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CITOPATOLOGIA DA TIREOIDE CURSO - BIOMEDICINA Profa. Catarina de Oliveira Neves Departamento de Patologia, CCS – UFPE Fontes: Cytology – Diagnostic Principles and Clinical Correlates-3rd. Edition- Cibas e Ducatman http://www.fcm.unicamp.br/fcm/departamentos/departamento-de-anatomia-patologica LESÕES DA TIREOIDE Nódulos palpáveis – 4% a 7% dos adultos Nódulos não palpáveis – USG ou autopsia Lesões malignas - <5% PAAF - exame de triagem e tem evitado as cirurgias desnecessárias e aumentado os índices de nódulos malignos Mayo Clinic – PAAF foi introduzida em meados dos anos 80: Cirurgias da tireoide – cairam de 67% para 43% um ano após a introdução da PAAF. Porcentagem de nódulos malignos – subiu de 14% para 29% Situação atual: nódulos malignos operados 45% a 56% A PUNÇÃO ASPIRATIVA (PAAF) *Soderstrom em 1952 introduziu este método na Suécia. **A interpretação da PAAF não é simples , requer material com excelente coloração e experiência do patologista. A PAAF Tem papel essencial na avaliação de pacientes eutiroideos com nódulos tireoideanos. Reduz a taxa de cirurgias da tireóide desnecessárias para pacientes com nódulos benignos e tria apropriadamente para cirurgia, pacientes com câncer de tireóide. Antes da PAAF ser usada na rotina – nódulos malignos ressecados cirurgicamente – 14%. Utilização rotineira da PAAF – nódulos malignos ressecados cirurgicamente – 50%. OBJETIVOS DA CITOLOGIA ASPIRATIVA Distinguir lesões tumorais não-neoplásicas das neoplásicas Confirmar a suspeita de tireoidite *O principal objetivo da PAAF é selecionar os pacientes para cirurgia. INDICAÇÕES PARA ASPIRAÇÃO Deve ser feita em todos os pacientes com nódulos palpáveis. A USG deverá ser feita antes da PAAF para confirmar se ela é realmente necessária. Pacientes com nódulos “frios” que não mostram captação dos radionuclídeos. Não deverá ser feita nos nódulos “quentes”(hiperfuncionantes - ~5% de todos os nódulos). Pacientes com radiação prévia de áreas da cabeça e pescoço. CUIDADOS A PAAF deve ser feita com competência e rapidez – evitando-se sangramento. Fazer pressão local por 5min evita o hematoma. Fornecer a correta localização da PAAF ao laboratório. Importante relatar a presença de nódulos na parede lateral do pescoço para evitar confusões com linfonodos ou cistos branquiais. A AMOSTRA ADEQUACIDADE- Mínimo de 6 grupamentos de células epiteliais deve ser encontrado em duas lâminas separadas. PREPARAÇÃO DA AMOSTRA – May-Gruenwald-Giemsa – nos pioneiros Suecos. Papanicolaou – nos EUA e em outros países. O SISTEMA BETHESDA PARA RELATO DE CITOPATOLOGIA DA TIREÓIDE Edmund S. Cibas e Syed Z. Ali Thyroid, volume 19, No.11, 2009 RESUMO Representa anos de trabalho que tiveram início com foruns de discussão online (publicações na internet), seguidos por uma conferência ao vivo, culminando com a produção de um atlas online e impresso. Espera-se que a terminologia utilizada seja o primeiro passo para uniformidade e consenso nas interpretações dos relatos das PAAF. VANTAGENS DO SISTEMA Facilitar a efetiva comunicação entre citopatologistas, endocrinologistas, cirurgiões, radiologistas. Facilitar a correlação cito-histológica das doenças tireoideanas. Facilitar a pesquisa dentro da epidemiologia, biologia molecular, patologia e diagnóstico das doenças tireoideanas, particularmente as neoplasias. Permitir