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2 CAPELANIA PASTORAL

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Prévia do material em texto

CAPELANIA 
PASTORAL 
 
 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
APRESENTAÇÃO DO 
MATERIAL 
O material aqui presente tem como objetivo introduzir a aprendizagem dos discentes, 
anexando conteúdos livres no material, para enriquecimento dos mesmos. 
O conteúdo aqui apresentado possui dados legais, não dispondo, assim, de autor ou 
autores próprios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
INTRODUÇÃO 
Muitas pessoas pensam que para ser capelão só é necessário conhecer a Bíblia. 
Entretanto, tal consideração não condiz com a realidade, nem atende as necessidades. 
Pelo contrário, além de conhecer a Bíblia, também é necessário saber visitar e possuir a 
qualificação técnica, o aprimoramento e orientação psicológica. 
O trabalho do “capelão” cristão, através da Ajuda Espiritual a enfermos, a 
encarcerados, desamparados e necessitados em geral é um trabalho belo, maravilhoso, 
por vezes chocante, mas extraordinariamente necessário. Mas é imprescindível destacar, 
que somente através do dom da misericórdia o capelão poderá realizar esta tão grande 
obra. 
A ajuda Social e Espiritual a estas classes de pessoas, realizada através da 
misericórdia e plena espontaneidade em ajudar a outros, traz consigo o privilégio de 
aconselhar, auxiliar, consolar, confortar e evangelizar as pessoas que tão terrivelmente 
atravessam uma fase difícil e as vezes complicada em sua vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
 
 
 
Sumário 
O QUE É CAPELANIA CRISTÃ ................................................................................................................. 4 
BREVE HISTÓRICO ................................................................................................................................. 6 
AMPARO JURÍDICO ............................................................................................................................... 9 
CAPELANIA PASTORAL ........................................................................................................................ 12 
POSTURA DO CAPELÃO ....................................................................................................................... 15 
CONHECENDO O SER HUMANO .......................................................................................................... 19 
JESUS CRISTO: O CAPELÃO POR EXCELÊNCIA ..................................................................................... 23 
REFERÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
CAPÍTULO 1 
O QUE É CAPELANIA CRISTÃ 
 
Dentro de um contexto geral 
podemos definir Capelania como a ação 
de dar assistência de caráter espiritual 
aos necessitados ou às pessoas que 
solicitam tal ajuda. Essa assistência 
espiritual deve sempre focar a pessoa de 
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo 
dentro do contexto do Reino de Deus e 
sem nenhuma tendência religiosa ou 
denominacional. 
 
A Capelania visa proporcionar ao ser humano oportunidades de uma formação 
integral dentro dos princípios éticos cristãos norteados de acordo com a Bíblia Sagrada. 
O principal serviço da Capelania é levar a esperança e esperança é esperar o que 
se deseja. Segundo Hebreus 11.1 - “... a fé é a certeza daquilo que esperamos ...” (NVI), 
então, podemos afirmar que o objetivo da Capelania é levar o ser humano a uma fé ativa 
diante do Criador, através da qual a pessoa consegue se aproximar de Deus e desenvolver 
um relacionamento pessoal com Ele, entregar-se a Ele e viver esperando Nele. 
Esperar com confiança, esperar esperando, esperar confiando foi esse o sentido 
que podemos aprender com o Rei Davi no Salmo 40.1 - “Esperei com paciência pela 
ajuda de Deus, o SENHOR. Ele me escutou e ouviu o meu pedido de socorro”(NTLH), 
esse é princípio ativo do significado da palavra fé nas Escrituras. Vale também lembrar o 
que diz Hebreus 11.6 - “Sem fé ninguém pode agradar a Deus, porque quem vai a ele 
precisa crer que ele existe e que recompensa os que procuram conhecê-lo 
melhor” (NTLH). 
Podemos então afirmar que o objetivo da Capelania consiste em lançar a semente 
da fé bíblica no coração do próximo promovendo de forma sobrenatural a esperança viva 
da fé em Deus. 
 5 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
Uma vez que uma fé viva está fundamentada nas Escrituras e as Escrituras tem 
centro a pessoa de Jesus Cristo, a Capelania vai ajudar cada ser humano que for alcançado 
por ela a ter um encontro pessoal com Cristo aproximando-se assim de Deus conhecendo-
o melhor. 
Vale ressaltar que a Capelania não é uma atividade pertencente ou exclusiva a 
nenhuma instituição ou convenção. É uma atividade voluntária e livre, excetuando, é 
claro, os concursados nas forças armadas, unidades militares e afins. 
A Capelania é a atividade que oferece oportunidades de conhecimento, reflexão, 
desenvolvimento e aplicação de valores e princípios ético-cristãos e da revelação de Deus. 
É nas adversidades que o ser humano precisa de ser consolado, confortado e 
orientado para superar as agruras da vida, quer num leito de hospital, numa creche, 
orfanato, presídio, asilo, ou quaisquer outros lugares, onde uma palavra de consolo, ou 
um ouvido atento faz a diferença, dando ao necessitado a força de superação eficiente 
para colocá-lo em consonância com o poder e a vontade de Deus. Conforto espiritual e 
esperança são encontrados quando o Capelão, ao levar a sua mensagem ao necessitado, 
explicita que é o Senhor Jesus quem nos conforta, liberta e nos salva. 
Capelania é, antes de tudo, levar Jesus às pessoas, independentemente de 
bandeira religiosa. A palavra de Deus é, destarte, uma turbina que gera vida; e vida em 
abundância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
CAPÍTULO 2 
BREVE HISTÓRICO 
 
