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05/11/2017 1 Faculdade São Luís – AULA 8 DIREITO AMBIENTAL LICENCIAMENTO AMBIENTAL AGÊNCIAS E ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA/RIMA Prof. Dra. Mirela Ficher Senô LICENCIAMENTO AMBIENTAL É o complexo de etapas que compõe o procedimento administrativo, que objetiva a concessão de licença ambiental, sendo a obtenção desta última uma das fases do licenciamento; LC nº 140/11 – licenciamento ambiental “procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental”. 05/11/2017 2 NATUREZA JURÍDICA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL Nos termos do art. 9º, IV, da Lei 6.938/81: o licenciamento ambiental é um instrumento de caráter preventivo de tutela do meio ambiente; O licenciamento ambiental não é ato simples mas um encadeamento de atos administrativos, o que lhe atribui a condição de procedimento administrativo, porém sendo a licença ambiental um ato discricionário. ETAPAS DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL O licenciamento ambiental é feito em 3 etapas distintas e insuprimíveis: a) outorga de Licença Prévia - LP; b) outorga de Licença de Instalação - LI; c) outorga de Licença de Operação – LO; Ressalte-se que entre uma etapa e outra podem-se fazer necessários EIA/RIMA e audiência pública. 05/11/2017 3 LICENÇA PRÉVIA - LP Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; Com a concessão da LP elabora-se o Projeto Básico do empreendimento – projeto de engenharia – que caracteriza a obra ou serviço; LICENÇA DE INSTALAÇÃO - LI Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante; Nessa fase deve ser elaborado o Projeto Executivo, que pode ser entendido como uma reestruturação do projeto original, enriquecido de detalhes técnicos e ambientais; com a LI autoriza-se a iniciar as obras; 05/11/2017 4 LICENÇA DE OPERAÇÃO - LO Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação; A LO constata o cumprimento das exigências de controle e condicionantes ambientais e autoriza o início do funcionamento da atividade. COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL Art. 7º, XIV, LC 140/2011 – União: a) conjuntamente no Brasil e em país limítrofe e b) no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; c) em terras indígenas; e) em mais de 2 Estados ; f) de caráter militar; g) material radioativo, entre outros. 05/11/2017 5 COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL Art. 8º, XIV e XV, LC 140/2011 – ESTADOS: a) utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma de causar degradação ambiental, ressalvados o disposto nos arts. 7º e 9º; b) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental - APAs; COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL Art. 9, XIV, LC 140/2011 – Municípios: a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos Conselhos Estaduais do Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; b) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental - APAs; 05/11/2017 6 AGÊNCIAS E ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESFERA FEDERAL Agência Nacional de Águas – ANA: outorga de uso de água em rios e reservatórios federais. Site: 2.ana.gov.br; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA: é o órgão responsável pelo licenciamento ambiental de grandes projetos de infraestrutura que envolvam impacto ambiental em mais de um estado e nas atividades do setor de petróleo e gás; animais e moto serra. Site: ibama.gov.br. AGÊNCIAS E ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESFERA FEDERAL Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM: concede a outorga para a mineração de fontes de energia, metais ferrosos e não ferrosos, pedras preciosas, minerais industriais, para agronegócios, construção civil e água mineral. Site: dnpm.gov.br; INCRA: georreferenciamento de propriedades rurais e Cadastro Nacional de Imóveis Rurais – Lei nº 10.267/01. Ligada à Receita Federal para arrecadação do ITR – Imposto Territorial Rural. Site: incra.gov.br. 05/11/2017 7 AGÊNCIAS E ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESFERA ESTADUAL CESTESB: controla, fiscaliza, monitora e licencia as atividades geradoras de poluição; analisa os estudos ambientais e emite LP, LI e LO. Site: cetesb.sp.gov.br; Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais – CBRN: processos de averbação de reserva legal voluntária, resolução de AIA (Auto de Infração Ambiental) e processos relacionados ao Ministério Público. Site: ambiente.sp.gov.br/cbrn. AGÊNCIAS E ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESFERA ESTADUAL Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais – Agraprohab: responsável pela aprovação de loteamentos e empreendimentos imobiliários habitacionais (conjuntos habitacionais, condomínios, etc.) no Estado de São Paulo. Site: habitacao.sp.gov.br/secretariahabitacao/graprohab; DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica – outorga de uso de água nas bacias hidrográficas dos municípios. Site: daee.sp.gov.br. 05/11/2017 8 AGÊNCIAS E ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESFERA MUNICIPAL Não há órgão dedicado ao licenciamento ambiental na esfera Municipal em Jaboticabal, porém quando se trata da retirada de árvores no município, a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente realiza a expedição de autorização para tal procedimento de retirada. PRAZOS DE ANÁLISES PARA CONCESSÃO DAS LICENÇAS AMBIENTAIS O prazo será de 6 meses a contar do protocolo de requerimento do empreendedor; Nos casos mais complexos, causadores de significativa degradação ambiental, o órgão ambiental poderá estabelecer o prazo de até 12 meses. 