Buscar

2017814 103114 Dicas+Criminologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Dicas Criminologia 
 
O estudo da Criminologia vem se tornando cada vez mais necessário para o profissional 
que milita na área criminal. Cada vez mais juízes, promotores, delegados e advogados 
criminais têm buscado o estudo e o desenvolvimento da Criminologia em seu âmbito de 
trabalho. 
 
O criminólogo na atualidade é um profissional que busca intervir no fenômeno criminal. 
Mais do que estudar e participar da repressão do crime, o criminólogo procura métodos 
que possam prevenir a ocorrência do delito sendo sua atuação de suma importância no 
sistema criminal de nosso país. 
 
O Direito Penal é uma disciplina normativa. Ele é capaz de criar um sistema abstrato de 
normas capaz de possibilitar a análise e posterior aplicação da lei ao caso concreto. 
 
Do ponto de vista social (dinâmico) o Direito Penal é um dos instrumentos do controle 
social formal por meio do qual o Estado, por intermédio de determinado sistema 
normativo (as leis penais), castiga com sanções de particular gravidade (penas ou 
medidas de segurança e outras consequências afins) as condutas desviadas ofensivas a 
bens jurídicos e nocivas para a convivência humana (fatos puníveis = delitos e 
contravenções).[1] 
 
 
Por intermédio do Direito Penal não há condições de se verificar o diagnóstico do 
fenômeno criminal. O Direito Penal também não está em condições de 
sugerir programas, diretrizes ou estratégias para intervir nele. Todas essas iniciativas 
são própria da Criminologia. Ex: “Projeto Fica Vivo[2]” em Belo Horizonte (MG), 
 
A prevenção do delito é um dos principais objetivos da moderna Criminologia. A 
Criminologia moderna busca o controle razoável da criminalidade, não a utopia do seu 
completo desaparecimento. A Criminologia busca pesar a eficácia do controle do crime 
e os custos sociais para a sociedade civil. Ex: discussão que envolve a implantação do 
programa de política criminal tolerância zero[3] na cidade de Nova York (USA). 
 
 
A principal preocupação da Criminologia é com a qualidade da resposta ao fenômeno 
criminal. Essa resposta pode ser tanto da sociedade civil (informal) como do Estado 
(formal). Tanto uma como a outra são muito importantes e possuem funções que não 
podem ser substituídas corretamente pela outra. 
 
A qualidade da resposta ao crime não depende apenas da punição do infrator. A 
qualidade dessa resposta passa pelo atendimento da expectativa dos infratores e das 
vítimas (de suas famílias), bem como da comunidade onde ocorreu o delito. 
 
Classificação dos CRIMINOSOS - Há 4: segundo Lombroso, Ferri, Hilário da Veiga e 
Natural (esta é para a criminologia clínica). 
 
A criminologia utiliza 02 métodos para seu desenvolvimento: empírico e 
interdisciplinar. Seus objetivos são: análise do delito, do delinquente, da vítima e do 
controle social. Tem a função de explicar e prevenir o crime na pessoa do infrator, 
avaliando as diferentes formas de resposta ao crime direito penal e criminologia não se 
confundem, são autônomas, embora tenham interdependência como ciência penal a 
criminologia busca a prevenção do delito, fazendo o diagnóstico do crime e a tipologia 
do criminoso, analisando o meio em que vive, antecedentes emocionais, motivação 
delitiva, dentre outros fatores. 
 
Analisando o meio em que vive, antecedentes emocionais, motivação delitiva, dentre 
outros fatores é uma ciência do ser, e não uma ciência normativa do dever ser, como no 
caso do direito penal. 
 
É comum encontrarmos livros de Direito Penal (Parte Geral) onde se afirma que a 
Criminologia é uma das ciências auxiliares do Direito Penal. Ora, nem a Criminologia, 
a Medicina Legal, Psiquiatria Forense ou qualquer outra disciplina é auxiliar do Direito 
Penal. 
 
Os conjuntos do saberes parciais científicos da Criminologia e da Medicina Legal, por 
exemplo, são correlatos ao do Direito Penal em algum enfoque. Todavia, não se 
sujeitam á supremacia do conhecimento da dogmática penal. Cada um possui a sua área 
própria de utilização. 
 
