriza pelo aparecimento da cerâmica cerca de 3.000 anos atrás, feito de maneira simples, os vasos eram para o preparo de peixes.
Os primeiros habitantes interioranos são povos pré- colombianos caracterizados pela tecnologia na forma de construir instrumentos. Podendo ser encontrados na cultura Altoparanaense, tanto no Brasil quanto na argentina.
Por volta de 2.000 anos atrás percebesse algumas mudanças. Aparece à cerâmica e certa lapidação de tecnologias de construção, um exemplo disso são as cassas subterrâneas, com 3 á 18 metros de profundidade, feitas para aguentar as geadas e o frio do inverno. A estrutura dessas casas era feita de modo que algumas pudessem ter acesso às outras através de um corredor. Nessas casas foram encontrados aterros que poderiam ser de sepultamento de mortos mais importantes.
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 CAPITULO 3Arqueologia do Pantanal
Devido algumas alegações sazonais no pantanal as populações tiveram dificuldades quanto à ocupação, tendo que se limitarem as altas terras marginais das lagoas, ou ainda construir plataformas de areia retirada da margem que era colocada sobre uma camada de conchas para dar estabilidade. Nessas plataformas eram construídos habitações, e em certas ocasiões sepulturas.
A tradição arqueológica do pantanal e caracterizada pelo aparecimento da cerâmica, como vasilhas, vasos e sobre tudo é possível observar o aparecimento de panelas. Esses objetos eram alisados e muitas das vezes decorados para parecer com couro de jacaré, ou em formas geométricas, sendo banhado de tinta vermelha. Os cacos dessas panelas por vezes eram aproveitados como objeto decorativo ou colar.
Os instrumentos encontrados são, sobretudo, feitos de pedra: bloco de faces planas provavelmente quebra- cocos, e alguns ovais possivelmente bigornas para obter lascas.
Os mortos eram enterrados nos aterros maiores, sendo depositados os corpos geralmente incompletos. Nos aterros menores não se encontra a presença de sepultamentos.
Quando a alimentação é possível notar a presença de peixes, vestígios de caças como o porco- do- mato, cervídeos, jacaré, aves. Esses vestígios podem ser o cardápio alimentar desses povos do pantanal.
 Com o advento da cerâmica é possível observar algo novo nesses povos: a ideia de guardar, e por isso a fabricação de vasos e panelas mais resistentes. No pantanal também foi verificado a presença de gravuras rupestres onde são representadas pagadas humanas e de animais. 
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 CAPITULO 4
 A pré- historia do Brasil central e do Nordeste
No Brasil central e do nordeste ainda se encontra marcante a cultura dos caçadores e pode- se perceber um aumento da produção de grafismos. A cerâmica passa a ser posteriormente um meio de identificação dessas culturas. 
É possível notar que cada região desenvolve suas peculiaridades. A tradição de Itaparica é caracterizada por numerosos instrumentos de pedra. Eles faziam ou adquiriam através de trocas artefatos plano convexo trabalhado em uma única face servindo para trabalhar madeiras e pontas de projétil. As principais diferenças entre esses grupos podem ser observadas através dos rituais, na fabricação de objetos e na arte rupestre.
Os rituais funerários se diversificaram. Na Lapa do Boquete (MG) Buíque (PE), são exemplos onde se podem encontrar vestígios da cultura de enterra o corpo inteiro do morto em covas. Em Gentio (MG) e na Gruta do Padre (BA), os mortos eram cremados e o pacote de ossos depositados em abrigos.
O cultivo de plantas domestica tem seu inicio de certeza há 2.000 anos. Essa informação é relevante, pois é quando começa a surgir à necessidade de guardar alimentos. Entre 2.500 a 1.200 anos atrás aumenta evidencias do cultivo de milho, mandioca, caroços de algodão, cascas de amendoim entre outros.
No Brasil central e nordestino, a cerâmica surge próximo ao inicio da Era Cristã. Eram fabricadas pequenas vasilhas de cerâmica em forma de globo, sem decorações. No Brasil central ela é denominada de “Tradição Uma” e, no Nordeste “Tradição Pedra do Caboclo”. Esses povos desenvolveram técnicas de produzir cerâmica com uma maior durabilidade.
