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ESTRUTURA HISTOLÓGICA DA GLÂNDULA UROPIGIAL DA ÁGUIA- PESCADORA (Pandion haliaetus) Harem, I. S., Harem M. K., Kozlu T. T., Bozkurt Y. A., Sari E. K., Altunay H. Introdução A glândula uropigial, que existe na maioria das espécies aviárias, é uma glândula secretora holócrina de natureza tubular simples situada sob a pele na parte dorsal da cauda. A glândula uropigial produz um óleo que as aves espalham pela sua plumagem enquanto se limpam. A plumagem de aves aquáticas privadas de óleo uropigial torna-se frágil e está sujeita a ruptura. Óleo uropigial também pode proteger aves contra outros organismos que degradem a plumagem tais como as bactérias e fungos. Águias-pescadoras têm várias adaptações morfológicas para seu estilo de vida único de comer somente peixes. Estas adaptações incluem as pernas relativamente longas em comparação com outras espécies de rapina; uma derme plantar espiculada; longas, afiadas, garras curvadas; e um dedo do pé exterior reversível para ajudar a agarrar o peixe escorregadio. Em adição, águias- pescadoras têm plumagem densa, oleosa e válvulas nasais que protegem o pássaro quando este mergulha para apanhar um peixe. Este estudo foi realizado para determinar a estrutura histológica da glândula uropigial em uma Águia-pescadora. A glândula uropigial de uma águia-pescadora encontrada perto do rio Asi na província de Antakya (Turquia) foi examinados para este estudo. O pássaro, que foi internado na clínica da Faculdade de Medicina Veterinária Mustafa Kemal (Hatay,Turquia), não respondeu ao tratamento e morreu depois de uma semana. A glândula uropigial foi extirpada 15 minutos após a morte e foi fixado em formol-álcool para 12 horas, desidratada, limpa e incorporada em parafina. Secções de 6 mícrons de espessura foram cortadas e corados com corante triplo de Mallory, para o demonstração da estrutura geral e com o procedimento de Von Kossa para demonstrar deposição de cálcio (Ca2+). Em geral, os lipídios, conteúdo de secreção da glândula uropigial, é relatado como maior em aves aquáticas, seu local de síntese são os túbulos periféricos. Esta região de túbulos periféricos da glândula uropigial na Águia-pescadora, que se assemelha a dos pombos em termos de tipos de revestimentos celulares, continha muitas células secretoras e degenerativas com um elevado nível de diferenciação e, por conseguinte, um nível elevado de lipogênese. Este achado pode estar relacionado com a adaptação do pássaro ao seu habitat, que o obriga a mergulhar na água para pegar as presas. A composição dessa secreção também pode sofrer influência do contato com a água. A glândula uropigial tem natureza tubular simples, holócrina, bilobulada, cada lóbulo com uma cavidade central e um duto excretor, que estão dentro de uma cápsula de tecido conjuntivo. É composta por túbulos secretores que possuem quatro tipos de células: basal, intermediária, secretoras e degenerativas, as duas últimas com grande lipogênese. Serve como reservatório de cálcio, mas sua função não está relacionada com o metabolismo de cálcio. O óleo da glândula uropigial forma uma barreira contra água para a plumagem desta espécie, que tem contato frequente com água. As membranas e o citoplasma das células degenerativas localizadas na base dos lóbulos revelaram deposição de cálcio (Ca2+). Essa deposição também foi relatada no lúmen dos túbulos periféricos e centrais da glândula uropigial em patos domésticos. Para sustentar esta descoberta, foram feitas análises da secreção da glândula uropigial que revelou a presença de constituintes não lipídicos, incluindo sais inorgânicos. HAREM, Ismail S. et al. Histologic structure of the uropygial gland of the osprey (Pandion haliaetus). Journal of Zoo and Wildlife Medicine, v. 41, n. 1, p. 148-151, 2010. Resultados Objetivos Metodologia Conclusão Referências A organização histológica da glândula é composta por epitélio glandular tubular dividido em quatro camadas: germinativa, intermediária, secretora e degenerativa. O exame macroscópico revelou que a glândula é composta por dois lóbulos colocados dentro de uma cápsula. Cada lóbulo possuía uma cavidade grande, centralmente localizada e um duto excretor. Os túbulos secretores, que originaram o parênquima, foram separados por tecido conjuntivo e abrem-se no lúmen central. O epitélio estratificado que reveste a parede dos túbulos é composta das seguintes camadas de células, da camada basal ao lúmen de célula: células basais, células intermediárias, células secretoras, células degenerativas e túbulos periféricos na região exterior e túbulos centrais na região interior do lóbulo. Figura 1. A. vista panorâmica da base da glândula uropigial da águia-pescadora. K= cápsula, P= túbulos periféricos, M= túbulos centrais, C= cavidade central. B. Região de túbulos periférico do glândula uropigial da águia-pescadora. L= lúmen dos túbulos, K= cápsula, T= tecido conjuntivo intertúbulos, b= células basais, i= células intermediárias, s= células secretoras, d= células degenerativas. Figura 2. A. região de túbulos centrais da glândula uropigial da águia pescadora. L= lúmen dos túbulos, T= tecido conjuntivo intertúbulo, b= células basais, i= células intermediárias, s= células secretoras, d= células degenerativas. B. Depósitos de cálcio nas células degenerativas dos túbulos periféricos tingidos de preto. Kelly Grayce Perestrelo Marina Juliani Baumhak Pâmela Bosche Vasconcerva Vanessa França Maia
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