A história da origem de Capelania segue diferentes caminhos. A Encyclopaedia 
Britanica (em inglês), registra o que resumimos a seguir: 
Na França costumava-se levar uma relíquia de capela ou oratório de São Martin 
de Tours, preservada pelo rei da França, para o acampamento militar, em tempos de 
guerra. 
A relíquia era posta numa tenda especial que levava o nome de capela. Um 
sacerdote era mantido para o ofício religioso e aconselhamento. 
A ideia progrediu e mesmo em tempo de paz, a capela continuava no reino, 
sempre com um sacerdote que era o conselheiro. O costume passou a ser observado 
também em Roma. 
Em 1789, esse ofício foi abolido na França, mas restabelecido em 1857, pelo 
Papa Pio IX. À esta altura, o sacerdote que tomava conta da capela, que era chamado 
capelão, passava a ser o líder espiritual do Soberano Rei e de seus representantes. O 
serviço costumava estender-se também a outras instituições: Parlamento, Colégios, 
Cemitérios e Prisões. 
Tudo isto porque para o catolicismo, existem as igrejas matrizes em cada lugar 
e as paróquias para atendimento geral dos fiéis. Um serviço religioso particular, não era 
comum. Assim, surgia a figura da capela. 
I. O MOVIMENTO MODERNO DE CAPELANIA 
Mas o movimento moderno e mais definido de capelania, com tendências à 
institucionalização da atividade, começou a surgir no final do século 19, com uma 
acirrada discussão sobre psicologia pastoral, nos Estados Unidos e na Inglaterra. 
O principal protagonista da ideia foi um pastor congregacional de Columbus, no 
Estado de Ohio, Estados Unidos, Washington Gladden, que insistia na necessidadede 
cooperação entre o clero (líderes religiosos) e a classe médica (A Árvore da Cura, p. 246). 
Gladden, em seu livro The Christian Pastor (O pastor cristão), evidenciou os vínculos 
entre a saúde mental e a saúde física. 
 7 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
Por este tempo, principalmente na virada do século 19 para o século 20, eclodiu 
uma forte discussão sobre experiência religiosa. Nesta discussão juntavam-se psicólogos, 
teólogos, clérigos, médicos e psicoterapeutas. O tema principal era: “cura para todos”, e 
o objetivo maior era buscar saúde para “o homem inteiro”. 
Logo surgiu outro luminar do movimento, que era Anton Boisen (1876-1966). 
Dedicou-se com muito sucesso à teologia pastoral. Formado pela Universidade de 
Harvard, e depois de muitas lutas e discussões, assumiu uma capelania no Hospital 
Estadual de Worcester, para doentes mentais. 
Boisen foi o primeiro a introduzir estudantes de teologia num hospital 
psiquiátrico para treinamento pastoral clínico, o que fazia parte dos trabalhos normais do 
hospital. Este trabalho cresceu e se estabeleceu durante dez anos. Boisen é considerado 
pela literatura moderna um dos fundadores do treinamento pastoral clínico. 
Enquanto Boisen atuava nos Estados Unidos, surgia outro grande protagonista 
do movimento, no Reino Unido, Leslie Weatherhead. 
Leslie era pastor Metodista, e em 1916 foi para a Índia como missionário. 
Trabalhando em Madras, ingressou no oficialato militar da reserva do exército da Índia e 
foi enviado para o deserto da Mesopotâmia, para ajudar na guarda do porto de Basra. E 
então foi nomeado capelão do exército. 
Durante esse trabalho na Mesopotâmia, conheceu um médico que atuava como 
psicoterapeuta, que compartilhou com ele muitas ideias sobre “natureza psicossomática” 
de boa parte das doenças conhecidas como físicas. 
Esse médico tinha a forte convicção de que eram os capelães religiosos que 
deveriam ajudar as pessoas enfermas a se recuperarem. O médico morreu logo, mas 
conseguiu provocar uma verdadeira revolução na vida espiritual de Leslie, que passou a 
estudar profundamente o assunto. 
De volta à Inglaterra alguns anos depois, Leslie criou seminários de debates 
envolvendo psicologia, medicina e psicanálise. Todo o trabalho de Leslie, que foi muito 
intenso, contribuiu para firmar as atividades de Capelania hospitalar daquele tempo. 
É bom lembrar à esta altura, que o trabalho de Capelania estava muito ligado à 
psicologia, principalmente a emergente disciplina denominada psicologia pastoral. 
II. CAPELANIA NO BRASIL 
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FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
No Brasil, o ofício de Capelania começou também na área militar, em 1858, com 
o nome de Repartição Eclesiástica, evidentemente só com a Igreja Católica. O serviço foi 
abolido em 1899. 
Durante a Segunda Grande Guerra Mundial, em 1944, o serviço foi restabelecido 
com o nome de Assistência Religiosa das Forças Armadas. Na mesma época foi criada 
também a Capelania Evangélica para assegurar a presença de Capelães Evangélicos na 
FEB. 
O grande Capelão Evangélico que marcou época durante a Segunda Guerra 
Mundial, foi o Pastor João Filsen Soren, que era pastor da Primeira Igreja Batista do Rio 
de Janeiro, e depois que voltou, são e salvo, ainda permaneceu no pastorado daquela igreja 
por mais de 50 anos. Faleceu recentemente (2002). Pena que não nos deixou um livro 
sobre o assunto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
CAPÍTULO 3 
AMPARO JURÍDICO 
 
I. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas 
entidades civis e militares de internação coletiva. 
II. LEI FEDERAL Nº 9.982 - 14/07/2000 
Dispõe sobre a prestação de assistência religiosa nas entidades hospitalares 
públicas e privadas, bem como nos estabelecimentos prisionais civis e militares. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA - Faço saber que o Congresso Nacional 
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º - Aos religiosos de todas as confissões assegura-se o acesso aos hospitais 
da rede pública ou privada, bem como aos estabelecimentos prisionais civis ou militares, 
para dar atendimento religioso aos internados, desde que em comum acordo com estes, 
ou com seus familiares no caso de doentes que já não mais estejam no gozo de suas 
faculdades mentais. 
Art. 2º - Os religiosos chamados a prestar assistência nas entidades definidas no 
art. 1º deverão, em suas atividades, acatar as determinações legais e normas internas de 
cada instituição hospitalar ou penal, a fim de não pôr em risco as condições do paciente 
ou a segurança do ambiente hospitalar ou prisional. 
Art. 4º - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias. 
Art. 5º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 14 de julho de 2000; 179º da Independência e 112o da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
José Gregori, Geraldo Magela da Cruz Quintão, José Serra 
III. LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984. 
 10 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA - Faço saber que o Congresso Nacional 
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
TÍTULO I 
Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal 
Art. 1º - A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença 
ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do 
condenado e do internado. 
Art. 2º - A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo 
o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei 
e do Código de Processo Penal. 
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao 
condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à 
jurisdição ordinária. 
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não 
atingidos pela sentença ou pela lei. 
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, 
religiosa ou política. 
Art. 4º - O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades 
de execução da pena e da medida de segurança. 
Da Assistência 
SEÇÃO I 
Disposições Gerais 
Art. 10º - A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando 
prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. 
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso. 
Art. 11. A assistência será: 
I - Material; 
II - À saúde; 
III - Jurídica; 
IV - Educacional; 
V - Social; 
VI - Religiosa. 
SEÇÃO VII 
 11 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
Da Assistência Religiosa 
Art. 24º - A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos 
e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organizados no 
estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa. 
 § 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos. 
 § 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de 
atividade religiosa. 
IV. DIREITOS E DEVERES DO CAPELÃES 
Dentre os principais podemos destacar os seguintes: 
1. Ter acesso garantido àqueles que por ele solicitam ou procuram. 
2. Ser respeitado no exercício de sua função. 
3. Não ser discriminado em razão de sexo, raça, cor, idadeou religião que 
professa. 
4. Obedecer e respeitar determinações legais e as normas internas de cada 
instituição onde exercer a Capelania, a fim de colocar em risco as condições da pessoa 
assistida ou a segurança do ambiente no qual desempenhe a sua atividade. 
5. Respeitar as regras de higiene e vestuário de cada ambiente onde venha 
exercer a Capelania. 
6. Exercer a Capelania sem nenhum tipo de discriminação de raça, sexo, cor, 
idade ou religião, sempre tendo por foco sua missão de confortar e consolar a pessoa 
assistida, seja ela quem for. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
CAPÍTULO 4 
CAPELANIA PASTORAL 
 
Juridicamente o Capelão é uma pessoa preparada e legalmente habilitada para 
ministrar assistência religiosa em regimentos militares (Marinha, Exército, Força Aérea, 
Polícias Civil e Militar), escolas em seus mais variados níveis, internatos, orfanatos, 
asilos, hospitais, presídios, etc. 
Já espiritualmente o serviço de Capelania é uma chamada Bíblica geral que 
envolve todos os cristãos. O maior exemplo que temos é a pessoa de Jesus Cristo e 
ninguém é maior que Ele e como seus seguidores cada cristão deve emprenhar-se ao 
máximo nesse serviço. 
João 20.21-22 - “Então Jesus disse de novo: - Que a paz esteja com vocês! Assim 
como o Pai me enviou, eu também envio vocês. 
22 Depois soprou sobre eles e disse: - Recebam o Espírito Santo”. (NTLH) 
Do mesmo jeito e na mesma 
autoridade de Jesus, cada cristão foi 
comissionado para essa nobre missão 
espiritual. É importante notar que todos 
os ensinos de Jesus são práticos e nunca 
teóricos. Ele nunca mandou alguém fazer 
algo que Ele não fizesse e nunca falou 
para não fazer o que Ele não fez. 
 