Em Minas gerais, verificou- se a presença de processos de mumificação. Os adultos eram recobertos por folhas de palmeira e amarrados com um cordão, e com ele eram colocados cestos e instrumentos que poderiam ser uteis na vida no além. Começa, então, uma crença num pós-morte. As crianças pequenas eram sepultadas em urnas de cerâmica.
A maioria dos grupos acaba se fundando as margens dos rios, pois o rio acaba servindo como um sistema de proteção e fornecimento de alimentos. Esses grupos eram pequenos, as crianças não eram protegidas, pois levar uma criança em um grupo era sinal de dificuldades porque ela requereria muita atenção e cuidados, dificultado a vida pratica e dinâmica dessas pessoas. Essas pessoas passam a ser mais sedentário, e isso pode observado através do inicio do cultivo de alimentos domésticos. Não se identificaram os sítios de moradia desses pequenos agricultores. Os últimos dentre esses primeiros agricultores aperfeiçoaram a técnica de lascamento bifacial em sílex que sustitui completamente as pontas feitas de ossos e madeira.
Não se podem entender as pinturas rupestres como uma arte tal qual conhecemos hoje. É inconveniente olhar para o passado e atribuir valores atuais. Nota- se nesses povos a presença de gravuras, que possivelmente podem ser manifestações de etinicidade, o sobrenatural ou questões politicas. Porem são diversificadas, mudando de região a região e também conforme o tempo. No Brasil central ou nordestino são encontrados em poucos lugares registros dessas pinturas.
Nos registros de grafismos mais antigos são comumente encontradas representações humanas acompanhadas por animais. Nessas representações, quando individual, a figura humana aparece com ornamentos e sem um símbolo marcante que destaquem o seu sexo. Já quando estão em grupo, geralmente são representados dinamicamente, como em caçadas, cenas de relações sexuais. Os traços sexuais são tipicamente marcados, o homem com um traço na diagonal indicando o pênis e a mulher com um circulo indicando a vulva.
Por volta de 9.000 anos atrás, se torna numerosos o numero de grafismos representando cenas de conflitos. Isso se da porque o grupo esta crescendo, o que quer dizer que as necessidades mudam o espaço, os alimentos começam a não ser suficientes para a demanda. Diante disso passa a se formar a questão da identidade dentro de um grupo.
No centro do estado de Minas Gerais encontra- se a predominância de representações de animais, principalmente cervídeos estando eles muitos das vezes agrupados em famílias. Quando esses animais se encontram representados sozinhos geralmente estão cercados por figuras humanas, formando cenas de possíveis armadilhas para capturá-los.
Em Lagoa Santa surgem representações de figuras humanas, onde se podem notar os órgãos sexuais bem marcados, pintados de forma que provavelmente formem cenas ligadas a rituais de fecundidade. Essa questão dos órgãos sexuais evidentes se deve a acentuação do desejo de se diferenciar, remetendo a ideia de superioridade.
Entre 9.000 e 7.000 anos atrás encontram- se na Lapa do Boquete gravuras em paredões de figuras geométricas sendo que algumas podem ser identificadas com objetos: armas, propulsores, maracas. Com o tempo essas figuras geométricas foram ficando cada vez mais complexas, sinal de que as habilidades vão se lapidando com o passar dos dias. Essas pinturas são associadas à Tradição de São Francisco.
As habilidades humanas se desenvolvem. O estilo das figuras muda. Não se tem mais representações lineares, mais sim, monocromáticas contornadas por um traço diferenciador. Nessa fase é comum observar representações de vegetais (coqueiros, milho palmeira) e animais (quadrupedes, emas, peixes, entre outros).
É interessante notar que no oeste baiano encontram- se vestígios de figuras parecidas com corpos celestes (sóis, estrelas), e aves sendo atribuídas á Tradição Astronômica, fazendo parte da cosmologia desses povos. 
A Tradição Aratu-Sapucaí é encontrada em Minas Gerais, Bahia e em Goiás. É caracterizada pelas aldeias ceramistas que perduraram do século VIII ao XVII. Nos locais de sua habitação encontram- se faixas de terra preta que se deve aos restos de cerâmica. Também são encontradas habitações que eram ocupadas por pouco tempo. Encontram- se diversas dessas casas agrupadas em forma de ferradura em volta de uma praça central. O espaço das casas era de predominância feminina, com sua família; o espaço da praça central era para assuntos políticos e cerimoniais, portanto era um ambiente masculino.
