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Fichamento - Thomas Hobbes de Mamesbury

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Fichamento: Thomas Hobbes de Mamesbury - Leviatã
Nome: Víctor Rodrigues Nascimento Vieira 
I – Sobre o Autor:
Hobbes (1588 – 1697) nasceu de uma família pobre, mas teve seus estudos bancados pela nobreza, o que possibilitou que tivesse contato com grandes pensadores da época como Galileu, Bacon e Descartes. 
Foi contemporâneo da Revolução Puritana na Inglaterra, época de uma crescente tensão política e social que originou uma guerra civil entre monarquistas (que ele defendia) e os parlamentaristas protestantes. Quando começaram as execuções dos monarquistas ele viu-se obrigado a fugir para a França, local onde sob a proteção dos monarquistas exilados, continuou seus escritos, porém em uma situação bem precária.
II – Sobre a Obra: 
Sua obra mais famosa, Leviatã, mostra uma visão do Estado e sua relação com o indivíduo essencialmente moderna em sua concepção da política. O pensamento político do autor fundamenta-se na teoria contratualista. Na Inglaterra, suas obras tinham sido proibidas, pelo teor monarquista que apresentavam e por parecerem ateístas, mas na verdade somente defendiam a secularização do Estado.
Uma das interpretações do livro Leviatã permite-nos dizer que “o homem é o lobo do próprio homem”, em outras palavras, “o homem é mau por natureza” e por isso necessita abdicar de sua liberdade para por em prática o contrato social, que originará o Estado. 
III – Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil:
Os principais pontos da obra Leviatã são O Estado de Natureza do Homem e o Contrato Social que serão abordados em seguida.
Capítulo X – Do poder, valor, dignidade, honra e merecimento
Poder: poder de um homem (universalmente considerado) consiste nos meios que presentemente dispõe para obter qualquer visível bem futuro. Pode ser original ou instrumental.” (pág. 83)
Na diferenciação dos tipos de poder há o poder natural que é a eminencia das faculdades do corpo ou do espírito; e o poder instrumental, que é adquirido mediante os poderes naturais, ou pelo acaso e possibilitam a aquisição de mais poderes.
Hobbes enumera várias características que podem ser consideradas como poder, dentre elas: riqueza aliada a liberalidade; reputação do poder; popularidade; sucesso; afabilidade; nobreza (o poder da nobreza é relativo, pois depende do contexto em que insere-se); eloquência; beleza; sucesso; ciências (consideradas um pequeno poder); a reputação de prudência na conduta de paz ou de guerra; ter servidores e/ou amigos e as artes como utilidade pública, como a fortificação, o fabrico de máquinas e outros instrumentos de guerra;
Para o autor, o maior de todos os poderes humanos é o poder do Estado e qualquer qualidade que torne um homem amado ou temido por muitos é poder também.
Valor: O valor do homem ou das coisas é o seu preço, ou seja, tanto quanto seria dado pelo uso de seu poder. O valor é algo que depende do julgamento de outra pessoa, portanto não é absoluto. O valor varia conforme as condições que são impostas ao homem ou as coisas.
O julgamento do valor do próximo é feito comparando-o ao valor que damos à nós mesmos e mesmo que nos consideremos de alto valor, o nosso valor não será nunca superior ao que nos for atribuído pelos outros.
A manifestação do valor é a honra, portanto a falta de valor é a desonra. O valor de um homem honrado ou desonrado é compreendido em comparação ao valor que cada homem atribui a só próprio.
O valor público de um homem é chamado dignidade e é atribuído pelo Estado, avaliado pelo cargo ou função que ocupa.
Honra: Neste capítulo são listadas algumas formas naturais de honrar-se alguém, que são: elogiar; obedecer; oferecer grandes presentes; ser solícito; ceder o lugar a outrem; louvar; exaltar; felicitar; ser decente, humilde e falar ao outro com consideração; acreditar, confiar e apoiar-se no outro; pedir e solicitar conselho; concordar e imitar. Tudo que for contrário a essas maneiras de honrar, é considerado desonra.
“Mas nos Estados, onde aquele ou aqueles que detêm a suprema autoridade podem instituir os sinais de honra que lhes aprouver, existem outras honras.
Um soberano pode honrar um súdito com qualquer título, ou cargo, ou emprego ou ação...
Portanto, a fonte de toda honra civil reside no Estado e depende da vontade do soberano.” (pág. 86)
Diferente das formas de honra natural, a honra concedida pelo corpo civil é temporária e pode ser expressa na forma da magistratura, dos cargos públicos, dos títulos e até mesmo por meio de uniformes e emblemas.
