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Resumo T. do D. Civil - Relações Jurídicas até Bem de Família

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RESUMO TEORIA DO DIREITO CIVIL AV. 1 
1. Relação Jurídica: 
• O Direito Civil é o ramo do direito que cuida do aspecto INTERPRIVADO das relações humanas, 
nascendo do conjunto de códigos romanos; 
• A RELAÇÃO JURÍDICA, por sua vez, é a alternativa pela qual o Direito explica a atividade 
jurídica, sendo a RELAÇÃO SOCIAL pela qual entende-se que existe latente possibilidade de 
conflitos, devendo então o direito regulá-las, produzindo normas; 
• É, basicamente, uma SITUAÇÃO JURÍDICA BILATERAL onde se atribui às partes DIREITOS e 
DEVERES a respeito de um INTERESSE, isto é, “a necessidade que alguém tem de BENS 
MATERIAIS ou IMATERIAIS, o que se constitui em RAZÃO PARA AGIR”, segundo Francisco 
Amaral; 
• É um método de apreciação do FENÔMENO JURÍDICO, quer dizer, um acontecimento exterior 
homem que pode produzir EFEITO JURÍDICO; 
• Representando a concepção personalista pela qual se formou, a Relação Jurídica apresenta dois 
REQUISITOS: 
I. De Ordem Material: consiste no próprio VÍNCULO INTERSUBJETIVO da relação, ou seja, a 
relação social em si, representando o comportamento dos indivíduos participantes; 
II. De Ordem Formal: é a REGULAÇÃO JURÍDICA da relação, funcionando como o 
reconhecimento da situação pelo ordenamento. 
• Outrossim, apresenta dois ASPECTOS: 
I. Estático/Estrutural: ESQUELETO da relação; 
II. Dinâmico/Funcional: o PROCESSO da relação; 
OBS: RELAÇÕES DE FATO -> são relações não tipificadas, porém com um grande valor para o 
ordenamento. EX: UNIÃO DE FATO, SOCIEDADE DE FATO, SEPARAÇÃO DE FATO. 
• ESTRUTURALMENTE, pode ser caracterizada por: 
I. Elemento Subjetivo: os dois ou mais SUJEITOS (titulares de DIREITOS e DEVERES) da 
situação conflitante; 
II. Elemento Objetivo: BENS ou INTERESSES JURÍDICOS (materiais -> COISAS, ou imateriais 
-> AÇÕES) que motivam a LIDE e sobre quem incidem os poderes dos titulares; 
III. Vínculo Intersubjetivo: relação de PODER do SUJEITO ATIVO, e relação de DEVER do 
SUJEITO PASSIVO. 
• As Relações Jurídicas nascem dos FATOS JURÍDICOS; 
• Elas criam PODER JURÍDICO, permitindo que uma das partes possa exigir determinado 
comportamento de outra estabelecendo consequências; 
• CLASSIFICAÇÃO: 
I. Quanto ao Regime de Direito: pode ser de DIREITO PÚBLICO, quando possui participação 
imperiosa do ESTADO, fazendo uso de seu poder de AUTORIDADE, ou de DIREITO 
PRIVADO, quando as partes se apresentam em IGUALDADE, representadas pelas relações da 
PERSONALIDADE, FAMÍLIA E PATRIMONIAIS (podendo ser REAIS ou 
OBRIGACIONAIS) 
II. Quanto à Eficácia: pode ser ABSOLUTA, representada pelos DIREITOS DA 
PERSONALIDADE e pelos DIREITO REAIS, onde se caracterizam por serem ERGA OMNIS, 
se contrapondo a um dever geral de abstenção, ou RELATIVA, representada pelas relações 
OBRIGACIONAIS e de FAMÍLIA, exercendo-se em face de uma ou mais pessoas 
DETERMINADAS ou DETERMINÁVEIS; 
III. Quanto ao Objeto: pode ser REAL, quando os direitos são exercidos sobre BENS, sendo assim 
ABSOLUTAS, à medida que existe um poder de UTILIZAÇÃO das coisas, ou 
OBRIGACIONAL, quando os direitos têm em vista PRESTAÇÕES, sendo assim RELATIVAS, 
já que tratam de um COMPORTAMENTO esperado de alguém; 
IV. Quanto ao Número: pode ser SIMPLES, quando une duas partes por um só VÍNCULO, ou 
COMPLEXA, quando forma uma teia de relações; 
V. Quanto à Natureza: pode ser PRINCIPAL, quando existe PER SE, quer dizer, possui autonomia 
em sua existência, ou ACESSÓRIA, quando depende da principal para existir; 
• Quanto aos EFEITOS possíveis das Relações Jurídicas, eles podem ser MEDIATOS, quando se 
baseiam em FUTURAS PRETENÇÕES, como por exemplo o conteúdo das PRESTAÇÕES, ou 
IMEDIATOS, quando possuem efeitos imediatos, sem que se precise esperar determinado período 
para sua resolução. 
