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*Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. A FORMAÇÃO DO PROFESSOR ALFABETIZADOR A TEACHER TRAINING LITERACY Autora: ¹Maria Claudemira Ribeiro Sales Orientadoras: Lilian Sipoli Carneiro Cañete e Wany de Sousa e Silva Campos ¹ Licenciada em Pedagogia pela FAFIC- Cataguases MG Pós graduanda em Supervisão, Orientação e Inspeção pela FacRedentor – Itaperuna – RJ Endereço: Rua Ercília Guimarães 235 Leopoldina MG Tel:(32) 3441-5458- e-mail: mariaclaudemira@yahoo.com.br Resumo É no processo de alfabetização que o educador procura propiciar no educando o gosto pela leitura e o respeito pela língua materna, mas torna-se viável que o professor que alfabetiza seja também um conhecedor das variações linguísticas, da estrutura e do funcionamento da língua e também das variações dialetais que se apresentam em uma sala de aula. O professor é um mediador que deve propor atividades que levem a refletir sobre o sistema alfabético, a ortografia, os recursos linguísticos usados nas diferentes esferas de interlocução e, paralelamente, a participar de eventos de letramento de diferentes tipos, apropriando-se de diferentes gêneros textuais. É preciso saber organizar o tempo pedagógico e a rotina. É importante para compreensão da função do professor alfabetizador entender o quão complexo é o desafio da alfabetização plena. Reconhece-se que se o professor alfabetizador tem conhecimentos linguísticos, fica mais fácil o respeito dos vários falares regionais apresentados pela língua a qual vai ensinar e que está presente no cotidiano da sala de aula. Diante disso, cabe ao professor alfabetizador introspectivamente refletir sobre quão complexa e importante é a tarefa de promover o uso comunicativo dos textos, e de todo o resto; reflexão, compreensão, automatização, enfim, da promoção de experiências educadoras de natureza distintas, invariavelmente segmentadas para os conteúdos observáveis e em conformidade com o planejamento. Palavras-chave: Planejamento. Aprendizagem. Domínio. Abstract Is the literacy process that seeks to provide educators in educating the taste for reading and respect for the language, but it is feasible that the literacy teacher who is also a connoisseur of linguistic variations, the structure and functioning of the language and also the dialectical variations that occur in a classroom. The teacher is a mediator who must propose activities that lead to reflect on the alphabetic system, spelling, language resources used in different spheres of interaction and, in parallel, to participate in literacy events of different types, appropriating different genres textual. You need to know the time to organize educational and routine. It is important for understanding the function of literacy teacher understand how complex is the challenge of full literacy. It is recognized that if the teacher has literacy language skills, it is easier to talk about the *Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. various regional presented by the language which will teach and who is present in everyday classroom. Given this, the teacher literacy introspectively reflect on such a complex and important task is to promote the use of communicative texts, and all the rest, reflection, understanding, automation, ultimately promoting experiences of educators distinct nature invariably targeted observable for the content and in accordance with planning. Keywords: Planning. Learning. Domain. 2 INTRODUÇÃO O propósito desse artigo é analisar a formação e a prática pedagógica do professor alfabetizador, realçando-as como contextos significativos de aprendizagens profissionais para o trabalho, para a formação dos docentes que alicerçam as práticas de ensinar. Os percursos profissionais do professor vão se tecendo, num movimento dinâmico, no decorrer de suas interações e experiências. Esse processo coloca o docente na condição de sujeito que, de forma permanente, constrói saberes, seja para resolver os problemas de suas práticas pedagógicas, seja para reordená-las ou dinamizá-las. Neste enfoque, a experiência profissional representa o espaço de construção em um processo que o professor constrói maneiras de ser e de estar. “O aprender da profissão é, pois, um processo contínuo que se dá a partir do pessoal e profissional, implicando na concepção da escola como espaço de crescimento profissional, conforme pontua.” (NÓVOA,1995, p.53). No entanto, o entendimento das práticas de ensinar, construída através da reflexão crítica e da valorização do trabalho coletivo, devem ser considerados processos formativos dos professores. Para a prática docente é necessário destacar que a atividade do professor alfabetizador, caracteriza-se como função social específica e especializada, cujas peculiaridades o situam como sujeito social que promove interações culturais, sociais e de saberes. A formação inicial representa um espaço no qual o professor vivencia questões preliminares do exercício profissional e, desse modo, há de ser reconhecida como basilar na trajetória de aprendizados docentes. Considerar esse aspecto significa avançar na busca de superação das propostas formativas centradas na valorização da teoria e prática como possibilidades de se efetivar a formação de docentes críticos e, sobretudo, criativos. *Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. Emília Ferreiro (1994) aponta que ao ingressar na série onde começa a ocorrer o ensino sistemático das letras a criança já detém uma grande competência linguística que não é considerada. (FERREIRO,1994, p.70). 