Ser honrado, amado ou temido é honroso. As formas honrosas mais conhecidas para o corpo civil são: o domínio; a vitória; a boa sorte; a riqueza; magnanimidade; a liberalidade; a esperança; a coragem; a confiança; a decisão ou resolução oportuna do que se precisa fazer; a gravidade; as ações que derivam da equidade e são acompanhadas de perdas; a cobiça das grandes riquezas; ser ilustre; ser conhecido pela riqueza, cargos, grandes ações ou qualquer bem eminente; descender de pais ilustres; os escudos e brasões hereditários quando acompanhados de qualquer privilégio eminente e todas as ações e palavras que derivam, ou parecem derivar de muita experiência, ciência, discrição ou sagacidade.
“Os títulos de honra, como duque, conde, marquês e barão são honrosos porque significam o valor que lhes é atribuído pelo poder do Soberano do Estado.” (pág. 88)
Merecimento de um homem: “é uma coisa muito diferente de seu valor, e também de seu mérito, e consiste num poder ou habilidade especial para aquilo de que se diz que ele é merecedor, habilidade particular que geralmente é chamada adequação ou aptidão. Porque mérito pressupõe um direito, e a coisa mais merecida é devida por promessa.” (pág. 89) 
 
Capítulo XIII – Da Condição Natural da Humanidade Relativamente à sua Felicidade e Miséria
Os homens quando encontram-se na sua condição natural, gozam de igualdade de benefícios quanto a sua força, quanto ao seu espírito e quanto a capacidade havendo desigualdade somente quanto à sabedoria, pois uns julgam-se mais sábios que os outros, porém pelo fato de todos considerarem-se dotados de um saber maior, já estão em concordância de pensamento, o que os torna também, iguais. As diferenças que por ventura possam surgir são desprezíveis e não alteram a igualdade entre os indivíduos.
Quando dois homens tiverem interesse iguais, e não medirem esforços para conseguirem o que querem, como o direito a sobrevivência, esses tornam-se inimigos e consequentemente há um sentimento de medo e desconfiança entre eles. Frente ao sentimento de desconfiança, os indivíduos veem-se obrigados a agir preventivamente para garantir sua sobrevivência. 
“De modo que na natureza do homem encontramos três causas principais de discórdia. Primeiro, a competição; segundo, a desconfiança; e terceiro a glória. A primeira leva os homens a atacar os outros tendo em vista o lucro; a segunda, a segurança, a terceira, a reputação.” (pág. 108 e 109)
Como, no estado de natureza os homens são iguais e dispõe de liberdade para fazerem o que querem, há o que chama-se de guerra de todos os homens contra todos os homens. Assim sendo, entende-se por guerra “o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito” (pág. 109).
Neste estado de guerra, o que garante a segurança dos homens é a própria força, e o cenário não é propício, de forma alguma para o desenvolvimento, seja industrial, comercial, técnico ou até mesmo científico. “ E a vida do homem é solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta.” (pág. 109)
A ideia de miséria que o homem vive é portanto, estar sujeito a uma morte violenta a qualquer momento e não dispor de uma condição de proprietário de algo, a não ser que o tenha conquistado e que consiga-o manter pela força.
Capítulo XIV : Da Primeira e Segunda Leis, e dos Contratos
Hobbes inicia esse capítulo definindo o Direito de Natureza como “a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de suaprópria natureza, ou seja, de sua vida; e de fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a esse fim.” (pág. 113)
A palavra liberdade para o autor denota ausência de impedimentos externos.
Thomas Hobbes faz uma distinção clara de lei e direito, e enuncia que uma lei de natureza é uma norma universal que é instituída pela razão e que proíbe o ser humano de fazer algo que destrua sua vida. Já a palavra direito nada mais é que a liberdade de omitir ou fazer algo, sendo que a lei delimita ou obriga que se faça uma dessas duas coisas.
Portanto, enquanto durar o direito de cada um a todas as coisas, o homem continuará em estado de guerra e não haverá segurança para nenhum indivíduo. Assim a primeira lei e fundamental da natureza visa procurar a paz e segui-la e a segunda completa a primeira estabelecendo que são válidos todos os meios que tivermos alcance para defendermo-nos e que haja concordância na renúncia de direitos para que se logre a paz e a segurança.
Uma das formas de abdicar de um direito é transferindo-o a outro, ou outros, porém essa transferência só é realizada porque foi prometido a quem abdicou de sua liberdade, um outro direito, que na maioria das vezes é a segurança e preservação da vida. A essa transmissão recíproca de direitos dá-se o nome de contrato. 