Somos comissionados por Jesus e temos a mesma unção que havia sobre Ele que 
é a unção do Espírito Santo. É na autoridade do Rei e na força do Espírito Santo que a 
Igreja Corpo de Cristo vai realizando a Obra de Deus na face da terra. A Igreja é a prova 
viva da presença e da manifestação de Cristo nesse mundo. 
Fundamentado então na vida de Cristo o cristão deve observar o que a Bíblia fala 
que Ele fez e mirar nos seus exemplos maravilhosos toda a conduta cristã. 
Podemos entender então que o principal requisito para se tornar um Capelão é a 
pessoa ser um cristão totalmente convertido e praticante da Palavra de Deus. 
 13 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
Vale também citar que nos moldes do Novo Testamento o sacerdócio espiritual 
é universal, ou seja, independente se a pessoa é do sexo masculino ou feminino, ela pode 
e tem o direito de ser capelão. Veja que podemos aprender isso no texto abaixo (o grifo é 
meu): 
1 Pe 2.9 – “Mas vocês são a raça escolhida, os sacerdotes do Rei, a nação 
completamente dedicada a Deus, o povo que pertence a ele. Vocês foram escolhidos para 
anunciar os atos poderosos de Deus, que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa 
luz”. (NTLH) 
O Capelão é uma pessoa capacitada espiritual e emocionalmente sensível às 
necessidades das pessoas. É alguém sempre disposto a ouvir, aliás esse é o predicado 
número um de quem se prontifica a essa missão. 
É um amigo disposto a ouvir e encorajar pessoas ajudando-as a enfrentar, muitas 
vezes o pior momento de suas vidas. É o ajudante da vida humana encorajando gente com 
a viva esperança. 
Oferece suporte e ajuda espiritual, apoio emocional a própria pessoa e seu 
familiares e amigos e casos institucionais também aos profissionais atuantes. 
Cumpre sua missão de todo o coração e sem nenhum interesse material. Anda 
sempre preparado, conhece bem a Palavra de Deus: 
2 Tm 2.15 - “Faça todo o possível para conseguir a completa aprovação de 
Deus, como um trabalhador que não se envergonha do seu trabalho, mas ensina 
corretamente a verdade do evangelho”. (NTLH) 
Seguindo o princípio cristão do voluntariado o Capelão desempenha sua função 
não objetivando e nem impondo condições materiais ou financeiras para desempenhar 
sua missão. Esse princípio não se aplica aos Capelães empossados na forma da Lei 
mediantes concurso público nas instâncias federais, estaduais ou municipais. 
Transcrevo a seguir a Lei que trata acerca do voluntariado: 
LEI Nº 9.608, DE 18 DE FEVEREIRO DE 1998 
Dispõe sobre o serviço voluntário e dá outras providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional 
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não 
remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a 
 14 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, 
educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade. 
Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem 
obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim. 
Art. 2º O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de 
adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele 
devendo constar o objeto e as condições de seu exercício. 
Art. 3º O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas 
que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias. 
Parágrafo único. As despesas a serem ressarcidas deverão estar expressamente 
autorizadas pela entidade a que for prestado o serviço voluntário. 
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário. 
COMENTÁRIO DO COMPILADOR: Cumpre acerca da Capelania como dever 
cada Capelão estar informado sobre as Leis estaduais e municipais em vigor em sua 
região. Somos ensinados na Palavra dessa forma pelo Apóstolo Paulo: 
Tt 3.1 - “Recomende aos irmãos que respeitem as ordens dos que governam e 
das autoridades, que sejam obedientes e estejam prontos a fazer tudo o que é 
bom”. (NTLH) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
CAPÍTULO 5 
POSTURA DO CAPELÃO 
 
O Capelão cristão deve estar ciente que seu trabalho é uma vocação espiritual 
acima de tudo. Esse ministério é desenvolvido de forma voluntária. Espiritualmente a 
recompensa do Capelão será concedida naquele dia: 
2 Co 5.10 - “Porque todos nós temos de nos apresentar diante de Cristo para 
sermos julgados por ele. E cada um vai receber o que merece, de acordo com o que fez 
de bom ou de mau na sua vida aqui na terra”. (NTLH) 
Vamos entender o que é um trabalho voluntário e qual deve ser a postura desse 
serviçal do Reino de Deus aqui na terra. 
Segundo o dicionário Aurélio trabalho voluntário é aquele que é feito sem 
constrangimento ou coação, espontâneo. Veja também o que disse o Secretário-Geral da 
ONU, Ban Ki-moon (5 de dezembro de 2009): “O trabalho voluntário é uma fonte de 
força comunitária, superação, solidariedade e coesão social. Ele pode trazer uma 
mudança social positiva, promovendo o respeito à diversidade, à igualdade e à 
participação de todos. Está entre os ativos mais importantes da sociedade.” 
I. COMO SER UM BOM VOLUNTÁRIO? 
Nem sempre uma boa intenção é seguida de uma atitude correta. É preciso 
informação para uma boa ação. Isso ajuda muito no serviço voluntário e chama-se 
responsabilidade. Qualquer pessoa que se preste a algum serviço voluntário deve ter boa 
vontade e responsabilidade. 
Gostaria de enumerar algumas virtudes que são imprescindíveis ao Capelão 
cristão: 
1. Seja humilde: As vezes pode acontecer de haver críticas, não se deve esperar 
tapinhas nas costas. 
2. Existem regras: Cada Instituiçãoque for atuar tem seus regimentos internos, 
seu códigos e regras. 
 16 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
3. Esteja aberto para aprender: Novas experiências promovem uma 
renovação na mente que nos ajuda a crescer como pessoa. O Capelão nunca deve se 
posicionar como dono da verdade. 
4. Coloque-se na condição de servo: Esqueça a autopromoção ou fama. 
Lembre-se do princípio do Reino de que o maior é aquele que serve. 
5. De sempre o melhor: Nunca atenda alguém pura e simplesmente por 
obrigação. Lembre-se que deve haver harmonia entre o que falamos com nossa boca e o 
que expressamos com o corpo. O corpo nunca mente. 
As pesquisas mostram que voluntários vivem mais e também com mais saúde. 
A sensação de utilidade faz um bem enorme na alma do voluntário. 
II. ACERCA DA ÉTICA 
A Capelania cristã deve ser exercida sem nenhuma conotação religiosa ou 
sectária. Religião está fora de questão, quando falo de religião incluo qualquer instituição 
eclesiástica, inclusive àquela que o Capelão porventura pertença. A missão do Capelão é 
estritamente espiritual e durante o seu exercício deve esquecer sua e qualquer religião. 
Deus quando observa as pessoas não as observa segundo a religião dessa pessoa 
e da mesma maneira deve agir o capelão. 
Particularmente, tenho aprendido nos últimos dias que a principal característica 
do amor é o respeito. O próprio Cristo desenvolveu seu ministério espiritual sem vínculo 
religioso, embora religiosamente pertencesse a religião judaica. 
O alvo do Capelão no exercício da Capelania é suprir espiritualmente o 
necessitado. É preciso discernir que emocionalmente existe a psicologia e fisicamente a 
medicina. Deve-se ter cuidado para não invadir outra área a qual não é o alvo. 
III. CAPELÃO NÃO É PASTOR E NEM TERAPÊUTA 
É muito importante diferenciar as funções e as responsabilidades pertinentes a 
cada uma delas. O curso e a credencial de Capelão não evoca ao seu possuidor nem a 
chamada e nem a unção pastoral ou terapêutica. 
O Capelão caracteriza-se por um trabalho voluntário, não possui rebanho ou 
característica eclesiástica e que circunstancialmente atende pessoas carentes de 
assistência espiritual. Lida individualmente com pessoas, cada uma com seus problemas 
e na área espiritual sem ministrar doutrina denominacional alguma. 
O Capelão é apenas um pronto socorro espiritual. Em caso de “tratamento” deve 
encaminhar a pessoa a alguém melhor qualificado. Se fosse em um hospital, seria apenas 
 17 
 