As principais características da moderna Criminologia segundo Molina e Luiz Flávio 
Gomes são[4]: 
 
► Parte da caracterização do crime como “problema” – face humana e dolorosa do 
crime; 
► Amplia o âmbito tradicional da Criminologia (adiciona a vítima e o controle social 
ao seu objeto). 
► Acentua a orientação “prevencionista” do saber criminológico, frente à obsessão 
repressiva explícita de outros modelos convencionais. 
► Substitui o conceito “tratamento” (conotação clínica e individualista) por 
“intervenção” (noção mais dinâmica, complexa e pluridimensional, mais próxima da 
realidade criminal). 
► Destaca a análise e avaliação dos modelos de reação ao delito como um dos objetos 
da Criminologia; 
► Não renuncia, porém, a uma análise etiológica do delito (desviação primária) no 
marco do ordenamento jurídico como referência última. 
 
Antonio García-Pablos de Molina esclarece que é hoje a opinião dominante a de que a 
Criminologia, a Política Criminal e o Direito Penal são os três pilares do sistema das 
ciências criminais, inseparáveis e interdependentes. A criminologia deve incumbir-se, 
assim, de fornecer o substrato empírico do sistema, seu fundamento científico; a política 
criminal, de transformar a experiência criminológica em opções e estratégias concretas 
de controle da criminalidade; por último, o direito penal deve encarregar-se de converter 
em proposições jurídicas, gerais e obrigatórias, o saber criminológico esgrimido pela 
política criminal, com estrito respeito às garantias individuais e aos princípios jurídicos 
de segurança e igualdade típicos do Estado de Direito.[5] 
 
Molina nos informa sobre as principais técnicas de investigação criminológica 
empíricas, sem esgotar o tema: 
 
1. Reconhecimentos médicos. 
 
2. Exploração. 
 
3. Entrevista. 
 
4. Questionário. 
 
5. Observação. 
 
6. Discussão em grupo. 
 
7. Experimento (experimentação). 
 
8. Testes psicológicos. 
 
9. Métodos de medição. 
 
10. Métodos sociométricos. 
 
11. Métodos longitudinais. 
 
12. Estudos de “seguimento” (follow-up). 
 
13. Estudos paralelos e investigações com grupo de controle. 
 
Uma das classificações históricas da Criminologia divide o seu desenvolvimento em 
duas partes: período pré-científico e período científico. O período pré-científico 
abrange desde a Antiguidade, onde encontramos alguns textos esparsos onde alguns 
autores já demonstravam preocupação com o crime e termina com surgimento do 
trabalho de Beccaria e de Lombroso. 
Grande parte da doutrina aponta o surgimento da fase científica com o trabalho de 
Cesare Lombroso, mas há muitos autores que creditam o nascimento da Criminologia á 
Beccaria também. 
 
O positivismo criminológico surge no fim do século dezenove com a Scuola 
Positiva que foi encabeçada por Lombroso, Garofalo e Ferri. Surge como crítica e 
alternativa à denominada Criminologia clássica, dando lugar a uma polêmica 
doutrinária conhecidíssima, que é, em última análise, uma polêmica sobre métodos e 
paradigmas do científico (o método abstrato e dedutivo dos clássicos, baseado no 
silogismo, frente ao método empírico-indutivo dos positivistas, baseado na observação 
dos fatos, dos dados). A Scuola Positiva italiana, no entanto, apresenta duas direções 
opostas: a antropológica de Lombroso e a sociológica de Ferri, que acentuam a 
relevância etiológica do fator individual e do fator social em suas respectivas 
explicações do delito.[6] 
 
O ponto de partida da teoria de Lombroso proveio de pesquisas craniométricas de 
criminosos, abrangendo fatores anatômicos, fisiológicos e mentais.[7]A base da teoria, 
primeiramente foi o atavismo: o retrocesso atávico ao homem primitivo. Depois, a 
parada do desenvolvimento psíquico: comportamento do delinqüente semelhante ao da 
criança. Por fim, a agressividade explosivado epilético. Lombroso mudava o 
fundamento de sua teoria segundo as investigações que realizava.[8]De Enrico Ferri 
(Itália, 1856-1926) ficou a luta progressista, sob a legenda: “Menos justiça penal, mais 
justiça social”. Sua obra recebeu a impregnação coletivista e assistencialista do século 
XIX.[9] 
 
