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Márcio – Farmacologia – 09-12-15 Anestésicos Inalatórios Dois tipos de anestesia – local e geral. Local: aquela que é utilizada no local da possível cirurgia ou invasão tecidual o objetivo é alcançar a analgesia e o relaxamento muscular. Geral: algo mais amplo, fármacos que atuam no sistema nervoso central. Objetivo: analgesia, relaxamento muscular, sedação (dormindo mas mantem percepção do ambiente) e perda de consciência. Grupos de anestésicos para anestesia geral: Injetáveis: líquidos (início do séc XX, não explosivos e mais seguros) Inalatórios: gases Óxido nitroso não é capaz de causar anestesia geral (fraco anestésico com muitos efeitos colaterais) é utilizado sempre em associação. Clorofórmico é mais duradouro do que éter+óxido nitroso, causa muitos efeitos colaterais. Halotano (1950) – um dos mais utilizados até hj. ANESTESIA INALATÓRIA É MAIS SEGURA QUE A INJETÁVEL. Objetivo da anestesia geral: animal inconsciente e sem respostas aos estímulos dolorosos. Características de um anestésico ideal: Sedação e perda da consciência Analgesia Relaxamento muscular Ausência de reflexos Nenhum efeito colateral Não existe um anestésico ideal, por isso é utilizado a anestesia balanceada (associação de dois ou mais agentes). Graus da anestesia: diretamente relacionados com a concentração da droga presente no SNC Perda de sensação dolorosa estado de inconsciência e perda de reflexos Depressão progressiva e irregular do SNC (diminuição progressiva da sensação dolorosa). Estagio 1 – analgesia ( perda da sensibilidade aos estímulos dolorosos) - DESEJÁVEL Início da analgesia Animal consciente e sonolento Atividade motora e reflexos presentes Estágio 2 – excitação ou delírio - NÃO DESEJÁVEL Excitação ou delírio (nº de neurônios excitatórios prevalece sobre os inibitórios, porque os inibitórios são mais sensíveis à substancias anestésicas – ocorre uma perda de equilíbrio) Comportamento combativo ( maior agressividade) Respiração irregular Movimentos bruscos (debater, convulsões) Reflexos presentes (sente dor e retira o membro) Perda de consciência ( fim do estágio 2 e início do estágio 3) Para evitar os estágios 1 e 2 você aplica de uma forma que a subst. chegue mais rápida no snc. Também utilizam tranquilizantes. Um bom anestésico, chega e sai rapidamente do SNC, sem passar pelos estágios 1 e 2 e evitando a associação com tranquilizantes. Estágio 3 – Anestesia Cirurgica : (desejado) Cessam movimentos espontâneos e respiração torna-se regular Inconsciência Alguns reflexos presentes reflexos protetores Aumenta o tônus muscular Aprofundamento : perda de reflexos, respiração superficial e relaxamento muscular Estágio 4 – Paralisia Bulbar ou respiratória (Não desejado) Parada cardiorespiratória Morte Os estágios dependem da potencia do anestésico, associação de drogas facilita a chegada do animal ao estágio 4, não existe uma quantidade de anestésico fixo para conferir o estágio desejado (depende do estado do animal – relaxado ou excitado) Mecanismo de ação da inalatória: gás inspirado, nos alvéolos se mistura com o sangue e é levado para o SNC. Eliminado por difusão por diferença de concentração. Anestésicos gerais inalatórios - São gases ou líquidos voláteis empregados em anestesia - Facilmente administrados e removidos não DEVEM sofrer biotransformação significativa. - Apresentam boa concentração no SNC (lipossolúvel com baixo peso molecular). Consigo manipular a concentração no SNC diminuindo a quantidade inspirada. - facilidade na manutenção do plano anestésico (adequar a concentração do gás) QUESITOS DE UM ANESTÉSICO INALATÓRIO IDEAL: Não ser explosivo/inflamável Ter odor agradável (só pra não incomodar) Não reagir com nada Não ser irritante para os tecidos Promover rápida indução e recuperação do paciente Deprimir