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RESUMO DE PROCESSO CIVIL

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1 
 
RESUMO DE PROCESSO CIVIL 
 
AÇÃO: NATUREZA JURÍDICA 
O reconhecimento da autonomia do direito de ação constitui conquista definitiva da ciência processual. O direito de ação se desvincula por 
completo do direito subjetivo material. Mas, para se chegar a tais conceitos, longo foi o caminho percorrido, construindo-se diversas teorias a 
respeito. 
Teoria Imanentista ou civilista: Segundo conceituação romana de Celso, a ação era o direito de pedir em juízo o que nos é devido. 
Esse conceito, plasmado na ideia de que não havia distinção entre a ação e o direito substancial, perdurou por séculos, não sem deixar de 
suscitar indagações sobre a natureza do jus actionis, a que se entregaram os juristas dominados pela idéia de que a ação, como o processo, 
eram simples capítulos do direito privado, ou mais declaradamente, do direito civil. 
Formou-se, assim, a doutrina clássica ou imanentista (ou, também, denominada civilista, quando se refere à ação civil), tendo seu precursor mais 
ilustre Savigni, abraçada pela generalidade dos juristas, até meados do séc. passado, e a totalidade dos juristas brasileiros até final do primeiro 
quartel deste século. Para essa doutrina a ação era o próprio direito subjetivo material a reagir contra a ameaça ou violação. O que caracteriza 
essa teoria é que a ação se prende indissoluvelmente ao direito que por ela se tutela. Era o direito em movimento como conseqüência de sua 
violação; direito em exercício; a ação não é outra coisa senão o próprio direito subjetivo material. Daí três consequências inevitáveis: não há ação 
sem direito; não há direito sem ação; a natureza da ação segue a natureza do direito. 
 
A Polêmica de Windschied-Muther 
Na metade do séc. passado (entre 1856 e 1857) estabeleceu-se na Alemanha uma polêmica que se tornou célebre, pelos reflexos que suscitou, 
entre Bernhard Windscheid (Univ. Greifswald) e Theodor Muther (Univ. Königsberg) sobre a actio romana no seu desenvolvimento até a ação no 
direito contemporâneo. Além de desvendar verdades até então ignoradas ou ainda pouco sensíveis, a polêmica teve a virtude de pôr em 
destaque, e separados por conteúdos próprios, o direito (material) e a ação. 
Muther, combatendo algumas idéias de Windscheid, distinguiu nitidamente direito lesado e ação. Segundo sua concepção, ação consiste no 
direito à tutela do Estado, e que compete a quem seja ofendido no seu direito. Ação é um direito contra o Estado para invocar a sua tutela 
jurisdicional. É, pois, um direito público subjetivo, distinto do direito cuja tutela se pede, mas tendo por pressupostos necessários este direito e 
sua violação. Pela concepção de Muther, da ação nascem dois direitos, ambos de natureza pública: o direito do ofendido à tutela jurídica do 
Estado (dirigido contra o Estado) e o direito do Estado à eliminação da lesão, contra aquele que a praticou. Apesar de contestar com veemência 
algumas idéias do adversário, Windscheid acabou admitindo a existência de um direito de agir, exercível contra o Estado e outro contra o 
devedor, porém um pressuposto do outro, embora distintos, já que um é direito privado e ou outro é de natureza pública. Distinguia-se, destarte, 
o direito subjetivo material, a ser tutelado, do direito de ação, que era direito subjetivo público. Assim, tem-se que a doutrina desses dois autores 
mais se completam do que se repelem, dando nova roupagem ao conceito de ação. 
 