compartilhamento seguro e fácil de achados dos diferentes laboratórios para estudos colaborativos nacionais e interancionais. SISTEMA BETHESDA CATEGORIA DIAGNÓSTICA RISCO DE MALIGNIDADE (%) CONDUTA Insuficiente para diagnóstico 1-4 Repetir a PAAF pelo USG Benigno 0-3% Acompanhamentoclínico Células atípicas de significadoindeterminado ~5-15% Repetir a PAAF Suspeita para neoplasia folicular 15-30% Lobectomia Suspeita para neoplasia de células deHürthle 15-45% Lobectomia Suspeita para malignidade carcinomapapilífero,medular, linfoma ou tumores metastáticos 60-75% Lobectomiaoutiroidectomia Malignos Tiroidectomia TIREOIDE NORMAL TIREOIDE NORMAL A TIREOIDE 2 lobos laterais conectados por um istmo de onde pode partir um lobo piramidal adicional. Subdividia por tecido conjuntivo em lóbulos, cada um contendo cerca de 30 a 40 folículos. O tamanho dos folículos e o tamanho e configuração das células foliculares dependem da atividade da tireóide. Folículos em repouso são revestidos por células epiteliais cuboidais ou planas e estão preenchidos por colóide. AS CÉLULAS Células foliculares –revestem os folículos Células oncocíticas (céls de Hurthle) – grandes células foliculares com abundante citoplasma eosinofílico, núcleo grande, redondo, hipercromático, às vezes múltiplo com nucléolo proeminente. Possuem numerosas mitocôndrias no citoplasma. Células C – são claras, pertencem a família de células neurossecretoras, sendo fonte de calcitonina.Há numerosos grânulos neurossecretórios no seu citoplasma e estas células dão origem ao carcinoma medular. GRUPAMENTO DE FOLÍCULOS NORMAIS CÉLULAS FOLICULARES TÍPICAS COLÓIDE ESPESSO CÉLULAS DE HURTHLE PRINCIPAIS LESÕES BENIGNAS DA TIREÓIDE Cistos Hiperplasia – Nodular ou bócio adenomatoso Bócio colóide difuso Hiperplasia difusa ( doença de Graves) Tireoidites Infecções agudas Tireoidites subagudas (granulomatosas, tireoidite de Quervain) Tireoidite fibrosante (de Riedel) Doença de Hashimoto (estroma linfomatoso) Adenomas Tipo folicular Tumor de células de Hurthle (oxifílica) CISTOS Constituem de 10 a 30% dos nódulos da tireóide. A maioria são pseudocistos em consequência de alterações degenerativas ou hemorragias ( em bócios ou em adenomas). São geralmente revestidos por células foliculares cuboidais ou planas. Raramente há metaplasia escamosa. Cistos dos remanescentes do ducto tireoglosso localizam-se na linha média e são revestidos por epitélio escamoso ou cilíndrico ciliado. **ATENÇÃO – alguns tus malignos, particularmente o Ca Papílifero, são parcialmente císticos. CITOLOGIA DAS LESÕES CÍSTICAS Aspirado – com pouco ou muito fluido claro, turvo, amarelado, marrom ou sanguinolento - centrifugação. Com hemorragia recente – sangue e grupos de células foliculares bem preservadas. Com hemorragia mais tardias – diminui o número de células foliculares. Macrófagos cheios de hemossiderina. (hemossiderófagos) e células inflamatórias. Repetir a PAAF se há nódulo residual. ***Corpos de psamoma ou grupamentos compactos de células foliculares CITOMORFOLOGIA DOS NÓDULOS FOLICULARES BENIGNOS Predominantemente macrofolículos Fragmentados Esferas intactas Celularidade baixa a moderada Células coesas, uniformes Coloide (abundante, fluido mas nem sempre visível) Células de Hurthle ( geralmente a minoria) Macrófagos e células atróficas ( degeneração cística) BÓCIOS ADENOMATOSOS OU NODULARES