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Anestesia Inalatória e Planos Anestesicos

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Anestesia Inalatória
Professor Marcelo Monteiro
As drogas utilizadas na anestesia inalatória produzem uma anestesia geral, e podem ser utilizadas em qualquer espécie incluindo repteis, aves e animais silvestres
São seguros e produzem inconsciência, analgesia e hiporeflexia
Os anestésicos promovem uma rápida indução, são fáceis de serem mantidos, apresentam uma rápida recuperação e quase nenhum efeito adverso
Os fármacos estão sempre em forma de gás ou vapor absorvidos diretamente para a corrente sanguínea através dos alvéolos pulmonares
Requer um monitoramento frequente durante a anestesia para manter em planos seguros (reflexos)
Características desejáveis em uma droga
Sem odores desagradáveis e não irritantes
Fácil de ser controlada, promovendo uma rápida indução e recuperação
Produzir um adequado relaxamento muscular
Analgesia apropriada
Não deve promover sangramentos
Gerar o mínimo de efeitos colaterais
Não ser tóxica a pacientes e humanos
Não ser inflamável ou explosiva (durante o armazenamento)
Ser compatível com outras drogas
Ser de fácil acesso no mercado
3
Instrumentos Utilizados
Sonda Endotraqueal: Vão do número 2 ao 30, deve se utilizar o tamanho que mais se adequa ao paciente, necessitando do mínimo de insuflação do cuff ou manguito (compressão de traqueia)
Mascara Facial: Podem ser utilizados para a indução, para uma pré-oxigenação ou para animais cuja sonda adequada não pode ser utilizada
Lidocaina: Utilizada para facilitar a passagem da sonda pela traqueia
Aparelho Anestésico: Equipamento destinado a administrar gases ou vapores anestésicos junto com oxigênio por meio de respiração espontânea ou controlada, manual ou mecânica
Acessórios: 
Cilindros: contendo gases diluentes: oxigênio (verde), óxido nitroso (azul escuro) e ar comprimido (amarelo)
Válvulas redutoras: reduzem a pressão do gás oriundo do cilindro de 200 a 500 kg/cm² para 4 kg/cm²
Chicote: extensão que conduz o gás do cilindro para o aparelho
Fluxômetro: medem e indicam a quantidade de fluxo de oxigênio para o paciente (litros/minuto)
Vaporizador: Equipamento que transforma o líquido anestésico em vapor, controlando sua administração
Canister: Reter o anestésico não absorvido (cal sodada)
Calibrado
Copper Kettle
Universal
Respiração espontânea: o paciente que determina a frequência e o volume de cada movimento respiratório, ou seja, o paciente respira normalmente com o aparelho. 
Respiração controlada ou mecânica: o aparelho que controla a frequência e o volume de oxigênio de cada movimento respiratório. 
Respiração manual: é necessário a presença de uma pessoa, para comprimir o balão de reinalação. Esta é necessária para propiciar um ritmo respiratório ao paciente que esteja com dificuldade respiratória
Tipos de Circuitos Anestésicos:
Circuito Aberto: 
Circuito: Cilindro de oxigênio → válvula redutora → chicote → fluxômetro → vaporizador →Máscara/Câmara
Sem qualquer tipo de aparelhagem, apenas se utilizando de máscaras anestésicas ou câmaras de indução o anestésico é ministrado ao paciente com uma simples diluição de O₂
Os gases expirados são diluídos pelo fluxo de O₂ e liberados na atmosfera
Fluxo médio de 5-7 L/kg/min
Sistema Respiratório Avalvular sem reinalação de gás
Circuito: Cilindro de oxigênio → válvula redutora → chicote → fluxômetro → vaporizador → traqueia inspiratória/expiratória → balão reservatório
 - Circuito de Baraka (Semi-Aberto)
Este circuito não utiliza absorvedor (cal sodada). 
Possui apenas uma traquéia, portanto, há mistura de gases. 
É utilizado para anestesia pediátrica ou animais de pequeno porte, com baixa resistência pulmonar com menos de 5 kg.
Por não utilizar absorvedor neste circuito, não há reinalação de gases, o que o paciente expira vai tudo para o ambiente, causando uma alta poluição ambiental e alto gasto anestésico. 
Vantagens: O paciente tem baixa resistência mecânica à ventilação. Provoca mudanças muito rápidas de planos anestésicos.