Em suma, para ALFREDO ROCCO, direito de ação "é um direito público subjetivo do indivíduo contra o Estado, e só contra o Estado, que tem 
por conteúdo substancial o interesse secundário e abstrato na intervenção do Estado para a eliminação dos óbices que a incerteza ou a 
inobservância da norma aplicável ao caso concreto possam opor à realização dos interesses tutelados"1. 
Do estudo dessas várias e importantes teorias, é possível extrair um conceito de ação e a sua natureza jurídica. 
Concebida a ação como direito de provocar a prestação jurisdicional do Estado, está afastada a idéia de ação no sentido concreto. Provocando a 
jurisdição a um pronunciamento, a ação não pode exigir senão isso, e não uma decisão de determinado conteúdo. É por isso um direito abstrato, 
porque exercível por quem tenha ou não razão, o que será apurado somente na sentença, e, além do mais, genérico, pois não varia, é sempre o 
mesmo, por mais diversos que sejam os interesses que, em cada caso, possam os seu titulares aspirarem. 
A ação, em síntese, é um direito subjetivo público, distinto do direito subjetivo privado invocado, ao qual não pressupõe necessariamente, e, pois, 
nesse sentido, abstrato; genérico, porque não varia, é sempre o mesmo; tem por sujeito passivo o Estado, do qual visa a prestação jurisdicional 
num caso concreto. 
Natureza jurídica da ação 
A ação se caracteriza, pois, como uma situação jurídica de que desfruta o autor perante o Estado, seja ela um direito (direito público subjetivo) ou 
um poder. Entre os direitos públicos subjetivos, caracteriza-se mais especificamente como direito cívico, por ter como objeto uma prestação 
positiva por parte do Estado (obrigação de dare, facere, praestare): a facultas agendi do indivíduo é substituída pela facultas exigendi. 
Sendo um direito (ou poder) de natureza pública, que tem por conteúdo o exercício da jurisdição, a ação tem inegável natureza constitucional 
(CF, art. 5º, inc. XXXV). A garantia constitucional da ação tem como objeto o direito ao processo, assegurando às partes não somente a resposta 
do Estado, mas ainda o direito de influir sobre a formação do convencimento do juiz – através do denominado devido processo legal (art. 5º, inc. 
LIV). 
CONDIÇÕES DA AÇÃO 
Entendemos, portanto, que na concepção do CPC de 1973 as "condições da ação" são requisitos processuais, quais sejam: legitimidade, 
interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido, imprescindíveis para o regular trâmite processual e eventual julgamento do mérito. 
Insta dizer que constatado pelo juiz a ausência de qualquer uma das condições da ação, teremos a carência da ação, nos termos do art. 267, VI, 
CPC/73. 
Do contexto acima exposto, questionou-se por muitos anos se ao analisar as "condições da ação" o Estado-Juiz rompia o plano da validade para 
analisar propriamente a existência, ou seja, o direito material lesionado ou o próprio mérito da ação. 
Ocorre que diante de tamanha polêmica apresentada, o Código de Processo Civil de 2015 extinguiu, como categoria, as condições da ação. 
Portanto, o instituto foi extinto, mas seus requisitos permaneceram intactos. 
Levando-se em conta que o magistrado, ainda, realiza dois juízos (de admissibilidade e mérito), o novo CPC separou os requisitos das condições 
da ação alocando-os em pressupostos processuais (relativos ao juízo de admissibilidade da ação) e como questão de mérito. 
Verifica-se, portanto, que o interesse de agir e a legitimidade passaram a ser tratados como pressupostos processuais, nos termos do art. 17, do 
NCPC, de tal forma que constatando o juiz, ao receber a inicial, a ausência do interesse de agir ou legitimidade, indeferirá a petição inicial, 
consoante art. 330, II e III, do NCPC. 
No que tange a possibilidade jurídica do pedido, esse requisito passou a integrar a questão de mérito. Isto porquê quando o juiz analisa o 
interesse de alguém em romper a inércia do judiciário, por certo esse verdadeiramente avalia a pertinência e legalidade do pedido, ou seja, o 
direito material e o mérito, nos termos do art. 487 do NCPC. 
 
Entendemos, portanto, escorreito o tratamento dado pelo novo Código de Processo Civil dado ao controvertido instituto das “condições da ação”, 
uma vez que se adéqua mais firmemente aos planos de existência e validade da ação. 
 
ELEMENTOS DAS AÇÕES 
Os elementos da ação podem ser objetivos ou subjetivos. Eles serão responsáveis para a individualização de cada ação. Esses elementos têm 
como finalidade, além da individualização da ação, evitar decisões contraditóriassobre a mesma lide. 
Os elementos da ação são três: 
2 
 
Partes :As partes de um processo é autor e réu. São eles que participam na relação jurídica processual. A relação processual é triangular. Nessa 
relação as partes levam ao juiz as petições e esse toma as decisões.As partes, em cada processo, podem ser somente um sujeito, ou podem ser 
vários. Quando é mais de um ocorre o litisconsórcio, ou seja, pluralidade de partes. 
Causa de pedir :A causa de pedir é constituída dos fatos que deram origem a lide, juntamente com os fundamentos jurídicos que demostram a 
violação do direito, justificando a pretensão do autor perante o juiz.Nesse tema é aplicado a Teoria da Substanciação, que divide a causa de 
pedir em duas, que são: Causa de Pedir Remota ou Fática: Essa será a descrição do fato que deu origem a lide. Causa de Pedir Próxima ou 
Jurídica: É o próprio direito. Após a descrição fática e feita aplicação do direito, a retirada da norma do abstrato para o concreto, substanciando o 
pedido do autor. Nesse caso, teoricamente, é necessário somente a discrição das consequências jurídicas que a causa de pedir remota 
provocou, não sendo necessário os dispositivos legais que fundamentam o direito, tendo vista o princípio do iura novit cúria (O Juiz conhece o 
direito). A teoria da Substanciação da Causa de Pedir foi adotada pelo direito processual brasileiro, ela exige que os fatos e os fundamentos 
jurídicos como elementos da causa de pedir. Essa teoria, pressupõem que magistrado conhece o direito e o que é importante é uma discrição 
fática correta, tendo em vista, que o juiz irá decidir sobre o direito posto.Assim sendo, a fundamentação legal apresentada pelo autor não vincula 
o juiz, que poderá tomar a decisão através de sua livre convicção jurídica sobre o caso apresentado pelo autor. A Teoria da Substanciação é uma 
aplicação alternativa a Teoria da Individuação. Nessa, não há o requisito da causa de pedir remota, ou seja, não requer os fatos, só necessita da 
apresentação dos fundamentos jurídicos do pedido. Essa doutrina não é aplicada no Brasil. 
 
