Buscar

Professor alfabetizador - TCC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

*Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. 
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR ALFABETIZADOR 
 
A TEACHER TRAINING LITERACY 
 
 
Autora: ¹Maria Claudemira Ribeiro Sales 
Orientadoras: Lilian Sipoli Carneiro Cañete e Wany de Sousa e Silva Campos 
 
¹ Licenciada em Pedagogia pela FAFIC- Cataguases MG Pós graduanda em Supervisão, Orientação e 
Inspeção pela FacRedentor – Itaperuna – RJ 
Endereço: Rua Ercília Guimarães 235 Leopoldina MG 
Tel:(32) 3441-5458- e-mail: mariaclaudemira@yahoo.com.br 
 
 
Resumo 
É no processo de alfabetização que o educador procura propiciar no educando 
o gosto pela leitura e o respeito pela língua materna, mas torna-se viável que o 
professor que alfabetiza seja também um conhecedor das variações 
linguísticas, da estrutura e do funcionamento da língua e também das 
variações dialetais que se apresentam em uma sala de aula. O professor é um 
mediador que deve propor atividades que levem a refletir sobre o sistema 
alfabético, a ortografia, os recursos linguísticos usados nas diferentes esferas 
de interlocução e, paralelamente, a participar de eventos de letramento de 
diferentes tipos, apropriando-se de diferentes gêneros textuais. É preciso saber 
organizar o tempo pedagógico e a rotina. É importante para compreensão da 
função do professor alfabetizador entender o quão complexo é o desafio da 
alfabetização plena. Reconhece-se que se o professor alfabetizador tem 
conhecimentos linguísticos, fica mais fácil o respeito dos vários falares 
regionais apresentados pela língua a qual vai ensinar e que está presente no 
cotidiano da sala de aula. Diante disso, cabe ao professor alfabetizador 
introspectivamente refletir sobre quão complexa e importante é a tarefa de 
promover o uso comunicativo dos textos, e de todo o resto; reflexão, 
compreensão, automatização, enfim, da promoção de experiências educadoras 
de natureza distintas, invariavelmente segmentadas para os conteúdos 
observáveis e em conformidade com o planejamento. 
 
Palavras-chave: Planejamento. Aprendizagem. Domínio. 
 
 
Abstract 
Is the literacy process that seeks to provide educators in educating the taste for 
reading and respect for the language, but it is feasible that the literacy teacher 
who is also a connoisseur of linguistic variations, the structure and functioning 
of the language and also the dialectical variations that occur in a classroom. 
The teacher is a mediator who must propose activities that lead to reflect on the 
alphabetic system, spelling, language resources used in different spheres of 
interaction and, in parallel, to participate in literacy events of different types, 
appropriating different genres textual. You need to know the time to organize 
educational and routine. It is important for understanding the function of literacy 
teacher understand how complex is the challenge of full literacy. It is recognized 
that if the teacher has literacy language skills, it is easier to talk about the 
*Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. 
various regional presented by the language which will teach and who is present 
in everyday classroom. Given this, the teacher literacy introspectively reflect on 
such a complex and important task is to promote the use of communicative 
texts, and all the rest, reflection, understanding, automation, ultimately 
promoting experiences of educators distinct nature invariably targeted 
observable for the content and in accordance with planning. 
 
