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Resumo de Direito Civil Av Bimestral 2 B DN8B

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Resumo de Direito Civil – Av. Bimestral 2° Bimestre DN8B
Dos Modos de Extinção do Usufruto:
Pela renúncia ou desistência, sendo que no caso da renúncia se dá por ato unilateral de vontade da parte, e a desistência ocorre por ato bilateral, ou seja, das duas partes, como resultado de uma negociação. 
Pela morte do usufrutuário, devendo estar anexa cópia da certidão de óbito do de cujus e o nu proprietário passará a ter a propriedade plena.
Pelo advento do termo da sua duração que recai somente no usufruto temporário que tem data de início e término do prazo.
Pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou pelo decurso do prazo de 30 anos em que se começou a exercer o usufruto.
Pela cessação do motivo de que se origina o usufruto. Ex: tempo de permanência de viuvez.
Pela destruição da coisa e desaparecimento da coisa, tratando-se de bem infungível. Em caso de bem fungível a restituição no equivalente em gênero
Por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora ou deixa arruinar os bens, não realizando os reparos de conservação;
Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai;
Pelo advento da condição resolutiva como por exemplo o fideicomisso.
Dos Direitos do Promitente Comprador – Art. 1.417 e Art. 1.418 do CC.
Dos contratos de Compra e Venda de Imóveis – Art. 481 e seguintes do CC – está na seara dos direitos obrigacionais/ pessoais e passa para os direitos reais, devendo estar expresso nos contratos como as cláusulas de irrevogabilidade e irretratabilidade, que dá o direito à adjudicação do bem após sua quitação – adimplemento – Art. 1418 do CC.
Mesmo não sendo registrado no CRI, tem valor probante jurídico, mas é obrigatória a outorga uxória que é a autorização do outro cônjuge, conforme Art. 418 a 420 do CC.
Do conceito – o compromisso de compra e venda, trata-se de um contrato pelo qual as partes se comprometem a levar a efeito um contrato definitivo de compra e venda. O consentimento já foi dado, na promessa, convencionando os contratantes a reiterá-lo na escritura pública definitiva para se levar à registro no CRI (transcrição do domínio/ propriedade, conforme Art. 1.227 e Art. 1.245 do CC c/c Art. 167 ao Art. 220 da LRP.
Da Disciplina Legal – Art. 1417 e Art. 1.418 do CC – O código civil atual disciplina o direito do promitente comprador no Art. 1.417 e seguintes em que dispõe o primeiro “ mediante promessa de compra e venda”, em que não se pactuou o arrependimento, celebrado por instrumento público ou particular e registrado no CRI, adquire o promitente comprador o direito real à aquisição do imóvel. No caso de compromisso do vendedor negar-se de assinar a escritura pública definitiva dará direito ao promitente comprador à adjudicação do imóvel por via judicial para a transcrição do domínio do mesmo (Art. 1.418 do CC). 
Da Adjudicação Compulsória do Bem Imóvel – Art. 1.418 do CC – Havendo cláusula de irretratabilidade e irrevogabilidade nos contratos de compra e venda de imóvel e o compromissado vendedor negar-se a assinar a escritura pública definitiva, o promitente comprador, após adimplir a obrigação, poderá requerer a adjudicação do imóvel via judicial, conforme preceitua o Art. 1.418 do CC. 
OBS: o STJ através da súmula 239 , tem admitido a propositura de ação de adjudicação compulsória, mesmo não estando registrado o compromisso de compra e venda irretratável e irrevogável. Todavia a autorização do cônjuge (outorga uxória) é indispensável, ou seja, é obrigatória, por consistir em alienação de bem imóvel sujeito a adjudicação compulsória. 
Súmula 239 do STJ – o direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis. 
Da Rescisão Contratual – a rescisão deverá ser feita pelos mesmos meios que se deu a sua elaboração originária (o contrato de compra e venda de imóvel). 
