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Coesão e coerência: fatores de textualidade. 
 
 
Quando lemos um texto, somos capazes de julgá-lo como coerente ou não. Ainda 
que não façamos uma análise linguística mais apurada, conhecemos a nossa língua 
suficientemente bem para identificar alguns recursos utilizados pelo produtor do texto 
para encadear as ideias, provocar algum efeito de sentido específico, promover a 
sequenciação do texto, retomar referentes já mencionados etc., mas o que faz um texto 
ser, de fato, um texto, e não uma simples sequência de palavras? Um texto só é um texto 
por causa da textualidade. É esse conjunto de características que faz com que tenhamos 
um texto, e não simplesmente um amontoado de palavras que não fazem sentido. 
 
Vimos, ao longo das aulas, dois fatores de textualidade importantes: a coesão e a 
coerência. A coesão está relacionada ao aspecto formal do texto e é construída a partir 
de mecanismos gramaticais e lexicais. Já a coerência relaciona-se ao sentido do texto. 
Vamos analisar a manchete abaixo à luz desses dois conceitos? 
 
 
Metrô para São Paulo 
Greve de 12 horas no metrô para São Paulo e provoca tumulto 
(Disponível em http://geraldofreire.wordpress.com/category/primeira-
pagina/page/8/) 
 
 
A análise da manchete leva o leitor a duas interpretações possíveis: “metrô em 
direção a São Paulo” e “metrô parou São Paulo”. O elemento linguístico que favoreceu 
essa ambiguidade foi o “para”, que pode ser entendido como preposição ou como verbo 
“parar”. Com o novo acordo ortográfico, o acento para distinguir o verbo “parar”, na 
terceira pessoa do singular terceira pessoa do singular do presente do indicativo, da 
preposição “para” foi abolido, o que acabou levando à ambiguidade do título principal da 
notícia. 
 
A ambiguidade que ocorre em um primeiro momento é desfeita após a leitura do 
título secundário da notícia. Desse modo, conseguimos entender que se trata do verbo 
“parar”. Percebemos também, a partir dessa análise, o papel do conectivo “e” que une 
informações sobre a greve no metrô: parou São Paulo e provocou tumulto. Além disso, 
quando lemos a manchete, acionamos uma série de conhecimentos que temos 
armazenados sobre a cidade de São Paulo e sobre o seu sistema de transporte. Nosso 
conhecimento de mundo nos possibilita entender o caos que se instaura em uma grande 
cidade quando o seu meio de transporte de massa principal apresenta algum problema. 
 
Ao ler ou ouvir textos, sempre esperamos que eles sejam coerentes. Por isso, 
tentamos estabelecer algum sentido até mesmo em um enunciado que, a princípio, possa 
ser considerado incoerente. Podemos citar como exemplo “João é viúvo, mas vive bem 
com a mulher.”. Ao analisá-lo, percebemos, incialmente, uma incoerência, não é mesmo? 
No entanto, ao ouvir/ler esse enunciado, usamos o nosso conhecimento de mundo e 
criamos um contexto comunicativo em que ele faça sentido (por exemplo, o interlocutor 
se referindo, provavelmente, à segunda mulher de João). 
 
 
 
Foco na gramática: regência verbal e regência nominal. 
 
Quando falamos em regência, estamos nos referindo à complementação de verbos e 
nomes. Nesses casos, esses elementos precisam de um complemento para integrar o seu 
significado. 
 
Os verbos que precisam de um complemento são chamados de transitivos. Essa 
relação de regência entre o verbo e seu complemento pode apresentar ou não uma 
preposição. Desse modo, sem preposição, temos um verbo transitivo direto. Quando uma 
preposição é necessária para introduzir o complemento, temos um verbo transitivo 
indireto. 
 
