Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
IXODIDOSES Disciplina de Doenças Parasitárias Prof. Fernando Cristino Barbosa FAMEV – UFU CARRAPATOS FCB � São ectoparasitas obrigatórios que se alimentam de sangue � Causam prejuízos aos animais domésticos • Dano mecânico – necrose focal na derme • Inflamação e hipersensibilidade • Irritação – prurido = desassossego • Predisposição a miíases • Em altas infestação – anemia e redução da produtividade FCB • As secreções salivares podem causar paralisia - Rompe sinapses de nervos motores na medula espinal - Bloqueia junções neuromusculares - Causa paralisia em bovinos, e especialmente em cães • Transmissão de agentes patogênicos - Babesioses, Ehrlichiose, Rickettisioses, Borreliose, Anaplasmose FCB Carrapatos – classificação taxonômica • Família Ixodidae • Carrapatos duros • Compreende a maioria dos carrapatos de interesse veterinário • Família Argasidae • Carrapatos moles • Pequeno número de carrapatos de interesse veterinário • Rhipicephalus Boophilus microplus – Bovinos • Amblyoma cajennense – Equídeos • Dermacentor nitens – Equídeos • Rhipicephalus sanguineus – Cães Família Ixodidae: Família Argasidae: • Argas miniatus – Aves • Argas reflexus – Aves • Ornithodoros sp – diversos animais FCB • Carrapato do boi • Se distribui na faixa inter-tropical nas Américas (erradicado na A. do Norte), África e Oceania • Brasil - encontrado em todos os Estados • Horn (1983) - perdas diretas e indiretas 1 bilhão de dólares Rhipicephalus (Boophilus) microplus FCB Queda de produção Transmissão de doenças Desvalorização do couro PREJUÍZOS PROVOCADOS PELO Rhipicephalus B. microplus FCB CICLO BIOLÓGICO la rv a a d u lto m a ch o a d u lto fê m e a m e ta n in fa n in fa m e ta la rv a fêm e a in g u rg ita d a 2 2 º d ia 1 1 º d ia 8 º d ia 4 º d ia 1 5 º d ia 1 4 º d ia fê m ea in g u rg i ta d a re a liz a p o s tu ra d e o v o s la r v a s n a s p a s ta g en s FCB Duração do ciclo parasitário do Boophilus microplus Fase Parasitária Dias Mínimo Máximo de larva a fêmea ingurgitada 18 35 Fase não Parasitária período de postura 2 40 período de incubação dos ovos 16 197 eclosão 2 19 TOTAL 38 291 FCB S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A meses 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ªn º d e c a rr ap at o s n o s b o vi n o s Desenvolvimento do Boophilus microplus na Região Sudeste. Desenho esquemático do número de gerações por ano. A dinâmica dos picos de carrapatos são baseados em uma densidade bovina constante ao longo do ano. FCBFCBFCBFCB Dinâmica Populacional do Boophilus microplus no Rio Grande do Sul e Planalto Catarinense S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O meses FCB 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª n º d e c a rr ap at o s n o s b o vi n o s Dinâmica Populacional do Boophilus microplus no Rio Grande do Sul e Planalto Catarinense S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O meses Fêmeas inférteis (Temp. média < 15oC) Fêmeas férteis (Temp. média > 15oC) Pico da primavera FCB 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª n º d e c a rr a p a to s n o s b o v in o s FORMAS NO AMBIENTE PARASITOSE 95 % 5 % ovos, larvas e fêmeas larvas, ninfas na pré-postura e adultos FCB FCB SOBREVIVÊNCIA DE LARVAS NO Meio Ambiente microclima adequado para manutenção das