Pedido ;O pedido é o objeto da ação, consiste na pretensão do autor, que é levada ao Estado-Juiz e esse presta uma tutela jurisdicional sobre 
essa pretensão. Doutrinariamente o pedido é divido em dois: Pedido Imediato: É o desejo do autor de ter uma tutela jurisdicional. Pretensão 
dirigida para o próprio Estado-Juiz, retirando-o da inércia e forçando uma providência jurisdicional. Pedido Mediato: É o objeto da ação 
propriamente dito, o desejo do autor contra o réu, o desejo de submissão do réu a pretensão jurídico levada ao judiciário, ou seja, o desejo sobre 
o bem jurídico pretendido. Direito posto: traz o mesmo significado de direito positivo ou seja o direito escrito. 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
Conceito: Os pressupostos processuais são requisitos necessários à existência e validade da relação processual. Ou como afirma a ilustre 
professora Teresa Arruda Alvim Wambier, “são elementos cuja presença é imprescindível para a existência e para a validade da relação 
processual e, de outra parte, cuja inexistência é imperativa para que a relação processual exista validamente, nos casos dos pressupostos 
processuais negativos”. 
Para desempenhar a sua atividade, em sendo provocado por quem de direito, o juiz, primeiramente, deve examinar se o processo se instaurou 
validamente. A prestação jurisdicional só é alcançada através do processo válido. 
Não se confunde, entretanto, a validade do processo com sua existência. Mesmo o processo inválido se forma e tem existência, a ponto do juiz 
não estar isento de pronunciar a própria invalidade nele ocorrida. 
 
1- O QUE SÃO PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
Pressupostos processuais são todos os elementos de existência, requisitos de validade e condições de eficácia do procedimento. 
 
Eles têm a ver com a existência do processo, aqueles sem os quais a relação jurídica processual não irá existir. 
 
2- PRESSUPOSTO PROCESSUAIS DE EXISTÊNCIA E VALIDADE 
Você já deve saber que faz parte do estudo do direito o embate teórico sobre questões polêmicas. 
 
Quais são os pressupostos processuais de EXISTÊNCIA? 
Presença do autor, jurisdição e presença do réu. 
 
Quais são os pressupostos processuais de VALIDADE? 
Petição inicial apta, competência do juízo, imparcialidade do juiz e legitimidade. 
 
Quais são os pressupostos processuais NEGATIVOS? 
Litispendência e coisa julgada. 
 
Ambos não podem fazer parte do processo, pois se fizerem, levam a segunda demanda à extinção sem resolução de mérito. 
 
LITISCONSORCIO 
CONCEITO : Litisconsórcio, etimologicamente, significa consórcio (pluralidade de partes) na instauração da lide; a mesma sorte na 
lide.Tecnicamente, dá-se o nome de litisconsórcio quando duas ou mais pessoas litigam, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou 
passivamente (art. 113). É hipótese, portanto, de cúmulo subjetivo (de partes) no processo. 
Admite-se litisconsórcio em qualquer processo ou procedimento, inclusive nas causas da competência dos Juizados Especiais (art. 10 da Lei no 
9.099/95). 
Conquanto nem sempre seja obrigatória, a formação do litisconsórcio não fica ao alvedrio das partes. O litisconsórcio é disciplinado pela lei. Em 
alguns casos, em razão da relevância do direito controvertido, o legislador condicionou a validade do processo à integração de marido e mulher 
no polo passivo (art. 73, § 1º). Em outros, o litisconsórcio, embora facultativo, só pode ser formado se entre os litisconsortes houver comunhão de 
direitos ou obrigações, conexão ou afinidade (art. 113, I à III). 
Litisconsórcio distingue-se de intervenção de terceiro. Os litisconsortes são partes originárias do processo, ainda que, em certas hipóteses, seus 
nomes não constem da petição inicial, como, por exemplo, quando o juiz determina a citação dos litisconsortes necessários (art. 115, parágrafo 
único). Terceiro quer dizer estranho à relação processual estabelecida entre autor e réu. O terceiro torna-se parte (ou coadjuvante da parte) em 
processo pendente. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO : O litisconsórcio pode ser classificado sob diversos aspectos. Quanto à posição das partes, o 
litisconsórcio pode ser ativo, passivo ou misto. Ativo quando a pluralidade for de autores; passivo quando a pluralidade for de réus; e misto 
quando a pluralidade for de autores e réus. 
Quanto ao momento de sua formação, o litisconsórcio pode ser inicial ou incidental (ulterior). Inicial quando sua formação é pleiteada na petição 
inicial. Várias pessoas envolvidas em acidente de veículos, em conjunto, ingressam com ação de reparação de danos contra o ofensor 
(litisconsórcio ativo inicial). O litisconsórcio incidental ou ulterior ocorre quando o litisconsorte não é indicado na petição inicial, e poderá se formar 
das seguintes maneiras: 
a) em razão de uma intervenção de terceiro, como ocorre no chamamento ao processo e na denunciação da lide; 
b) pela sucessão processual, quando os herdeiros ingressam no feito sucedendo a parte falecida; 
c) pela conexão, se determinar a reunião das demandas para processamento conjunto; 
d) por determinação do juiz, na denominada intervenção iussu iudicis, nas hipóteses de litisconsórcio passivo necessário não indicado na inicial. 
Dispõe o art. 115, parágrafo único, que “o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, no prazo que 
assinar, sob pena de extinção do processo”. 
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Quanto à obrigatoriedade da formação, o litisconsórcio classifica-se em necessário (obrigatório) e facultativo. O litisconsórcio necessário decorre 
de imposição legal ou da natureza da relação jurídica, hipóteses em que ao autor não resta alternativa senão a formação do litisconsórcio. 
 