 
FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 
 
um residente que nunca faria nenhuma cirurgia e apenas encaminharia o paciente sob seus 
cuidados para o especialista. 
Gostaria de deixar como exemplo a seguinte passagem bíblica: 
Lc 10.30-37 - “Jesus respondeu assim: - Um homem estava descendo de 
Jerusalém para Jericó. No caminho alguns ladrões o assaltaram, tiraram a sua roupa, 
bateram nele e o deixaram quase morto. 
31 Acontece que um sacerdote estava descendo por aquele mesmo caminho. 
Quando viu o homem, tratou de passar pelo outro lado da estrada. 
32 Também um levita passou por ali. Olhou e também foi embora pelo outro 
lado da estrada. 
33 Mas um samaritano que estava viajando por aquele caminho chegou até ali. 
Quando viu o homem, ficou com muita pena dele. 
34 Então chegou perto dele, limpou os seus ferimentos com azeite e vinho e em 
seguida os enfaixou. Depois disso, o samaritano colocou-o no seu próprio animal e o 
levou para uma pensão, onde cuidou dele. 
35 No dia seguinte, entregou duas moedas de prata ao dono da pensão, dizendo: 
- Tome conta dele. Quando eu passar por aqui na volta, pagarei o que você gastar a mais 
com ele. 
36 Então Jesus perguntou ao mestre da Lei: - Na sua opinião, qual desses três 
foi o próximo do homem assaltado? 
37 - Aquele que o socorreu! - respondeu o mestre da Lei. E Jesus disse: - Pois 
vá e faça a mesma coisa”. 
Nos moldes Bíblicos eu diria que a ação capelânica abrange uma boa parte no 
cumprimento do segundo e grande mandamento: 
Mc 12.29-31 - “Jesus respondeu: - É este: "Escute, povo de Israel! O Senhor, 
nosso Deus, é o único Senhor. 
30 Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a 
mente e com todas as forças. 
31 E o segundo mais importante é este: Ame os outros como você ama a você 
mesmo. Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois”. 
Já é conhecido e entendido por muitos que o amor é muito superior a qualquer 
sentimento. Muito mais que isso amor na prática significa cuidado. Deus não ama a raça 
humana apenas sentimentalmente, pelo contrário, o amor de Deus é algo prático e que 
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visa, além de um relacionamento pessoal entre Ele e cada ser humano, também a provisão 
das necessidades humanas. 
Concluo afirmando que amar é suprir necessidades e só descobrimos as reais 
necessidade através de relacionamentos com as pessoas. Para encerrar esse capítulo 
gostaria de dar um exemplo prático dessa verdade. 
Como descendentes de Adão toda a raça humana é pecadora por causa do pecado 
adâmico. A principal consequência do pecado de Adão sobre a raça humana é a morte 
espiritual. 
Dessa forma o homem sem Cristo Jesus em sua vida é espiritualmente morto. 
Jesus tratou esse assunto com Nicodemos em João 3.3 e Paulo também falou sobre ele 
em Ef 2.1. Dessa forma o homem se tornou um necessitado espiritual. 
Deus em seu grande amor (cuidado) deu providência para essa necessidade. 
Jesus Cristo tem sido essa providência de Deus e é por Ele que somos salvos e herdeiros 
da vida eterna. João 3.16 - “Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, 
para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna”. (NTLH) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 6 
CONHECENDO O SER HUMANO 
 
Um bom capelão precisa ter 
conhecimentos e discernimentos acerca 
da formação ou constituição do ser 
humano, caso contrário, poderá cometer 
equívocos espirituais que podem 
provocar sérios danos à pessoa assistida. 
Vale lembrar que o foco do ministério de 
capelania é a assistência espiritual. 
 
