Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APLICAÇÕES EM RM CARDIO Jiang L, Prada JAV, Handschumacher MD et al Anatomia do coração e grandes vasos Após a localização do coração em um ou mais planos, utilizamos sequências para análise da morfologia, habitualmente utilizando os planos axial, coronal, sagital e oblíquos, centrados em cada estrutura a ser analisada. A seguir, mostraremos algumas pranchas com alguns aspectos da anatomia normal do coração e grandes vasos no plano axial e coronal. Foto 10 A e B - Corte axial utilizando sequência spin-echo, mostrando as quatro câmaras cardíacas no nível das valvas átrio-ventriculares. Foto 12 - Corte realizado em plano coronal, mostrando detalhes da drenagem venosa pulmonar. TR = traqueia VSPE = veia pulmonar superior esquerda AO = aorta AE = átrio esquerdo VPSD = veia pulmonar superior direita VE = ventrículo esquerdo Corte no plano axial (foto 13) mostrando como obter, em plano sagital oblíquo, o eixo longo da aorta (fotos 14 A e B), tomando como referência a aorta ascendente e descendente. Foto 13 Foto 14 A e B Utilização clínica da RM cardiovascular A alta resolução temporal e espacial, a obtenção de imagem em planos ortogonais, aliada à possibilidade de estudo anátomo-funcional fazem da RM um valioso método não invasivo nas doenças cardiovasculares (1,3,4). Recentemente, durante o XVI Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, realizado em junho de 1995, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apresentou o consenso sobre a utilização da RM em cardiologia com intuito de orientar o emprego do método (9). Doenças da aorta torácica A RM é hoje um método estabelecido para o diagnóstico e seguimento de pacientes estáveis com doenças da aorta torácica (4,10,14). Nos pacientes instáveis, a utilização da tomografia convencional ou helicoidal e/ou ecocardiografia transesofágica são métodos de realização rápida com acurácia estabelecida, permitindo orientação terapêutica adequada (10). Em relação aos aneurismas, RM possibilita o diagnóstico da lesão, suas dimensões nos três planos, detecta a ocorrência de trombos, hematomas perivasculares, identifica o envolvimento de ramos e alterações regionais de fluxo (10). Foto 15 - Corte obtido em plano axial “spin-echo” de aneurisma de aorta tóraco- abdominal. Foto 16 - Corte obtido em plano coronal spin-echo, mostrando toda a extensão do acometimento aórtico. A contribuição da RM nas dissecções da aorta engloba as descritas para aneurismas e ainda possibilita a detecção do flap, separando as luzes em qualquer plano, identifica trombos ou distúrbios de fluxo nas luzes, origem do suprimento sanguíneo dos ramos e localiza comunicação entre as luzes, de fundamental importância no planejamento cirúrgico. Foto 17 - Corte do eixo longo da aorta spin-echo, mostrando aneurisma com dissecção Tipo B de Stanford e trombo intraluminal. Além desses dados, a RM fornece informações sobre extravasamento de sangue para o espaço pleural, pericárdico ou para o mediastino e a ocorrência de insuficiência aórtica associada, quando a aorta ascendente estiver envolvida (4). Em outras afecções da aorta e seus ramos, como nas artrites, doença ateromatosa e lesões traumáticas, a RM pode fornecer dados valiosos no estudo anátomo-funcional dessas patologias, sendo considerado método de escolha na avaliação pós-operatória de cirurgias da aorta torácica. A acurácia do método descrita em literatura por vários autores é próxima de 100% (4, 9, 10). Tumores cardíacos O método de escolha no diagnóstico de massas intracardíacas é o ecocardiograma