3 Precisamos tornar ou eleger a alfabetização como uma base de sustentação para o prosseguimento de uma vida escolar. Parece ambicioso alocar recursos e direcioná-los as séries iniciais. Trata-se, então, de considerar que a aula encerra uma complexidade inerente à sua natureza, implicando na mobilização de diferentes saberes e envolve não somente a transmissão de conteúdos, mas exige do professor várias habilidades para dar conta das diferentes situações e de diferentes dilemas que surgem no desenvolvimento da prática docente. Com isso, o professor, ao longo de sua ação docente, vai construindo propostas sobre sua prática e vai, igualmente, reposicionando seus processos formativos, elaborando diferentes estratégias para responder às exigências colocadas pela prática, trabalhando com projetos e atividades lúdicas com seus alunos, no intuito de fazê-los entenderem o porquê de tal atividade, e como isso é fundamental para o seu desenvolvimento na escola e na família. Esse processo de construção de estratégias e de reposicionamento dos processos formativos se dá dinamicamente conduzindo o professor na mobilização e na construção de saberes. O ensino, portanto, tem como um dos suportes os vários saberes provenientes da formação dos professores alfabetizadores, aliados aos saberes da experiência pessoal e profissional. Assim, o processo de formação inicial do professor alfabetizador, deve fundamentar-se nas diferentes teorias relativas ao ensinar e ao aprender, mas, sobretudo, deve oportunizar o conhecimento e, também, a vivência de situações concretas de sala de aula, provendo a integração da teoria com a prática. No contexto específico do trabalho pedagógico alfabetizador, o professor vem dialogando com diferentes e inusitados desafios propiciados pela vivência da prática docente. Esses desafios enfrentados todos os dias em sala de aula, de natureza complexa e variada, irá conduzi-lo na construção de saberes e de ações para *Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeçãopela Faculdade Cristo Redentor. atender às necessidades oriundas deste fazer pedagógico mesmo com medos e incertezas. A rotina do alfabetizador exige deste o domínio de conhecimentos gerais sobre o ensinar e o aprender, bem como requer saberes específicos sobre o processo de aquisição da língua escrita. É importante considerar, no 4 entanto, que o professor recém-formado sente-se impotente em face das incertezas e conflitos que emergem no cotidiano da sala de aula. Para ele, ensinar a ler e a escrever é um grande e complexo desafio, visto que a formação inicial se concretiza sem tomar como referência a prática escolar. Deve-se considerar, que os conhecimentos relativos à alfabetização, privilegiados no curso de formação inicial, nem sempre contemplam aspectos característicos à natureza do processo de aquisição da escrita. Contudo, para que os professores alfabetizadores avancem significativamente na construção da profissão, no desenvolvimento profissional, é preciso condição essencial no fazer pedagógico diariamente, avançando junto com os professores e alunos etapas do desenvolvimento educacional. Cró (1998,p.89) entende que: Uma sociedade complexa, em constante mudança, requer dinamismo na formação do professor seja alfabetizador ou não. A formação meramente técnica, estática, deverá ceder espaço para um processo dinâmico de formação de professor, no bojo do qual a busca de autonomia, a capacidade de reconstrução de saberes, de competência pedagógica e a atitude reflexiva, sejam elementos norteadores. O estudo em questão lança mão de diversos saberes, reorganizando-os diante da problemática enfrentada. Frequentemente, o professor enfrenta e resolve problemas relativos ao ensino-aprendizagem, pondera acerca deles e adéqua sua prática às condições reais e específicas da sala de aula. Esse fato significa que há uma racionalidade que orienta o fazer pedagógico. Significa que o professor pensa sua prática e que desenvolve uma determinada cultura que orienta sua ação na sala de aula. Tendo em vista estes aspectos, convém refletir sobre as tendências que vêm marcando a formação do professor, especialmente do alfabetizador. *Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. Particularmente não se observa, com a intensidade e a dimensão requeridas pela situação, uma preocupação com a formação específica do alfabetizador. O presente trabalho, além de beneficiar os profissionais da área da Educação, servirá de estudo para pesquisa. É relevante compreendermos a formação do professor como etapa importante do percurso de desenvolvimento profissional. Conforme vimos na introdução, a preparação profissional pressupõe uma formação ampla, conjugando os processos