reservas hídricas • temperatura primavera - verão maior atividade para manutenção das reservas hídricas reservas energéticas se gastam mais rapidamente mortes mais rápidas FCB • estações quentes e chuvosas infestações mais intensas • estações frias e secas alterações do microclima diminuição do % de eclosão FCB SOBREVIVÊNCIA DE LARVAS NO M.A. • temperatura • umidade • cobertura vegetal Cobertura vegetal pobre Áreas excessivamente pastejadas incidência direta dos ventos e raios solares limitação da área de microclima ideal maior mortalidade de larvas FCB PASTAGENS • Brachiaria spp - década de 60 - Região Sudeste maior produtividade suporta maior densidade animal crescimento estolonífero microclima ideal • Pastagens nativas Crescimento cespitoso capim gordura - Melinis minutiflora leguminosas Stylosanthes spp capim Andropogon gayanus folhas pilosas substâncias de efeito carrapaticida FCB DENSIDADE ANIMAL número de animais por hectare fonte de alimentação das larvas aumento aritmético da densidade animal aumento geométrico das populações de B. microplus rotação de pastagem - cuidados especiais • tempo de permanência pequeno em cada piquete • retorno em torno de 30 a 40 dias controle antes da implantação do sistema FCB ALTITUDE Áreas da Região Sudeste, acima de 400 m temperaturas mais favoráveis no inverno que no verão infestações intensas no inverno ALTO POTENCIAL BIÓTICO B. microplus 3000 larvas carrapaticida com eficácia < 95% insucesso de um programa de controle Bovinos 200 fêmeas, carrapaticida com 80% eficácia 40 teleóginas vivas 120.000 larvas no MA FCB Resistência Racial ���� Gado Europeu : ���� É susceptível. ���� Gado Zebuíno: ���� É resistente= Mecanismos imunitário Reação alérgica FCB AUTO LIMPEZA Gado Europeu 100 larvas que sobem 10 a 15% fêmeas ingurgitadas Gado Indiano 100 larvas que sobem 1% fêmeas ingurgitadas Fixação do B.microplus reação anafilática prurido que estimula a auto limpeza FCB ALTERNATIVAS DE CONTROLE: No Hospedeiro: - Raças resistentes - Controle químico (carrapaticidas) - Biológico: vacinas, homeopatia, fitoterapia Fora do Hospedeiro: - Rotação de Pastagem - Variedade de forrageiras - Rotação de culturas FCB GRUPOS QUÍMICOS CARRAPATICIDAS Fosforados: Coumaphos, Clorfenvinphos, Ethion Formamidinas: Amitraz Piretróides: Deltametrina, Cipermetrina, Alfametrina, Zetacipermetrina Cymiazol: Tiazolina (Ektoban®) Naturalyte: Spinosad (Elector®) Avermectinas: Ivermectina, Aba, Moxi, Doramectina Fenilpirazoles: Fipronil Benzofenilureas: Fluazuron FCB FORMAS DE APLICAÇÃO DE CARRAPATICIDAS Formulações ECTODÉRMICAS (CONTATO DIRETO) ou TRANSDÉRMICAS (VIA SANGÜÍNEA) FCB - Pulverização (bomba costal ou mecanizada) - Aspersão (bretes) - Imersão (Banheiro) - Pour-on (linha do dorso) - Injetável (SC, IM) FCB CAUSAS DE FALHAS DOS CARRAPATICIDAS - Produtos não entram em contato suficiente com o carrapato - Concentração insuficiente - Escolha imprópria do produto (preço, propaganda) - Aplicações mal feitas - Pressão da bomba, tipo de bico - Produto vencido - Incompatibilidade de drogas - Resistência FCB RESISTÊNCIA GENÉTICA A CARRAPATICIDAS Capacidade da maioria dos indivíduos de uma população, de tolerar doses de um carrapaticida, as quais se apresentam letais a maioria de indivíduos de uma população normal de carrapatos - OMS RESISTÊNCIA 1. Aumento da taxa de detoxicação 