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O tempo em Bisa Bia, Bisa Bel de Ana Maria Machado

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Bisa Bia, Bisa Bel
Ana Maria Machado
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ANA MARIA MACHADO
Ana Maria Machado (1941) é escritora e jornalista brasileira. Autora de livros infantis foi a primeira desse gênero a fazer parte da Academia Brasileira de Letras.
De volta ao Brasil, Ana Maria retomou o seu projeto de escrever livros infantis. Em 1977, ganhou o Prêmio João de Barro pelo livro "História Meio ao Contrário". Em 1979, fundou a primeira livraria dedicada a livros infantis no Brasil, a Malasartes.
Em 2000, ganhou o Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o prêmio Nobel de Literatura Infantil Mundial.
Atualmente tem mais de 100 livros publicados.
Ana Maria Machado foi eleita para a cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Letras.
- Formou-se em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fez doutorado em Linguística orientada por Roland Barthes.
De volta ao Brasil, Ana Maria retomou o seu projeto de escrever livros infantis. 
Foi eleita presidente para o biênio 2012-2013. Foi a primeira escritora de livros infantis a fazer parte da ABL.
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AS OBRAS INFANTIS
1977 - Altamente Recomendável, Fund. Nac. do Livro Infantil e Juvenil
1977
1983
1988 - Prêmio APPLE, Instituto Jean Piaget, Suiça
Imagens das principais obras de Machado
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AS OBRAS INFANTIS
1988 - Prêmio Bienal de São Paulo, Bienal de São Paulo (Menção Honrosa - Uma das Cinco Melhores Obras do Biênio);
1995 - Prêmio Melhores do Ano, Biblioteca Nacional da Venezuela;
1996 – Altamente Recomendável, Fundalectura, Bogotá, Colômbia;
1996 - Melhor Livro Infantil Latino-americano, ALIJA - Buenos Aires;
1997 - Prêmio Américas (Melhores livros latinos nos EUA).
Imagens das principais obras de Machado
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AS OBRAS JUVENIS
1981 - Melhor Livro Infantil do Ano, Ass. Paulista de Críticos de Arte
1981 - Prêmio Casa de Las Americas, Casa de Las Americas, Cuba
1981 - Selo de Ouro, Fund. Nac. do Livro Infantil e Juvenil (Melhor livro juvenil do ano)
1980 - Selo de Ouro, Fund. Nac. do Livro Infantil e Juvenil (Melhor Livro Infantil do Ano)
Imagens das principais obras de Machado
5
AS OBRAS JUVENIS
1981 - Prêmio Maioridade Crefisul, Crefisul (Originais Inéditos)
1982 - Lista de Honra, IBBY
1982 - Melhor Livro Infantil do Ano, Ass. Paulista de Críticos de Arte
1982 - Selo de Ouro, Fund. Nac. do Livro Infantil e Juvenil (Melhor livro juvenil do ano)
1983 - Prêmio Jabuti, Camara Brasileira do Livro
1984 - Premio Noroeste, Bienal de São Paulo (Melhor Livro Infantil do Biênio)
1996 - Os 40 Livros Essenciais, Nova Escola
2003 - Américas Award for Children's and Young Adult Literature, Consortium of Latin American Studies Programs (CLASP)
Imagens das principais obras de Machado
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ESTRUTURA
No fundo de uma caixinha
Pastel bochechuda
Tatuagem transparente
Conversas de antigamente
Meninas que assoviavam
Um espirro e uma tragédia
A dona da voz misteriosa 
Trança de gente
Palavras da autora sobre a obra
“Quando escrevi “Bisa Bia, Bisa Bel” só estava era com muita saudade de minhas avós. Vontade de falar sobre elas com meus dois filhos.
[...]