2. Pessoa Natural/Física (Art. 1º - 39, CCB): 
• A Pessoa, no Direito Civil, corresponde ao ente de estrutura BIOPSICOLÓGICA que possui valor 
em si mesmo e que é capaz de assumir OBRIGAÇÕES e TITULARIZAR DIREITOS, ou seja, é 
um dos sujeitos de direito que pode assumir polo passivo ou ativo em uma relação jurídica; 
• Pode-se considerar PESSOA, pelo direito brasileiro, todo aquele ser humano que NASCE COM 
VIDA. NASCER, aqui, significa sair das entranhas maternas, isto é, separar-se do corpo da mãe, e 
NASCER COM VIDA é sinônimo de AR NOS PULMÕES, assim como demarcado no art. 2º do 
Código Civil de 2002, representando a CORRENTE NATALISTA do direito brasileiro, ou seja, só 
há vida após o nascimento; 
• Quanto à CERTIDÃO DE NASCIMENTO, admite-se uma função meramente documental, porém 
sem negar sua importante função PROBATÓRIA, ou seja, de PROVA; 
OBS: Apesar de admitir corrente natalista, o direito brasileiro não negligencia os direitos do 
NASCITURO (indivíduo que ainda se encontra nas entranhas maternas, estando assim, por 
nascer), concedendo a esse pretensões de direitos que permitem a salvaguarda de mínima 
dignidade. 
• A partir de seu nascimento, todo ser humano é dotado de uma qualidade inerente que o permite 
titularizar DIREITOS e DEVERES, chamada de PERSONALIDADE, significando o 
reconhecimento da pessoa como SUJEITO DE DIREITO. TITULARIZAR, então, corresponde à 
união de um SUJEITO a seus respectivos DIREITOS; 
• Quanto à qualidade da personalidade, existem duas correntes divergentes que afetam o 
entendimento do Direito. A primeira se trata da CONCEPÇÃO NATURALISTA, para qual todos 
indivíduos dispõe dessa característica de forma inerente, isto é, devido à sua própria composição 
como ser humano dotado de razão, liberdade e vontade. Já a CONCEPÇÃO FORMAL ou 
JURÍDICA admite que essa qualidade só é disposta por meio do DIREITO OBJETIVO, que cria a 
figura do SUJEITO DE DIREITO a partir de uma “transposição do conceito ético de pessoa para 
a esfera do direito privado” (AMARAL, 2014, p. 271). 
• Outro instituto do Direito Civil que tem início no momento do nascimento com vida é a 
CAPACIDADE, se configurando como uma das características comandadas à Pessoa, isto é, a 
capacidade é um ATRIBUTO da personalidade, que representa a CAPACIDADE GENÉRICA DE 
TITULARIDADE DE DIREITOS. Em outras palavras, significa a capacidade de ASSUMIR 
DEVERES e ADQUIRIR DIREITOS, atuando como a projeção jurídica dos valores éticos que a 
personalidade representa. A capacidade, assim representa o exercício das RELAÇÕES 
PATRIMONIAIS, enquanto a personalidade representa o exercício das RELAÇÕES 
EXISTENCIAIS. Classifica-se em: 
I. Capacidade de Direito/Gozo: é a PRETENSÃO de titularização de direitos concedida a todo ser 
humano que nasce com vida, isto é, é decorrente do reconhecimento da personalidade, 
representando um cenário estático do sujeito, apenas uma APTIDÃO GENÉRICA; 
II. Capacidade de Fato/Exercício: é a APTIDÃO REAL de alguém para praticar ATOS 
JURÍDICOS, representando efeitos jurídicos concretos como a extinção, a modificação ou a 
adquirição de direitos. Consiste basicamente na “aptidão para a prática dos atos da vida civil, e 
para o exercício dos direitos como efeito imediato da autonomia que as pessoas têm”; 
• A Capacidade jurídica de uma pessoa natural extingue-se com sua MORTE, cessando assim as 
situações jurídicas INTRANSMISSÍVEIS e passando para seus respectivos herdeiros as 
TRANSMISSÍVEIS; 
• Corolário da capacidade, o instituto da INCAPACIDADE representa ponto essencial para a tutela 
da seara interprivada do direito. Esse instituto representa a preocupação do Direito na proteção 
dos grupos de pessoas que ainda não possuem o discernimento necessário para celebrar relações 
jurídicas, seja por motivos de idade ou doença, resultando na nulidade ou anulabilidade de 
qualquer ato civil que seja por ventura realizado por essas pessoas. Também se desdobra em 2 
tipos: 
I. IncapacidadeAbsoluta (Art. 3º, CCB): São as pessoas MENORES DE 16 ANOS, 
PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA MENTAL, PRÓDIGAS (pessoas que possuem a tendência 