2. Mudança do sítio de ligação da molécula do carrapaticida ao carrapato 3. Modificações estruturais de enzimas colinesterases Controle TRATAMENTOS COM CARRAPATICIDAS � TRATAMENTOS CURATIVOS � TRATAMENTOS ESTRATÉGICOS � TRATAMENTOS TÁTICOS FCB TRATAMENTOS CURATIVOS • Amplamente utilizado no Brasil: Combatetradicional • Percepção visual da infestação (SUBJETIVIDADE) • Média de 12 banhos ano (6 a 24) FCB Ex.: Leite & Rocha (1999): ���� Contagem de carrapatos em bovinos no momento do banho carrapaticida em 6 fazendas de gado de Leite ���� Média por fazenda variou de 32 a 166 fêmeas ingurgitadas por vaca FCB •Rocha (1996): “Percepção dos Produtores de Leite do Município de Divinópolis/MG sobre o Carrapato dos Bovinos”. ���� Valores médios de 100 fazendas de leite •Hora de banhar: “quando tem carrapato” (78% das fazendas) •Intervalo dos banhos carrapaticidas no ano: 24 dias (8 a 180) •Número de banhos por ano: 13 banhos (2 a 46) •Bomba costal: usada por 96% das fazendas •Volume de calda carrapaticida por vaca: até 0,5 litro (11%) de 0,5 e 1 litro (34%) de 1,5 a 3 litros (32%) de 3,5 a 3,9 litros (8%) acima de 4 litros (10%) não sabe: 5% CONTROLE ESTRATÉGICO DE CARRAPATOS • programa a longo prazo • aplicação de produtos carrapaticidas • biologia e epidemiologia do carrapato na região CUIDADOS: • infra-estrutura mínima na propriedade • calda – 3 a 4 litros por animal (mínimo) • escolha do produto (biocarrapaticidograma) • intervalo entre banhos (efeito residual do produto) FCB FCB Convencer o produtor a respeitar os intervalos entre tratamentos preconizados - Produtor está habituado a tratar o gado somente quando vê teleóginas PONTO CRÍTICO DO CONTROLE ESTRATÉGICO DE B. microplus Grupo de período residual intervalo carrapaticida eficaz tratamentos Organofosforado (P) 0 21 Piretróides (PO) 0/7 21/28 Piretróides (P) 0 21 Amitraz (P) 0 21 Moxidectin (I) 10 31 Doramectin (I) 10 31 Fluazuron (PO) 40 60 Fipronil (PO) 21 42 Spinosad (P) 7 28 P – pulverização PO - pour-on I - injetável Período residual, intervalo entre tratamentos e número de tratamentos FCB FCB ESCOLHA DO PRODUTO CARRAPATICIDA PARA BANHO Spinosad (Elector): atualmente não há resistência Piretróides, fosforados, Amitraz: somente mediante um biocarrapaticidograma FCB – A população de carrapatos diminui muito no inverno. – Aumenta significativamente nas estações de temperatura ambiente mais alta, tendo um pico no outono. •No outono, o encurtamento do fotoperíodo (quantidade total de horas de luz solar) faz com que os animais com sangue europeu fiquem mais suscetíveis ao carrapato. - QUANDO TRATAR OS ANIMAIS ? Esquema do programa do controle estratégico de Boophilus microplus para a Região Sudeste ♦♦♦♦ Setembro a Novembro Duas a Três aplicações carrapaticidas, com intervalos de 21/21 dias, ♦♦♦♦ Janeiro a abril Cinco a seis aplicações carrapaticidas, com intervalos de 21/21 dias, FCB S O N D J F M A M J J A S (meses) n º d e c a rr a p a to s n o s b o vi n o s 1ª 2ª 3ª 4ª CONTROLE ESTRATÉGICO DE B. microplus Ex: Amitraz (IET=21 dias) 8 banhos FCB ROTAÇÃO DE PASTAGENS ROTAÇÃO DE PASTAGENS COM LAVOURAS viável nos meses de primavera e verão menor sobrevivência de larvas no MA 50 a 60 dias - dezembro a fevereiro pastos de gramínea x cultura braquiária x milho colheita do milho, braquiária estará pronta FCB • 1994 - Austrália TickGARD ® - 1a