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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS 
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA 
 
 
 
 
 
SEDIMENTOLOGIA E 
PETROLOGIA SEDIMENTAR 
 
Código da disciplina – GEL 019 
 
 
 
Prof. Alexandre Uhlein 
Guilherme Labaki Suckau 
Júlio Carlos Destro Sanglard
 2 
SUMÁRIO 
 
01 – Origem e natureza das rochas sedimentares...........................................................................03 
02 – Importância das rochas sedimentares......................................................................................05 
03 – Intemperismo e o ciclo sedimentar............................................................................................06 
04 – O ciclo sedimentar: erosão, transporte e deposição.................................................................07 
05 – Tipos de transporte sedimentar.................................................................................................09 
06 – Textura de rochas sedimentares...............................................................................................10 
07 – Classificação das rochas sedimentares....................................................................................16 
7.1 Rochas terrígenas / siliciclásticas.........................................................................................17 
7.2 Rochas carbonáticas............................................................................................................23 
7.3 Rochas evaporíticas.............................................................................................................29 
7.4 Rochas ricas em ferro: formação ferrífera (bif).....................................................................32 
7.5 Sedimentos silicosos............................................................................................................34 
08 – Tipos de bacias sedimentares...................................................................................................35 
8.1 Introdução: tectônica de placas............................................................................................36 
8.2 Classificação das bacias sedimentares: 
 Margens divergentes, convergentes e intraplacas..............................................................37 
09 – Transporte e estruturas sedimentares......................................................................................39 
10 – Estruturas sedimentares............................................................................................................44 
10.1 Estruturas erosionais..........................................................................................................44 
10.2 Estruturas sindeposicionais................................................................................................44 
10.3 Estruturas pós-deposicionais.............................................................................................50 
11 – Geometria e mudança lateral de fácies em depósitos sedimentares. Noção de fácies............52 
12 – Ambientes de sedimentação e fácies sedimentares.................................................................54 
12.1 Leque aluvial......................................................................................................................58 
12.2 Ambiente fluvial..................................................................................................................59 
12.3 Ambiente desértico.............................................................................................................64 
12.4 Ambiente lacustre...............................................................................................................67 
12.5 Ambiente glacial.................................................................................................................71 
12.6 Ambiente deltáico...............................................................................................................77 
12.7 Ambientes costeiros (litorâneos)........................................................................................85 
12.8 Ambiente marinho raso (plataformal).................................................................................93 
12.9 Ambiente marinho profundo (leque submarino).................................................................98 
12.10 Ambientes de sedimentação de carbonatos..................................................................102 
13 – Mineralogia de rochas sedimentares......................................................................................104 
14 – Diagênese...............................................................................................................................105 
15 – Petrologia Sedimentar: uma introdução..................................................................................108
 3 
01. ORIGEM E NATUREZA DAS ROCHAS SEDIMETARES 
 
1 - Rochas detríticas, clásticas, siliciclásticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 – Rochas químicas / bioquímicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
Faça uma comparação entre os dois modelos para formação de rochas 
sedimentares. 
Compare, em especial, os seguintes aspectos: 
1. Relevo da área fonte; 
2. Mecanismo de transporte; 
3. Mecanismos de sedimentação; 
4. Produto gerado na bacia sedimentar. 
 5 
02. IMPORTÂNCIA DAS ROCHAS SEDIMENTARES 
 
1- Recursos minerais energéticos: 
petróleo, carvão, gás. 
 
2- Argilominerais (caolinita, ilita, bentonita, montmorilonita): 
tijolos, telhas, cerâmica, lama de perfuração. 
 
3- Rocha de revestimento e construção civil, como rocha ornamental: 
arenitos, calcários. 
 
4- Produção de cimentos (concreto): 
calcário + gipsita + argilomineral. 
 
5- Areia: 
construção civil, indústria do vidro. 
 
6- Ouro, diamante, gemas (pedras semi-preciosas): 
cascalhos de rios e conglomerados. 
 
7- Minerais químicos e fertilizantes: 
Evaporitos (NaCl, sulfatos, KCl, S) paraprodução de remédios e produtos químicos. 
Fosforito (apatita sedimentar) � Fósforo (P) para fertilizantes 
 
8- Extração de ferro (jaspilito/itabirito) e manganês sedimentares; 
 
9- Extração (lavra) de sulfetos (Pb-Zn) em arenitos/calcários. 
 6 
03. INTEMPERISMO E O CICLO SEDIMENTAR 
1 - Conceito: intemperismo é um conjunto de modificações de ordem física 
(desagregação) e química (decomposição) que as rochas sofrem ao aflorarem na 
superfície da Terra. 
Produtos do Ciclo Sedimentar: 
Intemperismo: 
-rocha alterada 
-solo 
� 
Erosão 
Transporte 
Sedimentação 
� 
Aplainamento 
do relevo 
 
2 - Fatores que influem no intemperismo: 
• Clima – variação de temperatura e distribuição das chuvas; 
• Relevo – regime de infiltração das águas; 
• Cobertura vegetal – matéria orgânica para reações químicas; 
• Tipo de rocha; 
• Tempo geológico; 
 
3 – Tipos de Intemperismo: 
• Físico – desagregação da rocha em partículas. Variações de temperatura, 
congelamento de água em fissuras, cristalização de sais, formação de juntas de 
alívio, raiz. 
• Químico – ação de água da chuva (pH ácido) que infiltra nas rochas. Provoca 
reações de hidratação, dissolução, hidrólise e oxidação dos minerais das rochas. 
H2O + CO2 � H2CO3 (reduz o pH das águas subterrâneas – SOLVENTE) 
 
Componentes solúveis são retirados em solução, Na, K, 
Ca, Mg, Si – Soluto. 
Formam-se argilominerais. 
Componentes insolúveis (óxidos Fé/Al) ficam retidos no 
solo 
 
4 – Intemperismo e o ciclo sedimentar 
Estabilidade tectônica 
+ cobertura vegetal � 
Intemperismo químico 
(lixiviação) � 
Sedimentos 
químicos em bacias 
marinhas 
 
 
 
 
 
 
 
LEIA MAIS: 
1. Decifrando a Terra, cap. 8,pg. 139 a 165. 
2. Geologia Sedimentar, cap. 2, pg. 11 a 22. 
Mudança climática 
e/ou tectônica (sem 
cobertura vegetal) 
� 
Intemperismo físico 
(erosão física) � 
Sedimentos clásticos, 
conglomerados e 
arenitos em bacias 
sedimetars 
 7 
04. O CICLO SEDIMENTAR: EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO 
 
1 – Agentes geológicos que operam na superfície da Terra 
 
 Rios, ventos, 
geleiras, águas 
superficial e 
subterrânea; 
 Ondas, marés e 
correntes 
oceânicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 – Ciclo sedimentar: erosão, transporte e sedimentação. 
 
 8 
3 – Erosão 
Desgaste da superfície da Terra por processos físicos, químicos e biológicos. Remoção de 
detritos. 
Tipos de erosão: pluvial, fluvial, marinha, eólica, glacial. 
 
4 – Transporte 
Carreamento ou remoção dos produtos do intemperismo e da erosão. 
Movimentos de massa (fluxos gravitacionais), ação da água (chuva e rios), ação do vento, 
geleiras, ondas, marés, correntes marítimas. 
 
 
 
 
 
 
Fluxo fluido 
(baixa viscosidade) 
 Mecânico (grãos) 
Tipos 
 
 
 
Químico (soluto) 
Íons em solução 
Fluxo denso 
(alta viscosidade) 
 
 
5 – Deposição / sedimentação 
Noção de bacia sedimentar e do nível de base (nível do mar) 
Acumulação de partículas minerais em meio subaquoso ou subaéreo. 
 
Tipos (1) diminuição da velocidade da corrente e ação da gravidade 
sobre sólidos granulares (areia, silte, etc.) 
 (2) variação de parâmetros químicos (pH, Eh, solubilidade) e 
atividade orgânica sobre íons, em meio aquoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEIA MAIS: 
1. Decifrando a Terra, cap. 9, pg. 167 a 190. 
2. Geologia Sedimentar, cap. 3, pg. 23 a 42. 
3. Para entender a Terra, cap. 8. pg. 195-224. 
 9 
05. TIPOS DE TRANSPORTE SEDIMENTAR 
1 - Fluxo de baixa viscosidade 
Mecanismo de transporte em função da granulometria, densidade e morfometria. 
 
Ex: Rios, ondas, 
 marés, vento. 
 
 
2 - Fluxo denso / alta viscosidade 
Grande concentração de sedimentos, com maior coesão e atrito. 
� Declives (encostas e taludes); 
� Deposição com diminuição do gradiente; 
� Caráter episódico. 
 
Tipos de fluxos densos: 
• Escorregamento e deslizamento; 
• Fluxo de lama e detritos; 
 Fluxo laminar devido à alta viscosidade. 
 Matriz pelítica sustenta os clastos grosseiros. 
• Corrente de turbidez; 
 Água e sedimentos com alta turbulência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arraste Saltação
Rolamento
Suspensão(argila)
Resistência
Força
peso
 10 
06. TEXTURAS DE ROCHAS SEDIMENTARES 
Textura é um elemento descritivo das rochas sedimentares, importante na 
classificação da rocha, interpretação do mecanismo deposicional e ambiente. Permite 
inferir relação entre porosidade e permeabilidade. 
 
1 – Granulometria 
 Fundamental para rochas detríticas (Φ da 
partícula sedimentar). 
 Utiliza-se a escala granulométrica de Wentworth 
(1922) para sedimentos terrígenos. No caso de 
calcários, dolomitos e evaporitos, mede-se o tamanho 
dos cristais. 
 A granulometria reflete a energia hidráulica do 
ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Denominação da partícula Diâmetro em mm 
Matacão (boulder) > 256 
Calhau (cobble) 64 - 256 
Seixo (pebble) 4 - 64 Cascalho 
Grânulo (granule) 2 - 4 
Areia (sand) 1/16 (0,062) – 2 
Silte (silt) 1/265 (0,004)–1/16 (0,062) 
Argila (clay) < 1/256 (0,004) 
 11 
2 – Seleção 
 Significa a redução do tamanho dos grãos ao longo do transporte e uma 
conseqüente homogeneização granulométrica, formando um sedimento com puçás 
classes granulométricas. 
 
