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Pontifícia Universidade Católica de Goiás Engenharia de Controle e Automação Disciplina: ENG 3515 – Segurança em Métodos e Processos Professor: Flávio Fernandes fernandes.flavio@gmail.com Proteção contra Incêndios Fogo é a resultante de uma reação química de oxidação com desprendimento de luz e calor. Pode-se dizer, ainda, que fogo é parte visível de uma combustão. O fogo pode se apresentar de duas maneiras: - como chamas - como brasas Conceito de Fogo Conceito de Incêndio É a propagação rápida e violenta do fogo, provocando danos materiais ou perdas de vidas humanas, após fugir o controle do homem. Elementos do Fogo Sabe-se que a combustão é uma reação química, logo ter no mínimo dois elementos que reajam entre si, bem como uma circunstância que favoreça tal reação. Combustível É o elemento que serve de campo de propagação do fogo. Os combustíveis podem ser sólidos líquidos ou gasosos. Ex.: madeira, tecido, papel, gasolina, GLP. Comburente É o elemento que proporciona vida às chamas, que ativa e intensifica o fogo. Como comburente natural temos o oxigênio. Calor É a condição favorável que dá início, mantém e incentiva a propagação do fogo. Como principais fontes de calor temos: - o calor ambiental - a chama - o calor provocado pelo choque, atrito e compressão - energia radiante (raio laser) - o calor de reações químicas - energia elétrica Tetraedro do Fogo O processo de combustão é uma reação química auto- sustentável, com liberação de luz, calor, fumaça e gases. A reação em cadeia formada durante e combustão transmite a energia química gerada, promovendo a sustentação e propagação do fogo. Pontos notáveis da combustão • Ponto de fulgor: a menor temperatura na qual um combustível liberta vapor em quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável por uma fonte externa de calor. O ponto de fulgor não é suficiente para que a combustão seja mantida. • Ponto de ignição: é a temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda vapores ou gases combustíveis que, combinados com oxigênio do ar e em contato com uma chama ou centelha (agente ígneo) externa, se inflamam; e mantém-se queimando, mesmo com a retirada do agente ígneo, face a quantidade de vapores liberados àquela temperatura, bem como o aumento da temperatura provocada pela queima. Pontos notáveis da combustão • Ponto de ignição: é a temperatura mínima em que ocorre uma combustão, independente de uma fonte de ignição, como uma chama ou faísca, quando o simples contato do combustível (em vapor, por exemplo), em contato com o comburente já é o suficiente para estabelecer a reação. Combustíveis Sólidos comuns: São aqueles que podem entrar em combustão, ou seja, queimar, sofrendo substancial modificação química quando sujeito ao calor ou a chama. Queimam em superfície e profundidade, deixando com isso resíduos. Ex.: madeira, papel e tecido. Combustíveis Sólidos especiais: São as várias substância sólidas que apresentam riscos especiais de incêndio. - Produtos reativos com a água (pirofóricos): devido a quantidade de calor liberada com a água (sódio, pó de alumínio, soda cáustica, cálcio, potássio) - Produtos reativos com o ar: devido a quantidade de calor liberado quando em contato com o ar (carvão vegetal, fósforo branco, fósforo vermelho) - Halogênios: como exemplo específico temos o iodo, que se apresenta na forma de cristais voláteis, e que apresenta o risco de explosão quando misturado a outros produtos. Combustíveis Líquidos Líquidos combustíveis: são líquidos que possuem ponto de fulgor igual ou superior a 37,8 ºC. Líquidos inflamáveis: são aqueles que produzem vapores que em contato com o ar, em determinadas proporções e por ação de uma fonte de calor, incendeiam-se com extrema rapidez. Para isso precisa no mínimo atingir o seu ponto de fulgor. O ponto de fulgor é inferior a 37,9 ºC. Combustíveis Gasosos Os gases representam um fator de alta importância pelo riscos de: combustão, explosão e toxidez. Gases que apresentam risco de incêndio: - Gás Liquefeito de Petróleo (GLP): propano e butano - Gás natural (GN): metano - Halogênio: flúor e cloro - Gases para sistema de refrigeração - Gases inseticidas - Gases anestésicos Classificação do incêndio quanto ao combustível A determinação precisa da classe do combustível irá determinar que técnicas de combate devem ser empregadas, bem como, qual o melhor extintor e a forma de emprego correta. - Classe A - Classe C - Classe B - Classe D Classe A São aqueles materiais de fácil combustão, com a propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade, deixando resíduos sólidos após a queima (cinza). Como exemplo temos os combustíveis sólidos (madeira, papel, palha, tecido). Classe B São aqueles materiais considerados combustíveis ou inflamáveis que queimam somente em sua superfície, não deixando resíduos. Como exemplos temos os líquidos combustíveis e inflamáveis: gasolina, óleo, graxas, tintas, álcool, vernizes. Classe C São os incêndios que ocorrem em equipamentos elétricos energizados, como: transformadores, quadros de distribuição, fios e outros. Esses incêndios, após o equipamento ser desligados passam a pertencer a outra classe (classe A). Todavia, deve-se ter cuidados com equipamentos que possuem acumuladores de energia como capacitores ou baterias. Classe D São aqueles que ocorrem em metais pirofóricos, como por exemplo: magnésio, potássio, alumínio em pó, zinco, sódio e titânio. Métodos de Extinção Conhecido o triângulo do fogo, este só existirá quando estiverem presentes os três elementos essenciais da combustão, com base neste conhecimento é que se baseiam os métodos de combate e incêndio. Com base neste conceito para extinção fogo basta retirar um dos lados do triângulo, logo, existem três possibilidades básicas para extinção de um incêndio. Métodos de Extinção Os três primeiros métodos são bem conhecidos: retirada do combustível ou isolamento, abafamento e resfriamento. Existem o quarto método que utiliza-se da supressão dos radicais químicos livres ou extinção química. Retirada do combustível ou isolamento A retirada do material ou controle do combustível é o método de extinção mais simples na sua realização, pois, não exigem aparelhos especializados, consistindo na retirada, diminuição ou interrupção do campo de propagação do fogo, ou seja, do material ainda não atingido pelo incêndio. Empregado em incêndios florestais ou em tanques de armazenamento de líquidos combustíveis ou inflamáveis. Resfriamento Resfriamento ou o controle do calor, é método do extinção mais usado. Consiste em retirar calor do material até um ponto determinado, abaixo do qual ele não queima ou não emite mais vapores que, por efeito do calor, reagem com o oxigênio produzindo a combustão. O agente usado comumente para combater o incêndio por resfriamento é a água. Muito utilizada por existir em abundância, ser de fácil utilização e ter maior capacidade de absorver o calor. Abafamento O abafamento ou controle do comburente, é o método de extinção mais difícil, pois em incêndios de grandes proporções são necessários equipamentos e produtos específicos para se conseguir o abafamento. Consiste na eliminação do oxigênio nas proximidades básicas do combustível, interrompendo o triangulo do fogo e a combustão. Não é necessária a eliminação total do oxigênio, basta que a concentração seja reduzida para um percentual abaixo de 13%. Extinção Química Processo de extinção por meio de hidrocarbonetos halogenados e sais inorgânicos que promovem uma reação química que interfere na cadeia de reações que se realiza durante a combustão rompendo esta cadeia e interrompendoa combustão. Transmissão de Calor É de fundamental importância o estudo dos processos de transmissão de calor, tanto para apoiar os estudo de soluções para extinção quanto os de prevenção. O calor pode se propagar de três diferentes maneiras: condução, convecção e irradiação. Condução É a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula. Quando dois ou mais corpos estão em contato o calor é conduzido através deles como se fossem um só corpo. Convecção É a transferência de calor pelo movimento ascendente de massas de gases ou de líquidos dentro de si próprios. O ar aquecido se expande e tende a se deslocar para as partes mais altas do ambiente elevando a temperatura neste pontos provocando novos focos de incêndio, enquanto o ar frio toma lugar