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Resumo Ética Jurídica

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RESUMO ÉTICA JURÍDICA AV. 1: 
Unidade I) Metaética: 
1. O que é Ética? 
• Em um primeiro momento, a ética era entendida como uma forma de DENUNCIAR Relações de 
Poder, isto é, a tentativa de manifestar poder sobre as pessoas; 
• Em perspectivavas atuais, a Ética é entendida como uma forma de JUSTIFICAR as Relações de 
Poder, os atos humanos e suas motivações, servindo de grande ajuda para uma reivindicação dos 
direitos de minorias sociais a partir do processo de secularização dos Estados, deixando, assim, 
para trás o uso de uma moral religiosa e arbitrária (por fazer uso de argumentos de autoridade 
com entidades transcendentais), para lançar mão da formação de uma MORALIDADE 
PÚBLICA, buscando a justificação das obrigações cidadãs sem que isso necessariamente 
estivesse vinculado à um juízo moral religioso, já que esse não atingiria a população como um 
todo; 
• Juízos Morais: julgamentos sobre um valor ou agir humano, definindo-o como mau ou bom, justo 
ou injusto, belo ou feio, ou seja, valorando-o com suas próprias concepções morais. Entende-se 
que um juízo moral não pode ser empiricamente provado - rejeitando-se, assim, uma ideia 
Naturalista de que do SER segue-se um DEVER SER/DEVIR -, aceitando-se a sua possibilidade 
de justificação perante uma comunidade moral mas não sua demonstração; 
• A emissão de um juízo moral pressupõe um SENTIMENTO MORAL mínimo de identificação 
com uma COMUNIDADE MORAL, isto é, deve haver entre um sujeito e um outro grupo de 
pessoas que pensam de tal forma uma relação de pertencimento, refletindo diretamente em como 
se julgará uma ação humana dentro desse ponto de partida moral. Significa um sentimento de 
identidade que lhe insculpe uma relação de como se deve agir; 
2. Ceticismo: 
• O CETICISMO é uma doutrina que surgiu com PIRRO DE ÉLIS onde acredita-se na 
impossibilidade de emissão de juízos morais verdadeiros ou falsos. Por conseguinte, deve-se 
buscar o modo de vida da EPOKHÉ, isto é, da suspensão total dos juízos morais, já que esses não 
podem ser conhecidos objetivamente; 
• O ceticismo divide-se em: 
I. Cético Externo: 
- É aquele que possui motivos EXTERNOS para sua concepção (ou não concepção) de moral. 
- É representado pela figura do SUJEITO AMORAL: é aquele indivíduo indiferente às 
considerações morais por sua incapacidade de adentrar por si só no “MUNDO MORAL”. Dessa 
forma, esse sujeito vive em um mundo próprio, guiado por seus anseios, interesses e preferências 
(que geralmente são: PODER, PRAZER E EXCENTRICIDADE), tirando vantagem da estrutura 
moral para satisfazê-los, agindo, como dito por Bernard Williamns, como PARASITA DA 
MORAL. 
Obs: AMORAL = “AUSÊNCIA” DE MORAL; 
 IMORAL = “CONTRA"A MORAL. 
II. Cético Interno: 
- É aquele que reconhece os juízos morais, porém os considera como opiniões, não se podendo 
aferir deles conhecimentos objetivos. É dividido em duas outras doutrinas: 
A. Subjetivismo: 
* Essa corrente do ceticismo desconsidera a existência de FATOS MORAIS, isto é, de enunciados 
valorativos universais em um sistema ético-normativo próprio, por considerar que eles não podem 
fornecer o conhecimento objetivo da moral, já que, para eles, não existe demonstração objetiva no 
campo ético, apesar de haver uma verdade epistemológica objetiva; 
* Trata-se, aqui, os juízos morais como meras posturas ou inclinações pessoais que não podem 
servir de parâmetros universais ou objetivos para um Moral, quer dizer, se tratam de meras 
opiniões que mudam de indivíduo para indivíduo. 
B. Relativismo: 
* Já a corrente relativista admite uma CONSTRUÇÃO SOCIAL DA MORAL FILOSÓFICA, 
justificando a moral por um viés FUNCIONALISTA de que os juízos morais são definidos 
conforme o modo de vida de cada sociedade; 
* Por esse motivo, adota-se um princípio de JUÍZOS DE NÃO INTERFERÊNCIA, que significa, 
basicamente, a não intervenção moral sobre comunidades sociais por se admitir que não existe 
uma hierarquia entre os valores das diversas comunidades morais, não devendo uma interferir em 
outra com base em suas próprias concepções de bom ou mau, defendendo-se uma postura de 
ADEQUAÇÃO MORAL. 