formalizados, as experiências pessoais e, especialmente, a realidade histórica do exercício profissional. Eis algumas questões reflexivas e importantes que todo alfabetizador tem que saber responder: A competência linguística e comunicativa do professor influenciam o processo de aquisição da linguagem dos seus alunos? É importante a formação específica do professor alfabetizador? Se a família ou a comunidade em que a criança está inserida não tem as condições necessárias, é papel da escola cuidar da formação linguística dessa criança ? O professor considera “errada” a variação linguística do aluno? Os Alfabetizadores têm satisfação em realizar esse trabalho? Contudo, analisa–se a formação de professores de alfabetização e sua influência no processo de aquisição da linguagem dos alunos. Pois a formação do professor alfabetizador é fundamental e influencia a ampliação da competência linguística do aluno, obviamente com a orientação de seu supervisor pedagógico. A formação do profissional de ensino vai além dos processos formalizados ou burocratizados. Nesses termos, essa investigação situa a prática de ensinar como uma das instâncias formadoras, considerando que os professores em sua lide cotidiana conjugam saberes oriundos de diferentes contextos e momentos histórico-sociais. E, principalmente, que se apoiam em saberes cotidianos, elaborados na busca de solução para a problemática emergente do trabalho docente. A maior preocupação dos professores alfabetizadores é com a codificação e a decodificação de palavras sem focar a formação linguística do aluno. O professor ensina a língua padrão e faz uso de variação não padrão. *Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. O artigo tem como objetivo analisar e investigar a formação requerida para o profissional do ensino que exige considerar aquele que ensina; as novas funções que tem assumido no âmbito da escola e da sala de aula. Desse modo, a formação docente deve consubstanciar-se em parâmetros que considerem as diferentes dimensões que marcam o fazer docente: técnica, política, humana, ética, dentre outras. Representa, pois, a necessidade de pensar essa formação fundada numa racionalidade que valorize o cotidiano escolar e perceba o professor como sujeito crítico e criativo, com potencial para transformar sua própria prática diante das exigências que esta lhe faz. Neste aspecto, devemos realçar que nosso estudo nos revela significativas transformações no que concerne ao trabalho docente. O papel e a função do professor tem-se modificado ao longo dos anos. Declina a concepção de professor como mero transmissor de conhecimentos e emerge uma nova concepção situando-o como um profissional consciente de suas reais possibilidades na prática de ensinar. Capaz, sobretudo, de dar um novo sentido ao seu saber e ao seu fazer pedagógico. Em consequência disso, e buscando ampliar as reflexões sobre a formação do professor, é que propomos esse estudo. Objetivamos analisar a prática do professor alfabetizador, enfatizando-o como sujeito que produz os saberes da experiência, referentes à natureza de seu trabalho pedagógico, necessários a uma prática exitosa no âmbito da alfabetização de crianças. Com efeito, esse artigo resulta de interesse pessoal e profissional na perspectiva de contribuir com as análises acerca da formação do professor alfabetizador, discutindo os saberes requeridos para a vivência de uma prática pedagógica competente de alfabetização. 1. A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DO PROFESSOR ALFABETIZADOR Nossas reflexões sobre a formação e a prática docente evidenciam a necessidade de se estudar bem mais essa temática, enfocando, de modo particular, os saberes da experiência docente para que se compreenda como esses saberes são constituídos, em que princípios se fundamentam, como se incorporam e como consolidam a ação docente. Ademais, analisar esses saberes promove a compreensão da experiência profissional como situação *Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. particular de descobertas e de aprendizagens. Sobretudo, expressa a natureza complexa da prática de ensinar. Percebendo o professor alfabetizador como profissional, entendemos que seu processo de formação exige saberes específicos, dada a singularidade de ensinar a ler e a escrever. Entendemos, ainda, que esses saberes necessitam articular-se às várias dimensões da prática educativa, pois o professor alfabetizador desenvolve sua prática pedagógica fundamentando-a em concepções de ensino, de saber e de aprendizagem, numa relação dinâmica com os alunos, com a situação de aprendizagem e com o contexto mais amplo. Consequentemente, sua prática é situada e tem uma intencionalidade às vezes implícita. Essa intencionalidade, no caso do alfabetizador, poderá traduzir-se na compreensãodo processo de alfabetização como processo político, estando a exigir não apenas as técnicas de ler e de escrever, mas, sobretudo, as possibilidades de participação significativa e funcional no mundo da leitura e da escrita. Na verdade, essa formação deve ser consistente e intencional, considerando o que recomenda Gimeno Sacristán (1995, p.102): A