devido à sua sensibilidade e baixo custo. A literatura é concordante em relação à indicação da RM nos casos em que a janela acústica foi considerada inadequada ou que não foi possível detectar a precisa extensão do tumor. Consensualmente, a RM deve ser realizada em todo paciente que será submetido à ressecção cirúrgica do tumor para estabelecer melhor a relação com estruturas extracardíacas; além disso, a RM pode fornecer informações sobre as características teciduais do tumor com a utilização de sequências ponderadas em T2, técnica de supressão de gordura e uso de contraste paramagnético (4, 11). Doenças do pericárdio O pericárdio normal demonstrado pela RM é uma estrutura linear, com baixa densidade de sinal, envolvendo todo o coração, com cerca de 2 mm de espessura, podendo atingir 4 mm no apex (1). A superioridade da RM no diagnóstico das doenças pericárdicas se deve ao fato de possuir melhor resolução temporal que a tomografia e, não ter limitação de acesso como a ecocardiografia. A RM possibilita ainda a diferenciação do conteúdo pericárdico, utilizando imagens de fase e nos fornece dados sobre a celularidade no líquido pericárdico; derrames inflamatórios tendem a ter alta intensidade de sinal em T1; e hemorragia intrapericárdica tem alta intensidade de sinal em T1 e T2 (12-13). Vários estudos demonstram ser a RM o método de escolha no diagnóstico de pericardite constrictiva, avaliação de metástases e anomalias congênitas do pericárdio (1,4,12,13). Doenças valvares A RM é capaz de detectar alterações de fluxos intracavitários quando utilizamos cine RM (3,5). Essas alterações de fluxo, denominadas Signal Void, alteram a aparência normalmente branca do fluxo sanguíneo nessas sequências. Essa alteração decorre da turbulência do fluxo, causando incoerência dos spin e dephasing (perda do sinal). A ocorrência desse fenômeno permite estimar semiquantitativamente as regurgitações, como a angiografia ou a ecocardiografia (4) que, por ser também um método não invasivo, de menor custo e boa acurácia, deve ser rotineiramente utilizado com essa finalidade. Entretanto, em situações em que a ecocardiografia não foi satisfatória para o esclarecimento diagnóstico, devido à dificuldade de acesso como em alguns pacientes com janela acústica ruim, portadores de coarctação da aorta, estenose valvares e supravalvares aórticas, a RM pode quantificar tais lesões (9,15,16). Além dessas indicações, vários autores têm demonstrado que a RM é um método confiável para o cálculo da fração de regurgitação aórtica, independente do desempenho do ventrículo esquerdo, podendo contribuir de maneira decisiva na escolha do momento adequado para a indicação cirúrgica nesses pacientes (15,17,18). Análise da função ventricular O prognóstico e a terapêutica de muitas patologias cardiovasculares dependem da real avaliação do desempenho do ventrículo esquerdo. Pela sua alta correlação com a angiografia, por não possuir limitações técnicas e permitir estudos seriados, sua aplicação para a avaliação da função ventricular global ou regional apresenta excelentes resultados. A análise da contratilidade regional é feita obtendo-se fatias do eixo curto do ventrículo esquerdo, perpendicular ao eixo longo (da ponta até emergência da aorta), obtido no plano coronal (foto 18). Foto 18: Corte obtido no plano coronal utilizando-se sequência “spin-echo”, para localização do eixo longo do VE. A foto 18 mostra como obter o eixo longo do VE a partir do plano coronal spin- echo. A partir do eixo longo do VE, podemos obter cortes perpendiculares ao maior eixo para