Unidade II) Ética das Virtudes: Aristóteles: 
• A Ética das Virtudes Aristotélica é uma gramática ética que representa o início da filosofia 
prática, perguntando-se mormente sobre “O que é ser VIRTUOSO?”; 
• Tugendhat descreve a ética aristotélica como uma TEORIA DA FELICIDADE, ou ainda uma 
DOUTRINA DO CARÁTER, buscando ressaltar sua predileção pela análise do ser humano como 
um todo (ou seja, o comportamento humano, sua PRÁXIS) e sua construção teleológica, isto é, 
presumindo um FIM, um OBJETIVO (no caso a FELICIDADE); 
• Nesse sentido, a doutrina aristotélica irá lançar mão de TERMOS ARETAICOS - que representam 
ações virtuosas, a exemplo da coragem, da prudência, da magnanimidade, entre outros - e de 
CONCEITOS GROSSOS - que possuem maior carga valorativa, ou seja, são mais densos em 
significado, possuem valoração bem preenchida; 
• Aristóteles adota uma postura FUNCIONALISTA para sua doutrina, considerando que todas as 
coisas possuem uma função natural, estando a disposição de torná-las BOAS ou MÁS de acordo 
com o cumprimento dessas funções; 
• Ele admite que o propósito natural do Ser Humano (o seu “PARA QUE?”) é o uso da RAZÃO, 
isto é, o LOGOS, a REFLEXÃO, sendo o VIVER BEM a aspiração natural dele, se estabelecendo 
como um FIM EM SI MESMO e como um PROPÓSITO ÚLTIMO de toda sua atividade 
racional, já que todo conhecimento leva a um fim (o BEM); 
• A RAZÃO, nesse sentido, tem o papel de interpretadora da natureza, abstraindo dela o que é 
CERTO; 
• É somente pelo exercício desse propósito natural humano que se pode chegar ao ideal de 
EUDAIMONIA, isto é, da FELICIDADE em si, representando a VIDA REALIZADA/
EQUILIBRADA, uma espécie de SANIDADE ESPIRITUAL, uma característica daquele que é 
ANIMAMENTE SÃO, ou seja, possui sua ALMA sã. 
• É esse o AGATHON aristotélico, seu SUMO BOM, representado pela ideia de FELICIDADE e 
justificando-se em si mesmo; 
• Para Aristóteles, o ser humano dispõe geneticamente de inclinações que devem ser exercitadas 
para fazerem parte de seu devido comportamento, isto é, de seu ETHOS, formando o que ele 
chama de CARÁTER, a percepção sensível dos valores e seu habitual exercício; 
• O autor se mostra preocupado com o FLORESCIMENTO HUMANO, adotando concepções que 
admitem que o único meio de prosperidade é com o CULTIVO DE VIRTUDES, representando 
assim o desenvolvimento pleno do que há potencialmente no ser humano; em outras palavras, o 
florescimento pode ser descrito como a EUHEXIA, a capacidade humana em demonstrar seu 
vigor e em deixar-se florescer em virtudes; 
• ALMA é o ânimo singular de alguém, é o axioma de todo ser humano demonstrando-se UNA. 
Possui 4 tipos de funcionamento, um representando fisiologicamente o ser humano, e três 
representando as fases da vida: 
1. Nível Vegetativo: 
- É o funcionamento biológico do corpo humano; 
- Entende-se o ser humano funcionando como uma MÁQUINA. 
2. Nível Apetitivo: 
- Representado pela fase JOVEM; 
- DESEJOS = são SENTIMENTOS/EMOÇÕES que guiam a ação humana com o fim de satisfazer 
certa necessidade, dão OBJETIVOS ao agir humano; 
- Aristóteles defende a SUBORDINAÇÃO dos desejos à RAZÃO, já que somente esta pode 
depreender da natureza as boas ações; 
OBS: não se negligencia, aqui, o cultivo dos bons desejos. 
3. Nível Deliberativo/Calculativo: 
- Representado pela fase ADULTA; 
- Significa a analise dos meios e dos fins de forma perspicaz a adequada para alcançar-se o bem. 