competência docente não é tanto uma técnica composta por série de destrezas baseadas em conhecimentos concretos ou na experiência, nem uma simples descoberta pessoal. O professor não é técnico nem um improvisador, mas sim um profissional que pode utilizar o seu conhecimento e a sua experiência para se desenvolver em contextos práticos preexistentes. Pensar a formação docente envolve a análise de conhecimentos básicos para o exercício profissional, implica refletir sobre as habilidades necessárias ao professor para o enfrentamento dos vieses que surgem no contexto educativo. Envolve, também, a percepção de seu papel social de educador, dentro de uma sociedade de contradições e de relações de desigualdades. Essa análise mostra a necessidade de se pensar numa formação inicial que garanta aos professores condições para o exercício da docência. Referindo-se à preparação profissional docente Gatti (1997) ressalta que um curso de formação de professores para as séries iniciais do ensino fundamental deve assegurar a formação e o desenvolvimento de um conjunto de *Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. habilidades nos alunos que lhes permitam iniciar sua carreira com um mínimo de condições pessoais de qualificação. No centro desta discussão, a questão da formação específica do alfabetizador está sendo como exigência de um momento histórico-cultural, necessitando ser determinada por novos paradigmas científicos e pedagógicos, tomando como referência, também, os avanços conceituais na área de alfabetização. Ressaltando-se, entretanto, que esse processo de formação tem sido amplamente questionado uma vez que o professor alfabetizador parece não deter, ainda, os saberes necessários para conduzir de forma segura e autônoma a sua prática pedagógica. Assim, tornar-se professor, notadamente alfabetizador, dá-se num processo dinâmico de construções de significados referentes à educação, ao ensino e à aprendizagem, destacando-se, neste processo, a importância da formação sistemática, articulada com a realidade socioeducacional. O percurso de formação do professor deve tomar como referência a prática concreta das escolas, evitando a defasagem entre os saberes privilegiados na instituição formadora e os saberes que emergem desta prática. Considerar a prática social como ponto de partida e ponto de chegada possibilitará uma ressignificação dos saberes na formação dos professores. Destas reflexões que muitos são os contextos de formação dos professores, sobressaindo a prática docente, em sua materialidade, como contexto onde se aprende a ser professor sendo professor.(AZEVEDO, 2004,p.69). Contudo, podemos perceber que a grande importância da alfabetização está diretamente ligada à libertação de uma pessoa, pois a partir do momento em que um sujeito aprende a decifrar o código alfabético e a, principalmente, entendê-lo, de maneira que consiga interpretar o que lê, ele começa a se tornar o sujeito de sua própria história; a alfabetização dá igualdade de condições a todos que sabem ler, dentro de uma nação, sem isso o sujeito é facilmente manipulado e alienado do mundo que o rodeia. Alfabetização e informação andam de mãos dadas; uma pessoa que lê e escreve, que busca conhecimentos, não fica tão dependente dos demais, deste modo pode se movimentar no seu universo e a fazer suas escolhas, que vai gerar opiniões próprias para o efetivo exercício da cidadania. *Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. Segundo Paulo Freire (1988, p. 35) A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra. O ato de ler se veio dando na sua experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo do pequeno mundo em que se movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo da sua escolarização, foi a leitura da “palavra mundo. Na verdade, aquele mundo especial se dava a ele como o mundo de sua atividade perspectiva, por isso, mesmo como o mundo de suas primeiras leituras. Paulo Freire, em seu contexto, analisa a alfabetização como criação ou a montagem da expressão escrita da expressão oral que está inserida no que se chama de codificação e representação da realidade. No fundo, esse conjunto de representação de situação concreta, possibilita aos alunos: “leitura da leitura”, pois o ato de ler implica na percepção crítica, interpretação e “reescrita” do lido. Soares (1988, p.21) entende que: O problema que hoje se coloca para a escola, em relação à linguagem, é o de definir o que pode ela fazer, diante do conflito linguístico que nela se cria, pela diferença existente entre a linguagem das camadas populares as quais conquistam cada vez mais, o direito de escolarização, e a linguagem que é instrumento e objetivo dessa escola, que é a linguagem das classes dominantes. “A escola é por excelência, o lócus ou espaço em que os educandos vão adquirir, de forma sistemática, recursos comunicativos que lhes permitam desempenhar-se competentemente em práticas sociais especializadas.” (SOARES, 2004, p. 42). Mais do que os vários outros tipos de professores, os alfabetizadores precisam de uma formação especial, mais sólida e sofisticada, dada a importância e a complexidade de seu