 
 
PARA RECONHECER SE UM VERBO É TRANSITIVO OU INTRANSITIVO (cf. Bechara, 
2009:417) 
 
Segundo Bechara (2009:416), há alguns recursos para identificarmos se o verbo é 
transitivo direto, ou seja, exige um complemento sem preposição. São eles: 
 
a) a troca do complemento direto pelos pronomes pessoais o, a, os e as. 
“João não encontrou a Maria.” 
“João não a encontrou.” 
 
b) a passagem da oração na voz ativa para a voz passiva. 
“João encontrou a Maria.” – voz ativa 
“A Maria foi encontrada pelo João.” – voz passiva 
 
Observe que verbos transitivos indiretos – aqueles cujo complemento é 
preposicionado – não podem ser passados para a voz passiva. Não seria possível, por 
exemplo, transformar a sentença “Eu me preocupo com as crianças.” para a voz 
passiva. 
 
c)o uso de sentenças interrogativas (“Quem é que...? O que é que...?) antes da 
sequência sujeito + verbo. 
“Quem é que João encontrou?” – “a Maria”. 
“O que é que João encontrou?” – “um livro”. 
 
d) a possibilidade de topicalizar o complemento para a esquerda do 
verbo. 
“João encontrou a Maria.” – “A Maria, João a encontrou. 
 
Vale ressaltar que, para o autor, devemos utilizar mais de uma estratégia na 
identificação do complemento direto. 
 
 
 
 
Apesar de manuais e gramáticas apresentarem listas de verbos transitivos e 
intransitivos, a questão da transitividade não é um fato absoluto, pois um mesmo verbo, 
dependendo do contexto, pode ser classificado de modos diferentes. Por isso, não adianta 
decorar listas. O ideal é sempre observar o contexto de uso. Além disso, temos que 
refletir que, em alguns casos, essa variação na classificação em transitivo direto e em 
indireto pode envolver uma mudança no significado do verbo. Devemos também 
considerar a diferença entre o uso coloquial da língua e o uso formal, pois, em alguns 
contextos, é possível perceber alguns modos de usar os verbos que podem não estar de 
acordo com a prescrição. 
 
Não temos problemas com os transitivos diretos, ou seja, aqueles verbos que 
necessitam de um complemento sem preposição. Nosso foco será entender a 
complementação de verbos que precisam de um complemento preposicionado, pois o uso 
da preposição pode causar muita confusão, principalmente nos contextos de língua 
escrita. Na língua falada, na maioria das situações comunicativas, nosso interlocutor não 
percebe se trocamos uma preposição por outra, ou se deixamos de usá-la, mas, em 
contextos de língua escrita, nosso cuidado deve ser maior. 
 
Assim como determinados verbos, alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) 
também precisam de um complemento introduzido por preposição. É o que chamamos de 
regência nominal. Veremos isso mais adiante. 
 
 
Regência verbal 
 
Refere-se à relação entre o verbo (transitivo) e sua complementação. Com os verbos 
transitivos indiretos, o uso de preposição será fundamental (geralmente a, com, de, em, 
para e por). Os problemas mais frequentes no que se refere à regência são: 
 
a) o apagamento da preposição – a ausência da preposição na introdução 
de complementos de verbos que a exigem; 
b) o acréscimo indevido da preposição – a inserção de uma preposição 
para introduzir um complemento de um verbo que não a exige; 
c) a troca da preposição – o uso de outra preposição para introduzir o 
complemento em lugar daquela exigida pelo verbo. 
 
 
VAMOS VER COMENTÁRIOS E EXEMPLOS DE CADA UMA DESSAS SITUAÇÕES. 
---------- x --------- 
 
O APAGAMENTO DA PREPOSIÇÃO 
 
É frequente o apagamento inadequado da preposição “a” quando o verbo “assistir” 
tem o sentido de “ver”, “presenciar”: 
 
“Ele assistiu o filme.” 
“Obedeceremos o regulamento.” 
 
 
 
Nesses casos, apaga-se a preposição com verbos em que ela é obrigatória. Segundo a 
norma-padrão, o correto seria: 
 
 “Ele assistiu ao filme.” 
“Obedeceremos ao regulamento.” 
 
 
O ACRÉSCIMO INDEVIDO DA PREPOSIÇÃO 
 
É comum o acréscimo indevido da preposição na introdução de complementos de 
verbos em que ela não seria exigida: 
 
“Ela namorava com o João.” 
“A crise implica em demissões.” 
 
A preposição é utilizada pelo indivíduo, mas ela não é uma exigência do verbo. 
Segundo a norma-padrão, teríamos: 
 
“Ela namorava o João.”“A crise implica demissões.” 
 
 
A TROCA DA PREPOSIÇÃO 
 
Usa-se a preposição, mas a incorreta. É comum a produção de: 
 
“Eles residem à rua do Ouvidor.” 
“Elas chegaram em São Paulo agora.” 
“Preferiu a Coca-Cola do que o Guaraná.” 
 
