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LESÕES CELULARES IRREVERSÍVEIS As células e tecidos dos indivíduos são mantidos em homeostase até que algum tipo de equilíbrio funcional ou estrutural seja alterado , o que define se haverá reversibilidade ou não é a aplicação desse estimulo. Caso o estimulo seja nocivo e persistente ultrapassando o limite de reversibilidade , as células podem perder sua capacidade de regeneração e sofrer lesões irreversíveis. Necrose : conjunto de alterações morfológicas no indivíduo vivo que levam á morte celular de uma porção do organismo seguida de autólise. Autólise: auto-digestão enzimática com enzimas provenientes da própria célula. A necrose difere da morte somática pois na primeira os processos patológicos ocorrem em vida , já na segunda há a morte do indivíduo. EVENTOS BIOQUÍMICOS COMUNS NA NECROSE Radicais livres : moléculas com elétrons não pareados capazes de “atacar” substancias , como proteínas, ac.núcleicos. Redução de ATP: culmina na perda de controle do sódio influenciando em eventos importantes como a bomba de NA+/K++. Defeitos na permeabilidade da membrana Perda da homeostasia do cálcio: os cálcio desencadeia efeito de cascata , fornece energia para mitocôndrias e retículo endoplasmático A resposta á agressão depende do tipo de estímulo , duração e intensidade Dependem do tipo de célula e do estado e adaptabilidade desta. Isquemia: não há fluxo sanguíneo, nem chegada de glicose ; sendo assim pior que a hipóxia(falta de O2). Com a isquemia a fosforilação oxidativa (cadeia respiratória) é cessada diminuindo ,portanto,a quantidade de ATP , então haverá maior respiração anaeróbica pelas células , diminui-se assim as reservas de glicogênio aumentando a formação de ácido lático no meio celular , esse meio terá um pH menor favorecendo a condensação da cromatina nuclear(achado microscópico). Com a diminuição de ATP há menor síntese proteica culminando na acumulação de lipídeos. PAPEL DO CÁLCIO NA LESÃO CELULAR O cálcio entra na célula a partir de uma lesão celular prévia , com a entrada do cálcio e o aumento de seu teor no citosol da célula haverá ativaçãode enzimas como ATPase ,fosfolipases,proteases e endonucleases que destruírão a membrana e citoesqueleto proteíco das células. PROCESSOS QUE INDUZEM ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS NAS CÉLULAS NECRÓTICAS Autólise: auto-digestão enzimática com enzimas provenientes da própria célula. Heterólise: ação de enzimas trazidas por outras células ; ex:macrófagos e neutrófilos. TIPOS DE NECROSE : -coagulação ( ou isquemica) - liquefação -caseosa - gordura NECROSE DE COAGULAÇÃO Ocorre por diminuição ou interrupção do aporte sanguíneo em um tecido que resulta na degradação das proteínas celulares e na diminuição do Ph intracelular. Etiologia (causas) : Pode ser secundário á Isquemia e é mais comumente associado á trombose ou tromboembolismo. Patogenia(mecanismos): durante o processo de destruição celular ,há a desnaturação das proteínas por meio de enzimas. Juntamente com a hipóxia que provoca acidez no meio intracelular que destruirá enzimas lisossomais preservando a arquitetura tecidual, posteriormente haverá a chegada de neutrófilos que degradarão as células para que então sejam removidas por macrófagos. Macroscopia : a área afetada fica brancacenta , muitas vezes há um halo avermelhado devido resposta inflamatória . há o aumento da irrigação no local pois o organismo reconhece-o como um corpo estranho. Diagnóstico definitivo : caso seja no rim infarto renal. NECROSE DE LIQUEFAÇÃO Ocorre em qualquer tecido associada á bactérias piogênicas e no sistema nervoso central associado á lesões de hipóxia. Etiologia(causas): Inflamações purulentas causadas por bactérias piogênicas .No sistema nervoso central ,qualquer que seja a morte celular , ocorre liquefação da área