Ações que versem sobre direito real imobiliário devem ser propostas contra marido e mulher. Na ação de usucapião, a lei exige não só a citação 
daquele em nome de quem estiver registrado oimóvel usucapiendo, mas também a citação dos confinantes (art. 246, § 3º), exceto quando a 
demanda tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que a citação será dispensada. 
A formação do litisconsórcio facultativo fica, a princípio, a critério do autor, desde que preenchidos os requisitos legais, isto é, quando entre os 
litisconsortes (ativos ou passivos) houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; quando entre as causas houver conexão 
pelo objeto ou pela causa de pedir; ou quando ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
O litisconsórcio facultativo, por sua vez, pode ser irrecusável ou recusável. Geralmente, preenchidos os requisitos legais, o juiz não pode recusar 
o litisconsórcio pretendido pelo autor. Por isso, dissemos que, a princípio, a formação depende da vontade do autor, sendo irrelevante a 
irresignação do réu ou do juiz. Entretanto, pode ocorrer de o número de autores ou de réus alcançar nível extremamente elevado (litisconsórcio 
multitudinário), comprometendo a rápida solução do litígio (efetividade), dificultando a defesa ou o cumprimento da sentença. O 
desmembramento do litisconsórcio ativo multitudinário poderá ser decretado de ofício pelo juiz ou a pedido da parte ré. Nesta última hipótese, o 
requerimento interromperá o prazo de resposta, que recomeçará a correr da intimação da decisão. 
Quanto à uniformidade da decisão, podemos classificar o litisconsórcio em simples e unitário. Será simples o litisconsórcio quando a decisão, 
embora proferida no mesmo processo, puder ser diferente para cada um dos litisconsortes. A mera possibilidade de decisões diferentes já 
tornará simples o litisconsórcio, como nos casos em que vários correntistas de um banco ajuízam, em conjunto, ação de cobrança de expurgos 
inflacionários. Será unitário quando, ao contrário, a demanda tiver de ser decidida de forma idêntica para todos os que figuram no mesmo polo da 
relação processual. A caracterização do litisconsórcio unitário pressupõe a discussão de uma única relação jurídica indivisível, [2]por exemplo, 
quando dois condôminos atuam em juízo na defesa da coisa comum. 
Lembrete: A obrigação solidária nem sempre implicará formação de litisconsórcio unitário. Exemplo: na solidariedade passiva, um dos devedores 
opõe uma exceção pessoal ao credor. Nesse caso, obviamente, a sentença será diferente em relação àquele que opôs a exceção pessoal e os 
demais codevedores. 
 