Teríamos os seguintes usos adequados ao padrão: 
 
“Eles residem na rua do Ouvidor.” 
“Elas chegaram a São Paulo agora.” 
“Preferiu a Coca-Cola ao Guaraná.” 
 
 
---------- x --------- 
 
No que se refere à regência verbal, é preciso ter atenção aos seguintes casos: 
 
I- Há verbos com mais de uma regência e mais de um sentido: 
“Ele aspirou ao cargo.” (= almejar, desejar) 
“Ele aspirou o perfume.” (= cheirar, sorver) 
 
“Ele assistiu ao filme.” (= ver) 
“Ele assistiu o doente.” (= prestar auxílio, socorrer)* 
 
 
 
Alguns gramáticos consideram que o verbo “assistir” – com o sentido de “prestar 
auxílio, socorrer” – pode ser usado como transitivo indireto ou direto, ou seja, com ou 
sem preposição. 
 
II- Há verbos com mais de uma regência e com o mesmo sentido: 
“Ele não se lembrou do aniversário da mãe.” (com o pronome átono, usa-se a 
preposição.) 
“Ele não lembrou o aniversário.” (sem o pronome átono, não se usa a preposição.) 
 
III- Deve-se ter atenção ao uso dos pronomes pessoais “o” e “lhe”. Os pronomes 
pessoais “o, a, os, as” funcionam como objetos diretos e, por isso, devem sempre 
acompanhar verbos transitivos diretos: 
“Ele a viu.” 
“Nós o encontramos.” 
 
O “lhe” funciona como objeto indireto: 
“Enviei-lhe o dinheiro.” / “Enviei o dinheiro para João.” 
“O livro lhe foi entregue.” / “O livro foi entregue a João.” 
 
IV- O pronome relativo virá acompanhado de preposição se for complemento de 
verbo transitivo indireto ou de termo que exija a preposição. 
“A escola em que estudei é ótima.” 
“O filme a que assisti foi maravilhoso.” 
 
V- Com verbos de movimento – ir e chegar – usa-se a preposição “a” (embora, na 
língua falada, os indivíduos estejam utilizando a preposição “em”): “A noiva chegou 
atrasada à igreja.” 
 
 
 
Regência nominal 
 
Refere-se à relação entre o nome – substantivo, adjetivo e advérbio – e a sua 
complementação. 
 
Compare os exemplos abaixo: 
 
(1) Ele tem admiração por você. 
(2) Ficamos gratos a você. 
(3) Os deputados votaram favoravelmente ao projeto de lei. 
 
Em (1), temos o substantivo “admiração” acompanhado do complemento “por 
você”. É possível perceber, Em (2), o complemento “a você” para o adjetivo “gratos”. 
Em (3), temos o complemento “ao projeto de lei” para o advérbio 
“favoravelmente”. 
 
É válido observar que muitos nomes seguem a regência dos verbos correspondentes. 
Veja os exemplos abaixo: 
 
 
 
“Ela confia em Deus.” (verbo “confiar”) 
 “Ela tem confiança em Deus.” (substantivo “confiança”) 
 
VEJA ABAIXO A REGÊNCIA DE ALGUNS SUBSTANTIVOS E ADJETIVOS, SEGUNDO O 
PROFESSOR SÉRGIO NOGUEIRA DA SILVA. (SILVA, Sérgio Nogueira Duarte da. O português 
do dia a dia: como falar e escrever melhor. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2009.) 
 
Acessível a 
Acostumado a ou com 
Adequado a 
Alheio a 
Alusão a 
Análogo a 
Ansioso por 
Apologia de 
Apto a ou para 
Atenção a ou para 
Atento a ou em 
Ávido por 
Benéfico a 
Compatível com 
Consulta a 
Curioso de 
Desacostumado a ou com 
Desatento a 
Desejoso de 
Desfavorável a 
Desrespeito a 
Equivalente a 
Falta a 
Favorável a 
Fiel a 
Grato a 
Grudado a 
Guerra a 
 