Desvantagens: O paciente tem maior perda de calor e umidade. Consome muito oxigênio e gás anestésico. Poluição ambiental
Sistema Respiratório Valvular, com reinalação parcial de gases
Circuito: cilindro de oxigênio > válvula redutora > chicote > fluxômetro > vaporizador > válvula inspiratória > traquéia inspiratória > pulmão, alvéolos (troca gasosa) > traquéia expiratória > válvula expiratória > canister > balão reservatório > válvula de alívio 
Circuito tipo F (semi-fechado)
Utilizado para animais de 5 a 10 kg. 
Possui duas traquéias, a inpiratória (azul), e a expiratória (transparente). Portanto não há mistura de gases.
Possui canister, onde o gás expirado passa e vai para o balão reservatório, uma parte é eliminado para o ambiente pela válvula alívio, portanto há reinalação parcial de gases
Neste circuito a válvula de alívio sempre é mantida aberta, e o balão reservatório utilizado é de 1 litro.
Vantagens: Conservação de calor e umidade razoável. Provoca uma mudança relativamente rápida de plano anestésico. O paciente tem menor risco de hipóxia, menos gás carbônico.
Desvantagens: O paciente tem resistência mecânica à ventilação.
Sistema Respiratório Valvular, com reinalação total de gases
Circuito: cilindro de oxigênio > válvula redutora > chicote > fluxômetro > vaporizador > válvula inspiratória > traquéia inspiratória > pulmão, alvéolos (troca gasosa) > traquéia expiratória > válvula expiratória > canister > balão reservatório > válvula de alívio (fechada)
Circuito Circular Valvular (fechado)
Este circuito não é utilizado na Veterinária, pois há muito acúmulo de gás carbônico no interior do circuito. 
Há reinalação total de gases, pois a válvula de alívio fica fechada, todo o gás expirado vai para o balão reservatório para ser reinalado.
Possui canister e duas traquéias (a expiratória e a inspiratória). 
Vantagens: Melhor conservação do calor e da umidade (temperatura). Menor consumo de oxigênio e de anestésico. Poluição ambiental nula, pois, nada do gás expirado vai para o ambiente, ele é reinalado.
Desvantagens: Mudança lenta de plano anestésico. Muito acúmulo de gás carbônico e pressões excessivas dentro do circuito.
CAM (Concentração Alveolar Mínima)
Definição: é a concentração alveolar de um anestésico volátil que evita a resposta ao estímulo doloroso em 50% dos pacientes
Não é alterada por:
	-Duração da anestesia; Sexo; PaCO2 (15 – 95mmHg); PaO2 (maior que 40mmHg); Anticolinérgicos
	
Pode ser aumentada por:
	-Hipertermina; Fármacos que excitam o SNC (anfetamina, doxapram e efedrina)
Pode ser reduzida por:
	-Hipotermina; Gestação; PaCO2 (acima de 95mmHg – paciente em apnéia); PaO2 (menor que 40mmHg); Pressão arterial (menor que 50mmHg); Animais idosos; Fármacos que causam depressão do SNC
Efeitos Farmacológicos de Agentes Inalatórios
-Sistema Respiratório:
	-Depressão dose-dependente (diminuição da FR e volume/minuto);
	-Aumento da concentração de CO2 (Acidose respiratória)
	-Depressão do centro respiratório;
	-Depressão dos reflexos faríngeo e laríngeo;
-Sistema Cardiovascular:
	-Depressão dose-dependente (depressão do miocárdio, diminuição do volume sistólico, do débito cardíaco e da pressão arterial), com exceção do halotano, o qual pode aumentar a frequência
	-Depressão do centro vasomotor;
	-Isoflurano, sevoflurano e desflurano são menos arritmogênicos;
-Outros:
	-Diminuição do fluxo sanguíneo hepático e renal;
	-Diminuição da motilidade gastrointestinal;
	-Diminuição da motilidade uterina;
	-Depressão fetal;
	-Miorrelaxamento;
	-Hipotermia (perda de calor via respiração);
Toxicidade
	-1,3 a 2 vezes maior incidência de câncer; Aumento de 30% do risco de aborto;
	-1,2 vezes a incidência de anomalias;Repetição sucessiva de anestesia inalatória deve-se utilizar intervalos de 15 dias, dependendo do agente utilizado;
Agente
Metabolização (%)
Metoxiflurano
50
Halotano
10 a 20
Sevoflurano
3
Enflurano
2,4
Isoflurano
0,17
Desflurano
0,02
Óxido nitroso
0,004
Agente
Coef. Solubilidades
sangue-gás*
CAM
Metoxiflurano
1,3
0,2 – 1,0
Halotano
2,3
08 – 1,2
Sevoflurano
0,6
2,3
Enflurano
1,9
2 a 3 (2,2)
Isoflurano
1,4
1 a 3 (1,2)