analisarmos a contratilidade segmentar de todo o VE, como mostra o esquema 1. Esquema1 Foto 19: Detalhes de um corte obtido no eixo curto do VE, utilizando-se técnica gradient-echo (Cine RM) para análise da contratilidade ventricular. Cortes do eixo curto do VE Eixo longo do VE A RM possibilita ainda o cálculo da massa do ventrículo esquerdo, volumes e estresse miocárdico, utilizando cálculos adaptados do Método de Simpson e sendo hoje considerada Gold Standard para avaliar a função ventricular (9,19). Doenças do miocárdio Inflamatórias Apesar de ser ainda um campo aberto à investigação, vários autores têm reportado a capacidade da RM em detectar processos inflamatórios primários (8) ou alterações na rejeição aguda de transplantes cardíacos (20). A RM é capaz de localizar precisamente o processo inflamatório através de características do sinal em T2 ou com uso de gadolínio e estimar o dano sobre o desempenho do ventrículo acometido. Esses parâmetros podem ser acompanhados evolutivamente, de forma não invasiva, após estabelecida terapêutica adequada (21). Doença isquêmica e viabilidade miocárdica Nos eventos isquêmicos recentes, a RM é capaz de identificar as regiões do miocárdio que sofreram isquemia e, mais recentemente, a diferenciar nessas regiões, o tecido isquêmico não necrosado, ou seja, passível de recuperação (1,9,22). Possivelmente, com o desenvolvimento de novas técnicas e maior casuística, a RM poderá contribuir de maneira decisiva nas indicações de cirurgia de revascularização miocárdica (23). Cardiopatias congênitas A utilização da RM no estudo anátomo-funcional das cardiopatias congênitas está indicada nos casos em que outros métodos diagnósticos não forneceram dados suficientes para a terapêutica adequada do paciente. Habitualmente, o estudo de RM em crianças é realizado sob anestesia, necessitando de pessoal especializado. A seguir, comentaremos algumas situações em que a RM pode ser utilizada. Má-formação da aorta Coarctação de aorta: identifica o defeito, quantifica o diâmetro no local da estenose, estuda o istmo aórtico, revela com exatidão a circulação colateral e permite o cálculo do gradiente (24,26). Anel vascular: mostra a localização, diâmetro e alterações do fluxo. Síndrome de Marfan: estuda anatomia da aorta em qualquer plano, alterações parietais, presença de dilatações ou de aneurisma e insuficiência aórtica associada (4,26). Estudo do isomerismo e heterotaxias São complexas anomalias que envolvem outros órgãos além do coração e que frequentemente necessitam de dois ou mais métodos para o diagnóstico, e a RM pode, em um único estudo, localizar órgãos abdominais, avaliar a anatomia dos órgãos torácicos, identificar brônquios e apêndices atriais com benefício para o paciente (26). Cardiopatias congênitas cianogênicas Para cardiopatias como coração univentricular, transposição das grandes artérias, tetralogia de Fallot, Criss Cross e especialmente atresia pulmonar e drenagem anômala parcial ou total das veias pulmonares, a RM pode fornecer dados complementares, pois a ultrassonografia tem limitações de acesso a essas estruturas. Quantificação de Shunts Faz a definição não invasiva do volume de sangue desviado em cada ciclo cardíaco, mensurando a inter-relação hemodinâmica dos ventrículos (Ex. Qp/Qs), índice importante na decisão terapêutica desses pacientes (1,9). Foto 20 - Corte no plano axial spin-echo, mostrando defeito do septo interartrial (CIA) e comunicação interventricular (CIV). Foto 21 - Cine RM em plano axial mostrando Shant com fluxo AE AD. Estudo da circulação pulmonar Possibilita