Estimativa visual 
da SELEÇÃO 
 
 
 
 
A – Histograma de composição granulométrica 
de um sedimento mal selecionado, com 11 
classes texturais. 
B – Histograma de um sedimento bem 
selecionado. 
 
 
3 – Morfologia do grão 
 Forma – razões entre os eixos longos, intermediário e curto. 
 Esfericidade – relação entre a forma do grão e uma esfera. 
Arredondamento – Curvatura das arestas do grão. Reflete o tempo/distância do 
transporte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
Esfericidade e arredondamento: 
 
 
 
 
 
Em geral, quanto maior o transporte sedimentar melhor o índice de esfericidade e 
arredondamento. 
 
 
 
 
 
 13 
4 – Maturidade textural 
 O grau de seleção, arredondamento e conteúdo de matriz indicam a maturidade 
textural. Exemplos: 
* Arenito imaturo – pobremente selecionado, grãos angulares, alguma matriz. 
* Arenito maturo – bem selecionado, grãos arredondados, poucas classes 
granulométricas, não possui matriz. 
 A maturidade de um sedimento detrítico é uma medida do quanto o sedimento foi 
intemperizado, transportado e retrabalhado, até atingir o produto final. Para um arenito, o 
produto final ideal é a areia quartzosa pura. 
 
 
 
 Maturidade 
 
 ESTÁGIO DE MATURIDADE (arenitos, ruditos) 
 IMATURO SUB MATURO MATURO 
Maturidade 
mineralógica 
Vários minerais, 
especialmente 
feldspato, mica, 
fragmentos de 
rocha 
Quartzo abundante, 
mas outros minerais 
(argila, feldsp., mica, 
etc) também 
presentes 
Quartzo puro, 
outros minerais 
raros ou ausentes 
Pouco selecionado; 
muitas classes 
granulométricas 
Areia + muito silte e 
argila ou 
conglomerado de 
quartzo 
Excelente seleção; 
somente classe 
areia Maturidade textural 
Fragmentos 
angulosos 
 
Grãos iniciando o 
arredondamento 
Arredondamento 
excelente 
Brecha 
Conglomerado 
Arcósio 
Conglomerado de qzo 
Arenito lítico Arenito impuro Quartzo arenito 
Exemplos 
Grauvaca 
 
Exemplos: Relevo íngrime e próximo com erosão rápida � sedimento imaturo 
 Relevo moderado e plano � sedimento maturo 
- Relação entre textura, estrutura da bacia e geometria do litossoma (sedimento): 
1. Subsidência rápida e deposição rápida, forte levantamento na área fonte, forte 
subsidência, com espessa acumulação. 
Ex: fanglomerados de borda de bacia continental; “flysch” de geossinclíneos; 
molassa proximal. 
2. Subsidência lenta e deposição lenta. 
Ex: arenitos em forma de lençol, maturos (depósitos eólicos de bacia intracratônica). 
 
 
Mineralógica 
Textural 
 14 
Conglomerado com a frabric 
suportada pela matriz. 
5 – Cor - Informa sobre litologia, ambiente de sedimentação e diagênese. 
 Depende de fatores mineralógicos/geoquímicos como estado de oxidação do ferro e 
conteúdo de matéria orgânica. 
 
 Cores 
 
Cores primárias: branca, cinza, preta, verde. 
Cores secundárias: vermelho, amarelo, castanho. 
Cor branca: sedimento puro, sem Fé e Mn; 
Cor cinza/preta: matéria orgânica; 
Cor vermelha/amarelada: hidróxidos de ferro (intemperismo); 
Cor verde: minerais com Fe++ = clorita, glauconita. 
 
6 – Fabric sedimentar - Refere-se ao arranjo dos grãos no sedimento, como orientação 
de clastos (imbricação) e empacotamento (predomínio de matriz ou arcabouço). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Compactação mecânica 
Grãos rígidos, mais ou menos esféricos, produzem 
empacotamento aberto com arranjo cúbico. 
Devido à compactação por soterramento forma-se 
um empacotamento fechado, com arranjo 
romboédrico entre os grãos detríticos. 
 
Tipos de contatos entre os grãos: 
 
Evolução diagenética 
 do sedimento 
Primárias (soterramento) 
Secundárias (intemperismo) 
Foto de ortoconglomerado. 
Arcabouço auto-suportado15 
7 – Porosidade e Permeabilidade 
 Porosidade é a porcentagem de espaços vazios da rocha, quando comparada com 
seu volume total. 
 Importante na prospecção de petróleo, gás e água subterrânea. 
 Primária Intergranular 
Tipos Secundária Fraturamento (tectônico 
 Cárstica (dissolução) 
Fatores que influem na porosidade primária: 
• Porosidade aumenta com a diminuição da granulometria; 
• Porosidade aumenta com o grau de seleção; 
• Porosidade diminui quando aumenta o grau de arredondamento e esfericidade; 
• Porosidade diminui quanto maior a compactação e cimentação; 
Areia 35-50% � Arenito 10-20% 
Permeabilidade é a propriedade que permite a passagem de fluidos através de uma 
rocha. 
Fatores que favorecem a permeabilidade: 
• Permeabilidade aumenta com o aumento da granulometria e grau de seleção; 
• Esfericidade e empacotamento dos grãos. 
Tabela com Φ da partícula / volume de poros e permeabilidade: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEIA MAIS 
1. Decifrando a Terra, cap. 9, pg. 168-179 e cap. 14, pg. 292-301. 
2. Geologia Sedimentar, cap. 5, pg. 57-83. 
3. Sgarbi, G.N.C, 2007. Rochas Sedimentares. In: Petrografia macroscópica das rochas 
ígneas, sedimentares e metamórficas. Sgarbi, G.N.C (Organizador). Editora da UFMG,pg. 
273-446. 
MATERIAL Φ PART. mm POROSIDADE % PERMEABILIDADE 
Cascalho 7 a 20 35 Muito alta 
Areia grossa 1 a 2 37 Alta 
Areia fina 0,3 42 Média 
Silte/argila 0,04 a 0,006 50 a 80 Baixa/muito baixa 
 16 
07. CLASSIFICAÇÃO DE ROCHAS SEDIMENTARES 
Origem sedimentar 
• presença de estratificação 
• presença de estruturas sedimentares 
• presença de fósseis 
• presença de grãos/clastos (transporte) 
• minerais sedimentares (glauconita, chamosita) 
4 grupos principais: 
Rochas terrígenas 
(siliciclásticas) 
Rochas bioquímicas 
Biogênicas/orgânicas 
Precipitados 
químicos 
Vulcanoclásticas 
Ruditos conglom., 
 brechas 
Arenitos 
Lutitos (Pelitos) 
Calcários/dolomitos 
Cherts 
Fosforitos 
Jaspilitos 
Evaporitos 
Lahars 
Arenitos tufáceos 
 
1 – Rochas terrígenas (clásticas/siliciclásticas) ou detríticas. 
 São constituídas por grãos detríticos (quartzo, feldspatos, argilo-minerais e 
fragmentos de rocha) que incluem ruditos (psefitos), arenitos (psamitos) e lutitos (pelitos). 
 
Ruditos Clastos grandes conglomerado 
(s.,b.,m.) brecha 
com ou sem matriz 
Psamitos 
(arenitos) 
 grãos entre 2,0–0,062mm c/ estratificação e 
estruturas sedimentares 
Lutitos 
(pelitos) 
 grão fino < 0,062mm e constituído por 
argilo-minerais e quartzo (tamanho 
silte) 
 
2 – Bioquímicas / biogênicas e orgânicas 
 Calcários → >50% CaCO3 e reagem com HCl → fósseis. 
 Dolomitos → >50% CaMgCO3 e não reagem com HCl frio. 
 Cherts → rocha silicosa, microcristalina. 
 Fosforitos → fragmentos e/ou nódulos fosfáticos de granulometria variável. 
 Sedimentos orgânicos: turfa → linhito → carvão (teor de C) 
 
3 – Precipitados químicos 
Sedimento formado por precipitação de íons dissolvidos na água, por alteração no 
pH, Eh, solubilidade. 
 Evaporitos → gipsita, anidrita, halita, silvinita, carnalita. 
São formados por precipitação química a partir da evaporação da água 
salgada. 
 Jaspilitos → sedimentos químicos com chert + hidróxidos de ferro. 
 
4 – Sedimentos vulcanoclásticos 
São compostos por material vulcânico (fragmentos de lavas, vidro vulcânico, 
cristais) e material epiclástico (quartzo, argilo-minerais). 
 Lahars → avalanche de material piroclástico no flanco de vulcões. 
 