Divide-se em: DELIBERAR (encontrar os meios e os fins adequados) e em FORMAR 
CARÁTER (aplicar e se habituar à essa adequação meio X fim); 
- É a manifestaçãoda RACIONALIDADE; 
4. Nível Contemplativo: 
- Representado pela fase IDOSA; 
- É a CONTEMPLAÇÃO DO BEM ALCANÇADO 
• VIRTUDES/ARETÉ = excelência no cumprimento de um propósito. Divide-se em: 
1. Virtudes do Caráter: Correspondem à vontade humana em escolher corretamente os 
sentimentos, manifestar controle das paixões e do agir, sendo por isso uma propriedade do 
CARÁTER. É o MEIO TERMO (MESON) entre os vícios de um sentimento moral, isto é, a 
adequação empírica e situacional entre a falta e o excesso de uma paixão, demonstrando 
EQUILÍBRIO, que por sua vez corresponde à moderação da PRÁXIS para evitar-se os vícios. É 
a manifestaçÃo da PROHAIRESIS; 
2. Virtudes Intelectuais: São as virtudes relacionadas, basicamente, às ações práticas dos 
indivíduos e de como eles manifestam sua vontade de agir BEM. Em suma, são VIRTUDES 
SOCIAIS, são excelências do comportamento. Por sua vez, dividem-se em: 
- Nôus = RAZÃO; 
- Sophía = SABEDORIA; 
- Epistémê = “CIÊNCIA”; 
- Technê = TÉCNICA/POIÉSIS/PRODUÇÃO; 
- Phrónesis = DELIBERAÇÃO/ PRUDÊNCIA (é a REFLEXÃO PRÁTICA sobre o 
comportamento correto quanto às PAIXÕES). 
• John Finnis - Direitos Naturais e Lei Natural: 
- Finnis é diretamente influenciado pela leitura Aquinina de Aristóteles, fazendo uso de conceitos 
como o FLORESCIMENTO e do método FUNCIONALISTA aristotélico; 
- Defensor de um DIREITO NATURAL, o autor afirma que a capacidade do florescimento 
humano está intimamente ligada à realização de BENS HUMANOS BÁSICOS, depreendidos 
por meio da RACIONALIDADE PRÁTICA (a téchne e a phónesis), e, por isso, de realização 
obrigatória, só podendo ser realizados com a satisfação do BEM COMUM, sendo o DIREITO o 
método mais eficiente para se chegar a esse fim, facultando-o, por isso, de utilizar a autoridade 
para cumpri-lo, tornando a obediência ao direito uma OBRIGAÇÃO MORAL e LEGAL; 
- Um direito que não atende aos BENS HUMANOS BÁSICOS não pode ser considerado um 
direito, ou, pode ser considerado um direito DEFICITÁRIO; 
- Os Bens Humanos Básicos são: 
I. VIDA 
II. SOCIABILIDADE 
III. CASAMENTO 
IV. JOGO/EXPERIÊNCIA ESTÉTICA 
V. CONHECIMENTO 
VI. RELIGIÃO 
VII.RAZOABILIDADE PRÁTICA 
• Martha Nussbaum - Teoria das Capacidades: 
- Fundamentada em uma perspectiva aristotélica de DIGNIDADE, Nussbaum acredita em um ser 
humano essencialmente SOCIAL, onde, diferentemente da concepção de ser humano 
autointeressado de Rawls, esse está também está interessado com o BEM DO PRÓXIMO; 
- Ela entende que todo ser humano tem direito à VIDA DIGNA, assim se fundando sua TEORIA 
DAS CAPACIDADES; 
- As CAPACIDADES são instrumentos de promoção de JUSTIÇA pois estabelecem condições 
para que o indivíduo goze plenamente de seus DIREITOS FUNDAMENTAIS básicos. Portanto, 
uma vida digna é aquela que atende às capacidades numeradas em sua lista; 
- A sua lista de capacidades é uma NECESSIDADE da dignidade, funcionando em uma 
perspectiva não individualista, considerando a VIDA SOCIAL do ser humano, isto é, sua 
essência política, comunitária; 
- Ela, diferentemente da de Finnis, por exemplo, não é fechada, estando em construção por 
entender que as necessidades humanas básicas podem variar com o tempo. Fazem parte dela: 
I. Vida: em um prisma funcional, qualitativo e que permita o mínimo de longevidade; 
II. Saúde Corporal: correspondente à moradia, à reprodução e à alimentação; 
III. Integridade Física: diz respeito à vida e à liberdade isenta de violência; 
IV. Sentido, Imaginação e Pensamento: é a possibilidade de se raciocinar autônomamente por meio 
de uma educação adequada; 
V. Emoções: capacidade de demonstrar afeto a si mesmo e a outrem de modo a construir laços que 
são a verdadeira base para a vida em comunidade; 
VI. Razoabilidade Prática: possibilidade de se formar moralmente independente, possuindo seus 
próprios juízos morais; 
VII.Afiliação: significa a necessidade da manifestação empática do igual respeito para com o outro, 
evitando censuras desmedidas pela consideração do próximo como um sujeito de direito como 
você; e também representa o impedimento de qualquer prática de discriminação negativa com 
vista à cercear as capacidades de outrem arbitrariamente; 
VIII.Outras Espécies: é a preocupação com espécies não-humanas também, podendo, no caso dos 
animais sencientes, considerá-los como sujeitos primários de justiça; 
IX. Lazer: possuir espaço pessoal para jubilar do recreativo; 
X. Controle sobre o ambiente político e material: sendo este a possibilidade equiparada na busca 
por empregos e na aquisição de propriedades, e aquele a participação democrática nas decisões 
policias de sua comunidade. 