HIPÓTESES LEGAIS DE LITISCONSÓRCIO :O art. 113 elenca as hipóteses de litisconsórcio facultativo, ao passo que o art. 114 especifica as 
condições em que o litisconsórcio é necessário. 
Vejamos exemplos que ilustram as hipóteses do art. 113: 
a) Comunhão de direitos ou obrigações relativamente à lide: cada condômino pode reivindicar todo o bem indiviso e não apenas a sua fração 
ideal (CC, art. 1.314, e RT 584/114). Todavia, em razão da comunhão de direitos, todos os condôminos ou alguns deles podem demandar o bem 
comum em litisconsórcio (litisconsórcio facultativo ativo). Havendo solidariedade passiva (comunhão de obrigações), o credor pode demandar 
um, alguns ou todos os devedores conjuntamente (litisconsórcio facultativo passivo). 
b) Conexão pelo objeto ou pela causa de pedir: credor executa devedor principal e avalista, conjuntamente (o objeto mediato visado contra 
ambos é idêntico = crédito). Quanto à conexão pela causa de pedir, pode-se repetir o exemplo acima. Vários passageiros acionam a empresa de 
ônibus com base na mesma causa de pedir (o acidente = causa remota). 
c) Afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito: na hipótese, existe apenas afinidade, um liame, ao passo que na conexão, 
há identidade entre elementos da demanda (objeto ou causa de pedir). Rebanhos de bovinos, pertencentes a vários proprietários, sem ajuste 
entre eles, invadem uma fazenda. Não há conexão, nem direitos e obrigações derivam dos mesmos fundamentos de fato ou de direito, pois os 
fatos são diversos. No entanto, há uma afinidade de questão, pois um ponto de fato é comum: a invasão simultânea do gado. 
Ressalte-se que a nova redação suprimiu o inciso II, do art. 46, do CPC de 1973, que tratava da hipótese de litisconsórcio quando os direitos e 
obrigações derivavam do mesmo fundamento de fato ou de direito. A alteração seguiu entendimento doutrinário que considerava tal previsão 
desnecessária, já que a identidade acerca dos fundamentos (de fato ou de direito) é capaz de gerar conexão pela causa de pedir, hipótese já 
contemplada no inciso III, do art. 46, do CPC/73 (e atual art. 113, II). 
 
 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
Intervenção de Terceiros pode ser conceituada como oportunidades legalmente concedidas à pessoa não participante de determinada relação 
jurídica processual para nela atuar ou ser convocado a atuar, na defesa de interesses jurídicos próprios. 
 
No Novo CPC, a Intervenção de Terceiros está contida dentro da parte geral do Código, no Livro III, Título III, estando disciplinada a partir do 
artigo 119. Em função dessa localização que o legislador a deu no Diploma, é possível concluir que a partir de agora a Intervenção de Terceiros 
será aplicável a todos os procedimentos, diferentemente do que ocorria no CPC/1973, onde em regra admitia-se a Intervenção apenas no 
processo de conhecimento de procedimento comum ordinário, havendo restrições no procedimento comum sumário (por força do disposto no 
artigo 280 do CPC/73 que excetuava a assistência), nos procedimentos especiais e na execução. 
 
Desta forma, o CPC/2015 acaba ampliando as hipóteses de cabimento deste instituto, o que pode facilitar o cotidiano dos operadores do Direito, 
muito embora, em algumas situações, tal fato fez com que o jurista deva ter maior atenção na forma em que milita dentro de determinada 
demanda, como será demonstrado a seguir. 
a Intervenção de Terceiros a partir do CPC/2015 passará a ter as seguintes modalidades: 
Assistência; Denunciação da Lide; Chamamento ao Processo; Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica; 
Amicus Curiae. 
Assistência :A Assistência pode ser entendida como a modalidade de Intervenção de Terceiros Espontânea, cuja finalidade é que um terceiro 
estranho a relação processual auxilie a parte em uma causa em que tenha interesse jurídico. 
Tal modalidade poderá ser admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição. 
Feito o pedido de assistência, as partes terão o prazo de 15 dias para impugna-lo, onde havendo a impugnação, o juiz decidirá o incidente sem 
suspender o processo. 
Não sendo realizada a impugnação neste prazo, ou não sendo o caso de rejeição liminar (quando faltar ao terceiro interesse jurídico) o pedido 
será deferido e o assistente ingressará no processo, recebendo-o no estado em que se encontre, ou seja, não haverá novamente a prática de 
atos já realizados quando do seu ingresso na demanda. 
 
Assistência pode se dar de duas formas: simples e litisconsorcial. 
A Assistência Simples é aquela realizada por terceiro que pretende, apenas, auxiliar uma das partes da vitória do feito, estando disciplinada nos 
artigos 121 à 123 do NCPC. 
O assistente simples exercerá os mesmos poderes e estará sujeito aos mesmos ônus processuais que o assistido, ou seja, não poderá exercer 
os atos praticados pelo assistido, por exemplo, caso o assistido não recorra de determinada decisão, o assistente não poderá recorrer. 
Todavia, ressalta-se que, embora a atuação do assistente esteja adstrita aos atos praticados pelo assistido, poderá o assistente ser considerado 
o substituto processual do assistido caso este seja revel ou omisso. 
4 
 