LEIA MAIS 
1. Geologia Sedimentar, cap. 7, pg. 161-204. 
2. Decifrando a Terra, cap. 14, pg. 286-304. 
3. FOLK,1980. Petrology of Sedimentari Rocks. 
4. TUCKER, 1981. Sedimentary Petrology: an introduction. 
5. Sgarbi, G.N.C, 2007. Rochas Sedimentares. In: Petrografia macroscópica das rochas 
ígneas, sedimentares e metamórficas. Sgarbi, G.N.C (Organizador). Editora da UFMG,pg. 
273-446. 
 17 
7.1 – Rochas terrígenas / siliciclásticas 
Mineralogia: 
 Quartzo (35 a 50%) Calcita 
 Feldspatos (5 a 15%) Opala, calcedônia 
 Fragmentos de rochas (5 a 15%) Minerais autigênicos 
 Argilo-minerais (25 a 35%) Sulfatos (gipsita, barita) 
 Mineraispesados (0,5%) 
Granulometria: 
 
 
 
 
 
 
Componentes das rochas terrígenas 
 1 – Arcabouço – fração clástica principal, que dá nome à rocha. 
 2 – Matriz – material clástico mais fino (intersticial). 
 3 – Cimento – material precipitado (ortoquímico) formado em estado 
 diagenético (pós-deposicional). 
Classificação das rochas terrígenas 
 1 – Textural (granulometria) RUDITO (Psefito) 
 ARENITO (Psamito) 
 LUTITO (Pelito) 
Proporção de matriz, arredondamento. 
 2 – Mineralógico (proporção QFL – 
quartzo, feldspato, fragmentos 
rochas) 
Qzo-arenito 
Arenito feldspático 
(arcósio) 
Arenito lítico 
 Diversidade composicional 
 3 – Geométrico (estrutura sedimentar) Fissilidade → folhelho 
 Ritmicidade → ritmito 
 Existem, também, termos intermediários em relação a granulometria. Ex: 
� 70% areia + 30% silte/argila → arenito lutáceo 
� 70% silte/argila + 30% areia → pelito arenoso 
 Existem, também, termos intermediários entre rochas detríticas e químicas 
 (FOLK, 1968). Ex: 
� componentes terrígenos (T) 
 quartzo, feldspato, argilo-minerais 
� comp. aloquímicos (Alo) 
 oólitos, fósseis, intraclastos 
� comp. ortoquímicos (O) 
 calcita microcristalina, espática 
 
 Diagrama triangular para classificação geral 
das rochas sedimentares 
 
 
 
CASCALHOS 
 
Grânulos 
Seixos 
Calhaus 
Matacão 
>256mm 
256 – 64mm 
64 – 4mm 
4 – 2mm 
AREIAS 2 – 16
1 mm 
(0,062) 
SILTE 16
1
 - 256
1 mm 
(0,004) 
ARGILA < 0,004mm 
 18 
7.1.1– Ruditos >2mm 
Granulometria maior que areia → Arcabouço 
grânulo, seixo, calhau, matacão. 
Forma, tipo depende rocha fonte 
petrologia mecanismo de transporte 
 ambiente de sedimentação 
Quantidade de matriz: conglomerado suportado pelo clasto → ORTO 
 conglomerado suportado pela matriz → PARA 
 
 
 
 
 
 
Arredondamento dos clastos do arcabouço Conglomerado 
 Brecha 
Petrofábrica: clastos imbricados (orientação do eixo maior do seixo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estratificação em conglomerados pode ser observada em função de: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geometria de corpos conglomeráticos 
• Leque – forma de cunha, próximo de escarpas. 
• Lenticular – preenche paleocanal (descontínuos). 
• Forma em lençol – pouco espessos e contínuos
1) Mudança no tamanho 
e/ou composição dos 
clastos; 
2) Mudança na seleção 
granulométrica. 
Arredondamento dos 
seixos é um bom índice 
do grau de maturidade do 
conglomerado. 
Seixos de abrasão eólica 
→ ventifactos 
Faces estriadas → glacial 
Alguns padrões de petrofábrica de seixos em cascalhos e conglomerados: (A) eixo maior longitudinal à 
corrente em planta e imbricado em perfil. (B) eixo maior transversal à corrente e imbricado em perfil. (C) sem 
qualquer orientação preferencial. 
O mecanismo de 
transporte define se os 
clastos serão orientados 
ou não. 
Estrutura organizada 
Estrutura desorganizada 
Camadas c/ e s/ estratif. gradacionais em depósitos de conglomerados. 
 19 
Tipos de conglomerados 
 Classificação baseada na textura, composição mineralógica ou ambiente 
 (ex: conglomerado glacial, fluvial, etc.) 
Ortoconglomerado: 
 
predomina clasto oligomítico 
areia grossa polimítico 
cimento. 
Paraconglomerado 
(Lamito conglomerático) 
Diamictitopredomina matriz (silto/argilosa) com seixos e calhaus 
dispersos, polimítico. 
Brechas 
intraformacionais: 
Retrabalhamento fragmentos de argilito/folhelho 
de material recém em matriz arenosa 
depositado. intraclastos carbonáticos 
Aglomerados 
(conglomerados 
piroclásticos) e brechas 
vulcânicas 
 
Matriz rica em vidro vulcânico. 
 
7.1.2– Arenitos Areias litificadas (2 – 0,062mm) 
 
Rocha-
fonte 
 Resíduos de 
processos 
intempéricos 
superficiais 
 
transporte 
 
Deposição 
de areias 
 Litificação 
Transformações 
diagenéticas 
(compactação, 
cimentação) 
 
 
 ARENITO 
Eliminação de minerais instáveis; 
Concentração de minerais estáveis; 
Reconstrução de proveniência, tectônica, clima, tipo de transporte, tempo e duração do 
transporte, ambiente deposicional, condições físico-químicas da 
diagênese. 
Petrologia de arenitos: 
• Mineralogia: minerais detríticos e químicos (cimento). 
• Textura: arredondamento, granulometria, seleção. 
• Estruturas sedimentares: indicam processos deposicionais 
� Estruturas de correntes estratificação cruzada 
(hidrodinâmicas) marca ondulada 
 marca de sola 
 estratificação gradacional 
� Estruturas deformacionais 
 Sobrecarga, escape de fluidos, etc. 
� Estruturas biogênicas 
 Pistas, pegadas e tubos → atividade orgânica, icnofósseis 
� Estruturas químicas 
Concreções 
Arenitos → rochas estratificadas 
 
Lâmina – menor estrato visível 
(<1cm) 
 
Fissilidade (folhelhos) – menor que 
laminação 
 20 
Classificação petrográfica dos arenitos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maturidade de arenitos 
 Maturidade física (textural) → remoção da matriz grãos / matriz 
 química (mineralógica) → razão qzo / feldspato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maturidade → transporte 
� Redução e 
homogeneidade 
granulométrica 
� Arredondamento 
� Redução e eliminação 
de minerais instáveis 
FOLK (1968) 
Quantidades de 
• Qzo (%) 
• Feldspatos – F 
• Fragmentos líticos – R 
 
Razão F/R 
 
Fonte: Suguio, 2003. Geologia Sedimentar. 
 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descrição de arenitos mais freqüentes 
A) Arenito ortoquartzítico (Qzo-arenitos) 
>95% grãos de quartzo 
Alto grau de arredondamento, excelente 
seleção granulométrica 
Maturidade textural e mineralógica 
Geralmente marinhos – origem multicíclica 
 
B) Arenitos feldspáticos (arcoseanos) 
 >25% grãos de feldspatos e placas micas 
detríticas 
 Seleção pobre; arredondamento variável 
 Coloração rósea 
 Deposição rápida próximo da fonte granítica. 
C) Arenito lítico 
>25% grãos de fragmentos de rochas 
(sedimentares/metamórficas/vulcânicas) 
 Pouca ou nenhuma matriz 
D) Wackes (grauvacas) 
 Arenitos de cor cinza, ricos em matriz 
 argilosa (>10%) 
 Mal selecionada 
 Arcabouço: 
 quartzo, feldspatos, fragmentos líticos. 
 Grãos angulosos com pouca seleção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vários estádios de maturidade textural, segundo Folk (1951). 
Relação entre 
maturidade e 
ambiente 
deposicional 
 Fonte: Suguio, 2003. Geologia Sedimentar. 
 
 22 
7.1.3– Lutitos (Pelitos) 
Folhelho é o mais abundante microscópio 
Granulometria muito fina SILTE (0,062-0,004) Raio-X 
 ARGILA (<0,004) Análise termo 
 diferencial 
TIPOS 
Argilito – rocha maciça, argila litificada 
Folhelho – rocha argilosa com fissilidade 
Lamito – silte, argila e areia fina 
Siltito – silte litificado 
Ritmito – rocha laminada, com alternância silte/argila 
Mineralogia: quartzo (silte), argilo-minerais (caolinita, montmorilonita, ilita, 
clorita), carbonatos, matéria orgânica, óxidos de ferro, pirita, etc. 
Tipos de pelitos mais comuns: 
A) Folhelho: quartzoso, micáceo, clorítico, caoliníco 
B) Folhelho carbonoso (folhelho negro): 3 a 15% mat. carbonosa 
Formado em condições anaeróbicas (pirita) 
C) Folhelho silicoso 
D) Folhelho calcítico / carbonático 
 
Diagrama triangular para classificação 
de lutitos 
* Ver “DECIFRANDO A TERRA”, pg. 
297 e 298 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
7.2 – Rochas Carbonáticas 
Ocorrência: 25 a 35% das seções estratigráficas em bacias sedimentares 
Carbonatos 
 
 
 Calcita 
 Dolomita 
� rocha química bioconstruídos 
� rocha bioquímica, edifícios bioinduzidos 
� rocha clástica (calcirrudito, calcarenito) 
� cimento de rochas detríticas 
7.2.1 – Sedimentos carbonáticos modernos 
Ambiente marinho de água rasa 
Ex: Bahamas – Flórida, Atóis – Oceano Pacífico, Costa oeste da Austrália 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Principais ambientes 
para sedimentação de 
carbonatos de água rasa 
 
 
Platô submerso de 
700 x 300 km com 
10m de lâmina 
d’água 
Constituição: 
� areias calcárias, 
esqueletos e oólitos 
� lama calcária, 
recifes (biohermas) 
Carbonatos marinhos 
de águas profundas 
� Turbiditos 
� Depósitos pelágicos 
São VASAS 
Gastrópodes (3.600m 
de prof.) e globigerina 
(foraminíferos ± 2000m) 
Em água profunda o 
CaCO3 fica dissolvido. 
 24 
Carbonatos de bacias evaporíticas (forte salinidade) 
 Associação com sulfatos (gipsita, anidrita) e cloretos. 
 Caliche – solos endurecidos por precipitação de CaCO3 nos interstícios → 
 clima árido / semi-árido 
Carbonatos de água doce (lacustres) 
Marga (calcário argiloso) → ambiente lacustre 
Travertino – calcário comum em cavernas 
 
7.2.2 – Mineralogia 
� Calcita / Aragonita (CaCO3) → precipitação direta 
 Aragonita → Calcita 
 Transformações diagenéticas 
 Mudança sist. cristalino – neomorfismo 
� Dolomita – CaMg(CO3)2 
Gerada por substituição diagenética: entrada de fluidos Mg+2 
� Siderita (FeCO3) e anquerita Ca(Mg,Fe)(CO3)2 → carbonatos em 
Sedimentos ferríferos. 
� Magnesita (MgCO3) 
 calcedônia (quartzo microcristalino) 
� Sílica quartzo, feldspatos autigênicos 
 argilo-minerais: ilita, glauconita 
� Sulfatos → gipsita e anidrita (CaSO4) 
� Fosfatos → colofano: fragmentos fosfáticos 
� Sulfetos → pirita, blenda (Zn), galena (Pb) 
� Óxidos → hematita 
7.2.3 – Classificação químico-mineralógica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.2.4 – Textura 
Granulação dos cristais 
Recristalização diagenética, com obliteração da textura primária. 
 25 
7.2.5 – Componentes principais das rochas carbonáticas 
 
Aloquímicos 
 
 
 Oólitos (<2mm) e pisólitos (>2mm), c/ estrutura interna 
 Bioclastos (fósseis) – materiais esqueletais, algas, 
 Foraminíferos, corais, braquiópodes, etc. 
 Intraclastos – fragmentos de sedimentos carbonáticos 
 Pellets – partículas pequenas (até 0,1mm), ovóides, 
 sem estrutura interna 
 
 
 
Ortoquímicos 
 
 
 
 Micrito – calcita microcristalina 
 Típica de calcários afaníticos (calcilutitos) 
 Águas tranqüilas – vasa / lama calcária 
 Matriz deposicional ou singenética 
 
 Calcita espática – calcita cristalina grosseira(0,02 a 
 0,1 mm), com limites entre cristais. Ocorre como 
 cimento, que preenche espaços porosos e interstícios 
 entre oólitos, fósseis, intraclastos e pellets. 
 
