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ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS EPIDEMIOLOGIA A epidemiologia é a ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva (fatores do ambiente – físico, químicos e biológicos -, culturais, socioeconômicos, do agente e do hospedeiro ou suscetível), propondo medidas específicas de prevenção, controle, ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. As doenças transmissíveis são importante causa de morte e ainda atingem milhões de pessoas em numerosas regiões, especialmente nos países em desenvolvimento. A doença é um desajuste, no organismo ou célula, temporário ou não. Ou uma falha nos mecanismos de adaptação do organismo ou, ainda, ausência de reação à estímulos à ação em que está exposto. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA É o que dá suporte para o profissional de saúde para realizar a atenção, pois torna possível a descrição das múltiplas e diferentes enfermidades. Sendo assim, é capaz de apontar os diferentes métodos de prevenção e controle, servindo de base para a compreensão de situações reais e específicas, tornando operacionais as medidas de prevenção. É constituído pelo conjunto de processos interativos entre o agente, o suscetível e o meio ambiente, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. O conhecimento da HND favorece o domínio das ações preventivas necessárias. A HND desenvolve-se em duas vertentes: epidemiológica (foco é o suscetível e o ambiente) e patológica (foco é o locus da doença, onde tem as modificações bioquímicas, fisiológicas e histológicas próprias da enfermidade). A HND divide-se em dois períodos: pré-patogênico e de patogênese. PERÍODO PRÉ-PATOGÊNICO = Tem vertente epidemiológica; Está ligado ao controle do risco. É a evolução das inter-relações entre os agentes etiológicos da doença, dos fatores próprios do suscetível e os fatores ambientais, socioeconômicos, socioculturais, sociopolíticos, socioculturais e psicossociais que permitem a existência do risco e estimulam o desenvolvimento da enfermidade. Nesse período, podem ocorrer situações que vão desde o mínimo de risco até o máximo de risco, dependendo dos fatores presentes e da forma como estes se estruturam. Exemplo: pessoas abastadas adoecerem de cólera é um evento de baixa probabilidade, ou seja, a estrutura formada pelos fatores de predisponentes à cólera para essas pessoas é de risco mínimo; por outro lado, para os usuários de drogas injetáveis que utilizam coletivamente a mesma agulha, os fatores pré-patogênicos estruturados criam uma situação de alto risco, favorável à aquisição de HIV. Vale ressaltar que nenhuma das condições para que uma doença ecloda é por si só suficiente, e sim depende da estruturação dos fatores contribuintes (multifatorialidade). Quanto mais estruturados estiverem os fatores, maior força terá o estímulo patogênico (sinergismo). A prevenção nesse período é de ordem primária, ou seja, a doença ainda não se instalou e o objetivo é impedir que ela se instale, e divide-se em: - Promoção da saúde (medidas de ordem geral para impedir a existência do risco – moradia adequada, escolas, áreas de lazer, alimentação adequada, prática de exercícios, educação em todos os níveis); - Proteção específica (já na existência do risco, medidas para impedir a exposição a ele – imunização, vacinação, quimioprofilaxia, saúde ocupacional, higiene pessoal e do lar, proteção contra acidentes, aconselhamento genético, controle dos vetores). PERÍODO DE PATOGÊNESE = Tem vertente patológica; É o período de implantação da doença. Inicia-se com as primeiras ações dos agentes patogênicos sobre o ser afetado. Seguem-se as perturbações bioquímicas em nível celular, continuam com as perturbações na forma e função, evoluindo para defeitos permanentes, cronicidade, morte ou cura. Esse período divide-se em quatro níveis/etapas: - Interações estímulo-suscetível = A doença ainda não tomou desenvoltura, mas todos os fatores necessários para a sua ocorrência estão