Buscar

acordão cdc FINAL

Prévia do material em texto

Flávio Henrique da Silva RA: 81308 4N
Renata Nannini Russo RA 81643
Ana Paula Camargo Paes RA 81510 
Isabella Cristina Mendonça Novais RA 81578
Julio cesar soriano moyses RA 81515
Maria Laura de M. Moron Morad RA 81486
Caio Junqueira Paiva RA 81521
 
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
Análise de acordão sobre publicidade enganosa.
Inicialmente, destaca-se que o CDC não traz o significado de publicidade. Do latim "publicus", significa tornar público, seja uma idéia, um fato ou uma coisa. 
A doutrinadora Cláudia Lima Marques classifica a publicidade como: “toda a informação ou comunicação difundida com o fim direto ou indireto de promover junto aos consumidores a aquisição de um produto ou serviço, qualquer que seja o local ou meio de comunicação utilizado”
No presente acordão, o fabricante do produto cogumelo do sol é condenado a indenizar o consumidor por danos morais pela prática de publicidade enganosa. O produto ofertado, tinha dentre outras funções, a garantia da cura de doenças malignas como o câncer. 
 O Código de Defesa do Consumidor assegura que a oferta e apresentação de produtos ou serviços propiciem informações corretas, claras, precisas e ostensivas a respeito de características, qualidades, garantia, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem.
Além de vedar a publicidade enganosa e abusiva, que dispensa a demonstração do elemento subjetivo (dolo ou culpa) para sua configuração.
Neste caso, foi aplicado o art. 159 do Código Civil, - hipótese de estado de perigo-, pois a propaganda teve como escopo induzir a erro o consumidor já fragilizado.
Pontos principais do acórdão
Demonstração de venda de produto impróprio ao consumo como medicamento e inadequado para o fim a que se destinava.
Afronta ao Art. 37.
“ É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviço.”
A ideia de vulnerabilidade está justamente associada à debilidade de um dos agentes da relação de mercado, no caso, o consumidor, cuja dignidade merece ser preservada. A vulnerabilidade informacional agravada ou potencializada é denominada hipervulnerabilidade (art. 39, IV, do CDC).
“IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;”
a publicidade foi exteriorizada por meio de gráficos e estatísticas de difícil compreensão e imprecisas as informações. Há falta de transparência dos dados fáticos, técnicos ou científicos do produto (art. 36, parágrafo único, do CDC), inclusive em relação a seus malefícios, já que a recorrida nega a possibilidade de quaisquer efeitos colaterais na ingestão do produto, sem sequer mencionar os perigos quanto ao uso excessivo ou inadequado dos comprimidos.
Há documentos que demonstram que a ré divulgava - ou divulga - efeitos do produto por ela comercializado. Esses efeitos estão relacionados não somente a tratamento e cura do câncer, como também a melhora do sistema imunológico, com cura de doenças daí resultantes.
Contrariamente ao informado pela ré, há expressões que relatam as propriedades do produto e a capacidade deste de remir totalmente células cancerígenas e metástase, com a apresentação de casos e relatos correspondentes.
A ré, indubitavelmente, prevaleceu-se da fraqueza e ignorância do autor, oferecendo produto que, por óbvio, não tem as propriedades por ela informadas. Por outro lado, a aquisição comprovadamente se fez quando já detectada a doença e na intenção de cura. Há obviamente, nexo de causalidade, considerando-se a finalidade da aquisição e a atuação da ré para que esta fosse possível "
Ré condenada ao pagamento de R$ 30.000,00 referente à indenização por danos morais.
Superior Tribunal de Justiça STJ - RECURSO ESPECIAL : REsp 1329556 SP 2012/0124047-6
Processo REsp 1329556 SP 2012/0124047-6
Orgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA
Publicação DJe 09/12/2014
Julgamento25 de Novembro de 2014
Relator Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA

Continue navegando