 
Classificação de calcários e comparação com rochas terrígenas. As proporções de lama e cimento 
espático indicam o grau de seleção ou energia da corrente do ambiente deposicional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Suguio, 2003. Geologia Sedimentar. 
 
 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.2.6 – Estrutura dos carbonatos 
• Calcários clásticos 
Estratificações e laminações cruzadas, marcas onduladas 
• Estruturas de crescimento 
Biohermas → edifícios preservados com estruturas de crescimento. Ex: 
estromatólitos 
� Edifícios bioconstruídos → organismos (corais e algas vermelhas) 
formadores que deixaram carapaças. Recife 
� Edifícios bioinduzidos → construções calcárias (fosfáticas) formadas pelo 
metabolismo fotossintetizante de cianobactérias 
• Estruturas químicas (pós-deposicionais) 
Nódulos, estilólitos, cone em cone. 
 
7.2.7 – Classificação das rochas carbonáticas 
� Calcários aloquímicos espáticos → componentes aloquímicos com cimento de 
calcita espática: 
(intraclastos, oólitos, fósseis, pellets) + calcita espática 
Rocha bem selecionada 
� Calcários aloquímicos microcristalinos → componentes aloquímicos com matriz de 
lama calcária (micrito). 
� Calcários microcristalinos → consistem apenas de vasa microcristalina (micrito). 
 Fonte: Suguio, 2003. Geologia Sedimentar. 
 
 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.2.8 – Texturas e nomenclatura de calcários 
 
Componentes aloquímicos 
� Oólitos (< 2mm) e pisólitos (>2mm): 
fragmentos esferoidais, com estrutura 
concêntrica e núcleo. 
� Bioclastos (fósseis): restos orgânicos 
fragmentados (algas, foraminíferos, esponjas, 
corais, etc.). 
� Intraclastos: fragmentos líticos calcários. 
Pellets: partículas pequenas (até 0,1mm), 
ovóides, calcíticas, sem estrutura interna. 
 
 
Componentes ortoquímicos calcita microcristalina < 0,050mm 
 Calcita espática (0,02 a 0,1mm) 
 
 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
7.3 – Evaporitos (Rochas Evaporíticas) 
Conceito: são rochas formadas pela evaporação de uma massa de água ou da água 
contida nos sedimentos. 
Sais contidos na água do mar (média) 
 Cl- 19.400 ppm Ca++ 410 ppm 
 Na+ 10.500 ppm K+ 390 ppm 
 SO4-- 2.600 ppm SiO2 2 ppm 
 Mg+1 1.300 ppm 
Princípios fundamentais 
 1 – As fácies obedecem uma ordem de precipitação: 
 os menos solúveis primeiro 
 CARBONATOS SULFATOS CLORETOS 
 Anidrita Halita, Silvita, 
 Gipsita Carnalita, Taquidrita 
 
2 – Uma bacia evaporítica sempre sofre refluxo, controlado pelo 
 abaixamento e levantamento do nível do mar. 
3 – Fatores complicadores da seqüência ideal: 
� grande número de elementos traços no resíduo de água do mar → 
mineralogia complexa. 
� reações pós-deposicionais entre os sais precipitados e águas conatas 
trapeadas. 
� influxo e refluxo (retorno de salmouras para o mar aberto e não precipitandp 
a seqüência de topo). 
OBS – Evaporitos constituem importante fonte mineral para a indústria química. 
São desconhecidos no Pré-Cambriano, provavelmente devido a fragilidade e 
dificuldade de preservação. 
Evaporitos constituem fonte de: 
 sal (Na,Cl) 
 gipsita, anidrita; enxofre nativo; K, Mg, Br, I, Rb, Sr. 
Gipsita deposita diretamente da água do mar (CaSO4.2H2O), mas a anidrita é o 
mais comum mineral em sedimentos evaporíticos. 
Assim, acredita-se que gipsita é primário e anidrita (secundário → desidratação pós-
deposicional). 
Anidrita CaSO4; Halita NaCl; Carnalita KMgCl3.6H2O; 
Silvita KCl; Taquidrita Ca0,5MgCl3.6H2O 
. 
 30 
 
 31 
Exemplos de grandes bacias evaporíticas: 
 Saskatchewan, Zechstein, Paradox, Amazonas. 
A Lagoa de Kara Bogas é o único exemplar atual de deposição evaporítica em 
grande escala e talvez o único depósito de carnalita. 
BACIAS MÚLTIPLAS – São bacias interconectadas, com várias barreiras. 
Ex.: Proto – Atlântico Sul 
 
 32 
7.4 – Rochas sedimentares ricas em ferro: jaspilitos e formação ferrífera 
 bandada (bif) 
Minerais (Fe) – principais minerais com ferro e ocorrência 
 Magnetita (Fe3O4) – rochas ígneas, metamórficas 
 Hematita (Fe2O3) – rochas sedimentares (itabiritos) 
 Goethita (FeO.OH) – produto do intemperismo (lateritas) 
 Siderita (FeCO3) – formações ferríferas 
 Pirita (FeS2) – ocorrência variada 
Chamosita (Mg,Fe)3 Fe3 (AlSi3) O10 (OH)6 – formação ferrífera, ironstone 
Grande demanda crescente de aço no mundo. Em 1950 a produção foi de 270m ton. e em 
1980, em torno de 750m ton. 
Maiores produtores: URSS, Brasil, Austrália, China. 
 
7.4.1 – Classificação dos depósitos de ferro 
1 – Magmáticos (Kiruna – Suécia) 
2 – Pirometassomáticos (Iron Springs – E.U.A.) 
3 – Depósitos sedimentares (2 tipos principais): 
� Formações ferríferas (BIF) com itabiritos + hematita 
Ex: Lago Superior (EUA) Hamersley (Austrália) 
 Labrador (Canadá) Transvaal (África do Sul) 
 Krivoi Rog (URSS) Q. Ferrífero, Serra dos Carajás (Brasil). 
� Ironstone: oólitos de limonita, hematita ou chamosita em matriz ferruginosa. Idade: 
Fanerozóico 
 
7.4.2 – Ciclo sedimentar do ferro: Fonte, transporte e deposição. 
Fonte: erosão continental 
 Atividade vulcânica (exalações submarinas) 
Transporte: 
� como atividade hidrotermal: Cl-, SO4--, CO3-- 
� em solução: lixiviação do FeII nos minerais e transporte em solução por águas 
subterrâneas neutras a ácidas (pH<7) 
� em suspensão: transporte mecânico como finas partículas adsorvido em argilo-
minerais. 
Deposição: depende do Eh, pH, do ambiente de sedimentação e de possíveis alterações 
diagenéticas. 
 
 33 
Depósitos sedimentares de ferro são compostos de óxidos, carbonatos, silicatos e sulfetos 
 
7.4.3 – Principais tipos de depósitos de ferro sedimentar 
Formação ferrífera (BIF) → sedimento químico, bandado ou laminado, contendo 
no mínimo 15% de ferro de origem sedimentar, com camadas de chert. 
Tipos ALGOMA → associado a rochas vulcânicas, em “greenstone belts” 
 SUPERIOR → associado a rochas sedimentares (Prot. Inf.) 
Itabirito é a fácies óxido de uma formação ferrífera bandada metamorfizada. 
Jaspilito é o sedimento original, não metamorfico. 
Gênese controvertida: 
 erosão do continente 
 A) Fonte do ferro vulcanismo submarino 
 “Up-welling” de águas do mar 
 erosão do continente = clima diferente 
 B) Fonte da sílica vulcanismo ácido 
Atividade biológica c/ sílica de origem vulcânica 
 C) Estrutura bandada 
� Precipitação conjunta de hidróxido de ferro e sílica da água do mar 
(bandamento é diagenético). 
� Precipitação alternada de sílica e ferro a partir de emanações 
vulcânicas. 
� Variação sazonal de sílica e ferro. 
� Substituição diagenética de calcários. 
 
Ironstones → minério de ferro oolítico. 
Camadas intercaladas em folhelhos, arenitos e calcários, com hematita – chamosita 
– siderita e textura oolítica. TIPOS Clinton (Siluriano – EUA) 
Minete (Mesozóico –Europa, 
principalmente na Inglaterra) 
 
 
 34 
7.5 – Sedimentos Silicosos 
Existem três principais: 
� diatomitos 
� porcelanitos 
� silexitos / chert 
 
Diatomitos → Acumulação de carapaças de diatomáceas (algas).Organismos planctônicos de mares de águas frias / lagos de 
 água doce. Idade: Mesozóico → Recente. 
 
Porcelanitos → Mistura de argila com sílica (opala) 
 cor cinza/ preto, com matéria orgânica 
 Rocha porosa, leve, com textura de porcelana vitrificada. 
 Formada por acumulação de vasas de radiolários /diatomáceas 
 e intercalada com folhelhos e margas. 
 