Se o compromissário comprador deixar de cumprir a sua obrigação, atrasando o pagamento das prestações, poderá o vendedor pleitear a rescisão contratual, cumulada com pedido de reintegração de posse (cumulada com perdas e danos e multas contratuais – cláusulas penais contratuais). 
Antes, porém, terá de constituir em mora o devedor, notificando para pagar as prestações em atraso no prazo de 30 dias (esta é a regra especial dos contratos de compra e venda de imóvel contida na Lei 6.766/1979 em seu Art. 32 – Lei de Parcelamento do Solo Urbano).
A regra geral sobre os contratos de compra e venda com base no Código Civil e no Código de Processo Civil o prazo para notificação e protestos é de 15 dias. 
Dos Direitos Reais de Garantia:
Das Disposições Gerais – Art. 1.419 ao Art. 1.430 do CC:
Das Espécies : Penhor – Art. 1.225, inciso VIII de CC;
		Hipoteca – Art. 1.225, inciso IX do CC;
		Anticrese – Art. 1.225, inciso X do CC.
Conceito de Direito Real de Garantia – é o direito que confere ao seu titular o poder de obter o pagamento de uma dívida/obrigação com o valor ou a renda de um bem aplicado exclusivamente à sua satisfação. 
OBS: os direitos reais de garantia não se confundem com os institutos de gozo e fruição, que recaem especificamente sobre algumas espécies de direitos reais. 
Efeitos dos direitos reais de garantia – Art. 1.422 do CC – poderá recair sobre bens móveis fungíveis ou infungíveis ou sobre bens imóveis, sendo classificado em comuns ou especiais. 
Direito de preferência – hipoteca sobressai sobre as demais.
Direito de sequela – havendo o inadimplemento terá o credor o direito de busca e apreensão. 
Direito de excussão – insolvida a obrigação, processa-se a execução no próprio bem, forma que se denomina “ excussão”.
Indivisibilidade – os direitos são totais sobre os bens – Art. 1.421 do CC.
Dos Requisitos dos direito reais de garantia (DRG):
Subjetivos:
Capacidade genérica para os atos da vida civil;
Capacidade especial para alienar – legitimidade sobre a coisa ou com consentimento. 
Objetivos :
Somente as coisas que podem ser alienadas, podem ser dadas em garantia – Art. 1.420 do CC;
Podem recair sobre bens móveis ( no caso do penhor) ou sobre bens imóveis (no caso de hipoteca comum ou especial – estrada de ferro, navios, aeronaves)
Não podem ser objeto de garantia as coisas que estão fora do comércio, como por exemplo, os bens de família – Art. 1.420 do CC. 
Requisitos Formais:
Especialização (individualização do bem) – deverá haver a descrição das características do bem móvel ou imóvel – Art. 1.424 do CC;
Publicidade – Art. 1.438 a Art. 1.492 do CC.
OBS: alienação é termo genérico.
Da Cláusula Comissória – Art. 1.428 do CC – a cláusula comissória é a estipulação que autoriza o credor a ficar com a coisa dada em garantia, caso não seja paga a dívida. O nosso ordenamento jurídico não admite (proíbe) expressamente a cláusula dessa natureza, caso exista nos contratos, será considerada nula de pleno direito, conforme preceitua o Art. 1.428 do CC. 
Do Vencimento Antecipado da Dívida – poderá ocorrer tanto nos contratos obrigacionais /pessoais, no Art. 333, incisos I a III do CC, bem como nos Direitos Reais, de acordo com o Art. 1.425 do CC. 
3.1) Do Penhor – Art. 1.225, inciso VIII do CC, Art. 1.431 ao Art. 1.472 do C.
Do objeto – recai sobre bens móveis que poderão ser fungíveis ou infungíveis.
Da Finalidade- a garantia para assegurar o pagamento de uma dívida ou obrigação. 
Da Regra Geral do penhor – o devedor pignoratício (sujeito passivo) entrega o bem móvel (posse direta) ao credor pignoratício (sujeito ativo). 