A contribuição principal de Lombroso para a Criminologia não reside tanto em sua 
famosa tipologia (onde destaca a categoria do “delinqüente nato”) ou em sua teoria 
criminológica, senão no método que utilizou em suas investigações: o método empírico. 
Sua teoria do delinqüente nato foi formulada com base em resultados de mais de 
quatrocentas autópsias de delinqüentes e seis mil análises de delinqüentes vivos; e o 
atavismo que, conforme o seu ponto de vista, caracteriza o tipo criminoso – ao que 
parece – contou com o estudo minucioso de vinte e cinco mil reclusos de prisões 
européias.[10]A idéia de atavismo aparece estreitamente unida a figura do delinqüente 
nato. Segundo Lombroso, criminosos e não-criminosos se distinguem entre si em 
virtude de uma rica gama de anomalias e estigmas de origem atávica ou 
degenerative.[11]. 
 
Lombroso apontava as seguintes características corporais do homem delinqüente: 
protuberância occipital, órbitas grandes, testa fugidia, arcos superciliares excessivos, 
zígomas salientes, prognatismo inferior, nariz torcido, lábios grossos, arcada dentária 
defeituosa, braços excessivamente longos, mãos grandes, anomalias dos órgão sexuais, 
orelhas grandes e separadas, polidactia. As características anímicas, segundo o autor, 
são: insensibilidade à dor, tendência a tatuagem, cinismo, vaidade, crueldade, falta de 
senso moral, preguiça excessiva, caráter impulsivo.[12]. 
 
O grande equívoco dos positivistas foi acreditar na possibilidade de se descobrir uma 
causa biológica para o fenômeno criminal. Os estudos e as investigações nesse sentido 
ocuparam o centro das preocupações positivistas, cujos resultados foram um verdadeiro 
fracasso. Primeiro, porque não se pode falar em causa única da delinqüência e, em 
segundo lugar, porque a Escola Positiva se preocupou apenas com os aspectos 
biológicos do fenômeno criminal, quando se sabe que os fatores exógenos são 
preponderantes. Ferri procurou corrigir essa postura unilateral, ao escrever 
sua Sociologia Criminal, onde acentua a importância dos fatores socioeconômicos e 
culturais da delinqüência. Além disso, inútil também se revelou a proposta positivista de 
transformar o Direito Penal numa disciplina médico-científica.[13] 
 
Não deixaram de aparecer e crescer vozes apostadas em contestar a validade e em 
explorar os limites das teses positivistas. Vozes provenientes não apenas do lado da 
sociologia criminal, que paralelamente se desenvolvia – casos de Tarde, Lacassagne e 
outros – mas também do campo da própria antropologia: casos de Baer, Der Verbrecher 
in antropologischer Beziehung (1893), e sobretudo Goring, cuja obra The English 
Convict (1913) é em geral considerada como assinalando o termo da teoria 
lombrosiana.[14] 
 
Enquanto a escola positiva percorria a trajetória descrita, consolidava-se, entrando em 
choque com aquela, a sociologia criminal. Pode considerar-se o 3o Congresso 
Internacional de Antropologia Criminal (Bruxelas, 1892) como assinalando o início do 
desequilíbrio a favor das teorias sociológicas, a ponto de, na viragem do século – em 
que se situaram as obras de Lacassagne, Tarde e Durkheim – ser nítido o seu 
predomínio.[15] 
 
O fim do século XIX assistiu ainda ao aparecimento da criminologia socialista em 
sentido amplo, entendida como explicação do crime a partir da natureza da sociedade 
capitalista e como crença no desaparecimento ou redução sistemática do crime depois 
de instaurado o socialismo. Surgiram nesta época, com efeito, numerosas obras, mais ou 
menos influenciadas pelos ensinamentos de Marx e Engels, encarando o crime segundo 
esta perspective.[16] 
 