Além disso, ainda que haja a Assistência simples, a parte principal poderá reconhecer a procedência do pedido, desistir da ação ou renunciar ao 
direito que se funda a ação ou transigir sobre direitos incontroversos. 
Por fim, havendo o trânsito em julgado da sentença do processo em queo assistente interviu, este não poderá discutir a justiça da decisão em 
processo posterior salvo se alegar e provar que, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença em decorrência do estado em 
que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido e no caso de provar que desconhecia a existência de alegações ou de 
provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. 
Da Assistência Litisconsorsial :Disposta no artigo 124 do NCPC, a Assistência Litisconsoricial restará configurada quando o terceiro intervir no 
processo com a intenção de formar um litisconsórcio ulterior, sempre que a sentença irá influir na relação jurídica entre ele e o adversário do 
assistido.Isto ocorre, pois o assistente litisconsorcial tem relação direta com a parte adversa doassistido. Neste caso o assistente defende direito 
seu em juízo, em litisconsórcio com o assistido. 
É a clássica situação de uma ação de despejo entre locador e locatário, e que ainda há um contrato de sublocação. Neste caso, o sublocatário 
poderá intervir como assistente litisconsorcial do locatário, já que será influenciado pelo resultado da sentença a ser proferida na demanda. 
 
DENUNCIACAO DA LIDE 
Tratada nos artigos 125 ao 129 do NCPC, a Denunciação da Lide é a modalidade de intervenção provocada onde o Autor e Réu pretendem 
resolver demanda regressiva contra um terceiro, onde aquele que eventualmente perder a demanda já aciona um terceiro para que este o 
indenize em ação de regresso. Simplificadamente, pode-se dizer que a Denunciação da Lide nada mais é do que uma ação de regresso incidente 
a um processo já existente. 
 
O CPC/2015 inova nesta modalidade ao deixar de torna-la obrigatória, e sendo cabível apenas em duas hipóteses: ao alienante imediato, no 
processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam, sendo 
permitida, neste caso, uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato da cadeia dominial ou 
quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação; 
àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. 
O Novo CPC ainda inova ao trazer que, caso a denunciação da lide seja indeferida, deixe de ser promovida ou não for permitida, o direito 
regressivo poderá ser exercido por ação autônoma, que, inclusive, poderá ser distribuída por dependência. 
 
Poderá o direito de regresso também ser discutido em ação autônoma quando, na denunciação sucessiva, no caso do denunciado sucessivo, 
quer não pode promover nova denunciação. 
 
No tocante a citação do denunciado, esta deverá ser requerida na petição inicial, sendo o denunciante o autor ou na contestação no caso do 
denunciante ser o réu, sendo este o momento processual para exercer exerce-la. 
 
Sendo deferido, o juiz, de ofício, mandará proceder a respectiva anotação pelo distribuidor nos termos do parágrafo único do artigo 286 do 
NCPC. 
No caso da denunciação ser feita pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos 
argumentos à petição inicial, devendo, desta forma, ser procedida à citação do réu. 
Porém sendo ela feita pelo réu, o artigo 128 do NCPC, traz 3 consequências que podem ocorrer: Denunciado contestar o pedido do Autor: nesta 
hipótese, o processo prosseguirá, formando na ação principal um litisconsórcio entre o denunciante e denunciado; 
Denunciado for revel: ocorrendo tal situação, o denunciante poderá deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, bem como 
abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; 
Denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal: neste caso, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo 
a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso. Todavia, pontua-se que a que a confissão do denunciado não prejudica a 
defesa do denunciante (réu) na ação contra o autor 
O julgamento da demanda principal será conjunto com a denunciação à lide, e, sendo o pedido da ação principal julgado procedente, poderá o 
autor requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva. 
 
A denunciação da lide, embora seja ação autônoma, possui dependência em relação à ação principal, ou seja, só haverá necessidade de julgar a 
denunciação se a ação principal for julgada contra o denunciante, situação em que o juiz terá que analisar o direito de regresso do denunciante e, 
relação ao denunciado. 
 
Em relação a sucumbência, se a ação principal foi improcedente, então significa que a denunciação da lide foi desnecessária e assim o 
denunciante pagará as verbas de sucumbência em relação ao denunciado. 
 
Por fim, pontua-se que, com o CPC/2015, não é mais cabível a denunciação per saltum, ou seja, quandoo adquirente, denominado evicto, quiser 
exercer os direitos resultantes da evicção, poderá notificar qualquer componente da cadeia negocial, ou seja, o alienante imediato ou alienantes 
mediatos, demandando assim em face daquele que não possui qualquer relação jurídica de direito material, admitida na sistemática do 
CPC/1973 por força do artigo 456 do Código Civil, que foi revogado pelo artigo 1072 do NCPC. 
 