vacina comercial (Willadsen et al.) • Antígeno Bm86 - célula intestinal de B.microplus produzido por engenharia genética (E.coli) • 1995 - Cuba GAVAC ® - 2a vacina comercial (Rodriguez et al.) Antígeno Bm86 - clonado em levedura • 1996 - TickGARD PLUS® - novo adjuvante QUEIMADAS VACINAS • somente em casos extremos FCB CARRAPATOS EM CÃES CARRAPATO DO CÃO URBANO Rhipicephalus sanguineus “carrapato vermelho do cão” CARRAPATOS DO CÃO RURAL Amblyomma spp “carrapato-estrela” FCB FCB AG-ICB-USP • Carrapato típico de três hospedeiros • Cosmopolita • Encontrado no cão e outros mamíferos, e até aves • Espalham-se pelas habitações • Multiplicação muito alta – difícil controle • Podem escalar muros e paredes • Abrigam-se em frestas e forros Rhipicephalus sanguineus FCB AG-ICB-USP •Causa irritação e desconforto • Todas as mudas são feitas fora dos hospedeiros • As larvas não alimentadas podem sobreviver até 8 meses e meio, as ninfas seis meses e adultos até 19 meses Rhipicephalus sanguineus Larva Larva ingurgitada Ninfa Ninfa ingurgitada Fêmea Fêmea ingurgitada Postura de ovos Eclosão das larvas Muda de larva para ninfa Muda de ninfas para adultos machos e fêmeas CICLO DE VIDA DO Rhipicephalus sanguineus FCB Fêmea ingurgitada Postura de ovos Eclosão das larvas Muda de larvas para ninfas Muda de ninfas para adultos machos e fêmeas CICLO DE VIDA DE Amblyomma spp TRATAMENTO E CONTROLE DO Rhipicephalus sanguineus � TRATAMENTOS CURATIVOS - atua nos 5% presente nos cães ���� Banhos carrapaticidas (efeito “knock-down”) � TRATAMENTOS ESTRATÉGICOS - atua nos 95% do ambiente ���� Direto: Aplicação de carrapaticidas no ambiente ���� Indireto: Produtos de longa ação nos cães, respeitando os intervalos de período de eficácia FCB TRATAMENTO E CONTROLE DE Amblyomma spp em cães � APENAS TRATAMENTOS CURATIVOS E PREVENTIVOS ���� Impossível erradicação (animais silvestres mantêm populações de carrapatos) ���� Banhos carrapaticidas e/ou produtos de longa ação FCB �Amblyomma cajennense � Dermacentor nitens CARRAPATO DOS EQÜÍDEOS FCB FCB �Amblyomma cajennense • Carrapato estrela • Carrapato rodoleiro (adultos) • Micuim (larvas) • Chumbinho (ninfas) • Vermelhinho (ninfas) IMPORTÂNCIA • Agente espoliador de rebanhos equinos e bovinos • Transmissor de enfermidades aos animais • Transmissor de Zoonoses FCB L L N N A A postura- incubação 50 dias A 10 dias N 4 dias 25 dias 25 dias L 4 dias CICLO DE VIDA DE Amblyomma cajennense FCB Hospedeiro Primário Amblyomma cajennense Larva-Ninfa-Adulto FCB Hospedeiro secundário Amblyomma cajennense Larva-Ninfa-Adulto FCB CONTROLE • Piretróides - período residual: 5 - 7 dias • Fosforados - período residual: 3 dias • Moxidectin (Equest®) - PR: 20 a 30 dias FCB FCB FCB CONTROLE Favorável Desfavorável Roçar o pasto FCB Dermacentor nitens ou Anocentor nitens • Carrapato da orelha-do-cavalo; • Monoxeno; • Ciclo de parasitismo de 24 dias; • 2 a 3 gerações por ano. • Vetor da Babesia caballi LARVA NINFA ADULTO Fêmea cheia de sangue realiza postura de milhares de ovos no solo larvas a espera de um hospedeiro larvas eclodem dos ovos HOSPEDEIRO AMBIENTE Larva muda para ninfa Ninfa muda para adulto Ciclo de Carrapato monoxeno: : 1 hospedeiro FCB Controle de A. nitens: • Banhos: Ciclo de vida + Período Residual; • Primavera e verão; • Piretroide ou Organofosforados; • Moxidectin (Equest®)
Compartilhar