Silexito (chert) → quartzo micro a criptocristalino com rara impureza de argilo- 
 minerais, calcita, hematita, que não ultrapassam 10% 
 Ocorrência: concreções em calcários / arenitos; 
interestratificada com folhelhos e margas. 
 
Origem do sílex / chert: 
1) Precipitação química → origem singenética / química 
sílica coloidal precipita em pH ácido; 
2) Bioquímica → origem singenética bioquímica, com acumulação de 
carapaças silicosas de diatomáceas e radiolários; 
3) Silicificação diagenética (pós – deposicional) → migração de fluidos 
silicosos diagenéticos. 
Ex: 
dissolução do quartzo detrítico em pH alcalino; sílica dissolvida no 
fluido diagenético; precipitação na forma de sílica coloidal em pH 
ácido.
 35 
08. TIPOS DE BACIAS SEDIMENTARES 
Bacias em Margens Divergentes 
Rifte 
 
 
Falhas normais. 
Sedimentos continentais na base 
e marinhos no topo. 
Vulcanismo localizado. 
 
Margem passiva (rifte oceânico) 
 
 
 
Rifte evoluído com crosta 
oceânica, sedimentação deltáica e 
marinha rasa / profunda. 
Domos de sal e plataforma 
carbonática. 
Bacias em Margens Convergentes 
 
 
2 – Bacia atrás do arco 
1 – Bacia na frente do arco 
(forearc) 
Sedimento água profunda na base 
passando para água rasa no topo. 
Vulcanismo freqüente. 
Arenito lítico / wacke. 
Alto gradiente geotermal. 
 
 
COLISÃO CONTINENTAL 
1 – Bacia foreland (tardi a pós-
orogênica) 
Sedimentos de ambiente marinho 
raso a continental derivados da 
erosão da cadeia de montanhas 
(área orogênica). 
Bacias Intraplaca (Cratônicas) 
 
 
Ovais ou circulares, sobre crosta 
continental. 
Espessura de 3 a 5 km, com 
sedimentação relacionada a 
variações do nível do mar 
(transgressões e regressões). 
 
LEIA MAIS: 
1. Para entender a Terra, cap. 2. pg. 47-73. 
2. Origem e Evolução das Bacias Sedimentares (1990), cap. 1, 3 e 4. pg. 49-74 e pgs. 75-97 e 
pg. 15-30. G.P.R. Gabaglia & E.J. Milani (Coordenadores). 
 36 
8.1 – Introdução: noções de Tectônica de placas 
Integrou as teorias sobre “deriva continental” e “espalhamento de fundo oceânico”, 
sismicidade, geomagnetismo. 
� Tectônica global 
Diversas placas litosféricas, com espessura de 70 km nos oceanos e 150 km nos 
continentes. Dimensões variáveis: 104 a 108 km2. 
7 maiores placas → Americana, Africana, Antártica, Índica, Euroasiática, Pacífica. 
� 3 tipos de margens 
A) Margem construtiva DORSAL OCEÂNICA 
(divergente) (acresção) RIFT CONTINENTAL → margem 
continental passiva. 
B) Margem destrutiva ZONA DE SUBDUCÇÃO Tipo Andino 
 (convergente) Tipo Arco de Ilhas 
(consumo litosfera) 
 COLISÃO CONTINENTAL 
C) Margem conservativa Falhas transformantes 
(nem geração nem 
consumo de litosfera) 
Premissas → espalhamento do fundo oceânico nas dorsais; Terra possui 
superfície constante; taxas de geração são as mesmas de 
consumo litosférico 
� Mecanismo motor → correntes de convecção. 
 
Limbo ascendente 
Fusão parcial, < d 
Limbo descendente 
Temperatura baixa, 
rigidez aumenta, > d 
A lava sob pressão nas dorsais meso-oceânicas EMPURRA a placa, assim como o 
afundamento da litosfera fria e densa PUXA a outra extremidade da placa tectônica. 
Modelo empurra → puxa. 
Litosfera → baixa temperatura, alta viscosidade, não participa da convecção. 
Astenosfera → baixa viscosidade: comporta-se como fluido quando submetido 
 a longos esforços. 
 Camada que vai gerar magma por fusão parcial. 
 
LEIA MAIS: 
1. Sgarbi, G.N.C.,2007. A dinâmica terrestre e as rochas. In: Petrografia Macroscópica das 
Rochas Igneas, Sedimentares e Metamórficas. Sgarbi, G.N.C (Organizador). Editora da 
UFMG, pg. 11-54. 
 37 
8.2 – Classificação de bacias sedimentares: bacias divergentes, convergentes e 
 bacias cratOnicas (intraplaca). 
 
8.2.1 – Bacias Divergentes 
 
Bacias tipo rift: esforços extensionais intraplaca ao longo de zonas de fraqueza crustal. 
Afinamento litosférico. Falhas de gravidade lístricas, com geração de grabens. Forte 
subsidência mecânica e elevada espessura dos sedimentos (3 a 10 km). Leques aluviais, 
sistema fluvial (sedimentos continentais na base). Transgressão no topo, com sedimentos 
de ambiente marinho raso. Vulcanismo alcalino. 
Depósitos minerais → paleoplacer (Au, D), fosfato, calcário, evaporitos, Fe-Mn. 
Sulfetos de Cu – Pb – Zn em folhelhos com matéria orgânica (exalações de salmouras 
metalíferas tipo Mar Vermelho). 
Pb – Zn – F – Ba (Tipo Mississipi Valley) em calcários. 
 
 
Bacia de margem continental tipo Atlântico ou margem passiva 
Representa a evolução de um rift, com geração de crosta oceânica. A subsidência é 
dominada por mecanismos termais, com exponencial diminuição. A sedimentação é 
deltáica, marinho raso e profundo (turbiditos). Podem ocorrer falhas de crescimento em 
deltas, deslizamentos junto ao talude, tectônica de domos de sal (Golfo do México) e 
plataforma carbonática (tipo Bahamas). 
Depósitos minerais - evaporitos, argilas negras metalíferas, fosfato (U), Pb – Zn em 
carbonatos, carvão, petróleo. 
 
 
 38 
8.2.2 – Bacias Convergentes 
São relacionadas a arcos magmáticos e zonas de subducção. 
Tipos: 
Andino (Cordilheirano) 
 
Arcos de Ilhas e Bacia Marginal (Mar do Japão) 
 
� Fossa → calha com 8 a 11 km de profundidade, preenchida com sedimentos 
derivados do arco (turbiditos) e sedimentos pelágicos da crosta oceânica. São 
deformados (complexos de subducção) com 
mélanges, ofiolitos e cinturões metamórficos pares. 
� Bacia na frente do arco (fore arc basin) → apresenta, na base, sedimentos de 
ambiente marinho profundo (leque submarino) e, no topo, sedimentos de ambiente 
marinho raso ou não marinho (delta). 
Espessura: 6 a 15 km → possui alto gradiente geotermal. 
Sulfeto maciço vulcanogênico (tipo Bessi e Kuroho); sulfetos sedimentar 
exalativo; Mn vulcanogênico. 
� Arco magmático → vulcanismo andesítico – riolítico cálcio-alcalino 
devido a fusão parcial da placa em subducção. 
� Bacia atrás do arco (back arc basin) ou bacia marginal → ocorre sobre crosta 
continental ou oceânica, sendo extensional. Sedimentos de ambiente marinho 
profundo, exceto nas margens (leque submarino com detritos vulcânicos) e argilas 
pelágicas. Falhas normais com sedimentação diferencial lateral. 
Sulfetos sedimentar – exalativo e vulcanogênicos (tipo Chipre); Fe - Mn 
vulcanogênico. 
� Bacia de retroarco (foreland) → o peso das escamas tectônicas flexiona a litosfera, 
sendo melhor desenvolvida em colisão entre dois continentes (subducção A). É 
preenchida com sedimentos derivados das montanhas (molassa): clásticos 
continentais passando a marinho raso ou deltáico com tectonismo sindeposicional e 
discordâncias internas. Situa-se entre a faixa móvel e o cráton, com embasamento 
continental. 
Urânio em arenitos 
Cu – Pb – Zn em arenitos e folhelhos. 
 
8.2.3 – Bacias Cratônicas (intraplaca) → ovais ou circulares, com espessura de 3 a 4 
km, geralmente sem fase de rifteamento. A subsidência está relacionada a um 
desequilíbrio térmico do manto, com densificação da litosfera e subsidência. O padrão 
sedimentar está relacionado a variações do nível do mar (transgressões e regressões). 
Predominam sistemas siliciclásticos e carbonáticos, com estruturas dominadaspor ondas 
e marés. Altos estruturais formam sub-bacias. 
Fosfatos, evaporitos, carvão, urânio, ironstone, calcário, petróleo, gás. 
 
 
 39 
09. TRANSPORTE E ESTRUTURAS SEDIMENTARES 
1 – Forças que atuam sobre os grãos sedimentares: 
E
E = empuxo C - coesão entre partículas(atração eletrostática)
A - força ascendente
 (fluxo turbulento)
T - força tangencial
(movimento do fluido)
P
P = peso/gravidade
 - volume, densidade
C T
A
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 – Comportamento de sólidos granulares em fluidos 
Mecânica/hidráulica 
Equação de Reynolds 
 
Baixo Re Fluxo laminar 
 Alto Re Fluxo turbolento 
Fluxo laminar – as partículas de fluido movem-se em trajetórias retilíneas e paralelas, 
deslizando uma sobre as outras. 
 
Fluxo turbulento – quando a velocidade aumenta ou a camada torna-se rugosa, as 
trajetórias de fluxo curvam-se formando redemoinhos. 
 
