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Responsabilidade civil

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As questões abaixo deverão ser respondidas com duas jurisprudências de Tribunais diferentes.
Uma vítima de erro médico cometido numa cirurgia, pretende ver-se indenizada dos danos materiais e morais que sofreu. Pergunta-se:
1.1) Na referida relação entre paciente, médico e hospital, aplica-se o Código de Defesa do Consumidor? 
Sim, aplica-se o Código de Defesa do Consumidor na relação entre médico, paciente e hospital. A regra no CDC é a responsabilidade objetiva, ou seja, o fornecedor responderá independentemente de culpa pelos danos causados os consumidores conforme previsto nos artigos 12 a 14, do CDC, sendo adotada a teoria do risco da atividade profissional. No entanto, há uma única exceção, que é em relação ao profissional liberal, neste caso o médico, que só responderá pessoalmente, mediante a verificação de culpa, tendo em vista que sua responsabilidade é subjetiva, conforme previsto no artigo 14, §4º do CDC. Desta forma, qualquer imputação de culpa direcionada ao médico deverá ser demonstrada através da existência de negligência, imprudência ou imperícia.
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, ESTÉTICOS E MATERIAIS. AJG CONCEDIDA. RESPONSABILIDADE CIVIL DOS MÉDICOS E DOS HOSPITAIS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE O MÉDICO E O HOSPITAL. ERRO MÉDICO EVIDENCIADO. APLICAÇÃO DO CDC. CO-RESPONSABILIDADE DO HOSPITAL. ISENÇÃO DE CUSTAS. IMPOSSIBILIDADE. 1. Devida a concessão da gratuidade judiciária à pessoa jurídica que comprova não possuir condições de arcar com o custeio processual sem prejuízo da manutenção da sua atividade-fim. Hipótese em que a entidade filantrópica demonstra, por meio de balanços patrimoniais e extratos bancários, situação de notória crise financeira decorrente do elevado déficit econômico enfrentado nos últimos anos, o que torna justificável a concessão do benefício da gratuidade da Justiça. 2. Os médicos enquanto pessoas físicas prestadoras de serviços assumem obrigação de meio, com raras exceções como, por exemplo, a das intervenções estéticas embelezadoras e serviços radiológicos. Tanto a legislação substantiva civil e o Código de Defesa do Consumidor, em seu parágrafo 4º do art. 14, estabelecem que a responsabilidade do médico é subjetiva, pressupondo-se, portanto, a comprovação de culpa para o resultado danoso em uma de suas formas: negligência, imprudência ou imperícia. As instituições hospitalares, quando demandadas em virtude de seus serviços, assumem responsabilidade objetiva por força do art. 14 do CDC, motivo pelo qual basta a comprovação de nexo de causalidade entre a conduta e o dano, de modo que só afastada em havendo demonstração da ocorrência de alguma excludente legal (art. 14, §3º, do CDC). Por outro lado, quando demandadas em razão de erro médico propriamente dito, as instituições assumem responsabilidade subjetiva. Ainda, em se tratando de hospital público, que atende e é remunerado exclusivamente por verbas públicas, aplica-se o regime da responsabilidade civil objetiva, fulcro no art. 37, § 6º, da CF, caso em que a responsabilidade do médico será sempre de forma regressiva. Precedentes do STJ. 3. Hospital demandado que, durante o tramitar da ação, alterou sua personalidade jurídica, passando de autarquia, que recebia remuneração de convênios e particulares, bem como verbas públicas (SUS), para fundação hospitalar municipal, sendo remunerado exclusivamente com verbas públicas. Deve prevalecer para o julgamento, no entanto, a personalidade jurídica e a forma de funcionamento do hospital à data do fato, qual seja, de autarquia municipal, aplicando-se o CDC, porque a contratação se deu sob à égide do regime jurídico então vigente. 4. Caso em que o autor teve sua bexiga perfurada ao ser submetido a uma cirurgia de hérnia, tendo sido evidenciado erro médico pela perícia realizada, bem como pela descrição do fato feita pelo profissional responsável pela intervenção, o que não foi negado pelo hospital demandado. Vínculo do médico com o hospital réu que não restou escla demonstrar a que título o cirurgião foi autorizado a utilizar a estrutura hospitalar para realizar a intervenção cirúrgica. Ademais, ainda que não houvesse qualquer vínculo formal, já é suficiente para ensejar a co-responsabilidade da instituição onde se deu a intervenção o simples fato do médico pertencer ao corpo clínico. Precedentes do STJ. 5. Não há se falar em isenção de custas, pois com a declaração de inconstitucionalidade da Lei Estadual n. 13.471/2010 pelo Órgão Especial deste Tribunal de Justiça, no julgamento da ADI n. 70038755864 e da Arguição de Inconstitucionalidade n. 70041334053, não mais persiste a invocada isenção do Estado, autarquias e fundações de modo a justificar a pretendida isenção. AJG DEFERIDA, APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70069776862, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Eduardo Richinitti, Julgado em 24/08/2016).