OBS: A exceção está nos penhores especiais que são determinados por lei, como por exemplo, nos penhores rurais (agrícola ou pecuário), penhor de veículos, penhores comerciais ou industriais. Neste caso, o devedor não entrega o bem ao credor, ou seja, continua com a posse direta da coisa móvel. 
Do Conceito de Penhor – o penhor trata-se de direito real de garantia que vincula uma coisa móvel ao pagamento de uma dívida. Constitui-se pela transferência efetiva da posse direta da coisaque é dada em garantia ao débito para o credor pignoratício ou à quem o represente, neste caso o devedor permanece com o domínio do bem, quando possível – Art. 1.431 do CC. 
Das Características do Penhor – Art. 1.419 do CC:
É direito real de garantia;
É direito acessório e está vinculado a um contrato principal;
Só se aperfeiçoa pela tradição do objeto ao credor – tem que entregar o bem e contínua com o domínio. 
Do Objeto – o penhor recai sobre bens móveis, corpóreos ou incorpóreos, fungíveis ou infungíveis. Entretanto, nos penhores especiais agrícolas e industriais admite-se que recaia sobre imóveis por acessão física ou intelectual. Ex: plantações, tratores, máquinas e outros objetos incorporados ao solo.
Das Espécies de Penhor : 
Convencional – Art. 1.431 do CC – pelo acordo de vontade via contratual. 
Legal – Art. 1.467/ Art. 1.472 do CC – emana da lei. OBS: a homologação do penhor legal – Art. 874 do CPC e Art. 1.471 do CC 
Art. 874 do CPC – tomado o penhor legal nos casos previstos em lei, requererá o credor, ato contínuo, a homologação. Na petição inicial, instruída com a conta pormenorizada das despesas, a tabela dos preços e a relação dos objetos retidos, pedirá a citação do devedor para, em 24 h, pagar ou alegar defesa. 
Comum – Art. 1.431 do CC ao Art. 1.473 do CC;
Especiais : lembrando que alguns não se efetivam com a tradição, que são as exceções. 
Penhor Legal – Art. 1.467 do CC;
Penhor Rural é distinto do Penhor Agrícola ou Pecuário;
Penhor Industrial;
Penhor de Títulos de Crédito;
Penhor de Veículos. 
Da Extinção do Penhor – Art. 1.436 do CC:
Tendo caráter acessório, extinguindo-se a obrigação principal, extingue-se o penhor;
Perecendo a coisa – havendo o perecimento do bem, notificado o devedor para substituí-lo ou reforçar as garantias, extingue-se o penhor com a antecipação do vencimento;
Renunciando o credor dos seus direitos pignoratícios, expressamente ou tacitamente (restituindo o bem penhorado ou os títulos de crédito).
Confundindo-se, pelo instituto da confusão, na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa.
Dando-se a adjudicação judicial, a remição (pagamento) ou a venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele autorizada. 
Dos Penhores Especiais:
Do Penhor Especial Rural – créditos ou fomentos:
Agrícola – Art. 1.442 e Art. 1.443 do CC;
Pecuário – Art. 1.444 ao Art. 1.446 do CC;
O penhor especial rural se subdivide em agrícola ou pecuário. No agrícola também encontramos os penhores florestal ou extrativista. Na atualidade o penhor rural, em qualquer de suas modalidades, tem importância fundamental no desenvolvimento destas atividades.
Esta atividade pignoratícia serve como uma mola propulsora das atividades agrárias.
OBS: o penhor rural e recepcionado como penhor especial porque não se caracteriza pela tradição do bem, mas sim com a garantia da produção da safra futura, ou quando o pecuário se tratando das crias (frutos) ou de produção de carne quando se trata de pecuário de grande porte ou criação e abate de animais de pequeno porte. 
Do Penhor Especial Agrícola – tem como objeto de garantia a concessão sobre coisas futuras, ou seja, sobre colheitas de lavouras em formação que garantam o adimplemento e a garantia da dívida originária – Art. 1.442, incisos I e II.