05/11/2017 9 PRAZOS DE VALIDADE DAS LICENÇAS AMBIENTAIS Licença Prévia (LP): não superior a 5 anos; Licença de Instalação (LI): não superior a 6 anos; Licença de Operação (LO): no mínimo 4 e no máximo 10 anos. ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA/RIMA Decorre do princípio da prevenção do dano ambiental, pois sua essência é preventiva e pode compor uma das etapas do licenciamento ambiental; Tem índole constitucional já que está previsto no art. 225, § 1º - “Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público”: IV – “exigir, na foram da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade”. 05/11/2017 10 ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA/RIMA A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, Lei nº 6.938/81, foi que 1º previu como instrumento dessa política, no art. 9º, III; O Decreto nº 99.274/90 outorgou competência ao Conama para fixar os critérios norteadores do EIA com finalidade de licenciamento; As Resoluções Conama nº 1/86 e 237/97 trazem a disposições gerais do EIA/RIMA. QUANDO UM EMPREENDIMENTOPRECISA DE EIA/RIMA Sempre que causar significativo impacto ambiental (art. 3º, resolução 237/97 – CONAMA); Pela resolução 1/86, art. 1º e 237/97, art. 1º, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a) as atividades sociais e econômicas; b) a biota; c) a saúde, a segurança e o bem-estar da população; d) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e) a qualidade dos recursos ambientais. 05/11/2017 11 ATIVIDADES QUE EXIGEM EIA/RIMA Através da Res. Conama, a elaboração do EIA/RIMA, será submetido ao órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo. Segue abaixo alguma das atividades que exigem este tipo de relatório (exemplificativo): I – Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; II – Ferrovias; III – Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; IV – Aeroportos; V – Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários, entre outras; CONTEÚDO E FASES DO EIA Coleta de informações gerais do empreendimento; Caracterização do empreendimento; Determinação da área de influência do projeto; Diagnóstico da situação ambiental; Análise dos impactos ambientais; Indicação das medidas mitigadoras dos impactos; Elaboração de um programa de acompanhamento e monitoramento desses impactos. 05/11/2017 12 RIMA – RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL RIMA - Relatório de Impacto Ambiental é o relatório contendo as conclusões do EIA. Os dados devem ser apresentados de forma objetiva e adequada à compreensão pública; As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustrados por meio de imagens, gráficos e tabelas de modo que se possam ser observados as vantagens e desvantagens do projeto, bem como as consequências ambientais. 05/11/2017 13 RAIAS OU RAP RAIAS - Relatório de Ausência de Impacto Ambiental: (em SP chama-se RAP – Relatório Ambiental Preliminar) – art. 1°, III da Res. 237/97; A presunção é a de que a atividade precisa de EIA/RIMA nas situações previamente previstas; Cabe ao proponente do projeto apresentar um RAIAS/RAP ao órgão competente para tentar dispensar a exigência (parágrafo único, do artigo 3º, da Resolução 237/97 – CONAMA; Deve conter informações sucintas que justifiquem a desobrigação de fazer o estudo. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR A Resolução 237/97 do Conama diz que "os estudos serão realizados por profissionais legalmente habilitados, às expensas do empreendedor”, sendo que esses profissionais “serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais”; Não se impõe mais que a equipe técnica seja independente do proponente do projeto, mas também não autoriza, de maneira clara que seja dependente, devendo a equipe multidisciplinar ser imparcial. 05/11/2017 14 AUDIÊNCIA PÚBLICA Por força do art. 225, § 1º, CF e em respeito ao Princípio da informação, dar-se-á publicidade ao EIA/RIMA, o qual deve ser discutido também em audiência pública (art.1º, Res. 09/87 e Res. 1/86 , CONAMA); Pode ou não acontecer. Mas, quando solicitada deve ser divulgada amplamente pelo Diário Oficial e por jornal de grande circulação e passa a ser pressuposto da validade da licença; Legitimados para requerer a audiência pública, além do órgão ambiental: I – entidade civil; II - 50 ou mais cidadão, os quais devem requerer ao órgão ambiental e a sua realização; III - MP requerer a sua realização. Fim!!! Obrigada. Boa semana.
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