APELAÇÃO Ação de Indenização por Danos Morais Exame de "mielografia" Morte em decorrência de aplicação de contraste iodado, não indicado para realização do mencionado exame - Alegação de erro médico e responsabilidade civil do hospital onde foi realizado o exame - Sentença de procedência, que condenou os réus a pagarem o valor de R$ 30.000,00 a cada um dos autores, a título de danos morais - Inconformismo das partes Inocorrência de prescrição Aplicação do artigo 27 do CDC - Laudo pericial que aponta a existência de nexo causal entre a utilização indevida do medicamento e o evento morte Erro médico configurado Responsabilidade do hospital por falha cometida por seu preposto Indenização majorada para R$ 50.000,00 para cada um dos autores Precedentes do TJSP Recurso dos autores parcialmente provido e improvidos os dos réus. (Apelação Cível N.º 00158719220078260562, Nona Câmara de Direito Privado, Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Relator: José Aparício Coelho Prado Neto, Julgado em 10/03/2015).
1.2) O hospital também responderá pelos erros cometidos pelo médico? 
Embora médico só possa responder por erro se ficar provada sua culpa, hospital responde objetivamente por prejuízos causados a paciente. Com base nesse entendimento, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça confirmou decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que condenou um hospital a indenizar uma mãe pela má prestação dos serviços durante o parto de sua filha, que, em razão das falhas procedimentais, teve sequelas cerebrais de caráter permanente.
O tribunal gaúcho considerou que houve imperícia e negligência por parte do hospital, visto que a perícia técnica comprovou que a criança ficou sem acompanhamento durante o parto. Concordou que o hospital deveria indenizar os danos causados. No STJ, o hospital alegou que sua responsabilidade só poderia ser estabelecida mediante aferição de culpa, mas a paciente não teria conseguido demonstrar a ocorrência de ato culposo.
A relatora do recurso, ministra Nancy Andrighi, lembrou que a pretensão da paciente não se voltou para a responsabilização de um médico ou de profissionais que participaram do procedimento, mas diz respeito exclusivamente ao defeito na prestação do serviço hospitalar.
A ministra explicou que a responsabilidade civil do médico é diferente da do hospital nos casos de indenização. Enquanto os médicos têm responsabilidade subjetiva, de acordo com a culpa, os estabelecimentos respondem objetivamente, conforme os serviços prestados.
