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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DIAMANTINA – MINAS GERAIS Aplicação das derivadas parciais em Termodinâmica Alunos: Fabiana Costa Santos Samuel de Oliveira Freitas Turma: B Diamantina, 21 de fevereiro de 2018. INTRODUÇÃO Devido à necessidade de solucionar equações que envolviam mais de uma variável, foi criado o conceito de derivada parcial, que foi desenvolvido e refinado durante anos até os dias atuais. Grandes nomes da ciência foram responsáveis por esse desenvolvimento e refinamento sendo usados em várias áreas do conhecimento como física, termodinâmica, matemática, astronomia, hidrodinâmica entre outras. Dentre os cientistas que usaram esse conceito para resolver problemas pode-se destacar: Newton, L’ Hospital, Bernoullis, Jean d’ Alembert, Joseph Luis Lagrande, Pierre-Simon Laplace, Adrien Legendre, Joseph Fourier, Carl Friedrich Gauss, Augustine Cauchy, George Green, George Stockes, Bernhard Riemann, Sonya Kovalevsky, entre outros. A termodinâmica é uma parte da física que estuda o calor, temperatura, pressão e volume que pode interferir no sistema físico em condições de equilíbrio ou não. Esse ramo da física tenta descrever matematicamente condições de equilíbrio e mudanças de propriedade do sistema físico e foi intensamente aprimorado a partir da necessidade de máquinas mais eficientes. A termodinâmica é regida por quatro leis são elas: Lei zero, primeira lei, segunda lei e a terceira lei da termodinâmica. O presente trabalho tem como objetivo, apresentar um exemplo de aplicação de derivadas parciais em alguma área do conhecimento, nesse contexto foi escolhido à área da termodinâmica. (Durante o desenvolvimento do trabalho serão utilizadas algumas abreviaturas: H: entalpia, S:entropia, V: volume, P: pressão, T: temperatura.) APLICAÇÃO DAS DERIVADAS PARCIAIS NA TERMODINÂMICA Na termodinâmica utiliza-se as derivadas parciais em vários cálculos das propriedades termodinâmicas. Para determinar esses valores de propriedades termodinâmicas são utilizadas relações matemáticas que incluem as derivadas parciais. As derivadas parciais ajudam a escrever algumas variáveis de outra maneira, tornando possível obter resultados para propriedades que sem essas relações matemáticas não seriam possíveis, como por exemplo a variação de entropia, entalpia, energia interna, entre outros. Ao conseguir-se obter esses resultados pode-se resolver inúmeros problemas e chegar a resultados que antes não eram elucidados, além de facilitar os cálculos. A partir do cálculo diferencial pode-se saber como uma variável dependente varia em relação as outras variáveis independentes, exemplo como a pressão varia quando a temperatura e o volume são alterados. Na termodinâmica tem-se que uma propriedade dependente pode ser escrita como função de duas propriedades independentes, ex : P = P(T,V); H = H(T,P); S = S(T,V), etc. Do cálculo diferencial pode-se obter relações dessas variáveis, pois é definido que a diferencial exata de uma função de duas variáveis independentes, x = x(y,z),pode ser escrita como: 𝑑𝑥 = ( 𝜕𝑥 𝜕𝑦 ) 𝑧 𝑑𝑦 + ( 𝜕𝑥 𝜕𝑧 ) 𝑦 𝑑𝑦 Podemos escrever ( 𝜕𝑥 𝜕𝑦 ) 𝑧 = 𝑀 𝑒 ( 𝜕𝑥 𝜕𝑧 ) 𝑦 = 𝑁 Se as derivadas parciais de M e N forem contínuas a maneira que se faz a segunda derivada não interfere no resultado, por isso: 𝜕 𝜕𝑧 [( 𝜕𝑥 𝜕𝑦 ) 𝑧 ] 𝑦 = 𝜕 𝜕𝑦 [( 𝜕𝑥 𝜕𝑧 ) 𝑦 ] 𝑧 Ou seja: ( 𝜕𝑀 𝜕𝑧 ) 𝑦 = ( 𝜕𝑁 𝜕𝑦 ) 𝑧 Utilizando esses conceitos do cálculo diferencial obteve-se as relações de Maxwell