de dilapidar o próprio patrimônio) ou que POR CAUSA TRANSITÓRIA, não puderem 
exprimir suas vontades. São REPRESENTADAS por uma pessoa capaz, já que sua 
manifestação de vontade é irrelevante juridicamente. Qualquer ato realizado por eles é 
considerado NULO, não produzindo qualquer efeito jurídico (ex tunc); 
II. Incapacidade Relativa (Art. 4º, CCB): São as pessoas ENTRE 16 E 18 ANOS que já 
apresentam certa maturidade para a celebração de atos jurídicos, porém não apresentam a plena 
disposição de seus direitos civis, devendo assim ser ASSISTIDO por uma pessoa capaz, isto é, 
qualquer celebração de negócio jurídico deve ser deliberada entre o sujeito em questão e seu 
assistente. Seus atos são ANULÁVEIS; 
• Ainda sobre esse assunto, é facultado que o relativamente incapaz antecipe sua plena capacidade 
por meio do instituto da EMANCIPAÇÃO. Mesmo antes da idade legal para tal, um indivíduo 
(com 16 anos ou mais) pode adquirir a sua plena capacidade de fato. A Emancipação pode ser: 
I. Voluntária: quando outorgada pelos pais, mediante instrumento público (escritura); 
II. Judicial: quando decidido por um juiz, enquanto o menor estiver sob o regime de tutela e 
mediante sentença judicial; 
III. Legal: decorrente de casos expostos em texto de lei, tais quais o casamento, o exercício de 
emprego público efetivo, a colação de grau em curso superior, estabelecimento civil ou 
empresarial ou pela existência de relação de emprego, desde que se comprove economia própria 
em função disso; 
• Concernentes ao instituto da Personalidade, os DIREITOS DA PERSONALIDADE/
PERSONALÍSSIMOS constituem importante objeto do estudo do direito civil. Os direitos da 
personalidade são o plexo de direitos fundamentais que viabilizam a TUTELA DA PESSOA 
HUMANA, resguardando sua DIGNIDADE, isto é, seus aspectos FÍSICOS, PSÍQUICOS, 
MORAIS e SOCIAIS, se estabelecendo como uma série de prerrogativas que são concedidas às 
pessoas para a salvaguarda de suas SITUAÇÕES JURÍDICAS EXISTENCIAIS, vinculando um 
SUJEITO as suas NECESSIDADES; 
• São direitos inerentemente EXTRAPATRIMONIAIS, pertencendo à esfera do SER de alguém, 
constituindo os BENS E VALORES ESSENCIAIS de uma Pessoa, não necessitando de plena 
manifestação de capacidade para seu usufruto. Por esses motivos, qualquer violência para com 
esses fatores constituintes do ser gera DANOS MORAIS, já que afetam justamente bens não 
patrimoniais de alguém; 
• O Código Civil tutela algumas das situações envolvendo os direitos da personalidade (arts. 11 - 
21, CCB), porém, se configurando apenas como CLÁUSULA GERAL, isto é, estabelecendo uma 
moldura interpretativa para o instituto, não significando o seu esgotamento por Lei. São, assim, 
apenas EXPLICATIVAS; 
• Bodin é a autora que estabelece essa tutela à dignidade de forma mais sofisticada mediante a 
doutrina contemporânea. Segundo ela, os direitos personalíssimos podem se dividir em: 
I. Igualdade: tanto no seu aspecto formal, condizente ao tratamento igual perante a lei, quanto em 
seu aspecto material, condizente à superação das desigualdades que permeiam as relações inter-
humanas; 
II. Liberdade: em seu sentido solidário ou cultural, se mostrando como a capacidade de 
autodeterminação e a faculdade de escolher um bom plano de vida para si, dependendo dos 
critério subjetivos que qualquer um se propõe, ou seja, é a autonomia de cada um; 
III. Integridade Psíco-física: diz respeito à incolumidade corporal e mental que deve ser preservada 
com o intuito de garantir um vida digna; 
IV. Solidariedade: corresponde à esfera dos vínculos sociais que uma pessoa é facultada de adquirir 
perante grupos, adquirindo identidade perante a comunidade, ressaltando a ideia de 
responsabilidade social para com o outro, isto é, o exercício da empatia para com o próximo 
que permite que se considere todos como Sujeitos de direito; 
• Não obstante, tais direitos possuem algumas características, podendo ser considerados: 
I. Absolutos (erga omnis); 
II. Imprescritíveis; 
III. Extrapatrimoniais; 
IV. Impenhoráveis; 
V. Irrenunciáveis; 
VI. Indisponíveis; 
VII.Vitalícios; e 
VIII.Intransmissíveis (intuito personae). 