presentes; - Alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas = A doença já está implantada, sem manifestação clínica, mas com alterações histológicas em nível de percepção subclínica, podendo ser percebida por exames clínicos ou laboratoriais. É o período de incubação; - Sinais e sintomas = Estágio clínico, os sinais iniciais da doença transformam-se em sintomas. Foi atingida uma massa crítica de alterações funcionais no ser acometido, e a evolução da doença encaminha-se para um desenlace, podendo ser a cura, cronicidade, invalidez ou morte; - Defeitos permanentes, cronicidade. A prevenção nesse período pode se dar em nível secundário ou terciário. A prevenção secundária é realizada no indivíduo já sob ação do agente patológico e inclui: - Diagnóstico precoce e tratamento imediato (inquéritos para descoberta de casos na comunidade, exames periódicos, individuais, para detecção precoce de casos, isolamento para evitar a propagação de doenças, tratamento para evitar a progressão da doença); - Limitação da incapacidade/invalidez (evitar futuras complicações, evitar sequelas). A prevenção terciária consiste na prevenção da incapacidade total através de medidas destinadas à reabilitação (fisioterapia, reabilitação, terapia ocupacional, emprego para o reabilitado, processos de reeducação e readaptação). DOENÇA Falha na adaptação, desajuste de longo ou curto prazo. Fases: Pré-patogênica; Patogênica; Desenlace (morte ou imunidade); Cura. Aguda ou crônica. Infecção: Desenvolvimento de um agente em uma pessoa (vírus bactérias, fungos). Doenças Quarentenáveis: Pode levar à restrição de atividades, durante o período de incubação, para evitar a propagação da doença. Ex. cólera, febre amarela. Doenças de Isolamento: Em ambiente hospitalar para não haver propagação da doença. Tipos de isolamento: Respiratório (tuberculose); Entérico (cólera); De contato (estafilocócica cutânea). Período de incubação: Tempo entre exposição ao agente e aparecimento de sinais/sintomas da doença. Varia de meses a anos. Bioagentes Patogênicos: É o tipo de agente infeccioso (viral, bacteriano, fúngico...) Propriedades dos bioagentes: Infectividade = capacidade de maior ou menor penetração e desenvolvimento; Patogenicidade = qualidade do agente produzir sintomas em maior/menor proporção de infectados; Virulência = capacidade de produzir casos graves ou fatais. Maior/menor produção de toxinas; Poder invasivo = capacidade de difundir; Poder imunogênico/imunogenicidade = capacidade de induzir imunidade no hospedeiro (natural ou artificial). Antrozoonoses: Reservatório consiste nas populações animais. Anfixenoses: Doenças que dão em homens e animais. Fitonoses: Infecções ao homem causadas por vegetais. Hospedeiro susceptível: Indivíduo penetrado por bioagentes patogênicos, havendo desenvolvimento e multiplicação. Indivíduo infectável: sujeito à infecção. Indivíduo resistente: resiste a adquirir a infecção. Indivíduo não infectado: Não exposto; exposto, mas resistente; susceptível que não entrou em contato. Veículo: fontes entre reservatório e hospedeiro. Ex: objetos. Fômites: objetos da pessoa infectada que podem transmitir agentes infecciosos, sendo necessária a desinfecção. Mecanismo de penetração: Ingestão, inalação, transmissão transplacentária, mucosas, objetos e instrumentos, picadas e mordeduras. Transmissão horizontal: direta ou indireta e de pessoa para pessoa. O QUE É CONCEITO DE CASO E SEUS TIPOS É a pessoa/animal infectado/doente que tem características clínicas, laboratoriais e epidemiológicas de uma doença. Tipos: Confirmado = pessoa identificada com o agente. Autóctone = que tem origem natural do local. Alóctone= casos importados (emigração). Suspeito = que pode vir a desenvolver a doença, sugestão de doença pelo histórico. Comunicantes = todos que têm contato com a pessoa infectada. Epidemia = que passa da normalidade. Pandemia = ocorrência epidêmica em larga escala/mundial. Surto = ocorrência de 2 ou mais casos relacionados. Ex: por transmissão oral, alimentar, etc.
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