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11 TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA Disciplina de Doenças Parasitárias Prof. Fernando Cristino Barbosa FAMEV - UFU TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA (TPB) ���� Caracterizada pela infecção dos eritrócitros circulantes por protozoários do gênero Babesia, e rickettsia do gênero Anaplasma F C B ���� Complexo de doenças: • Babesiose / Piroplasmose ���� Transmitidas por carrapatos e moscas hematófagas • Anaplasmose ���� PERDAS ECONÔMICAS NA TPB ���� Mortalidade ���� Redução da produtividade ���� Atraso no desenvolvimento ���� Gastos com tratamento e controle ���� Premunição F C B* Estimativa ���� EPIDEMIOLOGIA DA TPB ���� Distribuição Geográfica: - Brasil: Endêmica na maior parte de seu território - Babesia: Correlação com a ocorrência do Boophilus – 32º N e 30º S - Anaplasma: Regiões de clima tropical e subtropical F C B ���� Primo-infecção (P. I.): - Anaplasma: 1ª semana de vida - Babesia: 4 – 6 semanas de vida F C B ���� Resistência (Imunidade): � Jovens são mais resistentes à P. I. : - Anticorpos colostrais - Maior eritropoiese da M. O. - Hemoglobina fetal - Persistência do timo � Imunidade (resistência): - Inata - Passiva - Ativa: Humoral Celular F C B � Estado de Portador: - Re-infecção estado de portador - Sem a re-infecção término da imunidade efetiva em 7-8 meses ���� Zebuinos = mais resistentes 22 ���� Taxa de Inoculação: ���� Áreas de Instabilidade Enzootica: - Prevalência entre 20 – 75 % F C B � Áreas de Estabilidade Enzootica: - Prevalência: < 20 % ou > 75 % Instabilidade em Áreas Estáveis F C B � Surtos em bezerros de áreas endêmicas: - Fatores imunossupressivos - Taxa de inoculação (exposição ao vetor) - Estado nutricional *Influência no quadro clínico BABESIOSE ���� Protozoário intraeritrocitário ���� Doença hemolítica com anemia ���� Etiologia Filo - Apicomplexa Ordem - Piroplasmasida Família - Babesiidae Gênero - Babesia Espécie - bigemina bovis F C B � Babesia bigemina - Grande Babesia (> 2,5 µm) - Não viscerotrópica – periférica (qualquer vaso sanguíneo) - Parasitemia alta � Babesia bovis - Pequena Babesia (< 2,5 µm) - Viscerotrópica – tropismo por capilares periféricos e viscerais - Parasitemia baixa F C B F C B � Forma arredondada ou lanceolada � Aparecem em pares � Pequena massa citoplasmática � Abundante massa nuclear F C B � Formas piriformes aparecem isoladas ou bigeminadas 33 ���� Ciclo Biológico F C B 1. Esporozoítos na saliva de carrapatos inoculados durante o repasto 2. Esporozoítos penetram as hemácias e diferenciam e trofozoítos 3. Divisão binária de trofozoítos, formando merozoítos 4. Proliferação dos parasitas resultando em doença clínica 5. Merozoítos ingeridos pelo carrapato, formando corpos raiados 6. Desenvolvimento do zigoto, que transforma-se em oocineto e esporocineto nas células intestinais do carrapato 7. Migração de esporocinetos para vários tecidos, inclusive ovários 8. Infecção dos oócitos 9. Migração de esporocinetos nos tecidos das larvas 10.Esporozoítos nas células das glândulas salivares (B. bovis). 11.Esporogonia nas glândulas salivares das ninfas 12.Esporozoítos nas glândulas salivares das ninfas (B. bigemina) 13. Esporozoítos nas glândulas salivares dos adultos (B. bigemina) (14) F C B • Em hospedeiros vertebrados imuno-resistentes a fase de multiplicação pode ser reduzida ou ausente. Alguns trofozoítos não se multiplicam, aumentam de tamanho ���� gametócitos. • A Babesia é patogênica para o carrapato ���� diretamente relacionada ao grau de parasitemia no hospedeiro e susceptibilidade do vetor ���� leve depressão na produção de ovos até morte da fêmea ingurgitada. ���� Transmissão ���� Transmissão congênita ���� Transmissão iatrogênica F C