3. Pessoa Jurídica (Art. 40 - 69, CCB): 
• A Pessoa Jurídica é uma entidade orgânica constituída a partir dos IDEAIS de PESSOAS 
NATURAIS ou de seus PATRIMÔNIOS com fins específicos que não poderiam ser feitos 
mediante situações convencionais, possuindo assim NECESSIDADES SOCIAIS; 
• A pessoa jurídica é dotada de personalidade jurídica de maneira análoga às pessoas naturais. O 
REGISTRO PÚBLICO é o instrumento de PERSONIFICAÇÃO das pessoas jurídicas (art. 52, 
CCB), possuindo, aqui, natureza CONSTITUTIVA; 
• É importante ressaltar que o PATRIMÔNIO de uma personalidade jurídica NÃO SE 
CONFUNDE com os patrimônios individuais de seus sócios (pessoas naturais) 
• A configuração de uma personalidade jurídica deve atender a alguns requisitos, tais quais: 
I. Vontade humana criadora (affectio societatis); 
II. Destinação de patrimônio das pessoas naturais criadoras para fim específico; 
III. Licitude dos fins estabelecidos; 
IV. Capacidade de Direito conferida por Lei; 
V. Atender às formalidades Legais (Registro Civil). 
• Quanto à criação de uma pessoa jurídica, divide-se o ATO CONSTITUTIVO em: PARTE 
MATERIAL, correspondente aos atos concretos, reuniões e ajustes societais; PARTE FORMAL, 
pertinente aos ESTATUTOS e ao CONTRATO SOCIAL; e o REGISTRO PÚBLICO, que diz 
respeito à inscrição do ato constitutivo no órgão competente; 
• As pessoas jurídicas podem ser divididas em PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO 
(quando criadas por Lei), dividindo-se por sua vez entre P.J. DE DIREITO PÚBLICO INTERNO 
(correspondem às demarcadas no art. 41 do CCB) e P.J. DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO 
(correspondem às demarcadas no art. 42 do CCB), e PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO 
PRIVADO (criadas por registro público); 
• O objeto principal do direito civil, nessa seara, são as PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO 
PRIVADO, podendo ser representadas por, conforme o art. 44 do CCB: 
I. Associações: são pessoas jurídicas sem fins lucrativos criadas por motivos compartilhados entre 
os sócios (geralmente por vantagens ou direitos) por meio da elaboração de um ESTATUTO 
SOCIAL, isto é, uma LEI ORGÂNICA NÃO CONTRATUAL que vincula os associados a 
DIREITOS e DEVERES. É vedado que uma associação divida os lucros arrecadados com seus 
sócios, devendo esse capital ser REAPLICADO na empresa. Responde por 
RESPONSABILIDADE CIVIL COMUM; 
II. Sociedades: podem ser CIVIS/SIMPLES ou EMPRESARIAIS, quando apresentarem apenas 
fins lucrativos/econômicos. Não obstante, as sociedades respondem civilmente por 
RESPONSABILIDADE CIVIL SOLIDÁRIA; 
OBS: As SOCIEDADES e ASSOCIAÇÕES correspondem às chamadas CORPORAÇÕES, sendo 
classificadas estruturalmente como UNIVERSITAS PERSONARUM, já que representam uma TEIA 
ORGÂNICA DE PESSOAS, e como PESSOAS JURÍDICAS INTERSUBJETIVAS, por representarem 
a união de pessoas naturais. 