OBS: O legislador garantindo em nosso ordenamento jurídico, porque havendo imprevisibilidade por caso fortuito ou força-maior e a safra não sendo suficiente para a quitação do débito, transfere-se o penhor para a safra subsequente. Ex: penhor de lavoura de soja, milho, algodão, látex, café e eucalipto. 
Penhor Especial Rural Pecuário – tem como objeto os animais que integram a atividade pastoral agrícola ou de laticínios. Também integram o penhor pecuário além dos animais de grande porte ( de cria ou engorda) , também poderão fazer parte as matrizes ou animais de pequeno e médio porte. Ex: produções de suínos, recria de ovinos, agricultura, psicultura, etc.
Do Penhor Especial Industrial e Mercantil – Art. 1.477 do CC – a modalidade de penhor especial industrial pode ter por objeto as máquinas (acessões industriais), aparelhos, materiais (matérias primas ou produtos manufaturados), instrumentos instalados e em funcionamento, como os acessórios ou sem eles; animais (utilizados como matérias primas nas indústrias. Ex: suinocultura, psicultura); sal e bens destinados à exploração das salinas, matérias primas,...
Do Penhor Especial de Direitos – Art. 1.452 do CC – o código civil brasileiro admite o penhor especial de direitos, suscetíveis de cessão, sobre coisas móveis, que se constitui mediante instrumento público ou particular, registrado no CRTD ( Cartório de Registro de Títulos e Documentos). O titular dos direitos entregará ao credor pignoratício os documentos comprobatórios, salvo se obtiver interesse legítimo em conservá-los. Ex: aluguéis. 
Do Penhor Especial de Títulos de Créditos – em seu objeto recai sobre títulos de crédito como cheques, nota promissória, duplicatas, guias de depósitos, warrants, debêntures, ações, CPRs etc. Tem a finalidade de garantir dívidas pela natureza imediata de sua liquidez. 
Art. 1.451 ao Art. 1.460 do CC – o penhor especial dos títulos de crédito tem fundamental importância no meio negocial com a finalidade de fomentar as atividades econômicas de determinados setores. 
Constitui-se mediante instrumento público ou particular ou endosso pignoratício com a tradição do título ao credor, conforme preceitua o Art. 1.458 do CC. 
OBS: o devedor do título empenhado que receber a intimação para não pagar ao seu credor ou se dar por ciente do penhor, não poderá pagar ao credor primitivo, pois se o fizer, responderá solidariamente por perdas e danos, perante o credor pignoratício (pois quem paga mal paga duas vezes) – Art. 1.460 do CC.
Do Penhor Especial de Veículos – Art. 1.461 ao Art. 1.466 do CC: em seu objeto recai sobre veículos automotores. Esta modalidade de penhor pode ser convencionada
Convencionada pelo prazo máximo de 02 anos, prorrogado por igual limite de tempo –hoje regulamentado por Medida Provisória ou Decreto com prazo mais dilatado, averbada a prorrogação à margem do registro respectivo – Art. 1.466 do CC. 
Constitui-se mediante instrumento público ou particular, registrado no CRTD do domicílio do devedor e anotado no certificado de propriedade do veículo (gravame no RENAVAM) – Art. 1.462 do CC. 
Do Penhor Legal – Art. 1.467 ao Art. 1.472 do CC – emana da lei e vem expresso na Lei e sua finalidade, que não adimplido no prazo legal, deverá ser homologado pelo credor pignoratício em juízo. 
O prazo para homologação prescreve no prazo de 1 ano – Art. 206, § 1°, inciso I do CC e Art. 1.471 do CC cumulado com Art. 874 do CPC. 
Outras Leis Especiais – Decreto Lei n° 18. 257/28; Decreto Lei 4.191/42;
São credores pignoratícios, independentemente de convenção estipulada por Lei e tendo por meio de direito de defesa de seus credores:
Os hospedeiros ou fornecedores de pousada ou de alimentos (restaurantes), sobre as bagagens móveis, jóias ou dinheiro que os seus consumidores ou fregueses tiveram consigo nos respectivos estabelecimentos, pelas despesas ou consumo que aí tiverem feito.
