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Formação Econômica do Brasil A Economia Cafeeira A lavoura do café oferecia grande ampliação na lucratividade comercial, porém, precisava ser financiada. Mas, não havia vinculo direto entre o fazendeiro e o banco. Surge o comerciante para fazer esse intermédio entre os dois. Financiando a produção de café e comercializando o produto. O papel do Comerciante Os comerciantes ou comissários, assim chamados, se tornaram importantes para auferir lucros aos fazendeiros, realizando a venda da produção, e obtendo o financiamento para a produção do café. O modelo de produção do café e a importância do financiamento Por se tratar de uma lavoura permanente, exigia longo período para sua formação, o café era colhido a partir do quinto ou sexto ano, com isso, demanda investimento para capital de giro, para conservar e preservar a produtividade da planta, principalmente quando a mão de obra era remunerada. O relacionamento comercial entre a casa comissária e a fazenda, principiava pelo fornecimento de credito ao fazendeiro, tanto para a formação da lavoura quanto para o custeio da fazenda, ou seja, o comissário era o banqueiro do fazendeiro. O fazendeiro entregava a produção ao comissário que preparava e vendia o café, ganhando apenas uma comissão que na época era de 3% A relação entre comissário e fazendeiro deixou de ser apenas comercial, o comissário passou a cuidar das questões pessoais do fazendeiro como: Passou a ser seu mentor, assistindo ele com conselhos e recursos. De regulador, disciplinado na exploração das lavouras e estabelecendo medidas na expansão de novas culturas. Exercia a função de tutor do filho do fazendeiro quando vinha para a cidade estudar. A importância do recurso financeiro do café A estrutura do sistema de credito era informal, os bancos emprestavam sob credito pessoal do comissário, bastando o mesmo comprovar a existência de conta corrente. Para o fazendeiro era mais difícil, pois, residia longe da capital e do porto de Santos, onde ocorria a transação e exportação do café. Os capitais financeiros, seja nacional ou estrangeiros da época estavam aplicados no grande negócio que era o café, sendo uma das mercadorias de maior valor no comercio internacional. O sistema de credito informal era flexível e adequado ao fazendeiro, pois, caso a colheita fosse pequena, ou a cotação do café no mercado internacional e os preços no mercado interno baixassem, o pagamento do empréstimo era adiado. Independente de dar lucro ao fazendeiro, do comissário tinha a sua comissão garantida na comercialização do café. O esgotamento do sistema financeiro da economia cafeeira O ponto fraco do sistema residia precisamente no caráter pessoal do crédito: na medida da expansão da lavoura e do consequente aumento do volume de negócios, as somas emprestadas cresceram e passaram a exigir garantias mais sólidas. O sistema na praça de Santos, convergia no interesse do comissário e fazendeiro que se interessavam na alta do café, aos exportadores era a baixa do preço interno que importava. Pois ganhava na diferença entre esse preço e o preço de exportação. O controle do comercio exportador, eram feitos pelos estrangeiros, tanto no Rio, quanto na praça de Santos. Assim, a renda gerada pela economia cafeeira era apropriada por capital estrangeiro e drenada para o exterior. Os exportadores estrangeiros da praça de Santos exerciam um papel de oligopsônio sobre vendedores, enquanto as casas comissárias organizavam-se numa estrutura concorrencial. Os comissários trabalhavam pela alta das cotações, porém, manipulando o café, misturando com outro de qualidade inferior. O café vendido ao exportador era acompanhado de uma simples conta que o fazendeiro possuía na casa comissária, tendo a data alterada pelo comissário. Prejudicando o fazendeiro. Assim, o mecanismo de comercialização e financiamento do café, baseado no comissário, começou a se mostrar inadequado para o empreendimento cafeeiro. Por um lado os recursos financeiros adicionais se tornaram necessários para o custeio das fazendas, de outro, a introdução do trabalho livre veio eliminar a necessidade de recursos antes, exigidos para aquisição de escravos.
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