O século XX iniciou-se sobre o signo do ecletismo, assitindo-se à exploração dos 
caminhos abertos no século anterior, sob a influência moderadora da União 
Internacional de Direito Penal, fundada em 1889 por Hamel, Liszt e Prins. No que 
especificamente se prende com as teorias orientadas para o delinqüente consumou-se o 
abandono do antropologismo lombrosiano, progressivamente substituído pelas teorias 
explicativas de índole psicológica, psicanalítica, psiquiátrica e pela atenção dedicada às 
leis da hereditariedade, à combinação de cromossonas, etc.[17] 
 
Este panorama viria, contudo, a ser profundamente alterado por dois eventos 
significativos. Referimo-nos, em primeiro lugar, ao aparecimento da sociologia 
criminal americana, que se confundiria praticamente com a criminologia ocidental. Há, 
em segundo lugar, que ter presente a criação da criminologia socialista em sentido 
estrito, isto é, o estudo das causas do crime nos países socialistas à luz dos princípios do 
marxismo-leninismo. À medida que os estados socialistas se constituíram foi-se 
desenvolvendo neles uma “sociologia acadêmica” (Gouldner) que influenciou os rumos 
da criminologia praticada nos referidos países.[18] 
 
Nos Estados Unidos, antes da Primeira Guerra Mundial a Criminologia orientava-se 
pelo modelo europeu. Depois, seguiu orientação de caráter prático e sociológico. Gillin 
fundou a primeira clínica psiquiátrica, mas seu trabalho não suplantou a orientação 
sociológica de Burgess, Shaw e Mckay. A teoria sociológica americana deve muito a 
Sutherland e Sellin. A divisão de Wolfgang e Ferracuti aproxima-se da divisão da 
Criminologia propriamente dita, recomendada pelo Colóquio de Londres e adotada por 
Pinatel.[19] 
 
 
A problematização do objeto da Criminologia – e do próprio “saber” criminológico – 
reflete uma profunda mudança ou uma crise do modelo de ciência (paradigma) e dos 
postulados até então vigentes sobre o fenômeno criminal. A Criminologia tradicional 
tinha por base um sólido e pacífico consenso: o conceito legal de delito, não 
questionado; as teorias “etiológicas” da criminalidade, que tomavam daquele seu 
autêntico suporte “ontológico”; o princípio da diversidade (patológica) do homem 
delinqüente (e da disfuncionalidade do comportamento criminal); e os fins conferidos á 
pena, como resposta justa e útil ao delito. Estes constituíam seus quatro pilares mais 
destacados.[20] 
 
Molina leciona que Garofalo chegou a criar a figura do delito natural, ou seja, para ele, 
delito seria: “uma lesão daquela parte do sentido moral, que consiste nos sentimentos 
altruístas fundamentais (piedade e probidade) segundo o padrão médio em que se 
encontram as raças humanas superiores, cuja medida é necessária para a adaptação do 
indivíduo á sociedade”, outros autores, no entanto, realçam a nocividade social da 
conduta ou a periculosidade do seu autor.[21] 
 
A sociologia criminal já utiliza outro parâmetro, bastante em voga na atualidade, o 
de conduta desviada ou desvio. Esse critério utiliza como paradigma as expectativas da 
sociedade. As condutas desviadas são aquelas que infligem o padrão de comportamento 
esperado pela população num determinado momento. É um conceito que não se 
confunde com o de crime, mas que o abrange. 
 
Anthony Giddens ensina que podemos definir o desvio como o que não está em 
conformidade com determinado conjunto de normas aceite por um número significativo 
de pessoas de uma comunidade ou sociedade. Como já foi enfatizado, nenhuma 
sociedade pode ser dividida de um modo linear entre os que se desviam das normas e 
aqueles que estão em conformidade com elas. A maior parte das pessoas transgride, em 
certas ocasiões, regras de comportamento geralmente aceites. Quase toda a gente, por 
exemplo, já cometeu em determinada altura atos menores de furto, como levar alguma 
coisa de uma loja sem pagar ou apropriar-se de pequenos objetos do emprego – como 
papelde correspondência – e dar-lhes uso privado. A dada altura de nossas vidas 
podemos ter excedido o limite de velocidade, feito chamadas telefônicas de brincadeira 
(trote), ou fumado marijuana (maconha).[22] 
 