III. Fundações: são determinados patrimônios de pessoas naturais que são afetados para fins 
específicos, podendo ser realizado mesmo depois da morte, sendo criadas ou por escritura 
pública ou por testamento. Além disso, as fundações são caracterizadas estruturalmente como 
UNIVERSITAS BONURUM, representando a afetação de um patrimônio para sua criação, e 
como PESSOAS JURÍDICAS PATRIMOIAIS; 
IV. Organizações Religiosas; 
V. Partidos Políticos; 
VI. Empresas individuais de Responsabilidade limitada; 
• A finalidade fundacional vincula o patrimônio e deve estar expressas em sua criação, ou seja, 
nada poderáser feito com aquele patrimônio afetado, senão o que já estabelecido durante a 
vontade criadora dele; 
• A FUNÇÃO SOCIAL que deve criar uma pessoa jurídica tem a finalidade de impedir que o 
INTUITO LUCRATIVO venha violar DIREITOS FUNDAMENTAIS e INTERESSES 
COLETIVOS, engajando a prática da EMPRESARIALIDADE RESPONSÁVEL, focando na 
garantia de condições dignas de vivência; 
• Pode admitir-se PRAZO de existência para uma pessoa jurídica, a partir do momento em que se 
presume um tempo para a sanação do fim para qual foi criada; 
• É possível que uma pessoa jurídica sofra DESPERSONALIZAÇÃO quando ela se desvencilha 
dos seus fins criadores, recaindo, assim em ABUSO DA PERSONALIDADE JURÍDICA, 
culminando em seu desmembramento a fim de atingir o patrimônio dos sócios; 
• O fenômeno da DESPERSONALIZAÇÃO INVERSA também é admitido no ordenamento 
brasileiro, correspondendo a quando se atinge o patrimônio da pessoa jurídica por conta de atos 
de um sócio que está associado a diversas outras empresas; 
• Admite-se que uma pessoa jurídica deva se submeter ao ORDENAMENTO QUE LHE 
CONFERIU PERSONALIDADE, pouco importando a nacionalidade de sues sócios ou a origem 
do seu capital social. 
4. Domicílio (Art. 70 - 78, CCB): 
• O DOMICÍLIO é o local onde as pessoas físicas ou jurídicas celebram suas relações, exercem 
suas atividades, caracterizando-se, assim, por ser o “local da SEDE JURÍDICA do 
sujeito” (AMARAL, 2014, p.299); 
• É constituido de 2 ELEMENTOS: 
I. Elemento Objetivo: é o local físico onde se encontra a pessoa (RESIDÊNCIA); 
II. Elemento Subjetivo: correspondente à intenção de permanecer nesse local, ou seja, um ÂNIMO 
DEFINITIVO; 
• Sendo assim, o domicílio não se confunde com a RESIDÊNCIA, que é o seu elemento objetivo, 
físico, muito menos com a HABITAÇÃO, que é, por sua vez, uma RESIDÊNCIA 
TRANSITÓRIA; 
• O CCB admite PLURALIDADE/MULTIPLICIDADE DE DOMICÍLIO, permitindo que, caso 
uma pessoa transite por diversas residências que possui, todas essas sejam consideradas seu 
domicílio; 
• Caso uma PESSOA NATURAL não possuir um domicílio habitual, admite-se domicílio o lugar 
onde ela for encontrada; 
• Pode-se classificá-lo em: 
I. Voluntário: quando decorrente de manifestação vomitiva do sujeito; 
II. Especial/De Eleição: quando decorrente alguma obrigação contratual, sendo assim limitado e 
temporário, possuindo eficácia apenas enquanto não sanadas as obrigações contratuais que o 
originou; 
III. De Origem: é o que a pessoa adquire ao nascer; 
IV. Profissional: onde uma pessoa presta seus serviços; 
V. Legal: é o que resulta de determinação legal, sendo assim é onde presume-se que um indivíduo 
resida permanentemente; 
VI. Natural: decorrente da sede administrativa de uma pessoa jurídica, representando o seu centro 
administrativo. Pode ser representado pelas filiais, sucursais ou agências dessa mesma empresa, 
dependendo de onde o ato que se analisa foi realizado; 
VII.Convencional/Estatutário: é o que decorre do ato constitutivo de uma pessoa jurídica. 