- Nussbaum entende que o ser humano possui uma predisposição para a COOPERAÇÃO, já que 
ele busca sempre a justiça, se vinculando a outros. Esse pensamento de cooperação não exclui 
por completo a tese rawlsiana de um ser humano autointeressado, somente a considera como uma 
característica secundária das relações humanas, já que a sociedade é composta em sua maioria 
por ATOS ALTRUÍSTICOS, à exemplo da prática de INCLUSÃO SOCIAL, comprovando a 
busca humana pela justiça como principal norte de suas ações e colaborações; 
- Pensa-se, aqui, que o BEM ALHIEO interfere no BEM PRÓPRIO, sendo esse o princípio basilar 
para as relações de compromisso estabelecidas entre os sujeitos formadores da comunidade, 
mostrando que a preocupação com o bem de outrem é intrínseca às relações humanas em 
sociedade, fundamentando também a saída de um hipotético ESTADO DE NATUREZA, já que 
isso foi promovido pela necessidade de uma VIDA PÚBLICA COMPARTILHADA; 
- Nesse sentido, a sua lista, que corresponde aos DIREITOS HUMANOS BÁSICOS, está implícita 
na própria noção de dignidade como um pressuposto de uma sociedade minimamente JUSTA, 
devendo então servir como GUIA PARA A ATIVIDADE ESTATAL INTERVENTORA, isto é, 
em suas ações LEGISLATIVAS e JUDICIAIS, principalmente. Aqui o BOM é o JUSTO, sendo a 
recíproca também verdadeira; 
- Ela admite a INCOMENSURABILIDADE das capacidades para cada ser humano, quer dizer, ela 
acredita que elas apresentam PLURALIDADE em valores subjetivos, sendo mais ou menos 
importantes em grau de pessoa para pessoa; 
- Também acredita na INFUNGIBILIDADE dessas capcidades, não podendo essas serem 
compensadas por outras de mesmo valor; 
- Para ela, a ideia de CUIDADO tem papel fundamental em sua teoria das capacidades, sendo a 
manifestação do RESPEITO e do AUTORRESPEITO que são instrumentos vitais de promoção 
de JUSTIÇA básica e de IGUALDADE MATERIAL/SUBSTANCIAL; 
OBS: em se tratando das pessoas com deficiências mentais, Nussbaum considera que o BOM 
CUIDADO corresponde ao CUIDADO INDIVIDUALIZADO que pressupõe o respeito pela 
condição sócio-mental de vulnerabilidade dessa pessoa, procurando sempre manter-lhe com o 
mínimo de dignidade para viver. 