Diagrama de alvo 
 
Desvio e crime não são sinônimos, embora muitas vezes se sobreponham. O âmbito do 
conceito de desvio é mais vasto do que o conceito de crime, que se refere apenas á 
conduta inconformista que viola uma lei. Muitas formas de comportamento desviante 
não são sancionadas pela lei. Sendo assim, os estudos sobre desvio podem examinar 
fenômenos tão diversos como os naturalistas (nudistas), a cultura “rave” ou os viajantes 
“new age”.[23] O conceito de desvio pode aplicar-se tanto ao comportamento do 
indivíduo, como ás atividades dos grupos.[24] 
 
O conceito de desvio tem íntima relação com a política de controle da criminalidade 
conhecida como “tolerância zero”. O controle da criminalidade naquele modelo começa 
na repressão de condutas desviadas. 
 
 
DELIQUENTE 
Uma classificação dos criminosos em categorias deu-se por Enrico Ferri, segundo seu 
pensamento positivista. Classificou o delinquente em nato, louco, habitual, ocasional e 
passional. 
Delinquente ocasional– é aquele que possui tendência para o cometiento de crimesm 
perpetrando-os ocasionalmente, diante da influência do meio social em que vive, ou 
segundo a oportunidade surgida: “a ocasião faz o ladrão”. Exemplo: percebe-se que uma 
pessoa esqueceu seu notebook sobre um balcão, ao invés de chamar o proprietário, 
subtrai como se dono fosse. Sao delitos de menor periculosidade e a pessoa volta ao 
convívio social sem qualquer problema, durante a sua fase de adaptação. 
 
Deliquente habitual– comete delitos desde sua tenra idade, ou seja, desde suas 
primeiras oportunidades, face o ambiente em que vive, e os exemplos verificados no seu 
cotidiano. Por ser algo comum para sua realidade, não há arrependimento da infração 
cometida. São conhecidos como “profissionais do crime”. 
 
Delinquente impetuoso– cometido em momento de forte ou violenta emoção, sem 
qualqueriter criminis. Pessoas com ânimo alterado, de pouca paciência, sensível a 
qualquer tipo de brincadeira ou de paixoes pessoais. 
 
Delinquente fronteiriço– pessoas que possui uma zona de fronteira entre a doença 
mental e a normalidade. Agem com anormal frieza e insensibilidade. Comum ocorrer a 
reincidência em crime específico. 
 
Loucos criminosos– indivíduos portadores de doença mental, compromentendo sua 
auto-determinação, tornando-o inimputável perante a lei penal. 
 
Hilário da Veiga propôs sua classificação de delinquentes (estudado, via de regra, 
dentro da parte geral de penal): 
1. Biocriminoso puro; 
2. Biocrimonoso preponderante; 
3. Biomesocriminoso; 
4. Mesocriminoso preponderante; 
5. Mesocriminoso puro. 
 
NOTAS DE FIM: 
 
 
[1]GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal – parte geral, 2 ed., São Paulo, RT, 2004, p14. 
 
[2]Um projeto piloto de prevenção à violência urbana está contribuindo 
significativamente para reduzir o número de homicídios em áreas violentas de Belo 
Horizonte (MG). Criado pelo Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública 
(CRISP)da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o projeto Fica Vivo é 
coordenado pela Secretaria Estadual de Defesa Social de Minas Gerais. Além da 
comunidade acadêmica e do governo de Minas, o Fica Vivo envolve o Ministério 
Público, as polícias Civil e Militar e outras entidades. Iniciado em agosto de 2002, o 
projeto é uma alternativa importante para a prevenção à violência urbana, avalia o 
Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime para o Brasil e o Cone Sul. O Fica 
Vivo foi implantado primeiramente na favela Morro das Pedras, o aglomerado urbano 
mais violento de Belo Horizonte, com o objetivo de reduzir o número de homicídios na 
região. De acordo com a metodologia desenvolvida pelo CRISP, o projeto combina dois 
ingredientes básicos. De um lado, pesquisa aplicada, multidisciplinaridade e análise 
quantitativa de dados para efeitos de planejamento e avaliação. Leia mais sobre esse 
programa: http://www.unodc.org/brazil/es/best_practices_fica_vivo.html 
 