((Os dois últimos só dizem respeito às P.J)) 
5. Ausência (Art. 22 - 34, CCB): 
• O instituto da AUSÊNCIA visa proteger os BENS de uma pessoa que some de seu domicílio, não 
pode ser encontrado e sem deixar representante, promovendo incerteza jurídica em relação aos 
atos que ele celebrou; 
• Foi criado em vista a conservar os bens de alguém que possui existência jurídica incerta, de 
maneira a evitar prejuízos à credores, à família ou ao próprio Estado; 
• Existem 3 critérios para a afirmação da ausência: 
I. Desaparecimento do sujeito em questão de seu domicílio; 
II. Dúvida sobre a existência dessa pessoa; 
III. Declaração judicial de ausência (Art. 22, CCB; e Art. 1159 CPC). 
• Constatada a ausência, decorrem 3 etapas: 
I. CURATELA DOS BENS: ARRECADAÇÃO dos bens do ausente em vista da sua 
impossibilidade de administrá-los a pedido do MINISTÉRIO PÚBLICO ou de qualquer 
interessado; os legitimados para o exercício da TUTELA (MANDATÁRIOS), devem cuidar da 
administração dos bens do ausente de forma a evitar seu perecimento, devendo perdurar por 1 
ANO; em caso de impossibilidade de exercício da tutela, ou no caso de não existência de 
mandatários, o juiz nomeia um CURADOR, que terá o mesmo papel de um mandatário, porém 
o fará por um período de 3 ANOS; Cessa-se a curatela quando: O AUSENTE RETORNA, 
CERTEZA DE MORTE DO AUSENTE, TERMINA-SE O PRAZO; 
II. SUCESSÃO PROVISÓRIA: decorre do fim da curatela, abrindo a sucessão para os herdeiros 
legítimos , credores ou cônjuges; metade dos frutos são herdados pelo SUCESSOR 
PROVISÓRIO POSSUIDOR, e a outra metade dividida entre os demais sucessores; Cessa-se a 
sucessão provisória quando: O AUSENTE RETORNA, CERTEZA DE MORTE DO 
AUSENTE, PASSA-SE 10 ANOS DESDE O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA 
DE ABERTURA, 5 ANOS APÓS A ÚLTIMA NOTÍCIA DO AUSENTE QUE POSSUI 80 
ANOS OU MAIS; 
III. SUCESSÃO DEFINITIVA: decorre do término dos prazos supracitados, culminando na 
MORTE PRESUMIDA DO AUSENTE; 
• Em casos onde os herdeiros não queiram GERAR POSSE, a CURADORIA dos bens do ausente 
se extende até a SUCESSÃO PROVISÓRIA; 
• Quando não se requere os bens nos devidos prazos, os mesmos são INCORPORADOS AO 
ESTADO; 
• No caso do regresso do ausente ou do aparecimento de um HERDEIRO NECESSÁRIO nos 10 
ANOS SEGUINTES À SUCESSÃO DEFINITIVA, pode-se pedir ao juiz que se restaure os bens 
ao patrimônio do ausente/se divida novamente os bens (em caso dos bens alienados, incorpora-se 
o valor recebido); 
6. Bens (Art. 79 - 103, CCB): 
• Os BENS JURÍDICOS são os pressupostos MATERIAIS ou IMATERIAIS que podem servir de 
OBJETO das relações jurídicas, são pressupostos dotados ou não de economicidade que podem 
satisfazer interesses ou utilidades humanas; 
• É definido por Francisco Amaral como “tudo o que se pode submeter ao poder dos sujeitos de 
direito, como instrumento de realização de suas finalidades jurídicas”; 
• Divide-se os Bens em: 
I. Considerados em si mesmos: 
A) Corpóreos e Incorpóreos: 
- BENS CORPÓREOS são aqueles que possuem TANGIBILIDADE, manifestação concreta de 
matéria, são perceptíveis pelos sentidos, isto é, são RES QUAE TANGI POSSUNT; 
- Diferentemente, os BENS INCORPÓREOS são aqueles que possuem existência ABSTRATA, 
INTELECTUAL, ou até mesmo JURÍDICA. São bens que não estão sujeitos à TUTELA 
POSSESSÓRIA, que são protegidos por INDENIZAÇÃO e possuem INADMISSÃO DE 
APREENSÃO MATERIAL, quer dizer, não estão disponíveis para aquisição por USUCAPIÃO 
ou TRADIÇÃO. São os DIREITOS; 
B) Móveis e Imóveis: 
- BENS MÓVEIS são aqueles que possuem seus contornos espaciais bem definidos, sendo assim 