O dono de prédio rústico ou urbano (locação comercial ou industrial) – relação civilista, não aplica-se neste caso a Lei do Inquilinato, sobre os bens móveis que o rendeiro ou inquilino tiver guarnecendo o mesmo prédio pelos aluguéis ou renda em favor do senhorio – Art. 1.467 do CC.
O penhor legal constitui meio direto de defesa dos credores supracitados e completa-se somente com a homologação – Art. 1.470 e Art. 1.471 do CC cumulado com Art. 874 do CPC – prazo prescricional de 1 ano.
3.2 ) Da Hipoteca – Art. 1.225, inciso IX do CC e Art. 1.473 ao Art. 1.505 do CC:
O objeto, regra geral da hipoteca comum, recai sobre bens imóveis; da hipoteca especial recai sobre as estradas de ferro, navios de grande calado e aeronaves, com a finalidade de garantir o adimplemento de dívidas.
OBS: é o mais sólido dos direitosreais de garantia, pois incide sobre bens de raiz e necessita de registro no CRI. 
Conceito – a hipoteca é um direito real de garantia que tem por objeto bens imóveis, navios de grande calado, aviões pertencentes ao devedor (sujeito passivo) ou a terceiro e que embora não entregues ao credor (sujeito ativo), asseguram-lhe, preferencialmente, o recebimento de seu crédito.
A preferência pelo crédito na hipoteca, se define pelos graus da hipoteca : 1° grau e sucessivamente... o critério estabelecedor é o protocolo com o minuto, hora e dia/mês /ano. 
Das Características da Hipoteca:
O objeto gravado deve ser de propriedade do devedor ou de terceiros;
O devedor continua na posse direta do imóvel hipotecado, bem como permanece com o domínio, que por ser contrato solene, deve ser levado a registro no CRI para ter efeitos erga omnes ou para exercer o direito de preferência (graus de hipoteca). 
É indivisível – a hipoteca é uma, pois grava o bem na sua totalidade, mesmo que recaia sobre dois ou mais imóveis e havendo pagamento de parcelas o credor hipotecário não será obrigado a desalienar alguns dos imóveis. Art. 1. 421 do CC;
É direito acessório – ocorrendo a extinção da obrigação principal (dívida) extingue-se a hipoteca.
Na modalidade (espécie) convencional – Art. 108 do CC é contrato solene (quanto à forma), se perfaz através de escritura pública e registro no CRI.
Confere ao seu titular os direitos de preferência e de sequela. Preferência pelos graus de hipoteca. 
Assenta-se sobre dois princípios (o da especialização e da publicidade). Especialização é a descrição do negócio jurídico em que o contrato deverá ter o valor da dívida, o prazo, o objeto que recai a hipoteca com suas características essenciais (existentes no memorial descritivo), juros de sido pactuado. 
Publicidade – Art. 1.492 e seguintes do CC – em que a hipoteca requer contrato solene e averbação junto ao registro no CRI. 
Dos Objetos da Hipoteca :
As imóveis, como regra geral nas hipotecas convencionais e comuns.
Os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles (as acessões físicas ou intelectuais, as naturais ou industriais, as construções, benfeitorias, etc).
O domínio direto – quando realizada pelo proprietário do imóvel;
O domínio útil – quando vinculado a outro negócio jurídico, ou seja, quando incide sobre a propriedade outros direitos reais sobre coisas alheias. Ex: contrato de superfície, usufruto, enfiteuse, etc.
As estradas de ferro – permite a hipoteca sobre o domínio útil das mesmas.
Os recursos naturais a que se refere o Art. 1.230 do CC, independentemente do solo onde se acham - segue a regularização conforme o Código Nacional de Mineração. Tem que ter alvará de lavras. 