“Nos contratos, o direito não é transmitido apenas quando as palavras são do tempo presente ou passado, mas também quando elas são do futuro, porque todo contrato é uma translação ou troca mútua de direitos” (pág. 116 e 117)
Para que ambas as partes cumpram um contrato e ele não torne-se nulo é necessário um poder comum situado acima dos contratantes que tenha força e direito suficiente para impor seu cumprimento, porque a vínculo das palavras é fraco e os homens sofrem de paixões como a ambição, avareza e a cólera se não for colocada em prática a coerção.
A única forma, portanto, de estabelecer um poder capaz de coagir aqueles que possam vir ameaçar a vida dos demais é o estabelecimento do Estado. E aqueles que cedem seu direito a outrem devem estar cientes que também estarão sujeitos à cobrança de impostos e ao julgamento por parte de magistrados designados pelo soberano ou grupo que conduzirá o Estado. 
Capítulo XV – De Outras Leis de Natureza
No capítulo anterior, Hobbes enumerou duas Leis Naturais e neste capítulo definirá mais algumas leis naturais, ou seja, que são inatas e necessárias para a manutenção da paz, numa sociedade. O autor começa este capítulo definindo a terceira lei que é: “Que os homens cumpram os pactos que celebrarem”(pág. 123) e complementa dizendo que sem o cumprimento dessa terceira lei, os pactos seriam vãos e pautados somente nas palavras que muitas vezes são vazias.
Determinada a terceira lei, ele dá a concepção de justiça que é necessária para o cumprimento dos pactos e determina que depois de celebrado um pacto, rompê-lo é injusto, e que injustiça nada mais é do que o não cumprimento de um pacto. Assim, enquanto o homem encontra-se na condição de natureza, há o temor de não cumprimento dos pactos e dessa forma não há injustiça. Para que os indivíduos sintam-se obrigados a cumprir os pactos é necessário um castigo que seja maior do que o proveito que eles poderiam tirar do não cumprimento do pacto.
Sem a presença de um Estado, não há o justo e nem o injusto, portanto é necessário o estabelecimento de um poder civil que seja forte o bastante para coagir os homens a cumprirem os pactos, e que institua as propriedades de direito de cada um. No sentido de evidenciar o que é justo e injusto, Hobbes determina que há diferença entre a justiça para os homens e a justiça para as ações.
Dessa forma, “um homem justo é aquele que toma o maior cuidado possível para que todas as suas ações sejam justas, e um homem injusto, despreza é o que despreza este cuidado.” (pág. 126). Já “O que presta às ações humanas o sabor da justiça é uma certa nobreza da coragem (raras vezes encontrada), em virtude da qual se despreza ficar devendo o bem-estar da vida à fraude ou ao desrespeito das promessas.” (pág. 126)
Continuando com a enumeração das leis da natureza, o autor enuncia a quarta lei: “Que quem recebeu benefício de outro homem, por simples graça, se esforce para que o doador não venha a ter motivo razoável para arrepender-se de sua boa vontade” (pág. 127 e 128). Dessa forma, se a houver a frustração dessa expectativa por parte do doador, não há benevolência, confiança, ajuda mútua e nem mesmo reconciliação de um homem com o outro, impedindo assim que saiam da condição de guerra. O não cumprimento dessa lei é denominado ingratidão.
“A quinta lei da natureza é a complacência, quer dizer: Que cada um se esforce por acomodar-se com os outros”(pág. 128), assim todos os homens estarão buscando cumprir a lei fundamental que é a busca da paz.
“A sexta lei da natureza é Que como garantia do tempo futuro, se perdoem as ofensas passadas, àqueles que se arrependam e o desejem.” (pág. 128). O perdão representa assim uma garantia da paz futura.
“ A sétima lei é Que na vingança (isto é, a retribuição do mal com o mal) os homens não olhem à importância do mal passado, mas só a importância do bem futuro.” (pág. 128)
Hobbes enumera como oitava lei, o seguinte preceito: “Que ninguém por atos, palavras atitude ou gesto declare ódio ou desprezo pelo outro.” (pág. 129)
Como nona lei da natureza é proposto o seguinte: “Que cada homem reconheça os outros como seus iguais por natureza” (pág. 129) e quem não cumprir essa lei, será denominado orgulhoso. A nona lei origina uma outra que diz que “Que ao iniciarem-se as condições de paz ninguém pretenda reservar para si qualquer direito que não aceite também ser reservado para qualquer dos outros” (pág. 129)
Da aceitação mútua dos direitos, deriva uma outra lei: “Que as coisas que não puderem ser divididas sejam gozadas em comum, se assim puder ser; e se a quantidade da coisa o permitir, sem limite; caso contrário, proporcionalmente ao número daqueles que a ela tem direito”(pag. 130). Hobbes determina também que na impossibilidade da distribuição igual das coisas, seja feito um sorteio, pois esse é imparcial e justo.