[3]Para uma noção mais completa sobre o “tolerância zero” consulte o excelente artigo 
“teoria das janelas quebradas: e se a pedra vem de dentro?” de autoria de Jacinto Nelson 
de Miranda Coutinho e Edward Rocha de Carvalho. Disponível no meu 
site:http://www.direitopenal.adv.br/artigos.asp?id=974 
 
[4]MOLINA, Antonio García-Pablos e GOMES, Luiz Flávio. Criminologia - 
Introdução a seus fundamentos teóricos. 2ª ed, São Paulo, RT, 1997, p. 40. 
 
[5]MOLINA, Antonio García-Pablos e GOMES, Luiz Flávio. Criminologia - 
Introdução a seus fundamentos teóricos. 2ª ed, São Paulo, RT, 1997, p. 126-127. 
 
[6]MOLINA, Antonio García-Pablos: GOMES, Luiz Flávio. Criminologia - Introdução 
a seus fundamentos teóricos. 2ª ed, São Paulo, RT, 1997, p. 148. 
 
[7]ALBERGARIA, Jason. Noções de Criminologia. Belo Horizonte, Mandamentos, 
1999, p. 131 
 
[8]Lombroso apontava as seguintes características corporais do homem delinqüente: 
protuberância occipital, órbitas grandes, testa fugidia, arcos superciliares excessivos, 
zígomas salientes, prognatismo inferior, nariz torcido, lábios grossos, arcada dentária 
defeituosa, braços excessivamente longos, mãos grandes, anomalias dos órgão sexuais, 
orelhas grandes e separadas, polidactia. As características anímicas, segundo o autor, 
são: insensibilidade à dor, tendência a tatuagem, cinismo, vaidade, crueldade, falta de 
senso moral, preguiça excessiva, caráter impulsivo. ALBERGARIA, Jason. Noções de 
Criminologia. Belo Horizonte, Mandamentos, 1999, p. 131-132. 
 
[9]LYRA, Roberto. Direito Penal Científico (Criminologia). Rio de Janeiro, José 
Konfino, 1974, p. 13. 
 
[10]MOLINA, Antonio García-Pablos de; GOMES, Luiz Flávio. Criminologia, 
4a edição, São Paulo, RT, 2002, p. 191. 
 
[11]MOLINA, Antonio-García-Pablos de. Tratado de Criminología. 2ª ed, Valencia, 
Tirant, 1999, p. 381. 
 
[12]ALBERGARIA, op. cit, p. 131-132. 
 
[13]LEAL, João José. Direito Penal Geral. São Paulo, Atlas, 1998, p. 77 
 
[14]DIAS, Jorge de Figueiredo; ANDRADE, Manuel da Costa. Criminologia – O 
homem delinqüente e a sociedade criminógena, 2a reimpressão, Coimbra, Coimbra, 
1997, p. 17. 
 
[15]DIAS, op. cit, p. 20. 
 
[16]DIAS, op. cit, p. 25-26. 
 
[17]DIAS, op. cit, p. 25-26. 
 
[18]DIAS, op. cit, p. 30-31. 
 
[19]ALBERGARIA, Jason. Noções de Criminologia. Belo Horizonte, Mandamentos, 
1999, p. 35. 
 
[20]MOLINA, Antonio García-Pablos: GOMES, Luiz Flávio. Criminologia - 
Introdução a seus fundamentos teóricos. 3ª ed, São Paulo, RT, 2002, p. 64. 
 
[21]MOLINA, Gomes, 2002, p. 66. 
 
[22]GIDDENS, Anthony. Sociologia, 4ª ed. Tradução de Alexandra Figueiredo, Ana 
Patrícia Duarte Baltazar, Catarina Lorga da Silva, Patrícia Matos e Vasco Gil. 
Coordenação e revisão científica de José Manuel Sobral. Lisboa, 2004, Fundação 
Calouste Gulbenkian, p. 205. 
 
[23]GIDDENS, op. cit, p. 205. 
 
[24]GIDDENS, op. cit, p. 205.

Outros materiais