Keywords: Planning. Learning. Domain. 
2 
 
INTRODUÇÃO 
 
O propósito desse artigo é analisar a formação e a prática pedagógica 
do professor alfabetizador, realçando-as como contextos significativos de 
aprendizagens profissionais para o trabalho, para a formação dos docentes que 
alicerçam as práticas de ensinar. Os percursos profissionais do professor vão 
se tecendo, num movimento dinâmico, no decorrer de suas interações e 
experiências. Esse processo coloca o docente na condição de sujeito que, de 
forma permanente, constrói saberes, seja para resolver os problemas de suas 
práticas pedagógicas, seja para reordená-las ou dinamizá-las. Neste enfoque, 
a experiência profissional representa o espaço de construção em um processo 
que o professor constrói maneiras de ser e de estar. 
 “O aprender da profissão é, pois, um processo contínuo que se dá a 
partir do pessoal e profissional, implicando na concepção da escola como 
espaço de crescimento profissional, conforme pontua.” (NÓVOA,1995, p.53). 
No entanto, o entendimento das práticas de ensinar, construída através 
da reflexão crítica e da valorização do trabalho coletivo, devem ser 
considerados processos formativos dos professores. Para a prática docente é 
necessário destacar que a atividade do professor alfabetizador, caracteriza-se 
como função social específica e especializada, cujas peculiaridades o situam 
como sujeito social que promove interações culturais, sociais e de saberes. A 
formação inicial representa um espaço no qual o professor vivencia questões 
preliminares do exercício profissional e, desse modo, há de ser reconhecida 
como basilar na trajetória de aprendizados docentes. Considerar esse aspecto 
significa avançar na busca de superação das propostas formativas centradas 
na valorização da teoria e prática como possibilidades de se efetivar a 
formação de docentes críticos e, sobretudo, criativos. 
*Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. 
Emília Ferreiro (1994) aponta que ao ingressar na série onde começa a 
ocorrer o ensino sistemático das letras a criança já detém uma grande competência 
linguística que não é considerada. (FERREIRO,1994, p.70). 
 
3 
 
 Precisamos tornar ou eleger a alfabetização como uma base de 
sustentação para o prosseguimento de uma vida escolar. Parece ambicioso 
alocar recursos e direcioná-los as séries iniciais. Trata-se, então, de considerar 
que a aula encerra uma complexidade inerente à sua natureza, implicando na 
mobilização de diferentes saberes e envolve não somente a transmissão de 
conteúdos, mas exige do professor várias habilidades para dar conta das 
diferentes situações e de diferentes dilemas que surgem no desenvolvimento 
da prática docente. Com isso, o professor, ao longo de sua ação docente, vai 
construindo propostas sobre sua prática e vai, igualmente, reposicionando seus 
processos formativos, elaborando diferentes estratégias para responder às 
exigências colocadas pela prática, trabalhando com projetos e atividades 
lúdicas com seus alunos, no intuito de fazê-los entenderem o porquê de tal 
atividade, e como isso é fundamental para o seu desenvolvimento na escola e 
na família. Esse processo de construção de estratégias e de reposicionamento 
dos processos formativos se dá dinamicamente conduzindo o professor na 
mobilização e na construção de saberes. 
O ensino, portanto, tem como um dos suportes os vários saberes 
provenientes da formação dos professores alfabetizadores, aliados aos 
saberes da experiência pessoal e profissional. Assim, o processo de formação 
inicial do professor alfabetizador, deve fundamentar-se nas diferentes teorias 
relativas ao ensinar e ao aprender, mas, sobretudo, deve oportunizar o 
conhecimento e, também, a vivência de situações concretas de sala de aula, 
provendo a integração da teoria com a prática. 
No contexto específico do trabalho pedagógico alfabetizador, o professor 
vem dialogando com diferentes e inusitados desafios propiciados pela vivência 
da prática docente. 
Esses desafios enfrentados todos os dias em sala de aula, de natureza 
complexa e variada, irá conduzi-lo na construção de saberes e de ações para 
*Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeçãopela Faculdade Cristo Redentor. 
atender às necessidades oriundas deste fazer pedagógico mesmo com medos 
e incertezas. A rotina do alfabetizador exige deste o domínio de conhecimentos 
gerais sobre o ensinar e o aprender, bem como requer saberes específicos 
sobre o processo de aquisição da língua escrita. É importante considerar, no 
4 
 
entanto, que o professor recém-formado sente-se impotente em face das 
incertezas e conflitos que emergem no cotidiano da sala de aula. Para ele, 
ensinar a ler e a escrever é um grande e complexo desafio, visto que a 
formação inicial se concretiza sem tomar como referência a prática escolar. 
Deve-se considerar, que os conhecimentos relativos à alfabetização, 
privilegiados no curso de formação inicial, nem sempre contemplam aspectos 
característicos à natureza do processo de aquisição da escrita. Contudo, para 
que os professores alfabetizadores avancem significativamente na construção 
da profissão, no desenvolvimento profissional, é preciso condição essencial no 
fazer pedagógico diariamente, avançando junto com os professores e alunos 
etapas do desenvolvimento educacional. 
Cró (1998,p.89) entende que: 
 
Uma sociedade complexa, em constante mudança, requer 
dinamismo na formação do professor seja alfabetizador ou não. 
A formação meramente técnica, estática, deverá ceder espaço 
para um processo dinâmico de formação de professor, no bojo 
do qual a busca de autonomia, a capacidade de reconstrução 
de saberes, de competência pedagógica e a atitude reflexiva, 
sejam elementos norteadores. 
 