Nessa Tradição são encontradas inúmeras vasilhas de cerâmica ovoide que serviam para guardar alimentos ou bebidas. As vasilhas de tamanho menor eram utilizadas para cozeralimentos. Muitas destas vasilhas eram reutilizadas posteriormente como urna funerária, sendo depositada no centro da praça central.
Nas áreas onde a seca predomina, nas fronteiras de Minas Gerais e a Bahia, encontraram- se vasilhas de cerâmica em baixo de estalagmites que gotejavam fornecendo agua em um período de escassez. Essas estalagmites ficavam no interior de grutas que geralmente eram sinalizadas com pinturas nas entradas para que ficasse mais fácil a identificação das grutas onde tinha água.
Pouco se encontra de instrumentos feitos de pedra lascada, os instrumentos mais comuns são os de madeira e ossos. Fabricavam objetos cuja finalidade era corta, no qual o seu gume era polido, os machados. A fabricação de um machado era laboriosa, demorava de 7 a 17 horas, portanto esses objetos eram valiosos. Algumas das laminas desses machados tinham a forma de ancora, chamados semilunares. Um jesuíta em seus relatos descreveu esses machados como de uso exclusivo nas guerras, sendo deixado no cadáver do inimigo.
Deduz-se que o habito alimentar desses povos era baseado em carboidratos (grãos de milho), pois foram encontrados grãos de milho em urnas funerárias, todavia, não se sabe muita coisa dos seus hábitos alimentares.
O estado do Maranhão e algumas regiões secas do Mato Grosso foram ocupados por grupos que eram caracterizados pelo habito de por cinza de vegetais na mistura para a fabricação da cerâmica. Faziam vasilhas para cozinhar, essas vasilhas tinham o fundo plano que servia para melhor estabiliza-la. No Maranhão também foram encontrados machados feitos de pedra, e pequenas esculturas em formas de sapos em pedra verde, muiraquitã. Isso se deve a uma possível influência da Amazônia. 
E de suma importância frisar que essas tradições muita das vezes tiveram contato entre si provocando um dinamismo cultural e ate um sincretismo. Diante disso, é comum achar objetos derivados de outras tradições em tradições diferentes.
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 CAPITULO 5
 A onda tupiguarani
Do norte de São Paulo ao do rio Paranapanema encontram- se populações que falam basicamente línguas que por serem parecidas fazem parte do tronco linguístico Tupi- guarani. Com isso, as populações meridionais são chamadas de guarani, e as populações do norte de Tupi. Também foi notado que eles tinham costumes bem parecidos e ate crenças comuns entre si. No entanto, atualmente algumas dessas tribos indígenas estão extintas como os Tupinambás, Mundurucu. 
A questão da denominação Tupiguarani gera, por vezes, confusão entre pesquisadores. Os arqueólogos costumam usar a nomenclatura Tupiguarani para designar aos vestígios desses povos. E a denominação Tupi- guarani é usada quando se refere à questão linguística. Quando se quer falar da questão de população, ou seja, grupos diferentes se usam Tupi e Guarani, pois essas populações não são homogenias apesar de terem aspectos em comum.
Um dos aspectos marcantes nessa cultura Tupi e Guarani é a cerâmica, mas essas populações não devem ser entendidas como homogenias, cada uma delas tem suas especificidades, como as vasilhas cerâmicas Tupinambás de decoração característica, feito pelas mulheres. Eram fabricadas grandes vasilhas, cambuchi ou igaçaba, para guardar uma bebida feita com a mandioca ou milho, cauim. Essas vasilhas também eram utilizadas para sepultamentos, para cozer alimentos e para servi- los. E para facilitar a compreensão sobre essas populações o texto divide essas populações em duas: a “Subtração Tupinambá” para os povos meridionais e a “Subtração Prototupi” para os povos setentrionais.