Outras leis da natureza dizem o seguinte: “Que a todos aqueles que servem de mediadores para a paz seja concebido salvo-conduto.(pág. 130)”. “Que aqueles entre os quais há controvérsia submetam seu direito ao julgamento de um árbitro. (pág.131)”.
As leis da natureza são essas e somente com elas é possível conservar-se a paz e manter-se coesa a multidão que compõem a sociedade civil. Hobbes ainda completa dizendo que só é justo quem cumpre essas leis e que para melhor entende-las, antes de agir, “Faz aos outros o que gostaria que te fizessem a ti”(pág. 131), dessa forma, não há nenhuma lei que não possa parecer razoável.
Hobbes conclui este Capítulo da seguinte forma: “enquanto os homens se encontram na condição de simples natureza (que é uma condição de guerra) o apetite pessoal é a medida do bem e do mal. Por conseguinte, todos os homens concordam que a paz é uma boa coisa, e portanto, que também são bons o caminho ou meios da paz, os quais são a justiça, gratidão, a modéstia, a equidade, a misericórdia e as restantes leis da natureza; quer dizer, as virtudes morais; e que seus vícios contrários são maus.
Capítulo XVII – Das Causas, Geração e Definição de um Estado
O fim que os homens almeja ao abdicar de sua liberdade é o cuidado com a conservação de sua vida, visando a própria segurança e também uma vida em que estejam mais satisfeitos. Essa abdicação é o reflexo do desejo de sair de uma condição de guerra.
As leis da natureza já enumeradas nos capítulos anteriores são contrárias às paixões naturais dos homens e assim, para serem obedecidas é necessário um poder maior que pode ser representado pela espada, ou seja pela força, pois os pactos sem ela, não passam de palavras. E sem uma força superior às forças individuais, cada um confia na sua própria capacidade de defender-se e proteger-se dos demais, gerando umclima de tensão entre todos.
Assim, Hobbes argumenta o porquê de estatuir-se um Estado, e o primeiro argumento é o envolvimento dos homens na competição pela honra e pela dignidade, que faz surgir a inveja, o ódio e finalmente a guerra.
O segundo argumento diz respeito ao fato de que “o homem só encontra felicidade na comparação com os outros homens, e só pode tirar prazer do que é eminente (pág. 143).”
Em terceiro lugar, ele diz que a disputa de ego entre os que se acham mais sábios que os demais para o exercício do poder público, leva à desordem.
O poder de alguns homens de convencimento dos demais para algo que na sua essência é mau, mas é apresentado de forma boa, semeia o descontentamento entre os homens e perturba a paz.
Portanto, para a manutenção do acordo vigente, é necessário um poder comum que tenha as suas ações guiadas para satisfazer o bem comum. Dessa forma, ele defende que a única maneira de conseguir-se esse bem comum é “conferir toda sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só vontade. (pág. 144)”
É como se cada homem dissesse aos demais: “Cedo e transfiro o meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a esta assembleia de homens, com a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas ações.(pág. 144)”. Ações essas que seriam consideradas representativas de todos e praticadas por cada um. É, portanto esta a geração daquele grande Leviatã, ou Deus Mortal, ao qual deve-se a paz e a defesa.
O Estado para Hobbes nada mais é do que “Uma pessoa de cujos atos uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com os outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a ela poder usar a força e os recursos de todos , da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum.(pág. 144)” O portador dessa pessoa é o soberano e os demais são os súditos. O poder do soberano pode ser conseguido de duas formas, uma delas é pela força natural e a outra é quando há consenso de submissão de todos os homens a um só.
Quando há o consentimento de todos submeterem-se a um só ou a uma assembleia dá-se o nome de Estado Político (Estado por Instituição) ou Estado por Aquisição.
Capítulo XVIII – Dos Direitos dos Soberanos por Instituição
Hobbes teve uma preocupação de diferenciar, no capítulo anterior, os tipos de Estado e neste capítulo há a definição de um deles, que é o Estado por Instituição. Assim “Diz-se que um Estado foi instituído quando uma multidão de homens concordam e pactuam, cada um com cada um dos outros, que a qualquer homem ou assembleia de homens a quem seja atribuído pela maioria o direito de representar a pessoa de todos eles (ou seja, de ser seu representante), todos sem exceção, tanto os que votaram a favor dele como os que votaram contra ele, deverão autorizar todos os atos e decisões desse homem ou assembleia de homens, tal como se fossem seus próprios atos ou decisões, a fim de viverem em paz uns com os outros e serem protegidos dos restantes homens.(pág. 145)”.