 
O estudo em questão lança mão de diversos saberes, reorganizando-os 
diante da problemática enfrentada. Frequentemente, o professor enfrenta e 
resolve problemas relativos ao ensino-aprendizagem, pondera acerca deles e 
adéqua sua prática às condições reais e específicas da sala de aula. Esse fato 
significa que há uma racionalidade que orienta o fazer pedagógico. Significa 
que o professor pensa sua prática e que desenvolve uma determinada cultura 
que orienta sua ação na sala de aula. Tendo em vista estes aspectos, convém 
refletir sobre as tendências que vêm marcando a formação do professor, 
especialmente do alfabetizador. 
*Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. 
Particularmente não se observa, com a intensidade e a dimensão 
requeridas pela situação, uma preocupação com a formação específica do 
alfabetizador. 
O presente trabalho, além de beneficiar os profissionais da área da 
Educação, servirá de estudo para pesquisa. É relevante compreendermos a 
formação do professor como etapa importante do percurso de desenvolvimento 
profissional. 
Conforme vimos na introdução, a preparação profissional pressupõe 
uma formação ampla, conjugando os processos formalizados, as experiências 
pessoais e, especialmente, a realidade histórica do exercício profissional. 
Eis algumas questões reflexivas e importantes que todo alfabetizador 
tem que saber responder: A competência linguística e comunicativa do 
professor influenciam o processo de aquisição da linguagem dos seus alunos? 
É importante a formação específica do professor alfabetizador? Se a família ou 
a comunidade em que a criança está inserida não tem as condições 
necessárias, é papel da escola cuidar da formação linguística dessa criança ? 
O professor considera “errada” a variação linguística do aluno? Os 
Alfabetizadores têm satisfação em realizar esse trabalho? 
Contudo, analisa–se a formação de professores de alfabetização e sua 
influência no processo de aquisição da linguagem dos alunos. Pois a formação 
do professor alfabetizador é fundamental e influencia a ampliação da 
competência linguística do aluno, obviamente com a orientação de seu 
supervisor pedagógico. 
A formação do profissional de ensino vai além dos processos 
formalizados ou burocratizados. Nesses termos, essa investigação situa a 
prática de ensinar como uma das instâncias formadoras, considerando que os 
professores em sua lide cotidiana conjugam saberes oriundos de diferentes 
contextos e momentos histórico-sociais. E, principalmente, que se apoiam em 
saberes cotidianos, elaborados na busca de solução para a problemática 
emergente do trabalho docente. 
A maior preocupação dos professores alfabetizadores é com a codificação e 
a decodificação de palavras sem focar a formação linguística do aluno. O 
professor ensina a língua padrão e faz uso de variação não padrão. 
*Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. 
O artigo tem como objetivo analisar e investigar a formação requerida para 
o profissional do ensino que exige considerar aquele que ensina; as novas 
funções que tem assumido no âmbito da escola e da sala de aula. Desse 
modo, a formação docente deve consubstanciar-se em parâmetros que 
considerem as diferentes dimensões que marcam o fazer docente: técnica, 
política, humana, ética, dentre outras. Representa, pois, a necessidade de 
pensar essa formação fundada numa racionalidade que valorize o cotidiano 
escolar e perceba o professor como sujeito crítico e criativo, com potencial para 
transformar sua própria prática diante das exigências que esta lhe faz. Neste 
aspecto, devemos realçar que nosso estudo nos revela significativas 
transformações no que concerne ao trabalho docente. O papel e a função do 
professor tem-se modificado ao longo dos anos. Declina a concepção de 
professor como mero transmissor de conhecimentos e emerge uma nova 
concepção situando-o como um profissional consciente de suas reais 
possibilidades na prática de ensinar. Capaz, sobretudo, de dar um novo sentido 
ao seu saber e ao seu fazer pedagógico. 
Em consequência disso, e buscando ampliar as reflexões sobre a 
formação do professor, é que propomos esse estudo. Objetivamos analisar a 
prática do professor alfabetizador, enfatizando-o como sujeito que produz os 
saberes da experiência, referentes à natureza de seu trabalho pedagógico, 
necessários a uma prática exitosa no âmbito da alfabetização de crianças. Com 
efeito, esse artigo resulta de interesse pessoal e profissional na perspectiva de 
contribuir com as análises acerca da formação do professor alfabetizador, 
discutindo os saberes requeridos para a vivência de uma prática pedagógica 
competente de alfabetização. 
 