Fluxo laminar Fluxo turbulento
Gera
leito
plano
Escava o leito
gera marca ondulada
e mega ondulação
 
 
Nº de Froude � dinâmica dos fluidos 
 
 
 
 
 
Noção de regime de fluxo superior Fr > 1 
inferior 
 
Quando as forças atuam 
individualmente sobre os 
grãos livres ocorre a 
separação de grãos 
durante o transporte 
Fluxo fluido 
(baixa viscosidade) 
densidade 
granulometria 
forma 
 
Quando a força peso age 
sobre a massa dos grãos 
(grãos muito próximos com 
alta coesão e fricção) 
Fluxo denso/gravitacional 
(alta viscosidade) 
Alta concentração de argila/areia 
no fluido 
 
Re = V.d.p 
 v 
Re = nº de Reynolds 
V = velocidade da partícula 
d = diâmetro 
p = densidade 
v = viscosidade do fluido 2000 
Fr = V_iii 
 (g.L) 
Fr = nº de roude 
V = velocidade da partícula 
g = aceleração da gravidade 
L = força de inércia D = prof. do canal 
Forma de 
leito 
 40 
3 – Força de arraste de um fluido 
 Depende das relações entre velocidade e viscosidade do fluxo e a granulometria e 
inércia do sólido. 
Velocidade crítica para que uma partícula inicie o movimento. 
- Quando o substrato (fundo) é constituído de material arenoso (sem coesão) a 
velocidade crítica aumenta com a granulometria. 
- Quando o fundo é argiloso (coesivo) necessita-se de maior velocidade crítica � 
efeito Hjulström. 
Argila/silte possuem maior 
coesão, devido a forças 
intergranulares. 
Assim, é necessário maior 
velocidade inicial para arrancar a 
partícula argilosa. 
Depois de colocado em 
movimento necessita-se de 
menor velocidade para manter a 
partícula em transporte, até 
ocorrer a deposição. 
4 – Regime de fluxo e formas de leito 
Os princípios básicos de sedimentação por correntes de tração estão ligados a 
experiências em canais artificiais confinados. A água corre sobre um leito granular, 
representando uma carga de fundo transportada pelo rio. Modificando a velocidade do 
fluxo surgem configurações diferentes no leito granular � gerando diferentes formas de 
leito. 
Regime de 
fluxo 
superior 
Fr > 1 
 
Aumento 
velociade 
do fluxo 
� 
Leito plano com 
lineação longitudinal 
de corrente (partição) 
� 
Antidunas 
(ondulações 
sinusoidais) 
 ---------------------------- fase de transição � desgaste 
Regime de 
fluxo inferior 
Fr < 1 
 
Aumento 
velociade 
da 
corrente 
� 
Microondulações 
areia < 0,6mm cristas 
paralelas até 
descontínua 
� 
Macroondulações 
areia > 0,6mm 
sand waves 
dunas 
subaquáticas 
 
Variáveis granulometria 
 profundidade – aumento na prof. exige aumento na velocidade 
 velocidade / viscosidade (fluido) 
 41 
Relação entre forma de leito e estrutura sedimentar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Regime de 
fluxo inferior � 
Rugosidade nas 
formas de leito � 
Marcas onduladas e 
estratificações cruzadas 
 
Regime de 
fluxo superior � 
Leito plano com 
intenso movimento 
dos grãos 
� 
Estratificação plana 
Lineação de partição 
Antidunas 
Regimes de fluxo 
e formas de leito 
 
 
Estruturas 
sedimentares 
 42 
5 – Tipos de transporte sedimentar mecânico 
 5.1 – Fluxo Fluido (baixa viscosidade) 
- Água – correntes fluviais, marés, ondas 
- Ar (vento). 
Transporte de grãos livres � ocorre separação granulométrica 
Arraste Saltação
Rolamento
Suspensão
Leito
 
arraste / rolamento � carga de tração 
Energia de transporte � granulometria 
 
Granulometria fixa � tração – transporte de baixa energia. 
 saltação/suspenção – transporte de alta energia de fluxo. 
Suspenção leito plano Estratificação plana 
Tração 
Saltação (comp. Tangencial leito ondulado gera marca 
 da queda de grãos) ondulada assimétrica . 
Regime de fluxo inferior � marca ondulada 
 estratificação cruzada 
Regime de fluxo superior � estratificação plana 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
unidirecional 
bidirecional 
Separação 
de grãos 
Densidade 
Granulometria 
Forma 
Fina � suspenção 
Intermed. � saltação 
Grossa � tração 
 43 
 5.2 – Fluxo Gravitacional (alta viscosidade) 
A força peso age sobre o conjunto de grãos (alta coesão), mistura argila / areia no 
fluido. 
Viscosidade elevada / associados a declives íngremes. 
Tipos: 
1 – Escorregamentos / deslizamento: 
material denso que se desloca pelo 
declive como em bloco + ou – 
homogêneo. 
2 – Fluxo de detritos / lama, fluxo 
laminar, empuxo da matriz argilosa 
depositada por congelamento coesivo: 
paraconglomerado (diamictito) e 
ortoconglomerado. 
 
3 – Corrente de turbidez, fluxo 
turbulento (cascalho, areia, silte, argila) 
geram turbiditos com seqüência ideal de 
Bouma (1962): 
argilito 
siltito com laminação 
arenito com ripples 
arenito com estratificação plana 
arenito com estrat. gradacional e 
 marcas de sola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Evolução de um fluxo gravitacional de sedimentos e atuação do fluxo intersticial. Modificado de 
Wright & Anderson, 1982. 
 
 
 
LEIA MAIS: 
1. Geologia Sedimentar, cap. 3, pg. 30 a 37 e cap. 8, pg. 221 a 226. 
seixo, bloco, 
areia, argila 
areia, silte, 
argila 
 44 
10. ESTRUTURAS SEDIMENTARES 
 
Camadas / estratos 
Pode variar a espessura, continuidades 
lateral e geometria. 
Plano / superfície do acamamento (S0): indicado por 
granulometria, litologia, cor. 
e = espessura 
 
10.1 – Estruturas erosionais 
1A - Canais: estrutura de grande porte, com base côncava, erosional, com sedimentos 
horizontais adjacentes. 
1B – Corte e preenchimento 
1C – Marcas de sola (sole marks) - Escavações assimétricas e alongadas produzidas pelo 
fluxo de corrente (turboglifos - flute marks), por arraste de objetos (marcas de sulcos 
– groove marks) e impactos de objetos (marcas de objeto – tool marks). 
10.2 – Sin-deposicionais (aerodinámicas/ hidrodinâmicas) 
2A – Estratificação e laminação plana (plano-paralela) – ocorre em regime de fluxo 
superior, associada a lineação de partição. 
2B – Estratificação e laminação cruzada – ocorre como planos e lâminas inclinadas em 
relação ao acamamento, tanto em conglomerados, arenitos e calcários. 
Tipos principais � estratificação cruzada tabular 
 � estratificação cruzada acanalada 
Tipos especias � estratificação cruzadaespinha de peixe (herringbone) 
 � estratificação cruzada por ondas (hummocky) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
e
S0
 45 
2C – Ondulações (ripples) - Ondulações de pequeno porte devido a ação de água 
(corrente, onda) e vento, sobre sedimento não coesivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2D – Estratificação gradacional - Ocorre um decréscimo/diminuição do tamanho de grão 
da base para o topo da camada. Formada por corrente de turbidez (fluxo 
gravitacional). 
2E – Estrutura maciça – camada que não apresenta estrutura interna. 
2F – Estratificação flaser, lenticular, wavy – ondulações areno-siltosas com deposição de 
argila e laminações cruzadas. 
2G – Gretas de contração e pingos de chuva – exposição subaérea de camada argilosa 
causando fendas de ressecamento. Pequenas impressões causadas por pingos de 
chuva. 
 
 
MARCAS DE SOLA 
 
 
λ = comp. de onda 
a = amplitude a
Turboglifos
Resultado
finalMarcas de objetosSulcos Contra
molde
Molde
 46 
ESTRATIFICAÇÃO E LAMINAÇÃO CRUZADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Formação de mega ripple 
 
Duna – ondulações de crista 
curva geram estrat. cruzada 
acanalada. 
Sand wave – ondulação de 
crista reta gera estrat. cruzada 
tabular 
 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
N.M. N.M.
Formação de brecha intraformacional
Folhelho
(argila)
erosão brecha
 
 
 
 
Formação
da estrutura
Areia
Argila
Greta de Contração 
 50 
10.3 – Estruturas pós-deposicionais 
3A – Escorregamentos e deslizamentos (slumps, slides). Falhamentos sinsedimentares 
provocam escorregamentos e deslizamentos de sedimentos recém-depositados, 
com formação de brechas e camadas contorcidas. 
 3B – Camadas convolutas – são estruturas de deformação plástica, com dobras 
atectônicas devido à compactação. Estrutura de carga e psedonódulos ocorrem na 
interface areia/lama, com projeções da areia mole, devido a compactação. 
Estruturas de escape de fluidos são dish (prato) e pilar. 
3C – Diques de arenito (diques clásticos) – são projeções verticais de areia penetrando em 
camadas superiores/inferiores. São formados por preenchimento ou injeção. 
3D – Brecha intraformacional – durante a compactação, algumas camadas são afinadas e 
rompidas com os fragmentos originando brechas sedimentares. Erosão e 
sedimentação rápida também gera brecha intraformacional (ver desenho). 
3E – Estruturas biogênicas (bioturbações) – feições produzidas pela atividade em vidas 
dos animais nos sedimentos moles ou na superfície das camadas (pistas, tubos, 
perfurações). Icnologia ou traços fósseis. 
3F – Estruturas sedimentares químicas – são resultado da diagênese: concreções, 
nódulos, estilolitos, cone em cone e septárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEIA MAIS: 
1. Geologia Sedimentar, cap. 6, pg. 126-160. 
2. Collinson & Thompson (1984) Sedimentary structures, 194 p. 
3. Tucker, M. (1985) The field description of sedimentary rocks. 112 p. 
4. Sgarbi, G.N.C, 2007. Rochas Sedimentares. In: Petrografia macroscópica das rochas 
ígneas, sedimentares e metamórficas. Sgarbi, G.N.C (Organizador). Editora da UFMG,pg. 
273-446. 
ESTILÓLITO 
 
Estrutura de 
dissolução 
(calcários) 
 52 
11. GEOMETRIA E MUDANÇA LATERAL DE FÁCIES 
EM DEPÓSITOS SEDIMENTARES. NOÇÃO DE FÁCIES. 
1 – Fácies: Conjunto de estratos/camadas com características semelhantes (litologia, 
textura, estruturas sedimentares, granulometria, espessura, paleocorrentes, conteúdo 
fossilífero). 
Fácies sedimentar � produto da atuação de processos físicos, químicos biológicos no 
 ambiente sedimentar. 
As Fácies mudam lateralmente e verticalmente numa sucessão sedimentar, a partir 
da mudança de um, de vários ou de todos os parâmetros definidores da fácies. 
Exemplos: 
1) 
 
 
 
2) 
 
 
 
2 – Variação lateral de Fácies 
Ocorre em dezenas / centenas de metros até 
quilômetros e refletem mudança no ambiente 
de sedimentação. 
 