Compostos de vários nódulos de tamanhos variados. Frequentemente um nódulo é predominante. São bem delimitados mas não necessariamente encapsulados. São compostos por folículos de vários tamanhos, distendidos por grandes depósitos de colóide. Pode haver projeções papilíferas para dentro do lúmen. Há estroma rico em vasos , circundando os folículos. Pode haver cistificação, fibrose, hemorragia e calcificação. BÓCIO COLÓIDE BÓCIO COLOIDE Citologia da tireoide – nódulo adenomatoso Monocamada de células foliculares Material coloide de fundo Nódulo adenomatoso – células Com metaplasia oncocítica (Células De Hürthle BÓCIOS ADENOMATOSOS OU NODULARES - CITOLOGIA Contém abundante colóide. Células foliculares – pequenas com citoplasma escasso, agrupadas em lençóis,em agrupamentos ou soltas sem citoplasma (“desnudas”). Macrófagos. Raros linfócitos. Ocasionais células de Hurthle e fibroblastos (por vezes atípicos). BÓCIO COLÓIDE DIFUSO Os aspirados não podem ser distinguidos daqueles do bócio nodular.Há aumento difuso e simétrico da glândula que apresenta folículos distendidos, revestidos por epitélio cuboidal acahatado. CITOMORFOLOGIA DE SUSPEITO PARA NEOPLASIA FOLICULAR Marcada celularidade Predomínio de microfolículos ou de trabéculas Células foliculares sobrepostas, aumentadas Coloide escasso ADENOMA FOLICULAR NEOPLASIA FOLICULAR – ASPECTOS CITOLÓGICOS CITOMORFOLOGIA DA TIREOIDITE LINFOCÍTICA CRÔNICA (HASHIMOTO) População mista de linfócitos Macrófagos de corpos tingíveis Agregados dentríticos-linfocíticos Células de Hurthle e células foliculares Ocasionais células com fenda e palidez nuclear Coloide escasso TIREOIDITE DE HASHIMOTO TIROIDITE DE HASHIMOTO CITOMORFOLOGIA DO CARCINOMA PAPILÍFERO Papilas, lençois e microfolículos Alterações nucleares: Cromatina clara Fendas Pseudoinclusões Nucléolos (pequenos ou grandes) Membrana irregular e espessa Amoldamento ou sobreposição nuclear Citoplasma variável (escasso, escamoide, Hurthle-like ou vacuolado) Corpos de psamoma Histiócitos (células gigantes multinucleadas) CARCINOMA PAPILÍFERO CARCINOMA PAPILÍFERO Mais comum dos carcinomas – 80% dos cânceres da tireoide - Comum em mulheres F/M- 4:1 20 – 50anos CARCINOMA PAPILÍFERO CARCINOMA PAPÍLIFERO –ASPECTOS HISTOLÓGICOS CARCINOMA MEDULAR – características clínico-morfológicas Corresponde a 5% a 10% dos carcinomas tireoideanos Origem - células C parafoliculares (calcitonina) 80% a 90% são esporádicos - (~50anos) Demais ocorrem em crianças associados às neoplasias endócrinas múltiplas(NEM) Numerosas células foliculares isoladas , Grupamentos frouxos Células epitelioides, plasmocitoides ou fusiformes Núcleos: Redondos ou alongados Cromatina granular Nucléolos inconspícuos Pseudoinclusões (50% dos casos) Múltiplos núcleos Grânulos citoplasmáticos vermelhos (70% dos casos) Amiloide CARCINOMA MEDULAR DA TIREOIDE –ASPECTOS CITOLOGICOS CALCITONINA CARCINOMA MEDULAR CARCINOMA INDIFERENCIADO (ANAPLÁSICO) – CARACTERÍSTICAS CLÍNICO-MORFOLÓGICAS Representa menos de 5% dos carcinomas da tireoide O mais rapidamente fatal de todos os cânceres Frequente acima dos 60 anos. Predomínio de células foliculares isoladas Marcado pleomorfismo nuclear Células grandes, epitelioides ou fusiformes Células gigantes multinucleadas (Pleomórficas,Tipo-osteoclásticas) CARCINOMA ANAPLÁSICO – ASPECTOS CITOLÓGICOS
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