morta. Patogenia(mecanismos): Os agentes patogênicos atraem neutrófilos e outras células inflamatórias ,que liberam enzimas citolíticas que cursam com a liquefação das células mortas e debris teciduais (pus). Liquefação causada pela liberação de grande quantidade de enzimas lisossômicas. Aspectos macroscópicos : Área necrótica mole devido quantidade de enzimas adquire consistência mole, semifluida ou liquefeita. Comum após anóxia em tecido nervoso, adrenais e mucosa gástrica. Nas inflamações purulentas há necrose por liquefação do tecido inflamado ⇨ ação enzimas lisossômicas liberadas por leucócitos exsudados. Doenças : Polioencefalomalacea em ruminantes Etiologia : Deficiência de tiamina ,intoxicação por enxofre. Ocorreu algum desequilíbrio na microbiota dos proventriculos que são responsáveis pela produção de tiamina Pode ser em decorrência de mudança do concentrado abrupta, que pode aumentar a população de tiaminase num Ph mais ácido. Leucoencefalomalacea : somente em cavalos Etiologia: ingestão de um fungo - Fusarium verticilioides -conferindo intoxicação por fumonisina B1 que é uma micotoxina. NECROSE DA GORDURA Ocorre quando há o extravasamento de enzimas lipoliticas para o tecido adiposo Etiologia(causa): A necrose da gordura pode ocorrer por: -liberacao de enzimas pancreáticas (lipases e proteases). Que está associado geralmente a pancreatite aguda em que os ácinos pancreáticos deixam escapar o suco pancreático e então suas enzimas agem na gordura abdominal e gordura adjacente ao pâncreas . Também pode ocorrer em situações de lesões de esmagamento sobre o tecido adiposo , denominada de gordura traumática que ocorrem em bovinos confinados que permaneceram longo tempo em decúbito Patogenia (mecanismo): liquefação lenta dos adipócitos associada á inflamação ,onde ácidos graxos liberados (provenientes das enzimas liberadas pelo suco pancreático ) das ligações esteáricas dos triglicerídeos se ligam á íons de Ca++,Na e K, levando uma reação de saponificação. Aspectos macroscópicos : pequenos grumos firmes, opacos e esbranquiçados ,lembram parafina derretida, ocorre principalmente na gordura abdominal e ao redor do pâncreas ,no tecido adiposo subcutâneo e nas glândulas mamárias . Aspectos microscópicos Observa-se nas áreas com necrose da gorduraapenas o contorno dos adipócitos com interior preenchido por material granular e levemente basofilico. Pode haver áreas de calcificação e reação inflamatória associada . Doença : pancreatite aguda NECROSE CASEOSA Semelhante massa de queijo Etiologia (causa) : a necrose caseosa normalmente associa-se a doenças bacterianas crônicas ,que possuem lipídeos , de origem bacteriana, de difícil degradação. É uma lesão típica da tuberculose em qualquer espécie animal . Em medicina veterinária, pode haver indução deste tipo de lesão,pelo Corynebacterium pseudotuberculosis --> Linfadenite caseosa em ovinos. Patogenia (mecanismo) : a necrose deselvolve-se pela degradação tardia da parede celular bacteriana e pela ativação de mecanismos imunitários ,envolvendo macrófagos e células T sensibilizadas . Na tuberculose os bacilos possuem mecanismos capazes de inibir a ação de compostos reativos e de citocinas ,utiliza estratégias como inibição de processos de fusão, inativação de enzimas lisossômicas e modificações no fagolisossoma que facilitam a sobrevivência dos bacilos. Aspectos macroscópicos O tecido necrotico é friável ,quebradiço ,levemente granular e de cor esbranquiçada ou levemente amarelada .pode haver áreas necróticas constituída por tecido conjuntivo fibroso que delimita a área necrótica . Aspectos microscópicos : Ocorrência de autólise e heterolise O centro necrótico aparece como material amorfo eosinofílico com perda da arquitetura dos tecidos . Há células picnoticas ,com cariorrexe . Situações em que ocorre a necrose caseosa : Tuberculose em bovinos Linfadenite