RECURSO ESPECIAL Nº 1.621.375 - RS (2016/0221376-0)
RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI 
RECORRENTE : FUNDACAO UNIVERSITARIA DE CARDIOLOGIA ADVOGADO : ANDRÉ GRAEFF MACEDO E OUTRO(S) - RS078427 RECORRIDO : GISELE DE MELO FERREIRA ADVOGADO : GILBERTO CORDEIRO DOS SANTOS - RS031752 EMENTA
DIREITO PROCESSUAL CIVIL, CIVIL E DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E COMPENSAÇÃO DE DANOS MORAIS. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 211/STJ. FALHA E/OU MÁ-PRESTAÇÃO DE SERVIÇO HOSPITALAR. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO HOSPITAL.SÚMULA 7/STJ. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. DATA DA CITAÇÃO. 1. Ação ajuizada em 20/08/2007. Recurso especial concluso ao gabinete em 25/08/2016. Julgamento: CPC/73. 2. O propósito recursal é i) determinar se o hospital, ora recorrente, deve ser responsabilizado por suposta falha na prestação de serviços, decorrente de complicações no parto, que ocasionaram sequelas de caráter permanente na filha da recorrida e, consequentemente, se deve ser condenado à compensação dos respectivos danos morais; e ii) na hipótese de se entender pela condenação do recorrente, definir o termo inicial dos juros de mora. 3. Inexistentes os vícios de omissão, contradição ou obscuridade no acórdão recorrido, e estando esse devidamente fundamentado, não se caracteriza a violação dos arts. 131, 165, 458, II, e 535, I e II, do CPC/73. 4. A ausência de decisão acerca dos dispositivos legais indicados como violados, não obstante a oposição de embargos de declaração, impede o conhecimento do recurso especial. 5. A responsabilidade dos hospitais, no que tange à atuação dos médicos que neles trabalham ou são ligados por convênio, é subjetiva, dependendo da demonstração da culpa. Assim, não se pode excluir a culpa do médico e responsabilizar objetivamente o hospital. Precedentes. 6. A responsabilidade objetiva para o prestador do serviço prevista no art. 14 do CDC, na hipótese do hospital, limita-se aos serviços relacionados ao estabelecimento empresarial, tais como à estadia do paciente (internação), instalações, equipamentos e serviços auxiliares (enfermagem, exames, radiologia). Precedentes. 7. Alterar o decidido pela Corte local, na hipótese dos autos, no que concerne à ocorrência de falha, defeito e má-prestação dos serviços atribuíveis e afetos única e exclusivamente ao hospital, demandaria o reexame de fatos e provas dos autos, inviável a esta Corte, em virtude da aplicação da Súmula 7/STJ. 8. O termo inicial dos juros de mora, na responsabilidade contratual, é a data da citação, nos termos do art. 405 do CCB. 9. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido.
RECURSO ESPECIAL Nº 1.410.960 - RJ (2012/0099605-3) RELATOR : MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO RECORRENTE : LUIZ ANTÔNIO DA SILVA CARVALHO ADVOGADO : MAURO DE ABREU E LIMA E OUTRO(S) RECORRIDO : MEIER MEDICAL CENTER S/C LTDA ADVOGADO : SÉRGIO COELHO E SILVA PEREIRA E OUTRO(S) EMENTA
RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. INSTITUIÇÃO HOSPITALAR. FRATURA DE COLO DE FÊMUR. ARTOPLASTIA DO QUADRIL ESQUERDO. MORTE DO PACIENTE. DEFEITO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. NEXO CAUSAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 14 DO CDC. 1. A regra geral do art. 14, "caput", do CDC, é da responsabilidade objetiva dos fornecedores pelos danos causados aos consumidores. 2. A exceção prevista no parágrafo 4º do art. 14 do CDC, imputando-lhes responsabilidade subjetiva, é restrita aos profissionais liberais. 3. Defeito na prestação do serviço evidenciado pela submissão de paciente idoso, que sofrera fratura do colo do fêmur, a complexo procedimento cirúrgico de implantação de prótese que, na simples passagem da mesa operatória para a maca, foi deslocada, tendo-se de reiniciar a cirurgia para implantar nova prótese de tamanho superior. 4. Morte do paciente idoso no dia seguinte aos atos cirúrgicos em decorrência da perda excessiva de sangue. 5. Caracterização do nexo de causalidade entre o defeito na prestação do serviço médico e a morte do paciente. 6. Procedência do pedido de reparação dos danos morais. 7. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
1.3) A jurisprudência dá o mesmo tratamento para os hospitais públicos e 
os particulares? 