São encontrados vestígios desses povos, sobretudo próximo a rios, em matas ciliares, pois os beneficiaria na questão alimentar e locomotiva. Nessas áreas próximas ao rio o solo era rico em nutrientes que favorecia a agriculta de coivara (método em que uma área de mata é queimada, e depois sobre as cinzas planta- se alimentos, pois as cinzas forneceriam nutrientes necessários para agricultura), mandioca brava, milho. Provavelmente eles se deslocavam em canoas. O rio também era utilizado para obtenção de alimentos, onde se instalavam armadilhas próximas as corredeiras para capturar peixes.
É possível notar algumas diferenças entre esses povos meridionais e setentrionais. As populações meridionais eram caracterizadas por grandes vasilhas abertas de cerâmica quadrangular, oval ou circular. No entanto, as populações setentrionais eram caracterizadas pela fabricação de tigelas para depositar cauim, caçarolas, e miniaturas de vasilhas. As vasilhas meridionais eram geralmente decoradas enquanto a pasta para fabricação da vasilha ainda estava mole, fazendo desenhos em sua estrutura. Já as vasilhas setentrionais eram decoradas com pinturas sofisticadas.
Os instrumentos não eram tipicamente de pedra como em outras culturas. Os instrumentos mais encontrados foram lascas cortantes, encontram- se pequenos seixo ovalar que provavelmente serviria para alisar cerâmica. Alguns tacapes e arco feitos de madeira foram encontrados.
Segundo relatos de cronistas, esses povos costumavam viver em ocas, ondem estas abrigavam grandes famílias. Algumas dessas ocas tinham uma organização independente, sendo liderada pelo chefe da oca. Outras ocas eram reunidas em confederações sendo dirigidas por um chefe militar, o morubixaba. A base alimentar Tupi era a mandioca, já a base alimentar Guarani era o milho que lhes forneciam reservas alimentares para possíveis guerras.
A questão da guerra dentre esses povos não visava a conquista de terras, mas sim a proteção das fronteiras. O objetivo das guerras não era de eliminar o inimigo, mais mante- lo cativo para que pudesse ser usado na condução dos rituais antropofágicos. Esse ritual era importante, pois o guerreiro da tribo vencedora devorava o inimigo com o objetivo de adquirir sua força e virtude dos guerreiros mais valentes. 
Não se encontra muito vestígios desses rituais a não serem ossos quebrados ou queimados. No que consiste ao ritual fúnebre, o cadáver era enterrado e quando a carne estivesse deteriorada os ossos eram retirados e postos no combuchi ou igaçaba. Alguns objetos foram encontrados com esses mortos, vasilhas decoradas (sul) e bacias (norte).
A respeito da arte, o exemplo mais encontrado eram as decorações de vasilhas feitas pelas mulheres, relevos e pinturas. As panelas eram decoradas com relevos de forma que viessem a parecer couro de jacaré. As vasilhas menores eram decoradas com pinturas, essas eram especificamente para cerimonia de morte, ou para depositar o cauim. Algumas vasilhas foram encontradas com decorações geométricas bem elaboradas, algumas chegando a imitar teias de aranha.
É difícil identificar a origem desses povos tupuguarani, por isso varias teses existem para explicar de onde esses povos surgiram. Devido à presença de cerâmicas advindas da argentina se conclui que esses são originários de lá. Contudo, esses povos possuem características comuns a Amazônia, como a agricultura de coivara, pintura policromada, assim como, grupos dispersos por essa área, e devido a isso alguns linguistas acreditam que seja da Amazônia a origem do tronco linguístico tupi-guarani.
Nessas populações se fazia presente pregações sobre um “paraíso” mítico, pregado pelos sacerdotes caraíbas. Essa ideia é pertinente, pois explicaria migrações ocorridas no século XVI. Contudo vestígios fronteiriços indicam que boa parte das populações manteve-se estáticas durante muito tempo, mas que com a chegada dos europeus acorreram inquietações a respeito de profecias messiânicas.
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 CAPITULO 6
 Arqueologia amazônica 
Acreditava- se que na Amazônia não existiria grandes populações organizadas politicamente. Isso se deve a falta de estudos nessa área no período de 1950 a 1990. Mas isso foi sendo refutado, pois a partir do ano de 1990, novos estudos foram feitos nessa área revelando novas suposições dedebate.