B Transmissão transovariana: - Importante para carrapatos de um único hospedeiro: Rhipicephalus (Boophilus) microplus B. bigemina Fêmea adulta se infecta N e A transmitem B. bovis Fêmea adulta se infecta L transmite e perde a infecção L – larva N – ninfa A - adulto ���� Patogenia F C B • Estado imunológico • Imunodeprimidos ���� mais susceptíveis • Após a primo-infecção ���� recidivas: estabelecimento gradual de imunidade • Sem reinfecção por ~ 8 meses: menor resposta imunológica. • Virulência do agente • Grau de infestação (carrapatos) ���� taxa de inoculação • Associação com outros patógenos, hemoparasitas ���� Patogenia ���� Babesiose - P. I. : 8 – 12 ±±±± 3 dias ���� Babesia bigemina - Parasitemia lise dos eritrócitos - Hipertemia (40 – 42 ºC) - termorregulação - Anemia, Hemoglobinúria e Icterícia � Anemia anoxia reduz a oxidação do lactato em piruvato ácido lático (acidose metabólica) F C B 44 ���� Babesia bovis - A patogenia se deve a distúrbios circulatórios e destruição de eritrócitos: � Liberação de substâncias vasoativas estase sanguínea aderência entre os eritrócitos e destes ao endotélio vascular - Hipotensão - Aumento da permeabilidade vascular edemas (pulmonar) F C B F C B � Eritrócitos infectados: > adesão à receptores do endotélio vascular TROMBOS � Distúrbios da coagulação: metabolismo do fibrinogênio hipercoagulabilidade e formação de crioprecipitados F C B ���� Sinais Clínicos � Febre – 40 – 42 ºC � Anemia, Icterícia, Hemoglobinúria � Anorexia, Apatia, depressão � Fezes com estrias de sangue (diarréia/constipação) Babesia bovis : - Sintomas nervosos – apatia extrema ou agressividade, paresia e convulsões - Edema pulmonar - Choque F C B ANAPLASMOSE ���� Doença infecciosa, não contagiosa ���� Caracterizada por anemia progressiva ���� Etiologia Ordem - Rickettsiales Família - Anaplasmataceae Gênero - Anaplasma Espécie - A. marginale A. centrale F C B ���� Transmitida por artrópodes ���� Anaplasma marginale � M. O. – Corpúsculo de inclusão denso, na periferia dos eritrócitos � M. E. – Corpúsculo esta separado do citoplasma do eritrócito, contendo de um a oito corpos iniciais F C B M.O. M.E. 55 penetração dos corpos iniciais nos eritrócitos (rofeocitose) vacúolo parasitóforo rofeocitose reversa multiplicação por divisão binária F C B ���� Ciclo de Vida ���� Transmissão ���� Vetor biológico - Boophilus microplus ���� Transmissão congênita F C B � Pouca Importância: - T. Transovariana – pouca eficiente � Vetores mecânicos: - Moscas hematófagas: Stomoxys - Agulhas F C B ���� Patogenia ���� Anaplasmose - P. I. : 21 – 30 ±±±± 3 dias F C B � Doença auto-imune: eritrofagocitose � Anemia – correlação com o título de AC � Destruição dos eritróctos no SMF - ausência de hemoglobinúria � Morte: anemia intensa, redução do potássio plasmático e acidose metabólica ���� Sinais Clínicos � Febre – 39 – 41 ºC (termorregulação) � Anemia, � Icterícia � Anorexia, Apatia, Depressão � Constipação F C B ���� Achados de Necropsia � carcaça pálida ou ictérica � sangue aquoso � acúmulo de líquido avermelhado nas cavidades pleural e pericárdica � Edema pulmonar � Urina de cor escura (babesiose) F C B 66 ���� Achados de Necropsia � Hepatomegalia com vesícula distendida e bile grumosa � Esplenomegalia – baço de cor escura e polpa flácida � Hemorragias petequiais � Linfonodos mediastínicos e hepático com aspecto pálido F C B���� Diagnóstico ���� Clínico - T P B ���� Laboratorial: � Direto – Esfregaço sangüíneo: sangue capilar (ponta da cauda)-parasitemia � B. bovis – impressões cerebrais: hemácias parasitadas no interior dos capilares F C B F C B � Indireto – pesquisa da anticorpos • Fixação de Complemento • Hemaglutinação Indireta • Imunofluorescência Indireta • ELISA F C B � Diminazine: 3 a 8 mg/kg - IM – D. U. Ganaseg®, Diaseg® – 1 mL/20 kg - IM Ganaseg Plus® – 1 mL/10 kg - IM � Imidocarb: 1,2 mg/kg - SC – D.U. Imizol® – 1 mL/100 kg - SC ���� Tratamento ���� Babesiose: F C B F C B FÓRMULA Cada 100 mL contém: Diaceturato de diminazene .....................................4,0 g Vitamina B12 ......................................................4000 µg Antipirina ...............................................................40,0 g Veículo q.s.p. ....................................................100,0 mL Diminazeno.............................................................8,1g Fenazona (antipirina)...........................................37,5g Cianocobalamina (Vitamina B12).................8.000mcg Veículo q.s.p.......................................................100mL 77 ���� Anaplasmose: � Tetraciclinas: 8 – 10 mg/kg – IM – 3 dias Talcin®, Talcin Max®, Terramicina® � Tetraciclinas LA: 20 - 30 mg/kg-IM-D.U. Oxivet LA®, Oxitrat® � Imidocarb: 3 mg/kg - SC - dose única Imizol – 2,5 mL/100 kg - SC F C B ���� Babesiose / Anaplasmose: � Ganatet®: Diminazine + Oxitretaciclina - 1 mL/10 kg – IM – D. U., repetir com 48 a 72 horas � Vivatet LA 200®: Oxitetraciclina LA + Diminazine + Piroxican - 1 mL/10 kg – IM – Dose única F C B Diminazeno...............................................................4g Oxitetraciclina (diidrato)...................................... 20g Piroxicam..........................................................300mg Veículo q.s.p......................................................100mL � Transfusão sangüínea � Fluidoterapia � Complexo vitamínico � Anti-inflamatórios ���� Tratamento de Suporte F C B ���� Controle ���� Controle de vetores ���� Quimioprofilaxia ���� Imunização: - Premunição: - Clássica - Moderna - Vacinas F C B ���� Controle de vetores: - Desafio natural = Imunização ���� Quimioprofilaxia: - Babesiose: Imizol – 1 a 2 mg/kg - Anaplasmose: Imizol – 3 mg/kg – 2 doses, intervalo de 30 dias . Tetraciclina LA – 20 mg/kg, 2 doses, com intervalo de 30 dias F C B ���� Imunização: Realizada nas seguintes situações: - Animais oriundos de áreas livres da doença - Regiões de instabilidade enzootica - “Free stall” - Bezerreiros F C B 88 � Imunização: F C B • Premunição: Conceito: provocar deliberadamente a infecção com baixo número de parasitas para gerar uma resposta imune primária Clássica: inoculação de sangue de animal contaminado � monitorar a infecção. Desvantagens:inoculo desconhecido (quantidade, virulência), pode transmitir outras doenças. Moderna: utilização de inoculo padronizado � Premunição Clássica: - Manejo dos animais a serem imunizados - Seleção do doador e coleta de sangue - Inoculação – 5 mL de sangue via IM - Tº 2 x dia, esfregaço sangüíneo e VG - 8º - 14º dia = tratamento de Babesiose - 18º - 38º dia = tratamento de Anaplasmose F C B � Premunição Clássica: Resultados inconstantes devido a: - Número de parasitas no sangue - Variável infectividade e virulência das amostras dos parasitas - Transmissão de doenças F C B � Premunição Moderna: - Utilização de inóculo padronizado - Previsão do início dos sinais clínicos - Racionalização dos tratamentos - Tº 2 x dia, esfregaço sangüíneo e VG - Desafio com inóculo padronizado - 2º desafio com larvas de Boophilus ���� Avaliação da Resposta Humoral F C B � Vacinas: � Vacinas Vivas: - Refrigerada - Congelada em nitrogênio líquido � Vacinas Mortas: - DNA recombinante (clonagem de genes que expressem proteínas imunogênicas) ���� Cultivo in vitro = sem contaminantes F C B ���� Brasil (EMBRAPA / CNPGC) - Vacina com cepa de B. bigemina, B. bovis e Anaplasma centrale ���� Eritrovac Vacina com cepa de B. bigemina, B. bovis e Anaplasma centrale F C B
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