Ao passo em que restou demonstrado na questão anterior que o hospital responde de forma objetiva por erro médico se deu corpo clínico, enquanto o profissional responde de forma subjetiva, pode-se verificar que, nos casos em que o médico profissional não possui vínculo empregatício com o hospital, este não pode ser responsabilizado civilmente por erro exclusivamente do médico. 
Nesse sentido, hospital não tem de indenizar paciente por erro praticado por médico sem vínculo de emprego ou subordinação com o estabelecimento, que apenas utiliza suas dependências para operações e exames, segundo a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça.
CIVIL. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR DANO MORAL. ERRO PRATICADO POR MÉDICO NÃO CONTRATADO PELO HOSPITAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ATRIBUIÇÃO AFETA EXCLUSIVAMENTE AO HOSPITAL. AUSÊNCIA DE NEXO CAUSAL ENTRE O DANO MORAL E A CONDUTA INERENTE AO TRATAMENTO HOSPITALAR. 1. Ação de compensação por dano moral ajuizada em 04.03.2002. Agravo em Recurso especial concluso ao gabinete em 22.09.2016. 2. Cinge-se a controvérsia a definir se o recorrente possui responsabilidade civil por erro médico cometido por profissional que não possui vínculo com o hospital, mas utiliza as dependências do estabelecimento para a realização de internação e exames. 3. Por ocasião do julgamento do REsp 908.359/SC, a Segunda Seção do STJ afastou a responsabilidade objetiva dos hospitais pela prestação de serviços defeituosos realizados por profissionais que nele atuam sem vínculo de emprego ou subordinação. Precedentes. 4. A responsabilidade do hospital somente tem espaço quando o dano decorrer de falha de serviços cuja atribuição é afeta única e exclusivamente à instituição de saúde. 5. Quando a falha técnica é restrita ao profissional médico sem vínculo com o hospital, não cabe atribuir ao nosocômio a obrigação de indenizar. 6. Recurso especial conhecido e provido.
DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE DO HOSPITAL POR ERRO MÉDICO E POR DEFEITO NO SERVIÇO. SÚMULA 7 DO STJ. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 334 E 335 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADO. REDIMENSIONAMENTO DO VALOR FIXADO PARA PENSÃO. SÚMULA 7 DO STJ. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. TERMO INICIAL DE INCIDÊNCIA DA CORREÇÃO MONETÁRIA. DATA DA DECISÃO QUE FIXOU O VALOR DA INDENIZAÇÃO. 1. A responsabilidade das sociedades empresárias hospitalares por dano causado ao paciente-consumidor pode ser assim sintetizada: (i) as obrigações assumidas diretamente pelo complexo hospitalar limitam-se ao fornecimento de recursos materiais e humanos auxiliares adequados à prestação dos serviços médicos e à supervisão do paciente, hipótese em que a responsabilidade objetiva da instituição (por ato próprio) exsurge somente em decorrência de defeito no serviço prestado (art. 14, caput, do CDC); (ii) os atos técnicos praticados pelos médicos sem vínculo de emprego ou subordinação com o hospital são imputados ao profissional pessoalmente, eximindo-se a entidade hospitalar de qualquer responsabilidade (art. 14, § 4, do CDC), se não concorreu para a ocorrência do dano; (iii) quanto aos atos técnicos praticados de forma defeituosa pelos profissionais da saúde vinculados de alguma forma ao hospital, respondem solidariamente a instituição hospitalar e o profissional responsável, apurada a sua culpa profissional. Nesse caso, o hospital é responsabilizado indiretamente por ato de terceiro, cuja culpa deve ser comprovada pela vítima de modo a fazer emergir o dever de indenizar da instituição, de natureza absoluta (arts. 932 e 933 do CC), sendo cabível ao juiz, demonstrada a hipossuficiência do paciente, determinar a inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII, do CDC). 