trabalho. (NÓVOA,1989, p. 78). Contudo, a apropriação dos conhecimentos sobre o sistema alfabético e sobre a ortografia é complexa e, portanto, o aluno precisa estar inserido de modo sistemático em situações de reflexão e construção de princípios gerativos acerca desse sistema. É preciso sempre refletir sobre os princípios do sistema alfabético e sobre os processos de aprendizagem. *Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. É importante perceber sempre que, para levar os alunos a pensar sobre o sistema alfabético e compreender os princípios que o constituem, é necessário diversificar as atividades. Do mesmo modo, para desenvolver capacidades de refletir sobre as características textuais, desenvolver estratégias de leitura e de produção de textos e atitudes de revisão textual, a variedade de proposições didáticas é fundamental. É preciso conhecer e refletir sobre diferentes tipos de atividades e os conhecimentos e capacidades mobilizados por meio delas para um bom desenvolvimento com a mente e com o corpo. A interação entre pares favorece a aprendizagem por possibilitar a circulação de hipóteses e levar os alunos a confrontar saberes. É preciso refletir sobre os diferentes tipos de agrupamento e sobre como lidar com a heterogeneidade em cada um desses tipos de agrupamento. Não é a atividade em si que conduz ao conhecimento, mas a ação do aluno mediada pelas informações e intervenções que o professor realiza durante a atividade, assim como pelas trocas de informações entre pares (interação entre alunos). Deve-se na verdade, refletir sobre as formas de intervir e sobre os tipos de questionamentos que fazemos em diferentes atividades. Assim, para um bom entendimento do assunto, busca-se estudar sobre os saberes docentes a serem contemplados na formação do professor alfabetizador como: conhecimentos pedagógicos comuns a qualquer professor; conhecimentos sobre as concepções de língua que orientam sua prática; sobreo sistema alfabético e modos de apropriação desse objeto de conhecimento e os gêneros textuais e sobre as práticas de linguagem; estratégias de leitura e de produção de textos utilizadas por alfabetizados e não alfabetizados. Conhecimentos também sobre os alfabetizandos, incluindo suas práticas e estratégias para lidar com os textos escritos na sociedade e os modos de organização do trabalho pedagógico. Como diferentes estratégias didáticas para refletir sobre a língua e sobre as práticas de linguagem. CONCLUSÃO Neste trabalho, concluímos que o cotidiano da sala de aula é reconhecidamente importante na formação pessoal e profissional do professor. As situações concretas das práticas de ensinar desvelam os caminhos da *Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. formação docente que a prática pedagógica representa espaço/tempo de aprendizagens, de produção de saberes docentes num processo dinâmico, não linear e marcado pela reflexão crítica, por diferentes interações e pelo compartilhamento de experiências e de saberes. Com esta análise explicita-se a compreensão de que os professores aprendem a ser, como sujeitos em processo que se modificam e modificam suas práticas e processos formativos nas diferentes interações e vivencias profissionais. A reflexão, neste sentido, está situada como condição para apreensão da realidade social de ensinar. É preciso reflexão e ação, envolvendo os docentes na leitura/análise crítica e coletiva do trabalho pedagógico, compreendendo-o como prática social multi - dimensionada. Enfim, nessa perspectiva de reflexão crítica e coletiva insere-se a premissa de que os professores se apoiam mutuamente ao partilharem conjuntamente problemas e práticas, produzindo um acervo de saberes teórico- práticos que vão ao encontro das exigências e das necessidades postas no fazer profissional. O trabalho docente, dada sua complexidade e por apresentar indeterminações, incertezas e singularidades, foge ao controle da racionalidade técnica. Resolver uma situação problemática não é, portanto, tarefa meramente técnica. Implica, sem dúvida, na capacidade de analisar racionalmente tal situação, ponderando em relação às soluções consistentes que possam orientar a tomada de decisões. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO, Joanir Gomes de; ALVES, Neila Guimarães. Formação de professores: possibilidades do imprevisível. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. CRÓ, Maria de Lurdes. Formação inicial e contínua de professores/educadores: estratégias de intervenção. Porto: Porto Editora, 1998. FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988. 80 p. GATTI, Bernadete. Formação de professores e carreira: problemas e movimentos de renovação. Campinas,SP: Autores Associados, 1997. NÓVOA, Antonio. Profissão Professor. 2 ed. Porto: Porto Editora, 1995. *Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. PIMENTA, Selma Garrido (Org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, 1999. SACRISTÁN, J. Gimeno. Consciência e acção sobre a prática como libertação dos professores. In: NÓVOA, Profissão professor. 2. ed. Porto: Porto Editora, 1995.
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