Como nossa proposta é prestar a assistência espiritual dentro da visão cristã, nada 
melhor do que recorrer às Escrituras sagradas para saber o que elas no ensinam acerca da 
composição do ser humano e poder dessa forma focar diretamente o alvo da capelania de 
prestar assistência espiritual. 
Meu pensamento nesse capítulo não é apresentar um estudo acerca da 
antropologia Bíblica em sua essência, pelo contrário, é dar uma pequena noção Bíblica 
acerca do ser humano. 
I. O QUE O NOVO TESTAMENTO FALA ACERCA DA 
CONSTITUIÇÃO DO SER HUMANO 
1) Mt 10.28 - “E não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a 
alma; Temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo”. 
2) 1 Ts 5.23 - “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo vosso 
espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de 
nosso Senhor Jesus Cristo”. 
3) Hb 4.12 - “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do 
que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das 
juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”. 
4) Tg 2.26 - “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim 
também, a fé sem obras é morta”. 
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5) Atos 20.10 - “Paulo, porém, descendo, inclinou-se sobre ele e, abraçando-o, 
disse: Não vos perturbeis, que a sua alma nele está”. 
Podemos afirmar que basicamente o homem é composto de duaspartes, sendo 
uma imaterial e invisível e outra física e visível. A parte imaterial possui duas 
características que é o espírito e a alma. Já a parte física é composta pelo corpo. 
Então o ser humano pode ser definido como sendo um ser ESPIRITUAL que 
possui uma ALMA e que habita em um CORPO. 
II. O ESPÍRITO HUMANO 
O ser humano é um ser espiritual porque foi criado por Deus segundo a sua 
imagem e semelhança (Gn 1.26. Jo 4.24) e é nessa dimensão que ele é capaz de ter 
conhecimento acerca de Deus e comunhão com o Altíssimo. 
O Espírito Santo habita no cristão regenerado em seu espírito humano. É no 
espírito humano que acontece a ministração do Espírito Santo acerca das coisas espirituais 
(Pv 20.27; Jo 3.6; 1 Co 3.16), inclusive a confirmação da salvação (Rm 8.16). 
Assim como temos nossas necessidades físicas, temos também nossas 
necessidades espirituais que são expressas através de nossa alma (veremos na sequência 
acerca da alma humana). Veja o clamor do salmista no Salmo 42.2 - “A minha alma tem 
sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus”? 
O espírito humano é invisível ao homem, mas é a porta de entrada de Deus de 
onde o ser humano pode sentir a realidade espiritual de Deus (1Co 2.10,11; Jo 4. 23,24). 
É através de nosso espírito que nos relacionamos com Deus e somos distintos do 
restante da criação, somos os único criados a imagem e semelhança de Deus. É o espírito 
humano o lugar onde a santidade de Deus chega primeiro na vida de uma pessoa (1Ts 
5.23). 
Sem uma renovação promovida pelo Espírito Santo espiritualmente o espírito 
humano está morto, ou seja, sem comunhão ou comunicação com Deus (Lc 15.24,32; Cl 
2.13; 1Tm 5. 6;). Isso quer dizer que tal pessoa não tem dentro de si a vida com Deus (Ef 
4. 18; Tt 1.15), portanto, não pode entrar na presença e nem ver a Deus. (2Co 4.4). 
Através da salvação que por meio de Cristo Jesus esse homem que estava 
espiritualmente morto é vivificado (Ef 2.1-10) e um despertamento espiritual começa no 
seu interior (Ef 2.5; Cl 2.13). 
Uma das mais importantes faculdades do espírito do homem é a consciência. Ela 
é como uma janela, pela qual Deus olha para o interior do homem (Rm 2.15,16). É como 
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uma espiã de Deus, que persegue o homem quando faz o mau, mas que lhe fala com uma 
voz elogiosa quando faz o bem (At 24.16). 
 III. A ALMA HUMANA 
O ser humano possui uma alma e através dela que ele tem sua individualidade, 
personalidade e caráter. A alma é a sede dos sentidos humanos e o local onde está 