2. No caso em apreço, as instâncias ordinárias entenderam pela imputação de responsabilidade à instituição hospitalar com base em dupla causa: (a) a ausência de médico especializado na sala de parto apto a evitar ou estancar o quadro clínico da neonata - subitem (iii); e (b) a falha na prestação dos serviços relativos ao atendimento hospitalar, haja vista a ausência de vaga no CTI e a espera de mais de uma hora, agravando consideravelmente o estado da recém-nascida, evento encartado no subitem (i). 3. De fato, infirmar a decisão recorrida demanda o revolvimento de matéria fático-probatória, o que é defeso a este Tribunal, ante o óbice contido na Súmula 7 do STJ. 4. Inexiste violação ao art. 335 do CPC, uma vez que a solicitaçãode aplicação das regras de experiência, no caso vertente, veicula pedido juridicamente impossível, uma vez consubstanciar manifesta infringência à norma expressa do Ministério da Saúde - Portaria 96/94. 5. O dissídio jurisprudencial não foi comprovado nos moldes exigidos pelo RISTJ, à míngua de similaridade fática entre os julgados confrontados. 6. Ausência de violação do art. 334 do CPC, porquanto a confissão não vincula o Juízo, que, em razão do princípio do livre convencimento motivado (art. 131 do CPC), dar-lhe-á o peso que entender adequado. 7. A instância ordinária considerou adequado o valor de um salário mínimo "a partir da data em que esta completar 14 anos até superveniente e total convalescença", de modo que proceder à nova análise probatória para redimensionar a pensão, com vistas a formar novo juízo entre a capacidade de trabalho perdida e a repercussão econômica na vida da recorrida, ultrapassa os limites constitucionais do recurso especial, esbarrando no óbice da Súmula 7/STJ. 8. O termo inicial da correção monetária incidente sobre a indenização por danos morais é a data da prolação da decisão em que arbitrado o seu valor, merecendo reforma o acórdão recorrido neste ponto. 9. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, parcialmente provido, apenas para determinar a incidência da correção monetária a partir da fixação do valor da indenização. Sucumbência mínima da recorrida, razão pela qual se preserva a condenação aos ônus sucumbenciais fixada pelo Tribunal. (REsp 1145728/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 28/06/2011, DJe 08/09/2011)
2) (CESPE - 2010 - DPU - Defensor Público). Julgue a assertiva segue acerca da responsabilidade civil de hospitais, médicos e seguradoras de saúde.
Em se tratando de plano de saúde previsto em regime de livre escolha de médicos e hospitais e de reembolso das despesas médico-hospitalares, a seguradora é ou não é responsável pela deficiência de atuação de médico ou de hospital?
A operadora do plano de saúde, na condição de fornecedora de serviço, deve responder perante o consumidor pelos defeitos em sua prestação. Isso inclui erros em procedimentos médicos, quando a operadora passará a responder solidariamente pelo que aconteceu com o beneficiário do plano. A decisão é da 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça que, por unanimidade, confirmou a responsabilidade objetiva e solidária dos planos de saúde em caso de erro médico.
O relator do recurso, ministro Raul Araújo lembrou que médico, hospital e operadora do plano respondem nos limites de sua culpa. “Cabe, inclusive, ação regressiva da operadora contra o médico ou hospital que, por culpa, for o causador do evento danoso”, afirmou.