susceptíveis a MOVIMENTO PRÓPRIO, seja autonomamente (como é o caso dos ANIMAIS 
SEMOVENTES), seja por impulso alheio (COISAS INANIMADAS); 
- Podem ser móveis por NATUREZA PRÓPRIA ou por DETERMINAÇÃO LEGAL (Art. 83, 
CCB); 
- A PROPRIEDADE de bens móveis é transferida por mera TRADIÇÃO, isto é, entrega do bem 
com intenção de TRANSFERÊNCIA, possuindo assim PRESUNÇÃO RELATIVA de veracidade 
(pois admite PROVA EM CONTRÁRIO); 
- Em se tratando dos BENS IMÓVEIS, diz-se que eles são os que não podem ser postos em 
locomoção sem que se modifique substancialmente sua essência, ou se adultere sua 
economicidade. Sua PROPRIEDADE só pode ser transferida por meio de REGISTRO 
PÚBLICO; 
- Divide-se os bens imóveis em: 
* Imóveis por Natureza: basicamente o SOLO e tudo que dele provém, considerando por analogia o 
SUBSOLO e o ESPAÇO AÉREO correspondente; 
* Imóveis por Acessão Física: tudo que se juntou ao solo de maneira fixa e permanente, tal qual, 
PLANTAS, EDIFÍCIOS, CONSTRUÇÕES, ou seja, tudo aquilo que não se pode retirar da terra 
sem provocar grande dano ou destruiçãodo patrimônio; 
* Imóveis por Disposição Legal: são considerados por disposição de Lei, correspondendo aos 
DIREITOS REAIS SOBRE IMÓVEIS, as AÇÕES QUE OS ASSEGURAM e o DIREITO À 
SUCESSÃO ABERTA. 
C) Fungíveis e Infungíveis: 
- FUNGIBILIDADE tem a ver com a possibilidade de SUBSTITUIÇÃO de determinado bem por 
outro de mesma QUALIDADE, QUANTIDADE e GÊNERO; 
- A INFUNGIBILIDADE muito se relaciona com as QUALIDADES INDIVIDUAIS que certo 
bem pode possuir, permitindo, assim, que certo bem naturalmente fungível se torne 
INFUNGÍVEL por conta da intervenção humana que lhe conferiu valor próprio, portanto, pode-
se constatar que a fungibilidade pode depender da NATUREZA, da AÇÃO HUMANA ou da 
VONTADE LEGISLATIVA. 
- É permitido que um credor de coisa infungível aceite outro bem com maior valor econômico que 
o que está em pauta, porém ele não se vê obrigado a isso. 
OBS: COMODATO -> EMPRÉSTIMO DE BEM INFUNGÍVEL; 
 MÚTUO -> EMPRÉSTIMO DE BEM FUNGÍVEL. 
D) Consumíveis e Inconsumíveis: 
- CONSUMÍVEL é todo bem que seu uso EXAURE A SUBSTÂNCIA, mais especificadamente, 
seu uso esgota sua UTILIDADE para o titular. Pode ser de 2 tipos: 
* Consumo de Fato/Natural: destruição/exaurimento do bem por uso regular no primeiro uso. É o 
caso dos ALIMENTOS; 
* Consumo de Direito/Jurídico: diz respeito à DESTINAÇÃO que se esgota pela ALIENAÇÃO 
ECONÔMICA que o bem sofre. 
- Já os bens INCONSUMÍVEIS são os que permitem um uso contínuo sem que se perca sua 
substância. 
E) Divisíveis e Indivisíveis: 
- BENS DIVISÍVEIS são aqueles que podem ser FRACIONADOS sem que se perca sua 
QUALIDADE ou ECONOMICIDADE, implicando em dizer, também, que as partes fracionadas 
devam ter a mesma NATUREZA, FUNÇÃO e CARACTERÍSTICAS do todo do qual vieram; 
- Em contrapartida, BENS INDIVISÍVEIS são aqueles que perdem sua substância/essência se 
fracionados, revestindo-se em prejuízo econômico ou de utilidade; 
- É possível que, por MANIFESTAÇÃO VOLITIVA ou LEGAL, um bem divisível se converta em 
indivisível e vice-versa; 
F) Singulares e Coletivos: 
- BENS SINGULARES são aqueles que, apesar de poder se encontrar em reunião, são 
considerados em sua INDIVIDUALIDADE, possuindo INTEGRIDADE AUTÔNOMA. Existem 
2 tipos de SINGULARIDADE: 
* Singularidade Simples: correspondente a uma COESÃO NATURAL, seja ela proporcionada pela 
NATUREZA ou pelo ENGENHO HUMANO; 
* Singularidade Composta: correspondente a uma COESÃO ARTIFICIAL, proporcionada por uma 
UNIÃO DE COISAS SIMPLES de ordem material e/ou imaterial, fazendo com que essas partes 
percam sua autonomia. 