 
Hábil em 
Habituado a 
Hostil a 
Ida a 
Impotente para ou contra 
Impróprio para 
Inábil para 
Inacessível a 
Incapaz de ou para 
Incompatível com 
Ingrato com 
Intolerante com 
Invasão de 
Junto a ou de 
Leal a 
Maior de 
Morador em 
Natural de 
Necessário a 
Necessidade de 
Nocivo a 
Obediente a 
Oblíquo a 
Ódio a ou contra 
Odioso a ou para 
Oposto a 
Parecido a ou com 
Paralelo a 
Passível de 
Preferência a ou por 
Preferível a 
Prestes a ou para 
Pronto para ou em 
 
 
Propensão para 
Próprio de ou para 
Próximo a ou de 
Querido de ou por 
Residente em 
Respeito a ou por 
Semelhante a 
Simpatia por 
Simpático a 
Sito em 
Situado em 
Superior a 
União com ou entre 
Útil a ou para 
 
Crase 
 
Já que o estudo da regência envolve o uso da preposição, vamos entender o que é o 
fenômeno da crase. Vamos à explicação de Silva (2009) sobre esse fenômeno: 
 
“É a fusão de duas vogais iguais (a + a/as = à/às). O acento grave indicativo da crase 
deve ser usado sempre que houver a contração da preposição "a" com outro "a", que pode 
ser artigo definido, pronome ou a vogal inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s) ou 
aquilo.” 
 
(SILVA, Sérgio Nogueira Duarte da. O português do dia a dia: como falar e escrever 
melhor. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2009.) 
 
 
------x------ 
 
 
 
VEJA ABAIXO UM ESQUEMA SOBRE A CRASE: 
 
CRASE = fusão de A1 + A2 
 
A1 = PREPOSIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
A2 = pode ser: 
 
 os artigos definidos femininos “a” e “as”; 
 
 o “a” inicial dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), 
aquilo; 
 
 os pronomes demonstrativos “a” e “as”. 
 
 
-----x------ 
 
Como reconhecer a existência do artigo feminino ou de um demonstrativo a(s) 
após a preposição “a”? 
 
Uma estratégia útil para identificar se há ou não a fusão é a troca por um 
complemento no masculino. Compare os exemplos abaixo: 
 
 
“Entregue isso ao diretor.” (ao = “a” preposição + “o” artigo) 
“Entregue isso à diretora.” (à = “a” preposição + “a” artigo) 
 
 
Outra boa estratégia de visualização do fenômeno da crase é identificar se a 
preposição aparece sozinha ou se está acompanhada de outro elemento: 
 
“Voltei à sala de aula.” “Voltei para a sala de aula.” 
à = “a” preposição + “a” artigo para (preposição) + a (artigo) 
 
“Voltei a essa sala de aula.” “Voltei para essa sala de aula.” 
 a = apenas preposição para = apenas preposição 
 
 
“Venho do Pará.” “Vou ao Pará”. 
do = “de” preposição + “o” artigo ao = “a” preposição + “o” artigo 
 
“Venho da Paraíba.” “Vou à Paraíba.” 
da = “de” preposição + “a” artigo à = “a” preposição + “a” artigo 
 
“Venho de São Paulo.” “Chegamos a São Paulo.” 
 de = apenas preposição a = apenas preposição 
 
 
Veja também que, ao trocar o termo regente acompanhado pela preposição “a” por 
outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre), é 
possível reconhecer se a preposição é ou não seguida de um “a”: 
 
“Eu me refiro à nova aluna.” 
 
 
Preposição “a” + artigo “a”. Há a fusão. Desse modo, deve-se usar o acento grave 
para indicar a crase. 
 
“Eu penso na nova aluna.” 
Preposição “em” + artigo “a”. 
 
“Ele foi punido por roubar.” (apenas a preposição “por”, sem artigo) 
“Ele cansou de roubar.” (apenas a preposição “de”, sem artigo) 
“Ele se acostumou a roubar.” (apenas a preposição “de”, sem artigo. Por isso, não há 
crase.) 
 
 
Observações importantes: 
1- Pode ou não haver crase antes de pronomes possessivos. Isso 
acontece, pois podemos usar o artigo junto à preposição ou não. 
 
“Ele se referiu ao meu pai.” / “Ele se referiu à minha mãe.” (junção da 
preposição “a” + artigo) 
 
“Ele se referiu a meu pai.”/ “Ele se referiu a minha mãe.” (apenas a 
preposição “a”) 
 
No entanto, quando o pronome possessivo aparecer sozinho, o acento grave 
para indicar a crase éobrigatório. Compare os exemplos abaixo: 
 
“Ele se referiu à minha mãe e também à sua.” – no primeiro caso, temos a 
fusão da preposição “a” + artigo feminino “a”. No segundo, o acento é obrigatório, 
pois o pronome possessivo está sozinho. 
 