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. CIVIL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DAS OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE. ERRO MÉDICO. DEFEITO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL RECONHECIDO. VALOR DA INDENIZAÇÃO. MAJORAÇÃO. RECURSO PROVIDO. 1. Se o contrato for fundado na livre escolha pelo beneficiário/segurado de médicos e hospitais com reembolso das despesas no limite da apólice, conforme ocorre, em regra, nos chamados seguros-saúde, não se poderá falar em responsabilidade da seguradora pela má prestação do serviço, na medida em que a eleição dos médicos ou hospitais aqui é feita pelo próprio paciente ou por pessoa de sua confiança, sem indicação de profissionais credenciados ou diretamente vinculados à referida seguradora. A responsabilidade será direta do médico e/ou hospital, se for o caso.2. Se o contrato é fundado na prestação de serviços médicos e hospitalares próprios e/ou credenciados, no qual a operadora de plano de saúde mantém hospitais e emprega médicos ou indica um rol de conveniados, não há como afastar sua responsabilidade solidária pela má prestação do serviço. 3. A operadora do plano de saúde, na condição de fornecedora de serviço, responde perante o consumidor pelos defeitos em sua prestação, seja quando os fornece por meio de hospital próprio e médicos contratados ou por meio de médicos e hospitais credenciados, nos termos dos arts. 2º, 3º, 14 e 34 do Código de Defesa do Consumidor, art. 1.521, III, do Código Civil de 1916 e art. 932, III, do Código Civil de 2002. Essa responsabilidade é objetiva e solidária em relação ao consumidor, mas, na relação interna, respondem o hospital, o médico e a operadora do plano de saúde nos limites da sua culpa. 4. Tendo em vista as peculiaridades do caso, entende-se devida a alteração do montante indenizatório, com a devida incidência de correção monetária e juros moratórios. 5. Recurso especial provido.
3) Num acidente de trânsito o motorista do veículo é condenado a pagar a titulo de indenização o equivalente a 200 salários mínimos nacionais, o que hoje corresponde a R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais), além dessa indenização a vítima também tem direito ao seguro DPVAT no valor de R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais). Do montante a ser pago pelo causador do acidente deve ou não ser descontado o que e a vítima receberá do seguro obrigatório? Explique sua resposta. 
Sim, deverá ser descontado o valor do seguro obrigatório do montante da indenização que foi fixada judicialmente, conforme Súmula n.º 246 do STJ.
Súmula 246 - O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização judicialmente fixada. (Súmula 246, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28/03/2001, DJ 17/04/2001 p. 149).
ACIDENTE DE VEÍCULO - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - ÔNIBUS QUE INVADE A CALÇADA, DERRUBA UM POSTE E CAUSA A MORTE DA GENITORA DA DEMANDANTE - HIPÓTESE DE RESPONSABILIDADE SUBJETIVA - EXISTÊNCIA DE POÇAS D'ÁGUA NA PISTA - OCORRÊNCIA DA AQUAPLANAGEM QUE NÃO EXIME O MOTORISTA DOS DANOS POR ELE CAUSADOS - NECESSIDADE DE MAIOR CAUTELA POR PARTE DAQUELE QUE TRAFEGA EM TAIS CONDIÇÕES - DANO MORAL EVIDENTE - AUMENTO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO - DESCONTO DO MONTANTE PAGO A TÍTULO DE SEGURO OBRIGATÓRIO (DPVAT) - A hipótese dos autos não trata de responsabilidade objetiva, eis que não diz respeito a contrato de transporte firmado pelas partes, nem prestação de serviço público à vítima, que se encontrava na calçada quando da ocorrência do acidente - A direção de veículo sob chuva, ou logo depois dela, exige do motorista ainda maior cautela, haja vista o perigo que representam as poças d'água, fato que dificulta a frenagem do veículo, ante a pouca aderência dos pneus ao solo. Por isso, a não ser em situações excepcionais, a aquaplanagem não representa caso fortuito ou força maior, o que enseja o reconhecimento da conduta culposa do causador do acidente - O padecimento psicológico suportado pela autora em virtude do falecimento de sua mãe é evidente, tornando devida a indenização por dano moral, a qual é majorada para o equivalente a 200 salários mínimos, em obediência aos princípios da moderação e razoabilidade, bem como em atenção a precedentes desta C. Câmara - O valor pago à beneficiária a título de seguro obrigatório deve ser descontado da indenização fixada em juízo (Súmula nº 246 do E. STJ) - Agravo retido não conhecido, providos parcialmente ambos os apelos. (Apelação Cível n.º 01046890520088260006, Trigésima Quinta Câmara de Direito Privado, Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Relator: José Malerbi, Julgado em 02/12/2013).