que são usadas para o cálculo das propriedades termodinâmicas. Exemplo : Da transformada de Legendre a energia de Gibbs é escrita como dG = VdP – SdT, e das relações de Maxwell obtém-se que ( 𝜕𝑉 𝜕𝑇 ) 𝑃 = − ( 𝜕𝑆 𝜕𝑃 ) 𝑇 . Em alguns cálculos de propriedades termodinâmicas depara-se com funções cúbicas de estado e se é necessário derivar certas propriedades em relação a outras, mas pela dificuldade de realizar algumas derivadas utiliza-se do cálculo diferencial as derivadas cíclicas possibilitando e facilitando a realização dos cálculos. Exemplo da utilização de derivadas parciais no cálculo da variação da entalpia: →Obter uma expressão para a variação de entalpia para um sistema com gás ideal. Das Transformadas de Legendre tem-se que: dH= TdS + VdP eq. (I) Sabe-se que a entalpia é uma função da entropia e da pressão, mas como não se tem instrumentos para o cálculo da entropia faz-se uma mudança nas variáveis para assim chegar a um resultado para a variação da entalpia em um processo. Temos: H = H(S,P) transforma-se em uma função da temperatura e pressão, que são possíveis de medir. H = H(S,P) → H = H(T,P) Fazendo a mudança de variáveis para o cálculo de ∆H: dH = ( 𝜕𝐻 𝜕𝑇 ) 𝑝 𝑑𝑇 + ( 𝜕𝐻 𝜕𝑃 ) 𝑇 𝑑𝑃 𝑒𝑞. (𝐼𝐼) Sabendo que ( 𝜕𝐻 𝜕𝑇 ) 𝑝 = 𝐶𝑝 𝑒𝑞. (𝐼𝐼𝐼) Cp: capacidade calorífica a pressão constante. E fazendo a derivada parcial da eq. (I) em relação a P mantendo T constante temos: ( 𝜕𝐻 𝜕𝑃 ) 𝑇 = 𝑇 ( 𝜕𝑆 𝜕𝑃 ) 𝑇 + 𝑉 ( 𝜕𝑃 𝜕𝑃 ) 𝑇 , ( 𝜕𝑃 𝜕𝑃 ) 𝑇 = 1 ( 𝜕𝐻 𝜕𝑃 ) 𝑇 = 𝑇 ( 𝜕𝑆 𝜕𝑃 ) 𝑇 + 𝑉 𝑒𝑞. (𝐼𝑉) Substituindo eq. (IV) e eq. (III) na eq. (II) : 𝑑𝐻 = 𝐶𝑝𝑑𝑇 + [𝑇 ( 𝜕𝑆 𝜕𝑃 ) 𝑇 + 𝑉 ] 𝑑𝑃 𝑒𝑞. (𝑉) Como não se consegue medir a variação de entropia através de algum instrumento utiliza- se as relações de Maxwell para conseguir este resultado. Pelas relações de Maxwell tem-se: dG = VdP - SdT − ( 𝜕𝑆 𝜕𝑃 ) 𝑇 = ( 𝜕𝑉 𝜕𝑇 ) 𝑃 𝑒𝑞. (𝑉𝐼) Substituindo a eq. (VI) na eq.(V): 𝑑𝐻 = 𝐶𝑝𝑑𝑇 + [−𝑇 ( 𝜕𝑉 𝜕𝑇 ) 𝑃 + 𝑉 ] 𝑑𝑃 ∆𝐻 = ∫ 𝐶𝑝𝑑𝑇 𝑇2 𝑇1 + ∫ [−𝑇 ( 𝜕𝑉 𝜕𝑇 ) 𝑃 + 𝑉 ] 𝑑𝑃 𝑃2 𝑃1 Obtém-se então uma expressão para o cálculo da variação de entalpia. Se for analisado um sistema onde o gás se comporta de maneira ideal pode-se reduzir a expressão do cálculo da variação de entalpia calculando ( 𝜕𝑉 𝜕𝑇 ) 𝑃 para equação de Clapeyron, PV= RT. Então: 𝑉 = 𝑅𝑇 𝑃 𝑒 ( 𝜕𝑉 𝜕𝑇 ) 𝑃 = 𝑅 𝑇 Ao substituir na equação para cálculo da variação de entalpia obtém-se que para um gás ideal a equação da variação de entalpia se reduz a: ∆𝐻 = ∫ 𝐶𝑝𝑑𝑇 𝑇2 𝑇1 CONCLUSÃO Sabendo da aplicação de derivadas parciais na termodinâmica e da importância da termodinâmica para a engenharia, pode-se concluir que a utilização do cálculo diferencial e as suas propriedades são de total importância para resolução e elucidação dos problemas da termodinâmica e dos modelos de engenharia. Pode-se através do cálculo diferencial obter informações de um sistema que antes não era possível encontrar, como por exemplo a energia interna, entalpia, entropia, etc., além de facilitar na realização dos cálculos. REFERÊNCIAS: TIPLER, P. A. Física Mecânica, Oscilações e ondas, Termodinâmica, volume1. Rio de Janeiro, 2006. Ebah, 2017. Disponível em: < www.ebah.com.br>. Último acesso em: 19 fev. 2017. MORAN, Michael J.; SHAPIRO, Howard N. Princípios da termodinâmica para engenharia . 6ª. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. 800 p. v. 1. FISICO QUÍMICA I, TERMODINÂMICA DO EQUILÍBRIO; Disponível em: <http://www.ufjf.br/quimicaead/files/2013/05/Aula12_FQI.pdf>. Último acesso em : 19 fev. 2017.
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