Desflurano
0,42
6 a 9 (7)
Eter
12,1
3
Óxido Nitroso (N2O) – NÃO HALOGENADO:
Sistema Nervoso Central: analgésico fraco que produz depressão do córtex
Cardiovascular: não produz depressão cardiovascular;
Respiratório: não é irritante para as vias respiratórias e não deprime a ventilação;
Uterinos: atravessa a barreira placentária rapidamente, mas não deprime o feto de forma significativa;
Concentração de utilização: 
- 2:1 (66% de N₂O e 33% de O₂) no início da anestesia e 1:1 após a estabilização
*Sempre associar a algum terceiro gás anestésico;
Halotano - HALOGENADO:
Sistema Nervoso Central: produz depressão acentuada dose-dependente, incluindo os centros termorreguladores (causando hipotermia);
Respiratório: depressão acentuada da respiração podendo haver apneia. Mais pronunciado em ruminantes. Não é irritante;
Cardiovascular: depressão cardiovascular, vasodilatação periférica e redução da frequência cardíaca. Sensibiliza à catecolaminas (produzindo arritmias)
Gastrointestinal: leve diminuição de motilidade. A biotransformação hepática leva a formação de componentes hepatotóxicos (não usar em hepatopatas);
Renais: nefrotoxicidade ocorre se houver desenvolvimento de hipotensão acentuada (P.A.M inferior a 70mmHg);
Isoflurano - HALOGENADO :
Sistema Nervoso Central: depressão generalizada;
Respiratórios: depressão mais profunda que halotano, pode levar a apnéia. O volume/minuto e a frequência diminuem.
Cardiovascular: pouca depressão (menor que halotano). Não se tem desenvolvimento de arritmias cardíacas e a força de contração do miocárdio é mantida. Anestésico volátil de escolha para cardiopatas;
Gastrointestinal: reduz a motilidade e não produz hepatotoxicidade pois é minimamente metabolizado (< 0,25%);
Sevoflurano - HALOGENADO :
Sistema Nervoso Central: depressão generalizada e atinge o SNC mais rapidamente que isoflurano e halotano (devido ao seu baixo coeficiente de solubilidade sangue-gás);
Respiratórios: indução rápida com máscara (agente de escolha para indução com máscara) e causa depressão profunda do sistema respiratório;
Cardiovasculares: efeito semelhante ao do isoflurano, a contração miocárdica e o débito cardíaco se mantém;
Gastrointestinais: não ocorre hepatotoxicidade;
Renais: pode ter efeito tóxico renal pela produção de olefinas;
Musculoesqueléticos: excelente miorrelaxamento;
PLANOS ANESTÉSICOS
Professor Marcelo Monteiro
Considerações gerais
 Espécie animal:
 Fármacos
 Susceptibilidade do paciente ao fármaco
 Estado do paciente
 Tipo de intervenção cirúrgica
Principais reflexos avaliados
Avaliar seus próprios reflexos ( íntegro)
Reflexos oculopalpebrais ( palpebral e pupilar)
Reflexos interdigital
 2 plano estágio III
Reflexo laringotraqueal
Reflexos cardíacos
80 a 120 porte pequeno
60 a 120 porte médio 
66 a 88 porte grande
Reflexos respiratórios
Estágios Anestésicos
 O julgamento do estágio anestésico nos animais : esquema clássico de GUEDEL 
( anestesia pelo éter)
Estágios Anestésicos
Estágio I : Analgesia e perda da consciência
 Estágio II: Fase de excitação ou delírio
Estágio III: Anestesia cirúrgica
 Plano 1
 Plano 2 : Plano cirúrgico
 Plano 3
 Plano 4: Depressão bulbar
Estágio IV: Choque bulbar e morte
Estágio I
Estágio que vai desde o início da administração do fármaco até a perda da consciência. Caracteriza por:
Início da analgesia, com presença de sensação dolorosa ao estímulo
Reações diferentes de animal para animal, em função comportamental
Estágio I
Liberação de adrenalina, ocorrendo taquicardia e midríase
Desorientação
Excitação frente ao meio ambiente, com o animal podendo defecar ou apresentar micção
Estágio I
Tônus postural variando conforme a espécie, a raça e até o indivíduo
Respiração irregular, caso não se tenha aplicado MPA
Demais parâmetros e reflexos normais
Estágio I
Durante este estágio, apesar da hipnose que se instala, ocorrem ainda respostas aos reflexos somáticos e autônomos aos estímulos dolorosos
Estágio II
Este estágio é conhecido – excitação ou delírio
Responsável por perda da consciência e incoordenação dos movimentos harmônicos, causando ainda hipereflexia de caráter desagradável. 