nos níveis mais baixos. Em incêndios de edifícios esta a principal forma de propagação de calor para andares superiores, quando os gases aquecidos encontram caminhos através das escadas e poços de elevadores. Irradiação É a transmissão de calor por ondas caloríficas de energia que se deslocam através do espaço. A ondas de calor se propagam em todas a direções, e a intensidade com que os corpos são atingidos aumenta ou diminui a medida que estão mais próximos ou mais afastados da fonte. Transmissão de Calor Agentes Extintores Agentes extintores são produtos utilizados na prevenção e extinção de incêndio. Habitualmente são utilizados através de equipamentos especializados, fixos ou móveis. Agentes extintores mais utilizados: - Água - Espuma - Dióxido de carbono (CO2) - Hidrocarbonetos halogenados - Pó químicos Água • Jato compacto – Resfriamento – Classe A • Neblina – Resfriamento e abafamento – Classe A e B • Vapor – Abafamento – Aplicação específica • Neblina – Potencializa o resfriamento Condutibilidade da Água Desde o aparecimento da eletricidade, considera- se inadequado o uso da água para extinção de incêndios de classe C, devido a condutividade elétrica da água, causando danos a segurança do operador. O meio mais comum de incêndios desta classe é a eliminação eletricidade para depois promover a extinção utilizando água, ou simplesmente utilizando outro agente extintor que não seja condutor. Espuma É constituída por três elementos fundamentais: água, ar ou CO2 e o agente formador de espuma. São especialmente indicadas para extinção de incêndios em líquidos combustíveis e inflamáveis. A espuma possui densidade baixa, flutuando sobre os líquidos formando um lençol compacto. Age pelo princípio do abafamento e resfriamento. Dióxido de Carbono De grande eficiência no combate a incêndio classes B e C. Para utilizá-lo, deve-se armazená-lo em cilindros especiais de aço, liquefazendo-se a uma pressão de aproximadamente 60 atm. Ao ser aliviado da compressão, ocorre uma rápida vaporização, e expansão acompanhada de uma violenta queda de temperatura (-78 ºC), solidificando-se parte do gás em pequenas partículas, formando na superfície do combustível uma neve carbônica (gelo seco). Hidrocarbonetos Halogenados Gases especiais que são utilizados no processo de extinção de incêndio. Atua na qualidade de uma agente quebra cadeia (inibição físico química) pois interrompe a reação em cadeia do processo de combustão. Existe o risco as pessoas quando uso deste tipo de agente extintor, devido ao próprio gás e ao produto de sua decomposição resultante de seu contato com o fogo. Pó Químico Seco – PQS Propriedades extintoras: - Resfriamento - Quebra da cadeia de reação (*) Tipos de PQS: - a Base de Bicabornato de Sódio - a Base de Sais de Potássio - a Base de Monofosfato de Amônia (tipo ABC) - para Incêndio Classe B Equipamentos de combate a incêndio • Extintores de incêndio – Classe A – combustíveis sólidos – Classe B – líquidos inflamáveis – Classe C – equipamentos elétricos – Classe D – metais combustíveis • Hidrantes – Público – De Recalque • Mangueira de incêndio • Rede hidrante (sistema fixo) Equipamentos de combate a incêndio • Rede de chuveiro automático do tipo sprinkler • Sinalização de segurança contra incêndio e pânico • Sistema de iluminação de emergência • Sistema de detecção de incêndio • Sistema de acionadores manuais de alarme • Sistema automático de supressão de incêndio à base de gases inertes NR 23 – Proteção Contra Incêndios 23.1 Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis. 23.1.1 O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores informações sobre: a) utilização dos equipamentos de combate ao incêndio; b) procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança; c) dispositivos de alarme existentes. 23.2 Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência. 23.3 As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída. 23.4 Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de trabalho. 23.5 As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que permitam fácil abertura do interior do estabelecimento. NR 23 – Proteção Contra Incêndios
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