PRAZOS 
Os prazos processuais são os períodos de tempo fixados por lei, pelo juiz ou pela convenção entre partes de um litígio. Os prazos podem ser 
fixados, por exemplo, de acordo com a instauração da ação e da contestação. Esses estão, basicamente, discorridos entre os artigos 218 e 232 
do Novo Código de Processo Civil brasileiro. Ao se discorrer sobre as sanções por não se observar o termo final dos prazos processuais deve-se 
ter como requisito essencial as disposições legais do diploma processual civil. Assim, tem-se que as regras de verificação dos prazos e das 
penalidades estão previstas entre os artigos 233 e 235. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão 
somente os dias úteis. (art. 219). 
Sobrevindo, porém, o recesso judiciário, terão elas efeito suspensivo sobre o prazo ainda em marcha, sem distinguir entre prazo dilatório e 
peremptório. Paralisada a contagem, o restante do prazo recomeçará a fluir a partir do primeiro dia útil seguinte ao término das férias (art. 179). 
O efeito suspensivo do recesso forense não se verifica quando se trata de prazo decadencial, como o de propositura da ação rescisória, nem em 
relação ao prazo do edital, já que este não se destina à prática do ato processual, mas apenas ao aperfeiçoamento da citação ficta. Os prazos 
processuais cíveis sofreram alterações com a promulgação da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. 
Classificação : Os prazos podem ser: 
A – Legais: são os prazos fixados em lei. 
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B – Judiciais: são os prazos fixados por critérios do juiz. 
C – Convencionais: prazo estabelecido pela convenção entre as partes. 
Os prazos tem também sua classificação quanto à natureza jurídica, o que vai determinar a natureza jurídica da sanção punitiva decorrente de 
cada tipo de desvio do curso normal de prazo ou da não observância do mesmo, gerando restrições de direito de parte no processo, 
principalmente do exercício da prestação jurisdicional por meio de advogado. Deve-se ressaltar os prazos dilatórios, por serem aqueles que, 
embora fixados na lei, admitem ampliação ou redução pelo juiz. 
Ainda os prazos processuais podem ser classificados, quanto a natureza, onde poderão ser: 
Dilatórios: Também chamado de prazos prorrogáveis, são os que decorrem de normas de natureza dispositiva, isto é, normas que permitem à 
parte dispor do prazo para a prática de determinado ato. 
Peremptórios: Ou prazos fatais ou improrrogáveis, são os que decorrem de normas cogentes, imperativasou de ordem pública. Os prazos 
peremptórios não podem ser objeto de convenção. Todavia, o vetusto art. 182, 2ª parte, do CPC abre uma exceção ao permitir ao juiz, nas 
comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazo, mas nunca no prazo por prazo superior a sessenta dias. 
 