 
 
 
3 – Geometria de depósitos sedimentares 
• Tabular ou lençol – camadas extensas, contínuas; 
• Lenticular / em cunha – camadas descontínuas; 
• Pod / em cone ou leque – corpo confinado; 
• Cordão alongado – comprimento bem maior que a 
 largura. 
Camadas iguais em espessura
Lateralmente uniformes
2 fácies arenito
 folhelho
Camadas desiguais em espessura
Lateralmente variáveis, descontínuas
5 fácies Arenito
Folhelho
Arenito conglomerático
Calcário
Conglomerado
Arenito Conglomerado
Calcário Marga Folhelho
 53 
4 – Mobilidade de fácies no registro sedimentar: a Lei de Walther (1894) 
“Todas as fácies que ocorrem lateralmente, associam-se na vertical”. 
“Fácies que ocorrem em uma seqüência vertical concordante, sem quebras na 
sedimentação, foram formadas em ambientes lateralmente, geograficamente, adjacentes”. 
 
SEDIMENTAÇÃO FLUVIAL 
Seqüência “finnig-up” produzida por migração 
lateral da corrente fluvial meandrante. 
Na base temos fácies de canal (conglomerado), na 
parte média temos fácies de barra em pontal 
(arenitos) e no topo, argilitos/siltitos da planície de 
inundação. 
 
 
 
 
SEDIMENTAÇÃO DELTAICA 
Seqüência “coarsening-up” produzida por 
progradação deltaica. 
Sedimento marinho (base) e arenito de frente 
deltaica no topo. 
 
 
 
SEDIMENTAÇÃO MARINHA 
Seqüência “coarseningi-up” resultante da 
progradação da linha de praia. Sedimentação 
regressiva. 
Sedimento marinho (base), arenito de praia e 
arenito eólico (topo). 
 
 
 
 
 
 
 54 
12 . AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO E FÁCIES SEDIMENTARES 
 Ambientes de sedimentação constitui uma entidade geográfica natural onde ocorre 
acumulação de sedimento. 
 Consistem em porções da crosta / superfície da Terra com propriedades físicas, 
química e biológicas bem definidas e diferentes das propriedades apresentadas em áreas 
adjacentes. 
 
Metodologia para análise e estudo de rochas sedimentares 
 Faz-se uma cuidadosa descrição das diversas fácies sedimentares (geometria, 
litologia, estruturas sedimentares, padrão de paleocorrentes, fósseis) relacionando-as à 
processos, antes de definir um eventual ambiente de sedimentação. Construção de perfil 
gráfico-sedimentar com identificação de fácies sedimentares. 
 
Classificação dos ambientes sedimentares 
1- Continentais Leque aluvial; 
Fluvial (entrelaçado e meandrante); 
Desértico (eólico); 
Lacustre; 
Glacial; 
2- Transicionais Amb. Deltáico (deltas); 
Amb. lagunar / litorâneo (praia ou planicie de maré); 
3- Marinho Raso (plataformal); 
Profundo (leque submarino); 
4- Amb. deposicionais de carbonatos: Litorâneo a marinho raso/plataformal. 
 
 
LEIA MAIS: 
1. Decifrando a Terra, capítulos 10, 11, 12 e 13. 
2. Para Entender a Terra, capítulos 8, 14, 15, 16 e 17. 
3. Geologia Sedimetar, cap. 8, pg. 205-288. 
4.Fácies Models. 454 p. 
5. Reinech & Singh, 1980. Depositional Sedimentary environments. 
6. Readind (1984) Sedimentary environments ans fácies. 
 
• Parâmetros físicos: velocidade, direção, profundidade da água; 
velocidade, direção do vento; 
• Parâmetros químicos: salinidade, pH, Eh, temperatura; 
• Parâmetros biológicos: Fauna, flora. 
PROCESSOS AMBIENTES PRODUTO: FÁCIES SEDIMENTARES 
Físicos (ação de ondas, 
marés, vento), químicos 
(Eh, pH, solubilidade) e 
biológicos (bactérias). 
 Área geográfica 
“locus” da 
sedimentação. 
 São os diversos sedimentos que 
se depositam silmultaneamente 
em vários ambientes. 
 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 56 
12.1 – Leque Aluvial 
Feição deposicional em vale/canyons em áreas montanhosas. Cone de sedimentos 
conglomeráticos. 
 
 
Características: Acentuado gradiente topográfico; 
Transporte curto, pobre seleção; 
Clima árido (úmido); 
Fácies proximal (mais grossa – conglomerados, brechas, diamictitos) e 
distal (mais fina - arenitos). 
Processos de transporte: Fluxo de detritos (debris flow); 
Correntes trativas de canal (stream flow); 
Inundação em lençol (sheet flow). 
Depósitos resultantes � Diamictito, conglomerados e arenitos. 
 
 
 
 
Deposição com desconfinamento e 
suavização topográfica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 57 
Descrição das fácies: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fácies 
Gms – diamictito originado por fluxo de detritos. Paraconglomerado com matriz 
 argilosa, maciço; 
Gm – conglomerado suportado pelo clasto, clastos imbricados, desorganizado/ 
 estratificação incipiente. Pode apresentar localmente estratificação 
 cruzada; 
Sh – arenito grosso com estratificação plana. 
St – arenito grosso / médio com estratificação cruzada acanalada. 
Fm – pelito maciço; 
Fl – pelito laminado; 
C – nódulos carbonáticos (caliche). 
 
 
Leque proximal 
Barras longitudinais com 
ortoconglomerados 
lenticulares associados 
a diamictitos espessos. 
Leque distal 
Camadas tabulares de 
arenitos com cruzadas 
acanaladas. Lentes de 
cascalho fino. 
Canyon
 58 
Tipos de leques aluviais 
 
 
Clima seco 
Controle tectônico 
Predomínio de fluxos 
gravitacionais 
Conglomerados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Clima úmido 
Multilobado 
Vegetação importante 
Arenitos grossos predominam 
Paleocanais e lagos 
(pântanos) 
pelitos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEIA MAIS: 
1. Geologia Sedimetar, cap. 8, pg. 228-233. 
2. Fácies Models, cap. 7, pg. 119-142. 
 59 
12.2 – Ambiente Fluvial 
Rios constituem importantes agentes no transporte de sedimentos para os oceanos, 
mas são também importantes agentes deposicionais nos continentes. 
 1 – Subdivisão do ambiente fluvial: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Morfologia dos canais fluviais variam conforme o clima, a declividade (gradiente 
topográfico), descarga de sedimentos, velocidade de fluxo, largura e profundidade do 
canal. 
Quatro padrões de canal fluvial: reto, entrelaçado, meandrante, anastomosado. 
 2 – Mecanismos da deposição fluvial 
a) Sedimentos acumulados a partir da carga de tração, constituindo barras em pontal, 
em canal e ilhas fluviais. 
b) Sedimentos resultantes da acresção vertical, a partir da carga de suspensão, que 
constrói depósitos de transbordamento, diques marginais e planície de inundação. 
Acresção lateral: migração da barra em rios 
meandrantes. 
Acresção vertical: pelitos na planície de 
inundação durante enchente 
fluvial. 
Dois tipos de canais fluviais são fundamentais: 
1 – Entrelaçado: alta energia, com vários canais e barras arenosas; 
2 – Meandrante: baixa energia, sinuosidade importante, com canal fluvial simples, lagos-
meandros abandonados e planície de inundação. 
Cheia
Dique
 60 
 3 – Principais características e fácies dos ambientes 
 fluviais entrelaçados e meandrantes. 
 
Sistema fluvial entrelaçado 
- predomínio de carga de fundo de granulação grossa; 
- razão largura profundidade de canal > 40 ou >300; 
- declividade média-alta (> 5º); 
- variabilidade de descarga e erosão nas margens; 
- formação de barras que obstruem a corrente e ramificam-na (longitudinais e tranversais); 
- formação de ortoconglomerados maciços ou estratificados (com clastos imbricados) e 
arenitos com estratificações cruzadas em ciclos granodecrescentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fácies 
 
D – Arenitos com cruzadas acanaladas 
Pelitos (5%) 
BT – Arenitos com cruzadas tabulares/acanaladas 
 
BL – Conglomerados: seixo � grânulo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
1
2
23
1- Barra longitudinal 
2- Barra transversal 
3- Dunas subaquáticas 
 61 
Sistema fluvial meandrante 
- canais com alta sinuosidade; 
- razão largura/profundidade do canal < 40; 
- predomina transporte de carga em suspensão; 
- migração lateral dos canais ocorre através da erosão progressiva das margens côncavas 
e sedimentação nas convexas; 
- formam-se barras em pontal com superfície de acresção lateral, planícies de inundação, 
depósitos de canal (lag), dique marginal, depósito de rompimento do dique, meandros 
abandonados. 
- principais fácies: 
o ortoconglomerados do canal fluvial; 
o arenitos grossos/médios com estratificação cruzada acanalada e tabular, marcas 
onduladas assimétricas (variação regime de fluxo) nas barras; 
o pelitos laminados com raízes (turfa / carvão) com bioturbação e gretas de contração 
de meandro/planície de inundação; 
o brecha intraformacional, areia e silte com laminações cruzadas e argila devido a 
depósitos de rompimento de diques marginais (crevasse splay); 
 
 Canal simples 
 
 
Perfil equilibrado 
 
 
 