- Igualmente, outra ideia defendida pela autora é a do CONSENSO SOBREPOSTO, onde, 
inspirada por Rawls, entende a sociedade globalizada a partir de uma perspectiva 
INTERCULTURALISTA, e por isso a aceitabilidade dos diversos valores de cada comunidade 
devem ser ACEITOS e RESPEITADOS como forma de garantir a ESTABILIDADE da vida em 
sociedade; 
- Suas principais críticas ao pensamento rawlsiano estão manifestadas em sua discordância com a 
TESE DA PRODUTIVIDADE - que entende que a produtividade do ser humano é seu único fim 
-, entendendo que o respeito e a dignidade pouco tem a ver com a produtividade de um 
indivíduo; e em sua concepção de que RENDA não é indicador de BEM-ESTAR, pois, se isso 
fosse verdade, a simples satisfação monetária de um portador de deficiência física poderia mantê-
lo bem; 
- Nussbaum defende que algumas capacidades da lista devem estar apenas FACULTADAS às 
pessoas (basicamente aquelas que dizemrespeito às LIBERDADES INDIVIDUAIS), enquanto 
que outras, como o direito à saúde, pertencentes ao núcleo do respeito mútuo devem ser 
obrigatórias, quer dizer, devem apresentar efetiva funcionalidade. 
Unidade V) Kant: 
• Kant é um iluminista que marcou toda a tradição moderna ao ser o primeiro a elaborar uma séria 
ONTOLOGIA DA REALIDADE, se preocupando em diagnosticar os problemas sociais de sua 
comunidade política e de elaborar soluções para eles; 
• Em sua FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES, Kant irá perquirir o 
princípio supremo da moralidade, admitindo os “costumes"como a MORAL, e a 
“metafísica"como a esfera de princípios a prioristicos, vinculando a moral à LEIS MORAIS e à 
DEVERES em sentindo absoluto, quer dizer, OBRIGAÇÕES; 
• A priori, é todo aquele juízo que gera conhecimento que independe da experiência, sendo 
fundamentalmente ÓBVIOS, PUROS; 
• Em contrapartida, os juízos a posteriori são aqueles que necessitam de prévio conhecimento 
experimental, sendo assim EMPIRICAMENTE DEPENDENTES; 
• Divide a FILOSOFIA em: 
1. Formal = não depende da matéria, sendo representada pela LÓGICA; 
2. Material = depende diretamente da matéria, sendo representada pela FÍSICA (que se relaciona 
com as LEIS DA NATUREZA, que determinam como as coisas ACONTECEM) e pela ÉTICA 
(que se relaciona com as LEIS DE LIBERDADE, que determinam como as coisas DEVEM 
ACONTECER). 
• No pensamento kantiano, o fator determinante para que um ação seja BOA é a INTENÇÃO que 
fundamenta esse agir, fazendo a diferenciação entre uma AÇÃO AUTÔNOMA, isto é, que é livre 
de coerção externa à vontade, e uma AÇÃO HETERÔNOMA, que por sua vez não possui 
autonomia de intenção, sendo realizada por coerção externa à vontade; 
• Nesse sentido, LIBERDADE significa AUTONOMIA, AUTOLEGISLAÇÃO, é a concepção de 
que um indivíduo pode guiar seu agir com base em LEIS MORAIS criadas por ele mesmo, 
passado pelo CRIVO DA RACIONALIDADE, podendo-se assim justificar as ações; 
• Para Kant, o BOM SEM RESTRIÇÃO - que não é ensinado, já que depende apenas de um BOM 
SENSO NATURAL, podendo ser apenas ESCLARECIDO, que não vai contra as LEIS MORAIS 
e que OBRIGA o indivíduo a partir de uma NECESSIDADE PRÁTICA, vinculando o SER com 
o DEVER- é representado pela BOA VONTADE. Isso porque admite-se que não se julga algo 
como BOM pela AÇÃO EM SI, mas tão somente pela VONTADE DETERMINANTE, sendo 
esse bom marcado por uma vontade que buscará aplicar todos os meios e recursos sob o poder de 
interferência do agente (não desrespeitando outros preceitos da moral kantiana) para atingir tal 
fim; 
• O AGIR BOM não deve ser maculado com INCLINAÇÕES, sentimentos especiais por alguém 
que determinem o agir de maneira não universal. O BOM é somente aquele para quem a RAZÃO 
ou a LEI é imediatamente o princípio determinante de seu agir; 