“Ele se referiu a minha mãe e também à sua.” – no primeiro caso, temos 
apenas a preposição “a”. No segundo, o acento é obrigatório, pois o pronome 
possessivo está sozinho. 
 
2- Com a palavra até, o uso da preposição é facultativo. 
“Ele foi sozinho até a porta.” 
“Ele foi sozinho até à porta.” 
 
3- Podemos usar o artigo antes de nomes de próprios ou não. Por isso, 
teremos ou não a junção da preposição com o artigo. Observe os exemplos a seguir: 
 
“O noivo de Maria chegou. Ele escreveu a Maria.” (de/a = apenas preposições) 
 
“O noivo da Maria chegou. Ele escreveu à Maria.” (da = “de” preposição + “a” 
artigo / à = “a” preposição + “a” artigo) 
 
“A noiva de João chegou. Ela escreveu a João.” (de/a = apenas preposições) 
 
 
 
“A noiva do João chegou. Ela escreveu ao João.” (do = “de” preposição + “o” 
artigo / ao = “a” preposição + “o” artigo) 
 
4- O acento indicador de crase será utilizado em expressões ou locuções 
com palavras femininas: 
 
“Ele está à toa.” 
“Ele saiu à noite.” 
“Ele comeu arroz à (moda) grega.” 
 
No entanto, não haverá crase nas expressões formadas por palavras repetidas 
femininas ou masculinas: 
 
“Ele ficou cara a cara com a verdade.” 
“Ele, passo a passo, ensinou a tarefa.” 
 
 
 
SAIBA MAIS (AULA 4) 
Para ler mais sobre regência nominal e verbal, veja o livro Regência nominal e 
verbal sem segredo, disponível em 
http://www.uninove.br/PDFs/Serie%20Palavra%20Final/Regencia%20nominal%20e%20verb
al.pdf 
 
Que tal fazer mais exercícios sobre regência? Veja o site: 
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/portugues/gramatica/sintaxe
/gramatica_sintaxe_reg_verbal_nom_2_fase_exercicios 
 
ACESSE O LINK ABAIXO, PARA VER A REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS. 
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/portugues/gramatica/si
ntaxe/gramatica_sintaxe_reg_verbal_nom_2_fase 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DA AULA 4 
 
Questão 1 
 
Leia a propaganda abaixo: 
 
 
Disponível em http://goo.gl/5MjILw 
 
A análise da propaganda apresentada possibilita dizer que 
 
I- ela utiliza como recurso os significados da expressão “plano de saúde”. 
II- a expressão “plano de saúde” pode se referir ao “plano de seguro que cobre 
despesas médicas e de hospitalização; seguro-saúde.” (cf. Aulete, disponível em 
http://aulete.uol.com.br/) e a um “projeto” de vida saudável. 
III- ela não faz sentido porque, na segunda frase, a expressão “plano de saúde” 
foi omitida. 
IV- os efeitos de sentido pretendidos com ela estão vinculados ao entendimento 
dos dois sentidos da expressão “plano de saúde”. 
 
Estão corretos os comentários feitos em: 
a) I, II, III. 
b) I, III, IV. 
c) II, III, IV. 
d) I, III, IV. 
e) I, II, IV. 
 
Gabarito comentado: Mesmo com a elipse da expressão “plano de saúde”, é possível 
compreender a propaganda. Vale lembrar que o jogo de palavras faz parte das 
propagandas em geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 2 
 
Leia o texto abaixo. 
 