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS E MATERIAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL. EMPRESA DE TRANSPORTES URBANOS. ACIDENTE COM PASSAGEIRO. DESCONTO DO VALOR DO SEGURO OBRIGATÓRIO. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. VALOR MANTIDO. 1. O Tribunal a quo apreciou, fundamentadamente, em sede recursal, os pontos argüidos pelas partes, com base no conjunto probatório trazido aos autos, como se verifica às fls. 389/391, não havendo falar-se em omissão do decisum recorrido. Destarte, inocorreu à alegada contrariedade ao art. 535, II, do CPC.
2. Concernente às supostas infringências aos arts. 2º, 128 e 460, do CPC, aoargumento de que o juiz sentenciante condenou por causa de pedir diversa da trazida na inicial, ocorrendo julgamento extra petita, o Tribunal assim concluiu:, "a condenação proferida pelo julgador monocrático condiz com a realidade fática narrada nos autos, eis que ficou devidamente comprovado o vínculo causal entre a ação do funcionário da apelante e o dano sofrido pela apelada" (fls.389). Destarte, a pretensão da empresa-recorrente de rever as conclusões firmadas pelo Tribunal a quo, assentadas em elementos probatórios, é incabível nesta via do especial, consoante o enunciado sumular nº 7 desta Corte. 3. Consideradas as peculiaridades do caso em questão, assentadas nas instâncias ordinárias, vale dizer, a capacidade econômica da autora-recorrida (com modesta pensão, realizava serviços de diarista), bem como a da recorrente ("uma das maiores empresas de transportes coletivos de Brasília, possuindo grande patrimônio, número de funcionários e clientes" - fls. 302), a lesão sofrida pela vítima ("o laudo pericial, de fls.136/146, deixou evidenciado que a autora é portadora de seqüela de fratura do fêmur esquerdo, que limita em caráter parcial e definitivo a função locomotora, incapacitando-a definitivamente para o exercício de funções laborativas" - fls.390) - o valor arbitrado pelo Tribunal a quo não se configura exorbitante. 4. Destarte, o valor fixado pelo Tribunal de origem a título de danos morais, em R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), mostra-se razoável, limitando-se à compensação do sofrimento advindo do evento danoso, não exigindo, portanto, in casu, a excepcional intervenção desta Corte, segundo pacífica jurisprudência. Precedentes. 5. "O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização judicialmente fixado" (Súmula 246/STJ). A dedução efetuar-se-á mesmo quando, como in casu, não restar comprovado que a vítima tenha reclamado o referido seguro. Precedentes. 6. Em caso de responsabilidade contratual, os juros moratórios incidem a partir da citação. Precedentes. 7. Consoante jurisprudência firmada nesta Corte, nas indenizações por dano moral, o termo a quo para a incidência da correção monetária é a data em que foi arbitrado o seu valor. Precedentes. 8. Recurso parcialmente conhecido e, nesta parte, provido.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n.º 114572-8. Disponível em: < http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/doc.jsp?livre=1145728&b=ACOR&p=true&l=10&i=18>. Acesso em: 09/11/2017.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n.º 866.371. Disponível em: < http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/doc.jsp?livre=866371&b=ACOR&p=true&l=10&i=12>. Acesso em: 09/11/2017.
https://www.conjur.com.br/2012-abr-02/stj-reafirma-responsabilidade-solidaria-plano-saude-erro-medico
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21649689/recurso-especial-resp-1145728-mg-2009-0118263-2-stj
https://www.conjur.com.br/2016-dez-20/hospital-nao-indenizar-erro-medico-vinculo
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=DESCONTO+DA+INDENIZA%C3%87%C3%83O+DO+VALOR+DE+SEGURO+OBRIGAT%C3%93RIO
http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp
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https://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/379355871/apelacao-civel-ac-70069776862-rs/inteiro-teor-379355881

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