• Em se tratando de uma doutrina ética DEONTOLÓGICA, ou seja, que tem em vista as AÇÕES 
HUMANAS e as OBRIGAÇÕES ( necessidade prática que pressupõe uma LEI) que essas podem 
acarretar, a gramática moral de Kant admite o BEM como um DEVER, já que ao ser humano é 
facultado fazer algo adverso a esse bem; 
• Nesse ponto, é preciso destacar a diferenciação entre o agir DE ACORDO COM O DEVER e o 
agir POR DEVER. Enquanto o primeiro corresponde ao pensamento QUASE MORAL típico do 
CONTRATUALISMO, onde se age em correspondência com o dever por VANTAGEM; o 
segundo pressupõe uma VONTADE DETERMINANTE, isto é, uma motivação para agir 
igualmente BOA, é própria INTERNALIZAÇÃO DA OBRIGAÇÃO MORAL; 
• Entendendo-se isso, percebe-se que uma SANÇÃO MORAL é fundamentalmente INTERNA ao 
indivíduo, pressupondo uma relação de IDENTIDADE entre o agir e o querer (internalização); 
• O VALOR MORAL de uma ação não está em seu OBJETIVO, mas tão somente na MÁXIMA 
(regra determinante do querer/agir) principiológica que o motivou em seu agir; 
• TODO agir é fundamentado por uma máxima, quer dizer a ação humana é pressuposta por uma 
criação legislativa humana subjetiva que gera uma REGRA RACIONAL E AUTÔNOMA, 
devendo essa máxima sempre obedecer à PRINCÍPIOS FORMAIS e sempre representar uma LEI 
MORAL UNIVERSAL; 
• É nesse ponto que se insere a ideia do IMPERATIVO CATEGÓRICO, sendo a manifestação da 
concepção de BEM kantiana , o PRINCÍPIO MÁXIMO DA CONSCIÊNCIA MORAL COMUM, 
determinando critérios formais pelo qual se possa JUSTIFICAR uma AÇÃO MORAL, tornando 
as MÁXIMAS em LEIS MORAIS UNIVERSAIS, dizendo quando uma ação é BOA EM SI; 
• MÁXIMA DA NÃO INSTRUMENTALIZAÇÃO = segunda formulação do imperativo 
categórico que admite que o ser humano possui FIM EM SI MESMO, não devendo outro ser 
humano utilizá-lo como MERO MEIO para um fim, consagrando a ideia de PESSOA como 
aquele que possui ESSENCIA MORAL e fundalmentalmente LIVRE; 
• IMPERATIVO HIPOTÉTICO = essencialmente CONDICIONAL; 
Unidade IV) Contratualistas: 
1. Noções Preliminares; 
- SOBERANIA = poder de ordem de ULTIMA INSTÂNCIA, isto é, não se esta submetido a 
outro alguém com poder de mando; 
- PODER ESTATAL = capacidade de ORDENAR alguém; 
2. Hobbes; 
- Nominalista extremado, acreditava em um poder que deveria derivar de um SUJEITO, no 
caso, o SOBERANO (LEVIATÃ); 
- Leviatã como fundador de uma UNIDADE POPULAR através de seu poder soberano; 
- O ESTADO DE NATUREZA é um Estado de GUERRA DE TODOS CONTRA TODOS, 
sendo o contrato realizado para a criação da COMUNIDADE POLÍTICA, que em Hobbes 
detêm o mesmo sentido de LEVIATÃ; 
- Acredita que o ser humano tende à AUTOPRESERVAÇÃO, sendo essa a LEI NATURAL 
básica da LIBERDADE NATURAL; 
- Entende a saída do ESTADO DE NATUREZA para um ESTADO CIVIL como um 
processo puramente RACIONAL dos indivíduos que tendem à autopreservação, sendo essa 
a única saída para a PRESERVAÇÃO DA VIDA; 
- A única forma de se REGULAR o convívio em sociedade (que pressupõe uma variedade de 
desejos e vontades distoantes) é por meio de REGRAS ou IMPERATIVOS chamados de 
LEIS NATURAIS, obrigando todos os indivíduos igualmente; 
OBS: OBRIGAÇÃO INTERNA = VINCULA O HUMANO À LEI NATURAL 
 OBRIGAÇÃO EXTERNA = NÃO VINCULA NECESSARIAMENTE; 
 O E.A. transforma O.I. em O.E., não possuindo garantia alguma de cumprimento de 
promessas, por exemplo. 
- O Leviatã é o NOVO MEDO que garantirá o cumprimento da OBRIGAÇÃO INTERNA, 
isto é, um MEDO SOCIAL ou MEDO DO PODER COERCITIVO; 
- O Leviatã NÃO é um cidadão comum, não se sujeitando às REGRAS ou IMPERATIVOS, 
sendo esses unicamente a manifestação de sua VONTADE, isso porque se trata de uma 
CRIAÇÃO ARTIFICIAL da sociedade política ao qual o ser humano DOOU seus poderes;

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