reversivelmente o SNC, provocar analgesia e relaxamento muscular. Não provocar efeitos colaterais (depressão cardiorrespiratória) Não ser convulsivante. Não ser tóxico para fígado, rins e demais tecidos. Mais utilizados na medicina veterinária : oxido nitroso, halotano, eufluorano e isofluorano (sempre associados) Características dos inalatórios: Bem distribuídos pelo corpo, com grande afinidade por tecido adiposo ( penetram no tecido adiposo, que absorve muito o anestésico, esse tecido é pouco irrigado, pequenas concentrações no tecido adiposo. Quanto maior o tempo de anestesia e maior a obesidade, maior a concentração no tecido adiposo. Após a cirurgia, a concentração de anestésico no sangue é menor que do tecido adiposo. Buscando o equilíbrio, aos poucos o anestésico é liberado. Ocorrendo fenômeno de re-anestesia). SNC principal local de atuação Características dos anestésicos inalatórios Potencia do anestésico ->medido pela CAM (concentração alveolar mínima para produzir anestesia em 50% dos indivíduos). Quanto menor for a CAM, mais potente é o anestésico. CAM é apenas valor de REFERENCIA. Alta concentração de oxido nitroso com alto tempo intubado, deve-se utilizar a intubação de 100% de O2 para evitar hipóxia do animal. Coeficiente de partição óleo-gás capacidade que o gás tem de se misturar no óleo – quanto maior ele for menor a CAM (maior a penetrabilidade do gás nos tecidos), mais rápida a indução e maior o tempo de recuperação (maior a chance do animal entrar no estágio 2). Ou seja, anestésicos com alto coeficiente de partição óleo-gás tem boa indução e difícil recuperação. Coeficiente de partição sangue- gás quanto maior, menor a CAM, mais lenta a indução e maior o tempo de recuperação. Fármacos associados também influenciam a CAM – estimulantes do SNC .. AUMENTAM A CAM Depressores do SNC ... DIMINUEM A CAM 11-12-15 Continuação Farmacocinética: Ventilação pulmonar e debito cardíaco quanto menor, maior a CAM; maior o tempo de indução e recuperação do paciente. CUIDADO: ANESTÉSICOS INJETÁVEIS OU ENFISEMA PULMUNAR!!!!!! -------> aumentar a concentração do anestésico. Também em casos de diminuição de débito cardíaco ou baixa ventilação pulmonar. Distribuição do gás no organismo depende: Dos coeficientes de partição: Oléo-gás capacidade de penetrar nos tecidos Sangue-gás quanto mais solúvel, menor a distribuição Borracha-gás perda de anestésico porque o anestésico pode reagir com a mangueira de borracha do equipamento Fluxo sanguíneo dos tecidos maior para SNC e menos para tecido adiposo. Eliminação: o ideal é que ela seja passiva, seja eliminada da mesma forma que entra. Biotransformação: P450 (fígado e rins) metabólitos eliminados na urina, bile e suor. Halogenados metabólitos tóxicos ao fígado e rins (teste da função hepática) Caso o animal seja submetivo varias vezes ao halotano, é necessário um teste da função hepática para garantir o bom funcionamento do órgão. Flúor (nefrotóxico) perda da capacidade renal em filtrar urina Resíduo metabólico dos anestésicos Indutores hepáticos podem acelerar a biotransformação (ex: animal tratado com fenobarbital) Locais de atuação Região mais importante é o tronco cerebral, pq é onde passa sinais aferentes e eferentes. O anestésico ideal tem maior concentração/efeito nessa região. Mecanismo de ação ( como os anestésicos inibem os neurônios ?) Gás lipossolúvel, penetra na membrana e altera a natureza da membrana. (aumenta a entrada de Cl- ou aumenta a saída de potássio) . Mas não se sabe ao certo qual é o mecanismo de ação. Porque não existe receptores para gás. Daí a célula fica hiperpolarizada há uma estabilização da membrana e da liberação de neurotransmissores. Efeitos principais: Analgesia (E1 começa nesse estágio ) bloqueio das vias sensitivas aferentes na medula ( teato espinotalâmico) Excitação (E2) bloqueio de neurônios inibitórios no córtex Perda da consciência, diminuição dos reflexos e relaxamento muscular (E3) depressão progressiva do sistema reticular (tronco encefálico ) córtex e supressão de neurônios aferentes e eferentes (PEGAR NO SLIDE – ELE NÃO DEU TEMPO) Principais anestésicosinalatórios Halotano Agente anestésico mais utilizado Potente, não explosivo, não irritante Causa HIPOTENSÃO (bloqueio de barorreceptores DC e vasodilatação) e disritmias (bloqueio das fibras de Purkinje) Broncodilatação recomendado para pacientes com asma Coeficiente de partição gás halotano é bem alto, tem uma penetrabilidade muito boa, chega rápido no tecido nervoso, mantem o plano anestésico com muita facilidade , dificuldade de excreção. 30% é metabolizado (citocromo P-450 – menor em jovens e idosos) cuidado com indução enzimática (fenilbutazona, fenobarbital, pentobarbital e exposição prévia ao halotano) 60 a 80% eliminados após duas horas, o restante em dias subsequentes. Síndrome da hipertermia maligna indivíduos portadores do gene halotano ( suínos) CAM baixa Enfluorano Parecido com o halotano 2 a 10% biotransformado tem flúor como resíduo Tem ½ fluoreno : 37ª 89 horas Recuperação mais rápida que o halotano Saí rapidamente do tecido nervoso, coeficiente óleo-gás, menor. CAM alta Isofluorano Similar ao eufluorano, porem com baixa metabolização hepática ( menor risco de intoxicação) Menor efeito dobre o DC CAM Bom para animais mais velhos Mais caro Oxido nitroso Quase sempre associados a outros anestésicos Não é capaz de causar anestesia, mas confere boa analgesia Baixa potencia Coeficiente de partição óleo-gás muito baixo, sai rapidamente do organismo e acelera a recuperação CAM muito alta (usar até 75% na atmosfera) Livre de efeitos colaterais , não sofre biotransformação, exceto quando são retirados de forma brusca ( solubilidade no plasma [O2] nos alvéolos animal pode ter uma hipóxia) Podem provocar enchimento de vísceras (uso em equinos e bovinos podem causar cólicas/timpanismo pois vão para câmaras) Éter é utilizado em laboratório – altamente explosivo Efeitos gerais dos anestésicos inalatórios SNC: - depressão dose-dependente - N2O pouco potente sempre associado - ventilar animal com O2 SCV: - também tem interferência - halogenados: diminuiem DC e vasodilatação. Diminuiem sensibilidade dos barorreceptores. Euflourano bradicardia e siofluorano taquicardia (ele promove uma queda na pressão arterial, mas não age diretamente no coração do animal. Uma resposta do organismo promove o aumento dos batimentos cardíacos). - disritmias podem acontecer por causa do bloqueio das fibras de Purkinje e alta liberação de catecolaminas. SR: - redução da função respiratória: N2O (20%), halotano (28%), isofluorano (34%) e eufluorano (71%). - presença de acidose (diminui a ventilação e o animal acumula CO2) leva o animal a óbito ( desiquilíbrio acidobásicos) SM: - Bom relaxamento muscular devido a uma ação central - Halotano, eufluorano e isoflorano reduziu o anestésico, havendo necessidade, associar a relaxantes musculares. Figado e outros órgãos - Pode ser intoxicado - Pode provocar leucopenia e anemia (N2O) diminuição da produção de hemácias - Halotano e eufluorano são hepatotóxicos – cães, cavalos e ovelhas são mais resistentes - Eufluorano nefrotóxico - Hipertermia maligna ( seus sintomas) Usos clínicos - Cirurgias com tempo imprevisíveis - São mais caros que os injetáveis - Halotano mais utilizado – redução da PA - Eufluorano menos efeito CV, porém hepatotóxico. Em equinos mioclonia e recuperação tempestusa (pode manifestar estágio 2) - Isofluorano não sofre biotransformação – pacientes nefro e hepatopatas, recuperação rápida - óxido nitroso (pegar slide ‘--) NENHUM ANESTÉSICO PRODUZ TODOS OS EFEITOS DESEJÁVEIS
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