Os navios – Lei 8.935/94 e Lei 9.744/98;
As aeronaves – de acordo com Art. 1.473 do CC e Lei 7.565/86;
Das Espécies de Hipoteca:
Quanto à origem:
Convencional – quando emana de negócios jurídicos constituídos pela vontade das partes, ou seja, com o seu consentimento.
OBS: Esta espécie de hipoteca, se não houver prazo estabelecido, terá validade por 30 anos, se não houver um novo contrato haverá decadência do direito substantivo do credor hipotecário – Art. 1.485 do CC. 
Hipoteca Legal – quando emana da lei, no Código Civil, de acordo com incisos I a V do Art. 1.489, ou nas leis especiais.
Hipoteca Judicial – é a hipoteca proferida por sentença judicial de forma coercitiva para assegurar direitos sobre danos indiretos sobre o ofendido ou seus descendentes. Esta hipoteca irá recair sobre os bens do réu para assegurar a indenização do ofendido e seus familiares – Art. 1.489, inciso III ( responsabilidade civil). 
OBS: A hipoteca judicial terá prazo de 20 anos ( prescricional) ou pelo tempo que perdurar os efeitos da sentença judicial. Ex: dos filhos do pai assassinados até completar maioridade ou formarem em curso superior. Art. 1.498 do CC.
Quanto ao Objeto:
Hipoteca Comum – recai sobre bens imóveis e suas acessões, regra geral.
Hipoteca Especial – são as hipotecas regidas pelas Leis Especiais e recai sobre o domínio útil de bens como as estradas de ferro, navios de grande calado e aeronaves. 
Da Pluralidade de Hipotecas: Art. 1476 e Art. 1477 do CC c/c Art. 189 da LRP (registro no CRI):
Revela o sujeito passivo – nova hipoteca, podendo caracterizar o crime de estelionato ( Art. 171, § 2° do CP) sob pena quando há vedação expressa pelo contrato. 
A hipoteca em 1° grau tem direito de preferência e garantia. As demais hipotecas são denominadas de “sub hipotecas”, ou seja, em 2°, 3° e 4° graus... Não há que se falar em credores hipotecários concorrentes. 
Admite-se que um imóvel possa ser gravado de várias hipotecas ( a 2ª hipoteca e demais são denominadas de “sub hipotecas”) a menos que o titulo constituído anterior vede expressamente novas hipotecas. 
Mesmo havendo pluralidades de hipotecas, o credor primitivo não fica prejudicado, porque goza do direito de preferência, por estar em primeiro grau de preferência, conforme Art. 1.476 do CC.
A segunda hipoteca ou mais sobre o mesmo imóvel recebe o nome de subhipotecas, sempre garantidas através dos graus de registro no CRI, conforme Art. 1477 e Art. 189 da LRP.
Do Direito de Remição da Hipoteca – Art. 1478 do CC :
Refere-se ao pagamento antecipado da dívida em que libera o vínculo de garantia da hipoteca, extinguindo-se este instituto. 
O Código civil faculta a remição da hipoteca por parte do credor hipotecário da segunda hipoteca, quando o devedor não se ofereça no vencimento, a pagar a obrigação avençada, conforme dispõe o Art. 1478 do CC.
O segundo credor hipotecário efetuando o pagamento, se sub-rogará nos direitos da hipoteca anterior, sem prejuízo das que lhe competirem contra o devedor comum. 
OBS: neste caso a remição significa o pagamento por antecipação da dívida de 1° grau...
Da Perempção da Hipoteca:
Hipoteca Convencional – prazo de 30 anos – Art. 1485 do CC. A hipoteca convencional tem validade de 30 anos. Embora basta as partes estipularem o prazo que lhe convier e prorroga-lo mediante averbação do aditivo contratual, este não ultrapassará o referido prazo limite. Quando atingido, dar-se-á a perempção. Somente mediante novo instrumento contratual e submetido a outro registro, pode-se preservar o mesmo número de ordem (graus de preferência), na preferência da execução hipotecária, mantendo-se a garantia, conforme preceitua o Art. 1485 do CC. 