Por causa de Bisa Bia, já tomei chá com avós em uma porção de colégios de cidades diferentes, já recebi receitas de biscoitos, ganhei bordados, vi exposições de fotos de família. Por causa de Neta Beta, nesses ou em outros colégios, ouvi músicas metaleiras do futuro, li jovens utopias sobre o mundo que ainda vem por aí, assisti a desfiles de moda intergaláctica. E da Califórnia a Paris, do México a Berlim, passando por todo o nosso interior, encontrei gente que sorriu ou chorou com Bel e que depois veio me dizer que também tem uma Bisa Bia morando no coração.
[...]” (pág. 78)
O TEMPO
Trança de gente
“Eu, Bel, uma trança de gente, igualzinho a quando faço uma trança no meu cabelo, divido em três partes e vou cruzando uma com as outras, a parte de mim mesma, a parte de Bisa Bia, a parte de Neta Beta. E Neta Beta vai fazer o mesmo comigo, a Bisa Bel dela, e com alguma bisneta que não dá nem para eu sonhar direito. E sempre assim. Cada vez melhor. Para cada um e para todo mundo. Trança de gente.” (pág. 77)
TRANÇA DO TEMPO
O buraco da fechadura
Na maior parte das vezes, lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar, com imagens e ideias de hoje, as experiências do passado. A memória não é sonho, é trabalho. Por mais nítida que nos pareça a lembrança de um fato antigo, ele não é a mesma imagem que experimentamos na infância, porque nós somos os mesmos de então e porque nossa percepção alterou-se e, com ela, nossas ideias, nosso juízos de realidade e de valor. (Bosi, 1994,p. 55).
O espiar pelo tempo e pela memória.
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OS TEMPOS DA NARRATIVA
I – Tempo
É a sequência temporal na qual ocorrem os fatos no texto narrativo; o narrador procura situar os acontecimentos em um determinado tempo no qual se passa a história. 
Eis alguns níveis nos quais o narrador pode trabalhar o tempo: 
1 - Tempo cronológico
É o tempo que transcorre na ordem natural dos fatos, do começo para o final. Também é chamado tempo linear, pode ser medido em horas, dias, meses, anos, séculos etc.
2 - Tempo psicológico
Essa abordagem do tempo é característica do enredo não linear, aquele em que os acontecimentos são narrados fora da ordem natural. Geralmente, transcorre obedecendo a memória ou a imaginação do narrador
ou de uma determinada personagem.
3 - Técnica do flashback
O flashback é uma técnica narrativa que tem por característica o fato de voltar no tempo. Costuma ocorrer quando a personagem deseja lembrar a outra personagem (ou ao leitor) fatos relevantes que ocorreram em um tempo anterior à narrativa. Um exemplo clássico do uso dessa técnica encontra-se no Memórias póstumas de Brás Cubas, o exemplar romance de Machado de Assis.
SOBRE O TEMPO
O psicólogo se compõe de momentos imprecisos, que se aproximam ou tendem a fundir-se, o passado indistinto do presente, abrangendo, ao sabor de sentimentos e lembranças, “intervalos heterogêneos incomparáveis”. Bem diferente é a ordem objetiva do tempo físico, que se apoia no principio de causalidade, insto é, na conexão entre causa e efeito, como forma de sucessão regular dos eventos naturais. (NUNES, 2000, 19)
“No quarto, a cama dela tinha mosquiteiro. Eu pensei que era uma criação particular de mosquito ensinado para zumbir a música que a gente quisesse e morder quem a gente não gostasse, mas aí ela explicou que era justamente o contrário: um pano para não deixar mosquito entrar na cama, ficava pendurado em volta, como uma espécie de cortina, porque naquele tempo não tinha “spray” de matar insetos, desses que anunciam na televisão. 
[...]
Minha mãe gostava muito de fazer suspiro. Sempre que sobrava clara, dos ovos que só gastavam a gema para os outros doces, ela batia as claras bem batidinhas, fazia suspiro e enchia com eles uma “bomboniér”.
Pronto, outra palavra esquisita, é assim que ela fala, diz que é francês, não sei se é assim que se escreve.
[...]” (MACHADO, 2007, p. 31-4).

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