Dessa forma, o autor ainda deixa evidente neste capítulo que por consentir em renunciar da sua liberdade e poder a um soberano ou assembleia, os súditos, ou seja, cada indivíduo ainda é autor de tudo o que o soberano fizer. Neste capítulo também, Hobbes, cita a palavra propriedade e diz que é aquilo que o homem considera como bem e pode gozar sem ser molestado. Lembrando também que sem a instituição do Estado, não há propriedade e os indivíduos estão sujeitos a perderem aquilo que consideram como seu.
Por fim, Hobbes faz uma consideração extremamente relevante que diz respeito ao alcance do poder do soberano. Tendo em vista o que foi exposto até aqui, percebe-se que o poder do soberano é ilimitado e só se sobrepõe a ele, o poder Divino. 
Capítulo XIX – Das Diversas Espécies de Governo por Instituição, e da Sucessão do Poder Soberano
Para Hobbes, existem três espécies de governo e diferença entre essas espécies, consiste na diferença do soberano, ou pessoa representante de todos os membros da multidão. As três espécies são a Monarquia, a Aristocracia e a Democracia, há aqueles que ainda consideram como forma de governo, a Tirania, a Oligarquia e a Anarquia (essa última nem representa um governo constituído). Porém, as três últimas citadas, são apenas formas derivadas e detestadas das três primeiras maneiras de se governar.
“A diferença entre essas três espécies de governo não reside numa diferença de poder, mas numa diferença de conveniência, isto é, de capacidade para garantir a paz e a segurança do povo, fim para o qual foram instituídas.(pág. 154)”
Comparando-se a monarquia com a democracia e a aristocracia há de observar-se alguns aspectos. O primeiro deles é quanto ao beneficiamento da população, em que na monarquia, os súditos são os últimos a beneficiarem-se das decisões, que muitas vezes são pessoais e voltadas para que o súdito e seus familiares tenham vantagens. Já nas outras duas, as decisões são na maioria das vezes para aprazer o bem público.
A segunda é em relação aos conselhos que os soberanos recebem, em que na democracia e na aristocracia, apenas os que compõem o governo podem opinar. Já na monarquia, o soberano tem a liberdade de ouvir a quem ele quiser, assim, tem vários pontos de vista que podem ser levados em consideração antes de tomar uma decisão.
A terceira é quanto as resoluções que serão tomadas. Na monarquia elas podem ser guiadas pelas paixões do governante, mas só estão pautadas nesse quesito. Já nas outras duas formas de governo, as decisões variam quanto aos vícios e a quantidade dos que compõem a assembleia no momento em que será decidida alguma pauta.
A quarta é relativa à discordâncias que podem ocorrer nas decisões. Na monarquia não ocorre, porque o soberano, evidentemente, não pode discorde de si mesmo. Já na democracia ou aristocracia, as decisões estão condicionadas as diferenças de opiniões, o que pode gerar conflitos internos.
A quinta observação é quanto ao enriquecimento ou favorecimento dos súditos, em que na maioria das vezes é feita aos aduladores e familiares, seja na democracia ou nas demais formas.
A sexta questão trata da sucessão, que no caso da monarquia pode cair nas mãos de uma criança que não terá capacidade de decisão e precisará ser representada por um conselho ou assembleia, ou até mesmo, corre-se o risco de haver um tumulto por parte da população e a sociedade voltar ao estado de guerra sem um representante central.
Por fim, neste capítulo, Hobbes vai ressaltar quais são as formas possíveis de sucessão dos governantes e destaca as mais importantes. São mais relevantes para o autor a hereditariedade, a indicação e a eleição. Além de um governo ilimitado, é necessária uma eternidade artificial das formas de governo, sejam quais for.
Assim, ele ressalta que “Não existe uma forma perfeita de governo em que a decisão da sucessão não se encontre nas mãos do próprio soberano.(pág. 158)”
Na democracia não há como tratar as questões relativas à sucessão do governo. Já na aristocracia, quando um dos componentes morre, a eleição dá-se na própria assembleia. Já na monarquia, o soberano tem que deixar algum governante indicado para assumir após a sua morte, ou o governo será passado levando-se em conta a hereditariedade ou na pior das hipóteses, o governo pode dissolver-se na multidão e gerar o estado de guerra de todos contra todos.
Capítulo XXI – Da Liberdade dos Súditos
Hobbes entende liberdade como ausência de oposição aquilo que se deseja fazer. Ele considera como oposição, os impedimentos externos do movimento dos indivíduos e neste capítulo enumera quais são as liberdades que os súditos dispõem, dentre elas, serão ressaltadas as mais relevantes.