Hipoteca Legal/ judicial – prazo de 20 anos ou enquanto durar a situação jurídica – Art. 1498 do CC – A hipoteca legal/judicial terá prazo de 20 anos ou enquanto perdurar a situação jurídica do fato que a motivou, de acordo com o Art. 1498 do CC.
OBS: Perempção do CPC (Art. 267 ao Art.301) e diferente de Preempção do CC (Art.513 ao Art. 517)
Da Extinção da Hipoteca – Art. 1499 do CC:
Tendo caráter acessório, pela extinção da obrigação principal;
Pelo perecimento da coisa;
Pela resolução da propriedade – Art. 1359 do CC. Ex: propriedade resolúvel, aquisição do credor hipotecário através de contrato de compra e venda;
Pela renúncia do credor (sujeito ativo) que deve ser expressa – ato unilateral e deve ser sempre solene;
Pela remição efetuada pelo credor da 2ª hipoteca, pelo executado, seu cônjuge, descendente ou ascendente; Ex: também por terceiros interessados como herdeiros, condôminos e sucessores. 
Pela arrematação ou adjudicação (art. 1418 do CC), no mesmo processo ou em outro, desde que o credor hipotecário seja notificado judicialmente da venda e não compareça para defender o seu direito. 
3.3 Da Anticrese – Art. 1506 ao Art. 1510 do CC:
Do Objeto da Anticrese – direitos reais de garantia que recai sobre os frutos de um imóvel. Estes frutos poderão ser classificados em:
Naturais: como a azeitona, laranja, borracha (látex);
Civis : juros, aluguéis, arrendamentos;
Industriais ou Manufaturados : produtos desmembrados e matéria prima manufaturadas.
Da Finalidade da Anticrese – garantia ou adimplemento de dívidas ou obrigações.
Das Características da Anticrese– tempo determinado, direito acessório por recair sobre os frutos de imóveis deverá ser sempre solene e registrado no CRI.
Conceito de Anticrese – a anticrese é direito real de garantia sobre coisa alheia, em que o credor anticrético recebe a posse direta de coisa frugífera (coisas que poderão produzir frutos naturais, civis ou industriais), ficando autorizado a perceber os frutos e imputá-los no pagamento da dívida, conforme o Art. 1506 do CC.
Das Partes da Anticrese:
Credor anticrético – aquele que detém a posse direta do imóvel para fruir, ou seja, o direito aos frutos deste;
Devedor anticrético – tem a propriedade/ domínio do imóvel, mas detém a posse indireta do imóvel pelo tempo de vigência do contrato de anticrese.
Das Características da Anticrese -:
É direito real de garantia;
É direito acessório e vincula ao contrato principal a coisa originária;
Requer capacidade das partes – legitimidade das partes;
Não confere preferência ao credor anticrético no pagamento do credito com a importância obtida na excursão (execução) do bem onerado, pois só lhe é conferido o direito de retenção. 
Requer, para sua constituição, contrato solene por escritura pública e registro no CRI;
O devedor anticrético transfere a posse direta do bem imóvel (uso, gozo e fruição) dos frutos (bem frugífero) ao credor anticrético (sujeito ativo).
OBS: O prazo de caducidade é de 15 anos, conforme Art. 1423 do CC – não extinguindo-se a dívida, o credor passa a ser quirografário com título de crédito contratual ( extrajudicial). 
OBS: pode-se transferir para terceiros como a locação e o arrendamento dos frutos.
Da Extinção da Anticrese:
Pelo pagamento da dívida;
Pelo término do prazo legal ou por caducidade – Art. 1423 do CC;
Pelo perecimento do bem anticrético – Art. 1509, § 2° do CC, porém o credor continua como credor quirografário;
Pela desapropriação do bem – Art. 1509 , § 2º do CC;
Pela renúncia do credor anticrético;
Pela excursão (execução) de outros credores quando o credor anticrético não opuser seu direito de retenção – Art. 1509, § 1° do CC;
Pelo resgate feito pelo adquirente do imóvel gravado – remição – Art. 1510 do CC.

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