caseosa em ovinos e caprinos Doenças sistêmicas por fungos e agente de difícil degradação Tuberculose bovina Etiologia:Mycobacterium bovis Patogenia: heterolise é o evento mais importante ,efetuado principalmente por macrófagos modificados . Microscopia: massa amorfa eosinofilica .macrófagos quando matam bactérias apresentam antígenos atraindo linfócitos , macrófagos se fundem macrófagos epitelióides Linfadenite caseosa -ovinos e caprinos Etiologia : Corynebacterium pseudotuberculosis. Patogenia : ação de macrófagos +neutrófilos heterolise . GANGRENA É uma evolução da necrose de coagulação que resulta de uma ação externa sobre o tecido necrosado . Etiologia: pode ser provocada por isquemia ,seguida ou não da ação de microorganismos . Gangrena seca: frio excessivo ou congelamento , compressão constante e prolongada de uma região, ingestão de produtos contaminados pelas toxinas alcalóides ergot ou da fetusca (plantas) Gangrena úmida : bactérias saprófitas que em geral contaminam o tecido após processo traumático ou isquemia grave As bactérias saprófitas do meio ambiente levam a liquefação do tecido por contaminação secundária , também levam a putrefação do tecido com produção de H2S conferindo odor de podridão. Patogenia: Gangrena seca : tecido necrótico entra em processo de mumificação por conta da redução de água nas células ,o que inviabiliza a proliferação bacteriana. Gangrena úmida : bactérias saprófitas da flora ou do ambiente colonizam o tecido necrosado por conta da isquemia (necrose de coagulação) levando a putrefação com subsequente liquefação do tecido. Gangrena gasosa : ocorre em tecidos necróticos colonizados por bactérias anaeróbicas em feridas musculares e subcutâneas produzindo toxinas que danificarão os vasos sanguíneos culminando em hemorragia e edema e causam necrose dos tecidos adjacentes . Gangrena gasosa : associada a agentes anaeróbicos seja através da inoculação em feridas ou por disseminação hematogena. Aspectos macroscópicos Gangrena seca : tem aspecto de ressecamento da região.coloracao que varia do pálido ,amarelo esverdeado a um pardo enegrecido. observa-se uma linha que separa o tecido sadio do necrótico. Gangrena úmida : região afetada adquire consistência macia , possui aspecto molhado e coloração que varia do vermelho escuro ao negro. Gangrena gasosa : aumento de volume com crepitação, tecido com coloração de vermelho escuro ao negro. Aspectos microscópicos Caracterizam-se por áreas de necrose de coagulação.podem-se encontrar achados de bactérias que desenvolverão reação inflamatória e pode progredir para liquefação tecidual. NECROSE EM SUPERFÍCIES Erosão: superficial restrita ao epitélio Escara: ulcera na pele com desprendimento do tecido , devido a compressão forma necrose na pele por Isquemia. Ulcera: câmadas mais profundas indica necrose profunda de epitélios de revestimento, com eliminação de tecidos necróticos e aparecimento de soluções de continuidade que exponha a lâmina própria +/_ submucosa. DESTINO DAS ÁREAS DE NECROSE -regeneraçãodepende da natureza do tecido -inflamação/cicatrizaçãoocorre em áreas vascularizadas -cavitaçõesocorre no sistema nervoso central, material liquefeito absorvido. -sequestroisolamento com tecido conjuntivo em locais onde não há possibilidade de remover abscesso. -eliminação - calcificação ocorre na necrose gordurosa . APOPTOSE Processo ativo no qual a célula sofre contração e condensação de suas estruturas, fragmenta-se e é fagocitada por células vizinhas ou por macrófagos residentes, não ocorrendo o fenômeno de autólise. Etiologia : afeta células individuais por estimulo fisiológico, adaptativos ou patológicos .podem desencadear a apoptose : liberação de mediadores inflamatórios ,privação de fator de crescimento ,lesão mitocondrial e do DNA ou um estimulo imonologico.
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