1. A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DO PROFESSOR ALFABETIZADOR 
Nossas reflexões sobre a formação e a prática docente evidenciam a 
necessidade de se estudar bem mais essa temática, enfocando, de modo 
particular, os saberes da experiência docente para que se compreenda como 
esses saberes são constituídos, em que princípios se fundamentam, como se 
incorporam e como consolidam a ação docente. Ademais, analisar esses 
saberes promove a compreensão da experiência profissional como situação 
*Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. 
particular de descobertas e de aprendizagens. Sobretudo, expressa a natureza 
complexa da prática de ensinar. 
Percebendo o professor alfabetizador como profissional, entendemos 
que seu processo de formação exige saberes específicos, dada a singularidade 
de ensinar a ler e a escrever. Entendemos, ainda, que esses saberes 
necessitam articular-se às várias dimensões da prática educativa, pois o 
professor alfabetizador desenvolve sua prática pedagógica fundamentando-a 
em concepções de ensino, de saber e de aprendizagem, numa relação 
dinâmica com os alunos, com a situação de aprendizagem e com o contexto 
mais amplo. 
Consequentemente, sua prática é situada e tem uma intencionalidade às 
vezes implícita. Essa intencionalidade, no caso do alfabetizador, poderá 
traduzir-se na compreensãodo processo de alfabetização como processo 
político, estando a exigir não apenas as técnicas de ler e de escrever, mas, 
sobretudo, as possibilidades de participação significativa e funcional no mundo 
da leitura e da escrita. 
Na verdade, essa formação deve ser consistente e intencional, 
considerando o que recomenda Gimeno Sacristán (1995, p.102): 
 
A competência docente não é tanto uma técnica composta por 
série de destrezas baseadas em conhecimentos concretos ou 
na experiência, nem uma simples descoberta pessoal. O 
professor não é técnico nem um improvisador, mas sim um 
profissional que pode utilizar o seu conhecimento e a sua 
experiência para se desenvolver em contextos práticos 
preexistentes. Pensar a formação docente envolve a análise 
de conhecimentos básicos para o exercício profissional, 
implica refletir sobre as habilidades necessárias ao 
professor para o enfrentamento dos vieses que surgem no 
contexto educativo. Envolve, também, a percepção de seu 
papel social de educador, dentro de uma sociedade de 
contradições e de relações de desigualdades. 
 
 
Essa análise mostra a necessidade de se pensar numa formação inicial 
que garanta aos professores condições para o exercício da docência. 
 Referindo-se à preparação profissional docente Gatti (1997) ressalta 
que um curso de formação de professores para as séries iniciais do ensino 
fundamental deve assegurar a formação e o desenvolvimento de um conjunto de 
*Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. 
habilidades nos alunos que lhes permitam iniciar sua carreira com um mínimo de 
condições pessoais de qualificação. 
 
