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Universidade Federal do Acre Pró-reitoria de Graduação Centro de Educação, Letras e Artes Coordenação do Curso de Letras Inglês Panorama da Literatura Portuguesa e Brasileira Docente: Simone Lima Discente: Luna Pessoa Cantiga da Garvaia e a Língua Portuguesa em Portugal Cantiga da Guarvaia e a Língua Portuguesa em Portugal (Idade Média) Paio Soares de Taveirós Autor da Cantiga da Garvaia, que por muito tempo foi considerada a primeira obra poética em Língua galaico-portuguesa. Até hoje continua a desafiar a imaginação dos críticos, com a real interpretação de sua cantiga e sobre a personagem a quem é dirigida: uma filha de D. Pai Moniz, por muito tempo identificada como D. Maria Pais Ribeiro, a célebre Ribeirinha, amante do rei português D. Sancho I. Francisco de Goya Tio Paquete, 1820, óleo sobre tela, 39.1 x 31.1 cm. Coleção Thyssen-Bornemisza, Madri, Espanha. Panorama Histórico Cristianismo Cruzadas rumo ao oriente Luta contra os mouros Teocentrismo: poder espiritual e cultural ligado à igreja católica Feudalismo Consolidação de Portugal A vida do homem medieval é totalmente norteada pelos valores religiosos e para a salvação da alma. Teocentrismo Arte voltada para a religião As relações sociais estão baseadas também na submissão aos senhores feudais. Estes eram os detentores da posse da terra, habitavam castelos e exerciam o poder absoluto sobre seus servos ou vassalos. Clero, Vassalo e Camponês Modo social e econômico: Feudalismo Ilustração da organização de um Feudo Início do Trovadorismo O marco inicial do Trovadorismo data da primeira cantiga feita por Paio Soares Taveirós, provavelmente em 1198, intitulada Cantiga da Guarvaia ou Cantiga da Ribeirinha. As cantigas eram acompanhadas por instrumentos musicais como: alaúde, flauta, viola, gaita. Alaúde Flauta Gaita Viola Trovador, jogral, menestrel e soldadeira Quem escrevia e cantava as poesias musicadas eram os jograis e os trovadores. Quem cantava as cantigas compostas pelos jograis e trovadores era o menestrel. A soldadeira era a moça que dançava, cantava e tocava castanholas ou pandeiro durante a apresentação das cantigas. Menestrel Soldadeira Línguas: Galego e Português As cantigas trovadorescas eram escritas em galego-português. Na Alta Idade Média, o latim vulgar da Península Ibérica foi-se modificando, dando origem a vários dialetos chamados romances. A língua usada na Península Ibérica era o galego. Mas com a separação política entre Portugal e a Galiza (século XII), a língua de Portugal (galego-português) sofreu alterações, foi se afastando do galego e dos dialetos do norte do país, e no sul recebeu contribuições dos moçárabes até tornar-se uma nova língua. A partir do século XV, o português seguiu seu rumo como língua nacional. Cantiga da Guarvaia (ou Cantiga da Ribeirinha) em galego-português No mundo non me sei pareiha, Mentre me for como me vai, Ca já moiro por vós – e ai! Mia senhor branca e vermelha, Queredes que vos retraia Quando vos eu vi em saia! Mau dia me levantei, Que vos enton non vi fea! E, mia senhor, dês aquel di’, ai! Me foi a mim mui mal, E vós, filha de don Paai Moniz, e bem vos semelha D’haver eu por vós guarvaia, Pois, eu, mia senhor, d’alfaia Nunca de vós houve nen hei Valia d’ua Correa. Paio Soares de Taveirós Cantiga da Guarvaia (ou Cantiga da Ribeirinha) em português contemporâneo No mundo não conheço quem se compare A mim enquanto eu viver como vivo, Pois eu moro por vós – ai! Pálida senhora de face rosada, Quereis que eu vos retrate Quando eu vos vi sem manto! Infeliz o dia em que acordei, Que então eu vos vi linda! E, minha senhora, desde aquele dia, ai! As coisas ficaram mal para mim, E vós, filha de Dom Paio Moniz, tendes a impressão de Que eu possuo roupa luxuosa para vós, Pois, eu, minha senhora, de presente Nunca tive de vós nem terei O mimo de uma correia. (coisa sem valor) Características da Cantiga da Guarvaia Subjetividade Convencionalismo “Quando eu vos vi sem manto! Infeliz o dia em que acordei, Que então eu vos vi linda!” “E vós, filha de Dom Paio Moniz” “Pois, eu, minha senhora, de presente Nunca tive de vós nem terei” Superioridade feminina no amor “No mundo não conheço quem se compare A mim enquanto eu viver como vivo, Pois eu moro por vós – ai!” Religiosidade Não há apelo religioso na Cantiga da Garvaia, mas em muitas outras cantigas tal temática é abordada. Antiga escritura da Cantiga da Guarvaia Ilustração demonstrando apresentação de uma Cantiga 16 Trovadorismo Contemporâneo "Violeiro" (1899), do pintor Almeida Júnior Vai minha tristeza E diz a ela que sem ela não pode ser Diz-lhe numa prece Que ela regresse Porque eu não posso mais sofrer Chega de saudade A realidade é que sem ela Não há paz não há beleza É só tristeza e a melancolia Que não sai de mim Não sai de mim Não sai Mas, se ela voltar Se ela voltar que coisa linda! Que coisa louca! Chega de saudade Tom Jobim e Vinícius de Moraes Pois há menos peixinhos a nadar no mar Do que os beijinhos Que eu darei na sua boca Dentro dos meus braços, os abraços Hão de ser milhões de abraços Apertado assim, colado assim, calado assim, Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim Que é pra acabar Com esse negócio De você viver sem mim Não quero mais esse negócio De você longe de mim Vamos deixar desse negócio De você viver sem mim O Rapto de Juana do Tarugo de Elomar Figueira de Melo (relação com a Cantiga da Garvaia) Infrentei fôsso muralha e os ferros dos portais só pela graça da gentil senhora filtrando a vida pelas grãos de ampulhetas mortais d'além de tras-os-Montes venho por campo de justas honrando este amor me expondo à Sanha Sanguinária de côrtes cruéis infrentei vilões no Algouço e em Senhores de Biscaia fidalgos corpos de armas brunhidas não temo escorpiões cruéis carrascos vosso pai enfreado à porta do castelo tenho meu murzelo ligeiro e alazão que em lidas sangrentas bateu mil mouros infiéis Ó Senhora dos Sarsais minh'alma só teme ao Rei dos reis deixa a alcova vem-me à janela [...] Referências bibliográficas http://tracostrovadorescosatuais.blogspot.com.br/ http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Resenha-Tem%C3%A1tica-Trovadorismo/167292.html http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/32033/cantiga-de-ribeirinha-literatura-portuguesa#ixzz33QyoMaok http://www.elomar.com.br/discografia/letras/raptojuanatarugo.html http://www.vagalume.com.br/tom-jobim/chega-de-saudade.html#ixzz346RZEZBp http://cultura.culturamix.com/curiosidades/o-que-sao-trovadores http://www.mp3parabaixar.net/chega-de-saudade-tom-jobim-mp3/ http://virusdaarte.net/os-menestreis-e-os-trovadores/ Acessos em maio e junho de 2014
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