armazenada nossa inteligência, vontade, sentimentos e razão. 
É o local de onde vem nossas decisões e escolhas sendo a fonte de nossos 
relacionamentos com Deus, as pessoas e a criação. 
A alma interligada com o espírito humano forma nosso “homem interior”: 2 Co 
4.16,18 - “Por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja 
consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em Dia”. 
Note que mesmo sendo inseparavelmente unidos espírito e alma existe distinção 
entre eles. Por exemplo: Um cristão nascido de novo é salvo e espiritualmente santo (Rm 
1.7), entretanto, no que tange a alma esse cristão ainda não alcançou a santificação 
perfeita e está caminhando rumo a ela através de sua consagração a Deus mediante a 
Bíblia Sagrada, isso é processo contínuo e gradativo (Fp 3.12-14). 
Veja a junção da alma e do espírito no cântico de Maria Lc 1.46-47 - “Disse 
então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, 47 E o meu espírito se alegra em 
Deus meu Salvador”. 
Através da alma há vida no corpo e contato com o mundo ao seu redor. Para isso 
acontecer a alma usa os sentidos do corpo, então a alma é a sede dos sentidos humanos 
(Jó 24.12; Sl 35.9; Sl 119.20; Mc 14.34; Mt 22.37). 
O intelecto humano e suas faculdades está armazenado na alma. Pensamentos, 
entendimentos, discernimentos (Sl 139.14; Pv 19.2; Is 53.11). 
Os desejos e as paixões em relação a essa vida natural e física também estão 
armazenados na alma (Lc 12.19; Ap 18.14). 
A alma é o meio através do qual todas as necessidades humanas são expressadas, 
sejam elas espirituais ou emocionais. 
Afirmam alguns teólogos que o espírito e a alma são inseparáveis e interligados 
entre si vindo dessa essência a imortalidade da alma. 
A Bíblia fala da salvação da alma (Mt 10.28; Tg 5.20). Jesus disse que não 
adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma (Mc 8.36,37). Devemos, 
pois encomendar nossas almas ao Deus Criador (1Pe 4.19). 
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IV. O CORPO HUMANO 
O corpo humano é simplesmente a casa da alma, é o lugar físico onde habita a 
parte imaterial do ser humano. É a morada terrena do ser humano que é essencialmente 
espírito e alma como vimos anteriormente. 
1. Casa ou Tabernáculo: 2º Co 5.1 nos ensina que o corpo é um local de 
habitação temporária que nos é dado pelo Criador, provisoriamente enquanto 
peregrinamos na terra rumo a eternidade. 
Com a morte física que é a separação da parte imaterial de nosso ser da parte 
física, essa tenda é desarmada e a alma parte em rumo a sua morada eterna (Is 38.12; 2Pe 
1.13,14). Alguém certa vez disse: “O homem é um embrulho postal que o médico ou 
parteira despachou ao coveiro”. 
2. Templo: Templo é um lugar consagrado para e pela presença de Deus. 
Religiosamente falando na cultura ocidental, templo é o local onde se reúne os devotos 
para prestarem um homenagens a Deus. 
Do ponto de vista bíblico o cristão é em tese a morada de Deus (1Co 3.16,17; 6. 
19,20; 2Co 6. 16). É o lugar onde Deus manifesta sua presença ou um lugar onde a 
presença de Deus é localizada (1Rs 8.27,28). 
3. Vaso: Muitos filósofos pagãos tratam o corpo com desprezo pois o 
consideram um empecilho para o aperfeiçoamento da alma. A Bíblia porém afirma que 
ele foi formado por Deus direto do pó da terra (Gn 2.7) e que uma de nossas atribuições 
espirituais é apresentá-lo a Deus (Rm 12.1) e outra é usá-lo para a glória de Deus (1 Co 
6.20, 1 Ts 4.4). Durante esse processo podemos glorificar ou desonrar o Criador através 
do nosso corpo (2 Tm 2.20-21). 
Assim, o corpo é o elemento essencial do existir, viver, conhecer, desejar, fazer, 
e, sem ele o homem não seria capaz de alimentar, reproduzir, aprender, comunicar, 
trabalhar, etc. É através do corpo que o homem se torna um ser social. Será pelas obras 
praticadas por meio do corpo que o homem será um dia julgado (2Co 5.10; Ap 20.11-15). 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 7 
JESUS CRISTO: O CAPELÃO POR EXCELÊNCIA 
 