No centro desta discussão, a questão da formação específica do 
alfabetizador está sendo como exigência de um momento histórico-cultural, 
necessitando ser determinada por novos paradigmas científicos e pedagógicos, 
tomando como referência, também, os avanços conceituais na área de 
alfabetização. Ressaltando-se, entretanto, que esse processo de formação tem 
sido amplamente questionado uma vez que o professor alfabetizador parece 
não deter, ainda, os saberes necessários para conduzir de forma segura e 
autônoma a sua prática pedagógica. 
Assim, tornar-se professor, notadamente alfabetizador, dá-se num 
processo dinâmico de construções de significados referentes à educação, ao 
ensino e à aprendizagem, destacando-se, neste processo, a importância da 
formação sistemática, articulada com a realidade socioeducacional. O percurso 
de formação do professor deve tomar como referência a prática concreta das 
escolas, evitando a defasagem entre os saberes privilegiados na instituição 
formadora e os saberes que emergem desta prática. Considerar a prática social 
como ponto de partida e ponto de chegada possibilitará uma ressignificação 
dos saberes na formação dos professores. 
Destas reflexões que muitos são os contextos de formação dos professores, 
sobressaindo a prática docente, em sua materialidade, como contexto onde se 
aprende a ser professor sendo professor.(AZEVEDO, 2004,p.69). 
Contudo, podemos perceber que a grande importância da alfabetização 
está diretamente ligada à libertação de uma pessoa, pois a partir do momento 
em que um sujeito aprende a decifrar o código alfabético e a, principalmente, 
entendê-lo, de maneira que consiga interpretar o que lê, ele começa a se tornar 
o sujeito de sua própria história; a alfabetização dá igualdade de condições a 
todos que sabem ler, dentro de uma nação, sem isso o sujeito é facilmente 
manipulado e alienado do mundo que o rodeia. Alfabetização e informação 
andam de mãos dadas; uma pessoa que lê e escreve, que busca 
conhecimentos, não fica tão dependente dos demais, deste modo pode se 
movimentar no seu universo e a fazer suas escolhas, que vai gerar opiniões 
próprias para o efetivo exercício da cidadania. 
*Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. 
 
Segundo Paulo Freire (1988, p. 35) 
 
A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra. O ato 
de ler se veio dando na sua experiência existencial. Primeiro, a 
“leitura” do mundo do pequeno mundo em que se movia; 
depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo da sua 
escolarização, foi a leitura da “palavra mundo. Na verdade, 
aquele mundo especial se dava a ele como o mundo de sua 
atividade perspectiva, por isso, mesmo como o mundo de suas 
primeiras leituras. 
 
Paulo Freire, em seu contexto, analisa a alfabetização como criação ou 
a montagem da expressão escrita da expressão oral que está inserida no que 
se chama de codificação e representação da realidade. No fundo, esse 
conjunto de representação de situação concreta, possibilita aos alunos: “leitura 
da leitura”, pois o ato de ler implica na percepção crítica, interpretação e 
“reescrita” do lido. 
Soares (1988, p.21) entende que: 
 
O problema que hoje se coloca para a escola, em relação à 
linguagem, é o de definir o que pode ela fazer, diante do 
conflito linguístico que nela se cria, pela diferença existente 
entre a linguagem das camadas populares as quais conquistam 
cada vez mais, o direito de escolarização, e a linguagem que 
é instrumento e objetivo dessa escola, que é a linguagem das 
classes dominantes. 
 