O autor define o homem livre como “aquele que, nas coisas que graças a sua força e engenho é capaz de fazer, não é impedido de fazer o que tem vontade de fazer.(pág. 171)”. Porém ele destaca que o quando a coisa que deseja mover-setem limitações próprias que não dependem do meio externo, não costuma-se dizer que há falta de liberdade.
Por livre-arbítrio entende-se: “não deparar com entraves ao fazer aquilo que tem vontade, desejo ou inclinação de fazer.” (pág. 172). Hobbes ainda diz que a liberdade é compatível com o medo e a necessidade, pois apesar de praticar, muitas vezes, ações condicionados pelo medo e pela necessidade, os indivíduos são livres para não praticá-las.
Dada a impossibilidade dos Estados de formularem leis civis que possam regular todas as ações e palavras dos homens, tudo aquilo que não foi considerado ilegal é passível de ser praticado pelo homem, ou seja, os indivíduos tem a liberdade de fazer, se a razão assim o sugerir como favorável a seu interesse.
Algumas liberdades são claramente evidenciadas como a liberdade de comprar e vender, de escolher a sua residência, alimentação e profissão e também instituir família com quem julgar melhor.
Uma das principais liberdades dos súditos é aquele em que ele goza de pura autonomia para defender-se quando sentir que sua vida está ameaçada, e não pode disso abster-se. Porém, o soberano ainda possui o poder de vida e morte de seus súditos e que isso é inquestionável, tendo em vista que o governante é escolhido pelo povo e representa os desejos do povo. Da mesma forma que o súdito fica isento de confessar um crime que não cometeu, pois estaria cometendo um atentado à sua vida.
Hobbes destaca que “Se um monarca renunciar à soberania, tanto para si mesmo como para seus herdeiros, os súditos voltam à absoluta liberdade da natureza.” (pág. 178). Ele ressalta também que “Se um monarca vencido na guerra se fizer súdito do vencedor seus súditos ficam livres da obrigação anterior, e passam a ter obrigação para com o vencedor.” (pág. 179)
Capítulo XXVI – Das Leis Civis
Hobbes tem primeiramente a preocupação de distinguir Lei e Lei Civil, sendo que toda Lei Civil é uma Lei mas nem toda Lei é uma Lei Civil. Para ele Lei é toda e qualquer ordem que é dada por quem se dirige a alguém já anteriormente obrigado a obedecer-lhe. Quanto as leis civis, são aquelas que os homens são obrigados a respeitar pelo fato de serem membros de um Estado, seja qual Estado for.
Todos os homens devem conhecer as leis civis de seu Estado, e a pessoa que ordena é persona civitais, ou seja, a pessoa do Estado. Hobbes define, portanto como Lei Civil: A lei civil é, para todo súdito , constituída por aquelas regras que o Estado lhe impõem, oralmente ou por escrito, ou por outro sinal suficiente de sua vontade, para usar como critério de distinção entre o bem e o mal, isto é, do que é contrário ou não é contrário à regra.”(pág. 207)
A lei só vale, portanto para aqueles a quem a ordem é dirigida, não havendo leis injustas e que não tenham sido feitas pelo Estado. Cabem, segundo Hobbes, algumas observações sobre as leis.
Em todos os Estados, o único legislador é o Soberano e ninguém pode revogar uma lei a não ser ele; o soberano não está sujeito as leis; um costume que toma caráter de lei não será lei a não ser que ela seja vontade do soberano expressa pelo silêncio que denota consentimento; as leis naturais e civis contêm-se uma a outra e tem a mesma extensão e “ a lei não foi trazida ao mundo para nada mais senão para limitar a liberdade natural dos indivíduos, de maneira tal que eles sejam impedidos de causar dano uns aos outros, e em vem disso se ajudem e unam contra o inimigo.” (pág. 209)
Hobbes continua este capítulo afirmando que as leis nunca devem ser contrárias a razão e que “Portanto o que faz a lei não é aquela juris prudentia, ou sabedoria dos juízes subordinados, mas a razão deste nosso homem artificial, o Estado, e suas ordens. E ele deixa claro que as leis não se aplicam portanto aos que dela não podem ter conhecimento, como os débeis naturais, às crianças e aos loucos, tal como não se aplicam aos animais. Não se aplicam as leis também àqueles que perderam a capacidade de reconhece-las.