"Não tenho dúvidas que a reportagem esteja à procura da verdade, mas é preciso 
ressalvar de que a história não pode ser escrita com base exclusivamente em documentos 
da polícia política." (Adaptado de O Estado de São Paulo, 30/08/93) 
 
É possível perceber, no texto, problemas em relação à regência (nominal e verbal). 
Assinale a alternativa que apresenta a reescritura adequada segundo a norma-padrão. 
 
a) Não tenho dúvidas de que a reportagem esteja à procura da verdade, mas é 
preciso ressalvar que a história não pode ser escrita com base exclusivamente em 
documentos da polícia política. 
b) Não tenho dúvidas de que a reportagem esteja à procura da verdade, mas é 
preciso ressalvar que a história não pode ser escrita com base exclusivamente em 
documentos da polícia política. 
c) Não tenho dúvidas sobre que a reportagem esteja à procura da verdade, mas é 
preciso ressalvar de que a história não pode ser escrita com base exclusivamente em 
documentos da polícia política 
d) Não tenho dúvidas que a reportagem esteja à procura da verdade, mas é preciso 
ressalvar de que a história não pode ser escrita com base exclusivamente em documentos 
da polícia política 
e) Não tenho dúvidas de que a reportagem esteja à procura da verdade, mas é 
preciso ressalvar como a história não pode ser escrita com base exclusivamente em 
documentos da polícia política 
 
Gabarito comentado: Há, no texto apresentado, dois problemas em relação à 
regência. No que se refere à regência nominal, temos o substantivo “dúvidas”, que está 
acompanhado de um complemento e exige o uso da preposição DE: “dúvidas de que...”. 
Também destacamos a regência do verbo “ressalvar” que, por ser um verbo transitivo 
direto – quem ressalva ressalva algo –, não admite a preposição “de”: “...é preciso 
ressalvar que a história...” 
 
 
Questão 3 
 
Leia o texto abaixo: 
 
 
As tarefas _____ nos obrigaram são aquelas ______ o chefe se referiu. 
 
A alternativa que completa as lacunas adequadamente é: 
 
a) de que – que 
b) a que – a que 
c) a cujos – cujo 
 
 
d) de que – de que 
e) que – que 
Gabarito comentado: A preposição “a” é solicitada pelos verbos “obrigar” e “referir-
se”: “obrigar alguém a algo”; “referir-se a algo”. Desse modo, em construções 
encaixadas, ela deve anteceder o pronome relativo. 
 
 
Questão 4 
 
Analise as sentenças abaixo: 
 
I. Eu sempre pago minha empregada doméstica na data combinada. 
II. A professora não lhe ajudou ontem. João ficou triste com isso. 
III. Eles assistiram ao filme no domingo. 
IV. O ideal a que visavam os novos diretores era o lucro. 
 
Em relação à regência verbal, pode-se dizer que estão corretas as frases: 
 
a) I, II, III e IV. 
b) I, III e IV. 
c) I e IV. 
d) II e III. 
e) III e IV. 
 
Gabarito comentado: Em (I), o verbo “pagar” é transitivo direto e indireto. O 
complemento que se refere à pessoa (objeto indireto) deve vir regido pela preposição 
“a”; o que se refere à coisa paga (objeto direto) não. Em (II), o verbo “ajudar” pede 
como complemento um objeto direto. Por isso, o pronome pessoal que deve ser utilizado 
é “o”: “A professora não o ajudou ontem.". O pronome “lhe” deve ser usado com verbos 
que pedem preposição. Em (III), o verbo “assistir” é transitivo indireto com o sentido de 
“ver, presenciar, ser espectador”. Por isso, a preposição “a” foi utilizada 
adequadamente. Em (IV), o verbo “visar” – no sentido de “ter vista”, “objetivar” – é 
transitivo indireto com complemento regido pela preposição “a”. Desse modo, a sentença 
está adequada. 
 
Questão 5 
 
Complete os espaços com a – as – às – às. 
 
I- Refiro-me _____ seleções que serão feitas na próxima semana. 
II- Dirija-se ______ senhora que está no balcão de atendimento. 
III- Ontem ____ noite, fomos _______ festa. 
IV- Maria é obesa. Ela vive _____ comer. 
 
a) as – à – a – a – à 
b) às – a – a – à – à 
c) as – a – à – a – a 
d) às – à – à – à – a 
e) às – a – a – a – a 
 
 
 
Gabarito comentado: A preposição “a” é exigida pela regência do verbo “referir-se” 
(= quem se refere sempre se refere a alguma coisa) (I). Por isso, há crase em virtude do 
artigo definido “as”, que determina o substantivo “seleções”. O mesmo ocorre com o 
verbo “dirigir-se”, que apresenta crase com o artigo feminino que determina “senhora” 
(II). “À noite” é uma locução adverbial com palavra feminina. O verbo “ir” pede a 
preposição “a” (III). Não há crase antes de verbos (IV).

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