“A escola é por excelência, o lócus ou espaço em que os educandos vão 
adquirir, de forma sistemática, recursos comunicativos que lhes permitam 
desempenhar-se competentemente em práticas sociais especializadas.” 
(SOARES, 2004, p. 42). 
Mais do que os vários outros tipos de professores, os alfabetizadores precisam de 
uma formação especial, mais sólida e sofisticada, dada a importância e a 
complexidade de seu trabalho. (NÓVOA,1989, p. 78). 
Contudo, a apropriação dos conhecimentos sobre o sistema alfabético e 
sobre a ortografia é complexa e, portanto, o aluno precisa estar inserido de 
modo sistemático em situações de reflexão e construção de princípios 
gerativos acerca desse sistema. É preciso sempre refletir sobre os princípios 
do sistema alfabético e sobre os processos de aprendizagem. 
*Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. 
É importante perceber sempre que, para levar os alunos a pensar sobre o 
sistema alfabético e compreender os princípios que o constituem, é necessário 
diversificar as atividades. Do mesmo modo, para desenvolver capacidades de 
refletir sobre as características textuais, desenvolver estratégias de leitura e de 
produção de textos e atitudes de revisão textual, a variedade de proposições 
didáticas é fundamental. 
 É preciso conhecer e refletir sobre diferentes tipos de atividades e os 
conhecimentos e capacidades mobilizados por meio delas para um bom 
desenvolvimento com a mente e com o corpo. A interação entre pares favorece 
a aprendizagem por possibilitar a circulação de hipóteses e levar os alunos a 
confrontar saberes. 
 É preciso refletir sobre os diferentes tipos de agrupamento e sobre como 
lidar com a heterogeneidade em cada um desses tipos de agrupamento. Não é 
a atividade em si que conduz ao conhecimento, mas a ação do aluno mediada 
pelas informações e intervenções que o professor realiza durante a atividade, 
assim como pelas trocas de informações entre pares (interação entre alunos). 
Deve-se na verdade, refletir sobre as formas de intervir e sobre os tipos de 
questionamentos que fazemos em diferentes atividades. 
Assim, para um bom entendimento do assunto, busca-se estudar sobre os 
saberes docentes a serem contemplados na formação do professor 
alfabetizador como: conhecimentos pedagógicos comuns a qualquer professor; 
conhecimentos sobre as concepções de língua que orientam sua prática; sobreo sistema alfabético e modos de apropriação desse objeto de conhecimento 
e os gêneros textuais e sobre as práticas de linguagem; estratégias de leitura 
e de produção de textos utilizadas por alfabetizados e não alfabetizados. 
 Conhecimentos também sobre os alfabetizandos, incluindo suas 
práticas e estratégias para lidar com os textos escritos na sociedade e os 
modos de organização do trabalho pedagógico. Como diferentes estratégias 
didáticas para refletir sobre a língua e sobre as práticas de linguagem. 
 
CONCLUSÃO 
Neste trabalho, concluímos que o cotidiano da sala de aula é 
reconhecidamente importante na formação pessoal e profissional do professor. 
As situações concretas das práticas de ensinar desvelam os caminhos da 
*Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. 
formação docente que a prática pedagógica representa espaço/tempo de 
aprendizagens, de produção de saberes docentes num processo dinâmico, não 
linear e marcado pela reflexão crítica, por diferentes interações e pelo 
compartilhamento de experiências e de saberes. Com esta análise explicita-se 
a compreensão de que os professores aprendem a ser, como sujeitos em 
processo que se modificam e modificam suas práticas e processos formativos 
nas diferentes interações e vivencias profissionais. A reflexão, neste sentido, 
está situada como condição para apreensão da realidade social de ensinar. É 
preciso reflexão e ação, envolvendo os docentes na leitura/análise crítica e 
coletiva do trabalho pedagógico, compreendendo-o como prática social multi - 
dimensionada. 
Enfim, nessa perspectiva de reflexão crítica e coletiva insere-se a 
premissa de que os professores se apoiam mutuamente ao partilharem 
conjuntamente problemas e práticas, produzindo um acervo de saberes teórico-
práticos que vão ao encontro das exigências e das necessidades postas no 
fazer profissional. O trabalho docente, dada sua complexidade e por apresentar 
indeterminações, incertezas e singularidades, foge ao controle da racionalidade 
técnica. Resolver uma situação problemática não é, portanto, tarefa meramente 
técnica. Implica, sem dúvida, na capacidade de analisar racionalmente tal 
situação, ponderando em relação às soluções consistentes que possam 
orientar a tomada de decisões. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
AZEVEDO, Joanir Gomes de; ALVES, Neila Guimarães. Formação de 
professores: possibilidades do imprevisível. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. 
 
CRÓ, Maria de Lurdes. Formação inicial e contínua de 
professores/educadores: estratégias de intervenção. Porto: Porto Editora, 
1998. 
 
 
FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se 
completam. 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988. 80 p. 
 
GATTI, Bernadete. Formação de professores e carreira: problemas e 
movimentos de renovação. Campinas,SP: Autores Associados, 1997. 
 
NÓVOA, Antonio. Profissão Professor. 2 ed. Porto: Porto Editora, 1995. 
*Pós-graduanda em Supervisão,Orientação e Inspeção pela Faculdade Cristo Redentor. 
 
PIMENTA, Selma Garrido (Org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. 
São Paulo: Cortez, 1999. 
 
SACRISTÁN, J. Gimeno. Consciência e acção sobre a prática como libertação 
dos professores. In: NÓVOA, Profissão professor. 2. ed. Porto: Porto Editora, 
1995.

Outros materiais