Perfil assimétrico 
 
 1 - Canal simples 
 2 - Barra em pontal (areia) 
3 - Crevasse splay (rompimento 
 do dique marginal) 
Planície de inundação com 
 pelitos (folhelhos / siltito). 
 4 – Dique marginal 
 5 - Depósito de canal fluvial (cascalho) 
 
 
 
A
A
C
C
B B
D
D
4
1
2
3
5
Erosão
Deposição
Barra em pontal
Fácies 
Arenitos com cruzadas 
 
 
Pelitos (30 a 50%) com 
gretas de contração e 
restos vegetais 
 
Arenitos com cruzadas 
 
Conglomerado 
 62 
 
 63 
Fluvial entrelaçado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fluvial meandrante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEIA MAIS: 
1. Para Entender a Terra, cap. 14, pg. 341-363. 
2. Suguio (2003) Geologia Sedimentar, cap. 8, pg. 220-238. 
3. Fácies Models, cap. 7, pg. 119-142. 
4. Riccomini & Coimbra, 1993. Sedimentação em rios entrelaçados e anastomosados. Bol. IG-
USP, Série Didática. 
5. Assine (2004) Geologia do Continente Sul-Americano, cap. 4, pg. 61-76. 
 64 
Turbulência
12.3 – Ambiente Desértico (eólico) 
Atividade eólica – erosão transporte, deposição pelo vento. 
Vento – diferenças de temperatura (densidade) de massas de ar, devido a maior ou menor 
incidência de energia solar sobre a Terra. As massas de ar fluem de zonas de alta 
pressão (tendência descendente) para as de baixa pressão. 
 Velocidade (Km/h) Φ partícula movimentada 
Vento suave 11 – 17 0,25 mm (areia fina) 
Vento forte 30 – 40 1,00 mm (areia grossa) 
Furacão 60 – 150 30 mm (seixo) 
 
Tipos de desertos Quente (clima árido) Saara, Gobi, Arábia, 
EUA, Austrália 
 Frio (árido glacial)Antártida, Groelândia, 
Atacama (Chile) 
 
Desertos – caracterizam-se por pequena taxa de precipitação pluviométrica, grande 
variação de temperatura, predomínio de evaporação, intemperismo físico, escassa 
vegetação e ação do vento. 
 
 
 
. Hamada – leque aluvial em forma de cone, nas montanhas. Conglomerados e 
arenitos imaturos. 
. Wadi – rios efêmeros, produzidos por enxurradas. Arenitos conglomeráticos com 
cruzadas. 
. Playa – lagos efêmeros com arenitos, siltitos, folhelhos, evaporitos (gipsita, anidrita, 
cloretos). 
. Depósitos de areia (sand sea) – várias morfologias, predominando as dunas e os 
lençóis de areia. 
 
Mecanismos de transporte e sedimentação eólica 
- Transporte de poeira (< 0,125mm – areia fina, silte, argila). Fluxo turbulento mantém a 
poeira em suspensão. 
 - Transporte de areia grossa a fina (2 a 0,125mm) � saltação 
Ação do vento 
 - erosão eólica: formação de ventifactos (seixos com duas ou mais faces planas e polidas 
pela abrasão eólica). 
 
Formação de dunas: acumulação assimétrica, com centenas de metros de altura e 
quilômetros de comprimento, de grãos de areia seca. 
Fluxo de grãos – avalanche de areia seca 
Barlavento Sotavento (20 a 35º) 
 (~10º) Duna estacionária ou migratória 
Hamada
Leque 
aluvial WadiRios
efêmeros
Playa
Dunas
 - sand sea
Erg Loes(silte)
Sabka
 65 
Tipos de duna (“Sand sea”) 
1- Transversais – perpendicular ao fluxo. 
2- Barcana – forma de meia-lua, com as 
extremidades no sentido do vento. 
3- Parabólica – forma de U, com as extremidades contrárias ao vento. 
4- Estrela – combinação entre transversal e longitudinal. 
5- Longitudinal (seif) - ± paralela ao fluxo, com vento biderecional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características dos sedimentos eólicos 
. Sedimentos monominerálicos, geralmente quartzo-arenitos bem selecionados; 
. Estratificação cruzada de grande porte; 
. Sedimentos geralmente vermelhos-rosados, com película de óxido de ferro sobre os 
grãos de quartzo; 
. Poucas classes granulométricas, sedimento maturo; 
. Tamanho de grão varia de areia fina a grossa (bimodal). Mica usualmente ausente; 
. Grãos com polimento fosco, morfologia arredondada e alta esfericidade (alto impacto 
entre os grãos). 
 
Principais fácies do ambiente eólico 
 
 
 
Duna 
 
 Seco – areia com estratificação plana 
Interduna 
 Úmido (oasis) – pelitos c/ gretas, evaporitos, sabka 
 
Duna 
 
Wadis (fluvial) 
Estrat. cruz.
tabular
Estrat. cruz.
Acanalada
Principais tipos 
de dunas eólicas 
 66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEIA MAIS: 
1. Para Entender a Terra, 
cap. 15, pg. 367-385. 
2. Suguio (2003) Geologia 
Sedimentar, cap. 8, 
pg.207-211. 
3. Fácies Models, cap. 8, pg. 
143-156. 
4. Assine et al. 2004. Geologia 
do Continente Sul-Americano, 
cap. 5, pg. 77-94. 
Tipos de dunas 
eólicas Modelo para ambiente desértico 
 
 67 
12.4 – Ambiente Lacustre 
Lagos são corpos de água doce/salgada, situados no continente, sem conexão com 
o oceano, onde operam processos físicos (descarga fluvial, ondas, marés), químicos 
(salinidade, Eh, pH) e biológicos (atividade algal). 
Os lagos são influenciados pelos seguintes fatores: 
1- Clima: regula a precipitação/evaporação e tipo de intemperismo. 
Ex: lago glacial, lago em ambiente desértico (playa) 
2- Natureza da área fonte: influi na composição química da água. 
Nos lagos ocorre sedimentação clástica e química. A sedimentação clástica é uma 
auréola de arenitos com folhelhos na parte central. Lagos rasos são dominados por 
sedimentação deltaica. Lagos profundos mostram sedimentação turbidítica. 
A sedimentação química é mais comum em lagos de clima árido, com carbonatos 
(calcita, aragonita, dolomita), sulfatos (anidrita, gipsita), cloretos (halita, silvita) e folhelhos. 
Modelos para sedimentação lacustre 
1. Distribuição esquemática ideal de sedimentos em um lago de região montanhosa, 
abastecido por vários rios. 
 
 
 
 
 
Estratificação da água pela 
temperatura 
 
 
 
 
Fácies Lacustres: 
 
Arenitos, ritmitos 
Folhelhos 
Calcários, dolomitos 
e evaporitos 
 
 
As fácies lacustres são semelhantes as fácies sedimentares depositadas em amb. 
marinho. Entretanto, podem ser diferenciadas pelo conteúdo paleontológico, extensão 
areal e associação com outras fácies continentais (fluviais, eólicas, etc.). 
c/O2
sem
O2
Quente (-densa)
fria Anóxida
Rio Lago
Diagnóstico: 
 
Associação com 
fácies fluviais e 
eólicas 
 68 
2. Tipos de influxo fluvial (superficiais – overflow, no meio – interflow e rente ao fundo – 
underflow) com diferentes densidades. 
Alta descarga fluvial em lagos rasos gera sedimentação deltaica expressiva, com 
fluxo homopicnal (areias de frente deltaica) e hipopicnal (argilas de pró-delta, que 
ficam em suspensão). 
Descarga fluvial de material mais denso que o meio receptor, gera fluxo 
gravitacional no fundo do lago e correntes de turbidez � sedimentação turbidítica. 
 
 
Fluxo homo e 
hipopicnal � 
delta tipo Gilbert 
 
 
Fluxo hiperpicnal 
gera turbidito 
lacustre. 
 69 
Tipos de influxo em lagos 
 
 
 
Contraste de densidades 
entre corrente fluvial 
e meio receptor. 
 
 
1 – Fluxo hipopicnal – densidade de descarga fluvial < água do lago. Deposição de 
argila em suspensão e carga grosseira constitui uma barra. 
 
2 – Fluxo homopicnal – densidade da corrente = densidade da água do lago. 
Formação de lobos sigmoidais na frente deltaica. 
 
 
 
 
 
3 – Fluxo hiperpicnal – entrada de material mais denso no ambiente lacustre forma 
corrente de turbidez. 
NL
Ta
Tb
Tc
Tde
Turbidito 
Fluxo desacelerante
Climbing
ripples
Rio
Rio
Lago
1
2
3
 70 
Exemplos de sedimentação lacustre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEIA MAIS: 
1. Geologia Sedimentar, cap. 8, pg. 238-246. 
Fm. Salvador 
Bacia do Recôncavo 
Cretáceo 
Bacia de 
Taubaté – SP 
Cenozóico 
 71 
12.5 – Sedimentologia Glacial – Ação geológica do gelo 
Conjunto de feições erosivas, deposicionais e de ambientes (glacio-continentais e 
glacio-marinhos) ligados à ação do gelo. 
 
Ação das geleiras: acumulação de neve e compactação por pressão. 
Tipos: geleiras de vale, alpina, montanha, altitude 
geleiras continentais, mantos, latitude 
Características: regime termal - base seca 
base úmida 
mudança de fase (avanço e recuo glacial) 
localização geográfica - polar 
 temperada 
 
Tilito (till) – sedimento mal selecionado, transportado e depositado a partir de geleiras, 
com pouca ou nenhuma seleção por água. Tilito é o equivalente litificado do till. 
Diamictito - paraconglomerado mal selecionado, com grânulos e matacões, dispersos 
numa matriz fina dominante. 
Tilito é um diamictito depositado diretamente pela geleira. Entretanto diamictitos não-
glaciais, depositados como fluxos de detritos, são importantes constituintes de leques 
aluviais/submarinos. 
 
Um dos principais PROBLEMAS da sedimentologia glacial é a distinção entre 
TILITOS X DIAMICTITOS (depositados como fluxos gravitacionais). 
 
TIPOS DE TILLS 
1. Till de alojamento (lodgement till) – depositado por baixo de uma geleira ativa, pela 
fricção contra o substrato. 
2. Till de ablação (melt out till) – lento derretimento

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