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da do Positivismo seria ainda maior do que a da Teologia. Para a natureza humana, e dessa forma para o sistema Positivista, o Afeto é o elemento preponderante. E por esse motivo, a unidade moral é impossível. “No tratamento de questões sociais a ciência positiva será encontrada absolutamente descartando as ilusões orgulhosas da supremacia da razão, na qual se baseou em seus estágios preliminares [...] a experiência dos homens ensina que a felicidade individual e bem estar público dependem muito mais do coração do que do intelecto. [...] a harmonia só pode ser alcançada pela preponderância do Afeto sobre a Razão e talvez até da Ação.” No Positivismo, o coração deve sugerir os problemas, dar motivação à ação, mas cabe ao intelecto solucioná-los. Dessa forma, é possível encontrar satisfação para as necessidades e vontades humanas. O objeto de síntese não estará seguro até que se abranja toda sua extensão de seus domínios, ou seja, a moral, o departamento prático, assim como o intelectual. O autor sugere então que há uma ordem e dependência entre eles, Pensamentos antes de Sentimentos e estes antes de Ações. Começar pelas ideias, cujas relações são mais simples de perceber e demonstrar, assim como, depois de estudadas, torna-se o fundamento para o restante. Essa afirmação parece contradizer o que foi dito sobre a supremacia do Afeto sobre a razão e o autor busca esclarecer essa questão, referindo-se ao problema da unidade, um princípio subjetivo de subordinação do intelecto ao coração. A compreensão da ordem dos fenômenos que regulam a vida humana é necessária para que a emoção exerça controle sobre as tendências discordantes. O reconhecimento de forças externas que afetam a vida humana, por meio do intelecto, leva à unidade moral, tornando os instintos “egoístas” suscetíveis à disciplina. “Esta doutrina fundamental do Positivismo não é atribuída em sua totalidade à um único pensador. Ela é o resultado lento de um vasto processo que ocorre em departamentos separados, que começam com o uso de dos poderes intelectuais. [...] A doutrina tem de ser demonstrada em todos os casos apenas por meio de observação, exceto por argumento produzidos por analogia. Argumentos dedutivos não são permitidos. [...] Para fenômenos que não podem ser reduzidos deve se utilizar o recurso de pensamento indutivo.” Há uma “Ordem do mundo” e sua influência preponderante determina o curso geral dos sentimentos; assim como sua evolução gradual seja objeto constante de nossas ações. Para a melhor compreensão e estudo, ocorre a divisão da ciência em campos tais como: Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia e Sociologia. Por outro lado, a teoria do desenvolvimento condensa e sistematiza todas as abstrações conceituais acerca da ordem da natureza, ou seja, todas as divisões entre áreas de conhecimentos são componentes de um uma única ciência a ciência do conhecimento humano. A partir deste ponto o autor explana a respeito do surgimento gradual das ciências e suas respetivas dependências e interrelações, do ponto de vista histórico. Por fim o autor busca fazer esclarecimentos acerca das diferenças e relações do Positivismo e ateísmo, materialismo, fatalismo no positivismo e pessimismo. Livro: Crítica da Razão Pura - Introdução Autor: Kant Introdução - Da distinção entre conhecimento puro e conhecimento empírico: Não se pode duvidar de que todos os nossos conhecimentos começam com a experiência, porque, com efeito, como haveria de exercitar-se a faculdade de se conhecer, se não fosse pelos objetos que, excitando os nossos sentidos, de uma parte, produzem por si mesmos representações, e de outra parte, impulsionam a nossa inteligência a compará-los entre si, a reuni-los ou separá-los, e deste modo à elaboração da matéria informe das impressões sensíveis para esse conhecimento das coisas que se denomina experiência? Portanto, no tempo nenhum conhecimento precede a experiência, todos começam por ela. Porém, nosso conhecimento empírico é formado pelo que recebemos das impressões e pelo que a nossa faculdade de conhecer lhe adiciona, estimulada pelas impressões dos sentidos; aditamento que somente distinguimos por longa prática e que nos capacite a separar esses dois elementos. Os conhecimentos “a priori” não dependem da experiência, enquanto que os conhecimentos empíricos de origem “a posteriori” dependem diretamente dela. O conhecimento “a priori” é o oposto do conhecimento empírico. O senso comum não dispensa certos conhecimentos “a priori” Necessitamos agora de um critério pelo qual possamos distinguir seguramente um conhecimento puro de um conhecimento empírico. É verdade que a experiência nos ensina, que algo é constituído desta ou daquela maneira, mas não que não possa sê-lo diferentemente. Em primeiro lugar, se encontrarmos uma proposição que apenas se possa pensar como necessária estamos em presença de um juízo a priori; se, além disso, essa proposição não for derivada de nenhuma outra, que por seu turno tenha o valor de uma proposição necessária, então é absolutamente a priori. Em segundo lugar, a experiência não concede nunca aos seus juízos uma universalidade verdadeira e rigorosa, apenas universalidade suposta e comparativa (por indução). Necessidade e rigorosa universalidade são os sinais seguros de um conhecimento a priori e são inseparáveis uma da outra. A necessidade da Filosofia é ter uma ciência que defina tudo de todos os conhecimentos “a priori” O que é mais significativo ainda é o fato de certos conhecimentos saírem do campo de todas as experiências possíveis e, mediante conceitos que a experiência não pode apresentar objeto correspondente, aparentarem estender os nossos juízos para além de todos os limites da experiência. É justamente nos conhecimentos que ultrapassam o mundo sensível que a experiência não serve de guia nem de retificação, que surgem as investigações de nossa razão, as quais parecem superiores, mas sublimes a tudo que a experiência pode apreender no mundo dos fenômenos; essas investigações são importantíssimas e não podem ser abandonadas de modo algum. O impulso para aumentar os conhecimentos é forte a ponto de só ser detido em seu caminho por uma clara contradição da razão. Distinção entre juízo analítico e juízo sintético Em todos os juízos, nos quais se pensa a relação entre um sujeito e um predicado esta relação é possível de dois modos. Ou o predicado B pertence ao sujeito A como algo que está contido (implicitamente) nesse conceito A, ou B está totalmente fora do conceito A, embora em ligação com ele. No primeiro caso é chamado analítico ao juízo, no segundo, sintético. Portanto, os juízos (os afirmativos) são analíticos, quando a ligação do sujeito com o predicado é pensada por identidade; aqueles, porém, em que essa ligação é pensada sem identidade, deverão chamar-se juízos sintéticos. Os primeiros poderiam igualmente denominar-se juízos explicativos; os segundos, juízo extensivos; porque naqueles o predicado nada acrescenta ao conceito do sujeito e apenas pela análise o decompõe nos conceitos parciais, que já nele estavam pensados (embora confusamente); ao passo que os outros juízos, pelo contrário, acrescentam ao conceito de sujeito um predicado que nele não estava pensado e dele não podia ser extraído por qualquer decomposição. Os juízos de experiência, como tais, são todos sintéticos. Os juízos matemáticos são todos sintéticos. Esta proposição parece até hoje ter escapado às observações dos analistas da razão humana e mesmo opor-se a todas as suas conjecturas; é, contudo, incontestavelmente certa e de consequências muito importantes. Como se reconheceu que os raciocínios dos matemáticos se processam todos segundo o princípio de contradição (o que é exigido pela natureza de qualquer certeza apodítica), julgou-se que os seus princípios eram conhecidos também graças ao princípio de contradição; nisso se enganaram os analistas,