definição de presença e quantificação de estenoses e, na medida do diâmetro dos vasos, permite o cálculo do índice de Nakata, que é importante na estimativa do risco cirúrgico e definição da melhor abordagem terapêutica (1,27). Acompanhamento pós-operatório Condutos artificiais valvados ou não (Fontan, Rastelli): identifica permeabilidade destes, local de obstrução e gradiente quando houver. Anastomose vascular (Jatene): define anatomia, diâmetro e qualidade do fluxo nos vasos envolvidos. Coarctação da aorta: avalia a presença de obstrução, diâmetro e gradiente no local estenosado (1,26,27). Outras aplicações em cardiologia Em algumas doenças, a RM tem possibilitado uma melhor avaliação anátomo- funcional que outros métodos complementares como na displasia arritmogênica do ventrículo direito (DAVD), a cardiopatia hipertrófica (CH) e a endomiocardiofibrose (EMF) (28,29). Em relação à DAVD e à EMF, a superioridade do método se deve à não invasividade e a capacidade de diferenciar tecidos no coração. Em relação à CH, é relatado ser possível avaliar melhor a deformação da geometria do ventrículo esquerdo que ocorre nessa patologia (VE), utilizando-se a técnica de marcação magnética (tagging) (29). Outra situação em que a RM pode contribuir é na detecção de trombos ou alterações de fluxo em artérias pulmonares, visto que a região é de difícil acesso a outros métodos não invasivo como o ultrassom ou que não permitam avaliação dos distúrbios de fluxo como a tomografia computadorizada. Perspectivas futuras O rápido desenvolvimento de software e a possibilidade de utilização de novas técnicas de obtenção de imagens, como echoplanar, breve proporcionarão, ao método, aquisição de imagens em tempo real que, além da redução significativa do tempo de realização do exame, contribuirá para uma melhor compreensão dos fenômenos dinâmicos dos órgãos móveis (1,4,9). A reformulação estrutural dos magnetos, a quantidade crescente de informações de pequenos volumes de massa e a utilização de programas que permitem reconstrução tridimensional das estruturas (30) permitirão angiografias coronárias e intervenções nas salas de exame. Há ainda a expectativa para um futuro próximo que a RM se torne um método ONE STOP SHOP em cardiologia (3), ou seja, capaz de realizar ao mesmo tempo avaliação anátomo-funcional e metabólica do coração. Referências 1. Kalil R. em Ressonância Nuclear Magnética do aparelho cardiovascular por Imagem e Espectroscopia. SOCESP. Cardiologia atualização e reciclagem Barreto A.C.P. Sousa A.G.M.R. Atheneu 1994: 149-58. 2. Westbrook C, Kaut C. in Vascular and Cardiac Imaging. MRI in Practice. Library of Congress - Oxford 1993: 175-203 3. Peshock R.M, How to get started in Cardiac Imaging, Dez. 1992; 102-107. 4. Blackwell C.G, Pohost G.M. The Usefulness of Cardiovascular Magnetic Resonance Imaging Curr. Probl. Cardiol. 1994; nº 3, vol XIX: 120-173. 5. Peshock R.M, Clinical Cardiovascular Magnetic Resonance Imaging. Am. J. Cardiol. 1990; 66: 41-44. 6. Higgins C.B. MR of the Heart: Anatomy, Physiology, and Metabolism. A.J.R. 1988; 151: 239-248. 7. Gaudio C, Tanzilli G, Mazzarotto P. et al. Corparison of left ventricular Ejection Fraction by Magnetic Resonance Imaging and Radionuclide Ventriculography in Idiopathic Dilated Cardiomyopathy Am. J. Cardiol. 1991; 67: 411-415. 8. Bocchi E.A., Kalil R, Rosemberg L. Magnetic Resonance Imaging In Chagas Disease: correlations with Endomyocardial Biopsy. Circulation 1992; 86 I-166. 9. Ressonância Magnética / tomografia computadorizada: consenso. Rev. Soc. Cardiol. Estado de São Paulo, V 5, nº 2, p. 247-54, 1995. 