Sobre as leis naturais ele ressalta que não necessitam estar escritas e não precisam ser proclamadas, pois estão contidas em uma sentença que é de consentimento geral: “ Não faças aos outros o que não consideras razoável que seja feito por outrem a ti mesmo.”(pág. 211)
Hobbes destaca que aqueles que exercem funções relevantes no Estado “têm a obrigação de fazer todos os esforços para se informarem de todas as leis escritas que podem ter relação com suas ações futuras” (pág. 213)
Quanto à interpretação das leis, Thomas Hobbes diz que todas elas necessitam ser interpretadas, e que “As coisas que fazem um bom juiz ou um bom intérprete da lei, são em primeiro lugar, uma correta compreensão daquela lei principal de natureza a que se chama equidade. A qual não depende da leitura das obras de outros homens, mas apenas da sanidade da própria razão e meditação natural de cada um, e portanto se deve presumir existir em maior grau nos que tem maior oportunidade e maior inclinação para sobre ela meditarem. Em segundo lugar, o desprezo pelas riquezas, desnecessárias e preferências. Em terceiro lugar, ser capaz, no julgamento, de despir-se de todo medo, raiva, ódio, amor e compaixão. Em quarto e último lugar, paciência para ouvir, atenção diligente ao ouvir e memória para reter, digerir e aplicar o que se ouviu.” (pág. 217 e 218)
Quanto a divisão das leis, são cabíveis algumas e as mais importantes delas são as que separam as leis em naturais e positivas e distinguem em fundamentais e não fundamentais.
As leis naturais são aquelas que podem ser consideradas também como leis morais e que sempre foram leis, desde a eternidade. Já as positivas, são as que foram criadas, ou seja, nem sempre existiram e foram concebidas pela vontade daqueles que eram portadores do dever soberano sobre os outros.
Quanto ao fundamento das leis, aquelas que são consideradas fundamentais, são as que se eliminadas originaram a dissolução ou destruição do Estado, já as não naturais, são justamente o contrário, ou seja, são aquelas que se revogadas, não acarretarão em destruição do Estado.
Capítulo XXVII – Dos Crimes, Desculpas e Atenuantes
Antes de começar a falar especificamente sobre os crimes, Hobbes faz uma distinção entre crime e pecado e define pecado como aquilo que não é apenas uma transgressão da lei, mas até mesmo a intenção ou propósito de transgredir, porque o propósito é a manifestação de certo grau de desprezo, por parte daquele que tem a intenção de transgredir para com aquele que tem a condição de manda-la executar. Conclui-se portanto que “um crime é um pecado que consiste em cometer (por feito ou por palavra) um ato que a lei proíbe, ou em omitir um ato que ela ordena. Assim todo crime é um pecado, mas nem todo pecado é um crime.” (pág. 223)
Hobbes cita algumas situações que não são consideradas como crime e diz que onde acaba a lei, acaba o crime também, porque onde não há lei, a não ser as leis naturais, não cabe nenhuma acusação, sendo cada homem o juiz do ato que cometeu.
As fontes de um crime podem ser três, e são ou algum defeito de entendimento, ou erro de raciocínio e por fim algo desencadeado pela força das paixões humanas. O defeito de entendimento é encarado como ignorância, o de raciocínio, como opinião errônea e a ignorância é a falta de conhecimento do seu soberano, das leis ou das penas. E as leis que são criadas após ter alguém cometido um ato, não podem ser aplicadas.
O autor enumera algumas das paixões que são as maiores causas do cometimento de crimes, e uma das principais é a vanglória. Outras paixões que podem desencadear um crime são o ódio, a ambição e a cobiça. E uma das formas de evitar-se o crime e conter-se as paixões é por meio do uso da razão ou da imposição de uma pena extremamente severa e que seja de conhecimento de todos.
Dentre as paixões existentes a que menos contribui para o crime é o medo e é a única que pode ser considerada como fator limitante e que faz os homens respeitarem a lei. 
As desculpas para a criminalidade que são aceitas são a falta de meios para conhecer-seas leis; quando um homem encontra-se em cativeiro; quando há falta de meios para ter ciência das normas em vigência; se alguém ver-se obrigado por temer a morte a praticar algum ato que caracterize crime, mas que seja feito em defesa da manutenção da vida; quando alguém encontra-se privado de alimentos e outras coisas essenciais a vida ou quando alguém é mandado fazer algo que seja considerado criminoso, por aquele que é o soberano.
“Os graus de crime distribuem-se em várias escalas, e são medidos, em primeiro lugar pela magnitude da fonte ou causa; em segundo lugar, pelo contágio do exemplo; em terceiro lugar, pelo prejuízo do efeito; e em quarto lugar pela concorrência de tempos, lugares e pessoas.” (pág. 230) Dentre essas características é que são avaliados os crimes, e será dado o valor, que deve ser ou não atenuado tal crime.