- Já os BENS COLETIVOS são aqueles bens singulares dotados de UNIVERSALIDADE em vista 
a formar um todo ÚNICO e DISTINTO dos seus componentes, isto é, corresponde a uma 
consideração conjunta de suas partes a priori autônomas para um determinado fim. Existem 2 
tipos de UNIVERSALIDADE: 
* Universalidade de Fato (UNIVERSITAS FACTI): conjunto de bens singulares, corpóreos e 
homogêneos, unidos por vontade humana para determinado fim e que possuem autonomia. EX: 
Bibliotecas, Galerias; 
* Universalidade de Direito (UNIVERSITAS JURIS): conjunto de bens corpóreos ou incorpóreos 
únicos por norma jurídica. EX: patrimônio, herança; 
II. Reciprocamente considerados: 
A) Principais e Acessórios: 
- BEM PRINCIPAL é aquele que é considerado AUTÔNOMO, que possui EXISTÊNCIA EM SI, 
enquanto que um BEM ACESSÓRIO é aquele que existe DEPENDENDO do bem principal, se 
relacionando com ele por meio de SUBORDINAÇÃO, só existindo em relação a ele; 
- Pode-se classificar os Bens Acessórios em: 
* Frutos: produção PERIÓDICA do bem principal que NÃO MACULA sua substância e pode ser 
dele separada. Podem ser NATURAIS, INDUSTRIAIS ou CIVIS (RENDIMENTOS); 
* Frutos Civis/Rendimentos: PRESTAÇÕES MONETÁRIAS PERIÓDICAS decorrentes da 
concessão de uso ou gozo. EX: Aluguel; 
* Produtos: UTILIDADES que, quando subtraídas do Bem Principal, lhe consome sua substância 
até o seu culminante esgotamento; 
* Benfeitorias: AÇÕES em DESPESAS ou OBRAS que visam o APERFEIÇOAMENTO ou 
EMBELEZAMENTO do Bem Principal. 
OBS: PERTENÇAS -> bens que NÃO constituem parte integrante, já que não se incorporam com o 
principal, mas que FACILITAM o uso das coisas principais de forma DURADOURA. É dito que ela 
está A SERVIÇO da finalidade econômica do bem principal, possuindo INDIVIDUALIDADE e 
AUTONOMIA . Elas tem NATUREZA de bem principal, porém ATUAM como acessórios. 
III. Considerados em relação ao Sujeito: 
A) Públicos e Privados; 
IV. Quanto à Comerciabilidade: 
A) Comerciáveis e Incomerciáveis; 
7. Bem de Família (Art. 1711 - 1722, CCB; e Lei nº 8009/90): 
• A ideia central do BEM DE FAMÍLIA gira em torno da TEORIA DO PATRIMÔNIO MÍNIMO, 
que consiste na garantia de um mínimo patrimonial capaz de suprir as necessidades básicas de um 
ser humano visando uma vida minimamente digna. Essa teoria significa um salto enorme do 
Direito na concepção de entender o patrimônio como um instrumento de cidadania, superando a 
patrimonialização das relações jurídicas, demonstrando a prevalência do SER em relação ao TER; 
• Em vista disso, o Bem de Família é o Bem referente à entidade familiar, se demonstrando como 
um bem PATRIMONIAL, porém com efeitos EXTRAPATRIMONIAIS, isto é, de garantia de 
dignidade; 
• Divide-se em: 
I. Bem de Familia Convencional: 
- Se caracteriza pela manifestação de VONTADE para sua consagração, sendo estabelecido para 
fins de precaução. 
- O Bem de Família é dotado de IMPRESCRITIBILIDADE e IMPENHORABILIDADE; 
II. Bem de Família Legal: 
- Disposto em Lei, não dependendo assim de qualquer manifestação volitiva das partes; 
OBS: BEM DE FAMÍLIA DE PESSOA SOZINHA -> SÚMULA 364 STJ 
 EXCEÇÕES À IMPENHORABILIDADE -> ART. 3º LEI 8009/90

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