A Bíblia em sua plenitude nos revela a fantástica e maravilhosa narrativa acerca 
da vida de Jesus, seria ele o maior exemplo de capelão para nós na antiguidade e também 
na atualidade. 
O maior segredo de todos os tempos para todas as conquistas está dentro dos 
Princípios do Reino de Deus. Quando nos atentamos a estes princípios descobrimos um 
universo muito mais real do que o que costumamos viver. 
Pensar nos cuidados oferecidos por Jesus aos que tiveram a oportunidade de 
caminhar com Ele nessa terra é uma fonte inesgotável de exemplos, vida e amor. 
Durante todo o seu ministério, Jesus nos demonstrou como cuidar do físico, 
emocional, moral, social bem como do espiritual. E todos esses cuidados não eram 
dissociados uns dos outros. 
Um bom exemplo é o texto de Mateus 14.13-21 e João 6. Em um primeiro 
momento, Jesus se preocupa em ensinar a multidão por que se compadecia dela, o que 
podemos destacar como um cuidado espiritual. 
Com o avançar das horas, Jesus se preocupou com a fome do povo, afinal, já se 
fazia tarde. Então, cuidou da multidão providenciando alimento paratodos 
indistintamente e também curou os enfermos, o que é um cuidado com o físico. 
Jesus também se preocupava com a saúde moral e social daqueles que o Pai lhe 
havia confiado. Vejamos o exemplo de João 4 e João 8. Em ambos os casos, Jesus se 
preocupou em devolver a dignidade, a identidade dessas mulheres para com Deus e para 
com a sociedade sem se compactuar com o pecado, mas amando intensamente todas as 
pessoas. 
Em todos os evangelhos, podemos acompanhar o amor e a compaixão como as 
características marcantes de seu ministério. Todos os que buscavam a Jesus encontravam 
respostas, aceitação e cura. Ricos ou pobres, a todos Jesus cuidou com deferência e 
respeito, zelo e carinho. 
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Jesus nos chama a fazer o mesmo que Ele fez, a seguir suas orientações e ensinar 
a outros as boas novas de salvação. 
Esse é o cuidado integral que nos desafia e nos chama através do exemplo de 
Jesus: enxergar o outro, o nosso próximo por fora e também por dentro. Cuidar do físico, 
mas não esquecer dos cuidados com o coração atormentado, a fé abalada, a dignidade 
perdida. 
Jesus Cristo, nosso maior exemplo de cuidado integral! Sejamos como Ele. 
I. EXEMPLOS DE CAPELANIA NA VIDA DE CRISTO 
Nenhum serviço aos necessitados foi maior do que aquele que foi prestado pelo 
Senhor Jesus Cristo. Ele é o nosso exemplo maior e devemos imitar suas obras de 
compaixão. 
1º) Capelania infantil (Mt 19.13-15) 
2º) Capelania social (Mt 14.15-16). 
3º) Capelania hospitalar (Mt 14.14; Mc 6.55). 
4º) Capelania com os desprezados (Jo 5.2-9). 
5º) Capelania fúnebre (Lc 7.12-16) 
6º) Através do escritor do livro de Hebreus nos ordena a praticar a capelania 
prisional (Hb 13.3). 
Prestar auxílio espiritual, visitação é, portanto, o ato de juntar-se a uma pessoa 
em crise com o objetivo de fortalecê-la, consolá-la e acompanhá-la no momento difícil. 
Encontramos exemplo de "visitação" já no Jardim do Éden, quando Deus 
passeava e visitava a Adão e Eva (Gn 3.8). Assim sendo, "visitar" foi uma ação que 
começou com nosso Deus, o qual também visitou a Israel várias vezes de forma direta: 
Abrão (Gn 12.1, 15.1-21, 17.1-22, 18.1, 22.1), Sara (Gn 21.1), Moisés (Ex 3.1-5, 3.16, 
6.1-3), Josué (Js 1.1-9), Gideão (Jz 6.11), Samuel (1Sm 3.4, 15.10,11), Isaías, Jeremias 
(Jr 1.4-10; 33.6). 
A visita divina ao seu povo se tornou completa com a vinda de Jesus Cristo na 
plenitude do tempo (Jo 3.16,17). No Evangelho de Mateus 1.23 lemos: “Eis que a virgem 
conceberá, e dará à luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, que traduzido 
é: Deus é Conosco”. 
No Evangelho de João 1.14 temos o relato da visita quando “o verbo se fez 
carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a 
glória do unigênito filho de Deus”. 
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Este Verbo divino nos disse que não veio para os sãos, mas para os doentes (Mc 
2.17) e ainda nos diz “eu irei e lhe darei saúde” (Mt 8.7). Então, a visita de Deus através 
de Jesus Cristo é fundamental para toda a humanidade porque através dela temos a saúde 
eterna. 
O Senhor Jesus também treinou seus discípulos para que visitassem ( Mt 9.35, 
10.6) e deu seu exemplo quando foi a casa de Zaqueu (Lc 19.5), quando visitou com 
Tiago a casa de Pedro (Mc 1.29-31) nessa ocasião curou a sogra de Pedro 
Jesus também visitou a casa do principal da sinagoga (Mc 5.38-43). Convém 
também lembrarmos que o primeiro milagre foi numa casa, quando o Mestre transformou 
a água em vinho (Jo 2.1-9). Por todas estas evidências percebemos que Jesus dava enorme 
importância à visitação. 
Este ato cristão de "visitar" também era percebido na Igreja Primitiva, Paulo foi 
convidado a ir a casa de Lídia (At 16.15), Paulo e Silas foram a casa do carcereiro (At 
16.31-33), Pedro foi visitar a casa do centurião Cornélio por ordem divina (At 10.1-48). 
Precisamos como Igreja do Senhor, levar uma palavra de paz para as pessoas 
que vivem enfermas, em dificuldades, sobrecarregadas e oprimidas. Precisamos anunciar 
o amor e o zelo de Deus pelas suas vidas. Imitando a Jesus Cristo que sempre ouvia o 
clamor dos enfermos (Mt 9.1-8). 
O amor que moveu Jesus a morrer por nós, será o principal elemento a mover-
nos neste ministério de apoio e consolação aos necessitados. 
Portanto, visitar, prestar um auxílio espiritual e confortar são: 
. Empatizar com os que sofrem. 
. Levar uma palavra de esperança aos desesperados. 
. Dizer que vale a pena viver apesar das dificuldades existentes na vida. 
. Amar a Deus e ao próximo. 
. Levar alguém a ter alegria de aceitar o que é e, se conformar, com o que tem. 
. Fazer uma vida feliz e ser feliz também. 
. Compartilhar o amor, a paz e realização que Deus nos dá. 
. Excluir da nossa vida as palavras: Derrota e Desesperança. 
. Levar aos pés de Cristo, toda causa dos oprimidos, amargurados, 
desesperançosos. 
. Compartilhar com alguém, que o sofrimento, as dificuldades da vida é um meio 
pelo qual crescemos em direção a Deus, do próximo, e de nós mesmos. 
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REFERÊNCIAS 
PROF DR EDER G COSTA

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