Retirar o paciente deste estágio o mais rápido possível
Estágio II
Caracteriza por:
Incoordenação motora
Hiperalgesia
Tosse e vômito
Defecação por hipereflexia ( diferente da causada por estresse)
Dilatação pupilar e lacrimejamento
Estágio II
Taquipnéia com hiperventilação e respiração arrítmica
Reação anormal aos estímulos externos 
( sonoros, luminosos e táteis)
Bloqueio vagal, quando aplica barbitúricos de maneira rápida
Estágio II
Comentário
 Este estágio pode ser evitado pela MPA.
 Ao se aplicar a MPA, na indução por barbitúricos, a fase de excitação geralmente é inexistente, reduzindo inclusive as bruscas alterações paramétricas causada por estes fármacos.
Estágio III
Caracteriza por:
Perda da consciência e depressão progressiva do SNC, chegando até a parada respiratória.
Em função desta depressão é determinada 4 planos (cirúrgicos)
Estágio III
Outros autores definem:
Anestesia superficial – baseiam em movimentos do globo ocular
Anestesia média: depressão progressiva respiratória ( paralisia dos músculos intercostais)
Anestesia profunda ( respiração diafragmática)
Estágio III
Plano 1:
 Respiração normalizada ( torna rítmica, costoabdominal, de menor frequência e maior amplitude)
Miose com resposta ao estímulo luminoso
Início da projeção da terceira pálpebra no cão
Presença de reflexos interdigital e laringotraqueal discreto.
Estágio III
Presença dos reflexos oculares
Podem ocorrer vômitos em animais sem MPA
Tônus muscular ainda presentes, porém reduzido
Estágio III
Plano 2:
Centralização do globo ocular com presença de miose
Miose puntiforme ( barbitúricos)
Respiração abdominocostal, porém profunda e rítmica
Estágio III
Redução da pressão arterial e dos batimentos cardíacos com a maioria dos anestésicos, durante o desenrolar da anestesia
Neste plano, o estímulo doloroso cirúrgico causa uma discreta liberação de catecolaminas, elevando as frequências respiratórias e cardíaca.
Estágio III
Ausência do reflexo interdigital e, as vezes, do palpebral
Miose puntiforme ou início de midríase
Queda do tônus muscular e ausência de secreções
Estágio III
Plano 3:
Respiração superficial abdominocostal
Inspiração curta
Volume corrente e frequência respiratória reduzidas
Silêncio abdominal
Início de midríase, com reflexo bem reduzido
Estágio III
Plano 4
Respiração apenas diafragmática, taquipnéia e superficial
Volume corrente reduzido
Midríase acentuada, sem resposta ao estímulo doloroso
Córnea seca e sem brilho
Início de apneia e cianose por hipoventilação
Estágio IV
PERIGO!!!
É o mais crítico de todos os anteriores
Observam- se abolição ou diminuição de certos reflexos, além de eventual parada respiratória e cardíaca, que se não socorrida em segundos levará o animal a morte
Estágio IV
Midríase não responsiva a iluminação
Hipotermia
Respiração laringotraqueal ( demostrando a última respiração do paciente)- respiração agônica, levando-o ao choque bulbar
Estágio IV
Conjunto de sintomas desenvonvido no máximo 3 a 4 minutos, animal com anóxia cerebral- estágio irreversível- morte clínica

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