Contagem dos prazos: termo inicial 
Em regra, nos juizados especiais cíveis, e nos juízos criminais os prazos processuais civis são contados, com exclusão do dia do começo e com 
inclusão do de vencimento (art. 184). Assim é porque ocorrendo a intimação durante o expediente forense, a computação do dia em que ela se 
der importaria redução do prazo legal, visto que do primeiro dia a parte somente teria condições de desfrutar de uma fração. Já com relação ao 
termo final, isto não se dá, pois a parte poderá utilizá-lo por inteiro. Nos demais juízos cíveis, serão considerados somente os dia úteis. 
Como é a intimação o marco inicial dos prazos (art.240), o começo de fluência só se dá, realmente, a partir do dia seguinte. Mas é preciso que 
esse dia seja útil, pois nenhum prazo processual começa em dia não útil (art.184, § 2º), logo se a publicação acontecer em sexta-feira o prazo 
somente se iniciará na segunda-feira seguinte. Igualmente, o termo final do prazo somente se dá em dias úteis, assim, se o prazo terminar em 
um sábado este será prorrogado até a segunda feira seguinte. 
Contagem dos prazos no processo eletrônico 
Uma vez implantado pelos tribunais, no âmbito das respectivas jurisdições, o PROJUDI, bem como qualquer outro sistema de processo 
eletrônico, autorizado pela Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, a contagem dos prazos submeter-se-á aos critérios especiais que a 
referida lei institui. 
Duas são as situações em que a intimação eletrônica poderá acontecer: 
a) por publicação no Diário da Justiça eletrônica, quando este vier a ser criado pelos tribunais. 
b) por comunicação pessoal em portal próprio àqueles que se cadastrarem no Poder Judiciário, segundo as regras que os órgãos 
judiciais instituírem (Lei nº 11.419, art. 5º). As mesmas regras aplicam-se à citação eletrônica, havendo as mesmas punições pela 
não observância dos prazos (preclusão, prescrição, perempção, sanções do advogado, juiz ou promotor) que quando ocorrida fora 
do meio eletrônico. 
Prazo para recurso 
O prazo para interposição de recurso foi objeto de um dispositivo especial – o art.242 –, que manda contá-lo da data em que os 
advogados forem intimados da decisão, da sentença ou do acórdão. A regra acha-se reiterada no art.506, com mais detalhes. 
Prazo para as partes 
Quando nem a lei nem o juiz fixar prazo para o ato processual, será de cinco dias o prazo para a prática de ato processual a cargo 
da parte (art.185). 
É possível a renúncia, pela parte, de prazo estabelecido exclusivamente em seu favor (art. 186). Para que essa faculdade seja 
exercida, é necessário que o prazo não seja comum; que o direito em jogo seja disponível; e que as partes sejam capazes de 
transigir. A renúncia pode ser expressa ou tácita. É expressa quando contida em declaração de vontade direita e clara, contendo a 
manifestação de abrir mão do prazo. É tácita quando decorre de um ato incompatível com a utilização do prazo, tal como se dá com 
a parte que pratica o ato antes de viciado o prazo que lhe havia sido outorgado. 
Se figurarem litisconsortes na relação processual e forem diversos os seus advogados, os seus prazos, para contestar, para 
recorrer de modo geral, para litigar nos autos, serão contados em dobro (art 191). No caso de não observâncias destes prazos só 
responderão pelas sanções os advogados que não seguiram-nos. Desta forma, compete a todo advogado restituir os autos no prazo 
legal (art.195). Da inobservância dessa norma decorrente duas consequências: 
• 1) uma, de ordem processual: que é a preclusão, em decorrência da qual o juiz mandará, de ofício, riscar o que neles houver 
escrito o faltoso e desentranhar as alegações e documentos que apresentar (art.195); 
• 2) de ordem disciplinar: que é a comunicação da ocorrência à Ordem dos Advogados do Brasil, para o procedimento 
adequado é imposição de multa (art.196). 
Essas providências são aplicáveis também aos órgãos do Ministério Público e aos representantes da Fazenda Pública (art.197). A 
multa imponível aos advogados pela ilícita retenção dos autos, além do prazo legal, é de valor correspondente à metade do salário 
mínimo vigente na sede do juízo. Sua aplicação, porém, só terá lugar se, intimado o advogado, não efetuar a devolução dos autos 
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em vinte e quatro horas (art. 196). Além da multa, sujeita-se o causídico a perder o direito de novas visitas dos autos fora do cartório 
(art. 196, caput). 
Prazo para o juiz e seus auxiliares 
Ao juiz, o Código marca prazos legais, que são: 
• 1º) dois dias, para os despachos de expediente (art.189,I) 
• 2º) 10 dias, para as decisões interlocutórias (art.189,II) e sentenças (art.456). havendo, porém, motivo justificado, pode o juiz 
exceder, por igual tempo, os prazos que o Código lhe assina (art.187). 
Aos escrivães ou chefes de secretaria, o Código marca os prazos de: 
• 1º) 24 horas, para remeter os autos conclusos; e 
• 2º) 48 horas, para executar os demais atos do processo (art.190). 
Inobservância dos prazos do Juiz 
Se ocorrer desrespeito a prazo processual pelo juiz, qualquer das partes ou órgão do Ministério Público poderá representar ao 
Presidente do Tribunal de Justiça, a quem incumbirá o encaminhamento do caso ao órgão competente, para instauração do 
procedimento para apuração de responsabilidade (art.198, primeira parte). 
O relator, conforme as circunstâncias, poderá avocar os autos em que ocorreu o excesso de prazo e designar outro juiz para decidir 
a causa (art. 198, segunda parte). 
Essa mesma regra é aplicável, também, aos membros dos tribunais superiores, na forma que dispuser o seu regimento interno 
(art.199). 
Preclusão 
Todos os prazos processuais, mesmo os dilatórios, são preclusivos. Portanto, “decorrido o prazo, extingue-se, independentemente 
de declaração judicial, o direito de praticar o ato” (art.183 do Código de Processo Civil). 
Opera, para que o que se manteve inerte, aquele fenômeno que se denomina preclusão processual. 
Preclusão, nesse caso, vem a ser a perda da faculdade ou direito processual, que se extinguiu por não exercício em tempo útil. 
Recebe esse evento a denominação técnica de preclusão temporal. Mas, há, em doutrina, outras espécies de preclusão, como a 
consumativa e lógica, todas elas ligadas à perda de capacidade processual para a prática ou renovação de determinado ato. Porém, 
permite o Código, não obstante, que após a extinção do prazo, em caráter excepcional, possa a parte provar que o ato não foi 
praticado em tempo útil em razão de “justa causa” (art.183). Nessa, situação, o juiz, verificando a procedência da alegação da parte, 
permitirá a prática do ato no “prazo que lhe assinar” (art.183, § 2º), que não será obrigatoriamente, igual ao anterior, mas que não 
deverá ser maior, por motivos já explanados. 
Para o código, “reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato por si ou por 
mandatário” (art. 183, § 1º). Trata-se, como se vê, do caso fortuito ou motivo de força maior, em termos análogos ao artigo 393, 
parágrafo único, do Código Civil de 2002.

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