10.Nienaber CA. kodolitsch Y.V. Nicolas V. et al. The Diagnosis of Thoracic Aortic Dissection by Noninvasive Imaging procedures. N. Engl J Med. 1993; 328, nº 1: 1-9. 11.Winkler M. HigginssC.B. suspected intra-cardiac masses: Evaluation with Magnetic Resonance Imaging. Radiology 1987; 166: 127-30. 12.Soulen R.L. Magnetic Resonance Imaging of Great Vessel, myocardial, and Pericardial Disease. 1991; Circulation 84, nº 3 (supl I) I 311-I 321. 13.Masui T. Finck S. Higgins C.B. Constrictive pericarditis and Restritive Cardiomyopathy: Evaluation with MR Imaging. Radiology 1992; 182: 369-373. 14.Cigarroa JE, Isselbach EM, De Sanctis RW et al. Diagnostic Imaging in the Evaluation of suspected aortic Dissection. Old Standards and new Directions N. Engl. J Med 1993; 328: 35-43. 15.Honda N. Machida K. Hashimoto M. et al. Aortic Regurgitation: Quantitation with MR Imaging Velocity Mapping. Radiology 1993; 186: 189-194. 16.Hartiala J.J. Mostbeck G.H. Foster E. et al. Velocity-encoded cine MRI in the Evaluation of Leff Ventricular Diastolic Function: Measurement of mitral valve and pulmonary vein flow velocities and flow volume across the mitral valve. Am. Heart J. 1993; vol 125, nº 4: 1054-1066. 17.Sechter V. Pflugfelder PN Cassidy MM et al Mitral and Aortic Regurgitation Quantification of Regurgitant volumes with cine MR Imaging. Radiology 1988: 167: 425-30. 18.Kilner PJ, Firmin D, Rees RS, et al. Valva and Great Vessel Stenosis: Assessment with MR Jet velocity mapping in mitral and Aortic Valve Stenosis. Circulation 1993; 87: 1939-48. 19.Higgins C.B: Functional Imaging of the Heart. Role of Magnetic Resonance Imaging Contrast Media. Inv. Radiol. 1993; suppl. 4; vol 28 - 5-38-48. 20.Wisenberg G, Wostrek WJ. Diagnostic Applicability of Magnetic Resonance Imaging in Assessing Human Allograft Rejection. Am. J. Cardiol 1987; 60: 130- 6. 21.Riedy K, Fischer MR, Belia N., et al. Magnetic Resonance Imaging and Histopathological findings patients with Inflamatory heart Disease and with Cardiomyopathies. Eur Heart J. 1988; 9: 1250-6. 22.Pinto I, Pavanello R, Piegas L. et al. Detection of Hybernating myocardium by Dobutamine Magnetic Resonance Imaging JAAC 1995; 24: 122. 23.Hundley W.G., Clarke GD, Landau C et al. Non invasive Determination of infarct artery patency by Cine Magnetic Resonance Angiography. Circulation 1995; 95: 1347-53. 24.Fellows K.E, Weinberg P.M, Baffa JM, Hoffman EA. Evaluation of Congenital Heart Disease with MR Imaging: Current and Coming Atractions AJR 1992; 159: 925-31. 25.George S. Bisset III. Magnetic Resonance Imaging of Congenital Heart Disease in the pediatric patient. Radiol. Clinics of North America 1991; 29; 2: 279-91. 26.Steffens JC, Bourne MW, Sakuma H, et al. Quantification of Collateral Blood Flow in Coarctação of the Aorta by Velocity encoded Cine Magnetic Resonance Imaging Circulation 1994; 90 nº 2: 937-43. 27.Levine RA, Cape EG, Yoganathan AP. Pressure Recovery Distal to Stenosis: Expandig Clinical Aplications of Engineeering Principles JAAC 1993; vol 21 nº 4: 1026-8. 28.Kalil R, Barreto ACP, Mady C e cols. Ressonância Nuclear Magnética. Novo método na Avaliação da Endomiocardiofibrose. Rev. Soc. Cardiol. Estado de São Paulo 1992; 2: 87. 29.Young AA, Kramer C.M. Ferrari V.A. et al Three-Dimensional Left Ventricular Deformation in Hypertrofic Cardiomyopathy. Circulation 1994; 90 nº 2: 854-67. 30.Jiang L, Prada JAV, Handschumacher MD et al. Quantitative three-dimensional Reconstruction of Aneurysmal left Ventricles. In vitro and In vivo validation. Circulation 1995; 9
Compartilhar