Capítulo XXVIII – Das penas e recompensas
Para o autor, “Uma pena é um dano infligido pela autoridade pública a quem fez ou omitiu o que pela mesma autoridade é considerado transgressão da lei a fim de que assim a vontade dos homens fique mais disposta a obediência” (pág. 235) E o único que tem o direito de punir é o Estado, ou seja, quem o representa.
A mais geral distribuição das penas é a que distingue as punições em divinas e humanas. Hobbes foca neste capítulo na definição das penas humanas. Para ele, são aquelas que são infligidas por ordem dos homens, o podem se dar de várias formas, que são as corporais, pecuniárias, a ignomínia, a prisão, o exílio, ou uma mistura entre essas.
As penas corporais, são castigos físicos ao corpo e a pena corporal capital é a morte. As pecuniárias são aquelas que visam multar e tomar do culpado, quantias em dinheiro e até mesmo propriedades. “ A ignomínia consiste em punir com um mal considerado desonroso dentro do Estado ou em privar de um bem considerado honroso dentro do mesmo.” (pág. 238)
Qualquer pena aplicada a um inocente é contrária à lei da natureza.
Para finalizar o capítulo Hobbes define recompensa como algo que “pode ser por dádiva ou por contrato. Quando é por contrato, chama-se salário ou ordenado, que é o benefício devido por serviços prestados ou prometidos. Quando é por dadiva, é um benefício proveniente da graça de quem o confere, a fim de estimular ou capacitar alguém para lhe prestar serviços.” (pág. 240)
Capítulo XXIX – Das coisas Que Enfraquecem ou Levam à Dissolução de Um estado
Hobbes compara as coisas que enfraquecem o Estado com as doenças que atingem os seres humanos e divide as enfermidades entre aquelas que tem origem nas instituições imperfeitas e outras que representam perigo maior e mais premente.
Entre as enfermidades do Estado estão: “Um homem, para obter um reino contenta-se muitas vezes com menos poder do que é necessário para a paz e defesa do Estado.” (pág. 123)
Por conseguinte existem as doenças que derivam do veneno: “Todo indivíduo particular é juiz das boas e mas ações” (pág. 244)
Uma outra doutrina inconcebível é a de que o detentor do poder soberano está sujeito as leis civis. O soberano está sujeito somente as leis naturais. E também relativa ao soberano, a ideia erroneamente concebida de que “todo indivíduo particular tem propriedade absoluta de seus bens, a ponto de excluir o direito do soberano.”, também é inconcebível a ideia de que o poder do soberano pode ser dividido.
Outras doenças mais prementes são a dificuldade de obter-se recursos para investir e manter o Estado, a leitura de obras de cunho político e histórico de antigos gregos e romanos. A própria popularidade do soberano é perigosa, assim como a grandeza não moderada das cidades e derrota numa guerra.
Capítulo XXX – Do Cargo do Soberano Representante
Por fim, neste capítulo, Hobbes vai dissertar sobre o cargo do soberano representante, seja ele o monarca um uma assembleia e formula que ele deve procurar conseguir o bem popular pela instrução e pelas leis vigentes. E o mais importante e fim último do soberano ou o “ objetivo no qual lhe foi confiado ao soberano poder, nomeadamente a obtenção da segurança do povo, ao qual está obrigado pela lei da natureza e do qual tem de prestar contas a Deus, o autor dessa lei, e a mais ninguém além dele.” (pág. 251) 
Postula que o soberano deve ser avesso a renunciar a qualquer direito essencial da soberania porque essa abdicação poderia originar a destruição do Estado. Deve-se fazer objeção baseada na incapacidade do entendimento do vulgo popular dos que dizem que não há princípios de razão para a soberania absoluta.
Defende que os súditos devem ser ensinados a não afetar as mudanças de governo; nem prestar adesão (contra o soberano) a homens populares que definem formas de governos diferentes em nações vizinhas, nem disputar contra o poder soberano vigente. Devem ter dias destinados à aprendizagem de seu dever, e honra do seu Estado. 
Devem ser evitadas as prática de injúrias, e fazer tudo sinceramente e de coração. Devem ser colocadas em prática o uso das Universidades, a igualdade dos impostos, a caridade pública, a prevenção da ociosidade. E “No que se refere às atribuições de um soberano para com o outro, que estão incluídas naquele direito que é comumente chamado direito das gentes, não preciso dizer aqui nada, porque o direito das gentes e a lei de natureza são uma e a mesma coisa.” (pág. 262)

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