É importante falar que a Amazônia nem sempre existiu tal como a conhecemos hoje. Entre 18.000 e 12.000 anos atrás ela passou por uma fase de seca e acredita- se que a extensão de florestas poderia ter quase desaparecido, restando apenas ilhas florestais, mas outros especialistas acreditam que seca não foi tão drástica, teria ocorrido uma diminuição moderada das matas. Essa seca pode ter contribuindo com a ocorrência de sucessivos com sucessíveis incêndios, acarretando migrações de populações e sua substituição posterior. Essa seria uma hipótese que explicaria as diversas tradições ceramistas na Amazônia.
Escavações feitas em Roraima comprovou a existência de vestígios de instrumentos feitos de pedra lascada, como os machados lascados. E com isso, se comprova a existência de caçadores na Amazônia entre 8.000 e 3.000 anos atrás.
Devido às condições climáticas na Amazônia, intensas chuvas. Não se tem vestígios de vegetais preservados dessa época nem cerâmica, provavelmente por serem expostos a sítios a céu aberto. Os vestígios de cerâmica só passam a ser concretos a partir do inicio da Era Cristã sendo agrupados em duas Tradições:
A primeira: a tradição marajoara que também é a mais antiga encontrada na Amazônia. Encontram- se aterros arqueológicos, próximo aos principais rios do Marajó, os chamados “Tesos” pelos moradores locais. Não se tem certeza sobre a verdadeira utilidade desses aterros. Algumas especulações falam que esses aterros poderiam ser habitados ao mesmo tempo, mas que teriam uma divisão entre essas populações. Mas esses espaços poderiam ser de habitações organizadas politicamente e com a presença da ritualística, mas poderiam ser ainda destinados ao cultivo ou cerimoniais.
Quanto ao que se refere à economia, alguns especialistas acreditam que esses aterros seria destinadas a agricultura, mas a complexidade da cerâmica poderia sugerir houvesse artesãos especializados.
Na arte, encontramos a característica principal, a cerâmica policromada. Em cada tipo de vaso encontra- se uma decoração característica, as urnas do tipo “Joanes Pintado” tem forma de globo e apresenta uma figura de cabeça provavelmente feminina nas duas faces do vaso, olhos redondos e protuberantes, como os de coruja. Enquanto isso, as urnas do tipo “Pascal incisivo” apresentam a representação do corpo feminino, destacando os seios e o triangulo pubiano, essas urnas são decoradas com linhas espiraladas que poderiam representar as pinturas corporais.
Com isso se nota que a arte marajoara visava à representação do corpo humano, mas com algumas substituições de membros pelo de animais.
A segunda: a tradição Incisa-ponteada que provavelmente deve ser oriundas das Guianas e da Venezuela. Nessa tradição destacam- se as cerâmicas de Santarém ou Tapajós que são encontradas em sítios em Santarém e Óbidos. 
Encontram- se nessa tradição três tipos de vasos: as cariátides, os vasos de gargalo, e o vaso cerimonial.
As cariátides são vasilhas que apresentam figuras femininas nuas, com a boca e os olhos cobertos. Essas figuras eram encontradas no receptáculo. Ao redor da vasilha encontram- se representações de urubus- reis. Não se tem certeza qual a sua utilidade.
Os vasos de gargalo possuem na base uma representação de um jacaré com duas cabeças opostas. Esses vasos tem esse nome por causa de um gargalo cilíndrico que sai na vertical.
Nos vasos cerimoniais encontram- se vasos em forma de globo com representações masculinas, e outros com representações femininas nuas com pinturas corporais e adornos e com olhos como grãos de café, como o muirakitã, que eram sapos esculpidos em pedras verdes. Também foram encontradas estatuetas representado uma figura humana subjugada por um animal, geralmente uma onça.
Muitos outros vestígios de civilizações foram encontrados na Amazônia como urnas funerárias com representações de um homem sentado sobre um banco, representações de animais, mas devido à falta de estudos não foram possíveis ter um conhecimento aprofundado sobre as mesmas. 
BIBLIOGRAFIA
PROUS, Andre. O Brasil antes dos brasileiros: A Pré- História de nosso país. 2 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora.

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